terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Juan Arias: Não basta negar pena de morte, tem que afastar "tentações teocráticas"


Para Juan Arias, em coluna para o El País, Bolsonaro deveria colocar os filhos no devido lugar e para além de se comprometer com a Carta Magna, não "estimular as tentações teocráticas das Igrejas que o levaram ao poder."




Jornal GGN - Juan Arias assina artigo no El País, nesta terça (18), elogiando a atitude de Jair Bolsonaro, que negou publicamente a possibilidade de atravessar a Constituição Federal para discutir a pena de morte em seu governo, como já defendeu Eduardo Bolsonaro. Mas isso, segundo o colunista, não basta. O presidente eleito deveria colocar os filhos no devido lugar e para além de se comprometer com a Carta Magna, não "estimular as tentações teocráticas das Igrejas que o levaram ao poder."
"Se é sincero, deve começar, entretanto, por continuar controlando as pretensões iconoclastas de seus filhos. Deve fazê-los entender que a partir de primeiro de janeiro o único presidente do país é ele", anotou Arias.
Na visão do articulista, aprovar a pena de morte aproximaria o País de estados autoritários. "(...) se juntar aos que pretendem desenterrar a velha lei do Talião, do olho por olho e dente por dente, significaria um passo atrás nas relações internacionais que afetaria a própria economia. Uma economia hoje em crise e que condena, isso sim, à pobreza e até à miséria milhões de brasileiros, mais preocupados com sua própria sobrevivência do que com a pena capital."

Arias ainda descreveu em seu artigo as passagens na Bíblia que avalizam a pena de morte e, mais do que isso, ameaçam minorias.
"Os que flertam para que o Brasil mude a Constituição e seja considerado um Estado “confessional” precisam saber que o Deus bíblico é amplamente favorável à pena de morte", escreveu.
"Se o Brasil fosse governado pela Bíblia e não com a Constituição veríamos não poucas surpresas como o poder condenar à morte não só todos os assassinos como também os adúlteros, os homossexuais e os que ousaram aderir a outras religiões, considerados como idólatras."

Leia a coluna de Arias no El País.

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