domingo, 26 de fevereiro de 2023

Manifestação de Dora Incontri a respeito das falas recentes e polêmicas de Divaldo Franco

 

Do Canal da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita - ABPE:


Dora Incontri analisa a fala do médium Divaldo Franco sobre os atos terroristas de 8 de janeiro em Brasília, e comenta a cobertura problemática da imprensa em relação à postura política do médium baiano. Dora Incontri é jornalista, escritora e educadora. Coordena a Associação Brasileira de Pedagogia Espírita e a Universidade Livre Pampedia. Sigam a Dora no instagram - https://www.instagram.com/dora.incontri/



"A Ciência investiga as Experiências de Quase Morte (EQM)""

 

Por que, então, os espíritas (ou o movimento espírita brasileiro) só validam o que vem dos "mortos"?


Programa realizado pelo canal Espiritismo com Kardec:


Seguimos, pós-férias, na nossa programação das Lives do ECK. Marque o dia 25 de fevereiro na sua agenda, naquele tradicional horário: 18h30. A bancada mais simpática da internet vai receber o Professor e Pesquisador Carlos Antônio Fragoso Guimarães, na companhia de Henri Netto (PB), como Debatedor e sob a Moderação de Marcelo Henrique (SC). O tema é: "A Ciência investiga as Experiências de Quase Morte (EQM). Por que, então, os espíritas só validam o que vem dos "mortos"?". Sabe-se que muitas pessoas acabam tendo tais experiências, com sensações e visões relacionadas à possibilidade de morte iminente, com relatos reais das experiências fora do corpo físico. Sabe-se que há bastante tempo, algumas universidades e centros de pesquisa se dedicam ao estudo das EQMs, de modo clínico e terapêutico. Então, é de se perguntar: por que os espíritas e suas instituições apenas validam as experiências que vêm dos "mortos", isto é somente a partir de relatos mediúnicos? Como fomentar os espíritas a participarem de experimentos desta natureza e, no âmbito das instituições, sobretudo aquelas voltadas ao estudo e à prática espiritistas, de que maneira podemos incentivar a aproximação e o intercâmbio com instituições acadêmicas, científicas e laicas? Convidamos você a acessar as nossas plataformas (abaixo), prestigiando nossa Live e participando na forma de questionamentos e comentários. É sábado, 25/2, a partir das 18h30, mais uma edição dos "embalos de sábado à noite" do ECK. Vem conosco, então! Estamos na expectativa da sua presença!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

É a direita elitista golpista a inimiga principal da democracia, por Francisco Celso Calmon

 

Não são do Centrão os partidos mais perigosos, pois o Centrão é venal, mas dialogável, são, sim, os partidos ilegais (como o insidioso partido militar).



É a direita golpista a inimiga principal da democracia

por Francisco Celso Calmon, no Jornal GGN

A contradição política antagônica que viceja é entre o golpismo e o Estado democrático de direito.

Não são do Centrão os partidos mais perigosos, pois o Centrão é venal, mas dialogável, são, sim, os partidos ilegais.

Os partidos atentatórios à democracia social são três.

Partido dos Militares Golpistas – PMG, Partido da Imprensa Golpista – PIG e o Partido do Banco Central – PBC.

O bolsonarismo sofreu uma derrota, mas a guerra continua. Está se reorganizando, tem estratégia, e vai atentar muito contra o governo Lula e o Estado de direito.

Democracia para esses partidos é como um espantalho. Usam politicamente quando convém aos seus interesses, porém, não são ideologicamente democratas.

Quanto menos protagonismos aos militares, melhor para a democracia. As forças armadas não são polícia, nem corpo de bombeiros, nem guarda de defesa civil, tem funções precípuas constitucionais e devem obedecer à risca a Lei Maior.

Militares golpistas, terroristas e torturadores devem ser julgados pelo Judiciário civil. Admitir a possibilidade de serem julgados pelo Superior Tribunal Militar – STM, é admitir um poder paralelo dos militares, é fortalecer o PMG.

Seus crimes foram contra o Estado democrático e os direitos humanos; os delitos cometidos, segundo o código penal militar, no caso, podem ser agravantes e não os crimes principais.

O STM foi desfigurado durante a ditadura, julgou a nós civis que a combatemos, virou entulho da ditadura.

O PIG, responsável por todos os atentados golpistas ao longo da história do país, sem qualquer vezo democrata, é orientado pela matriz ideológica do capitalismo, é inimigo do Estado de Bem-estar social, e ainda no preâmbulo do governo Lula já está em oposição, especialmente no campo econômico. 

É constrangedor até para quem assisti o esforço para falar asneiras dos profissionais da Globo News na seara econômica, na tentativa vã de defender a “independência” do Banco Central e os juros escorchantes.

Como profissionais do ponto eletrônico, sem liberdade de opinião, obedecem como capachos a orientação da empresa comprometida com os interesses do capital parasitário.

Perdem a dignidade profissional e mantêm os polpudos salários.

Se fizer um levantamento das opiniões e vaticínios de Miriam Leitão e do Sandeberg nestes últimos 20 anos, constatar-se-á os tiros n’águas de suas análises. Com o Gerson Camarotti e Valdo Cruz é ainda pior, risível, nem os termos econômicos dominam.

O PBC era um anseio antigo do mercado. O Banco foi criado na ditadura pelo gal. Castelo Branco, foi ganhando corpo quando Meirelles assumiu o BACEN com status de ministro e com autonomia operacional. O segundo passo foi em 2021, sob a égide do bolsonarismo nazifascista, com a Lei Complementar 179/21 de 24 de fevereiro de 2021.

Art. 1º. O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços.  Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

Na gestão de Campos Neto os resultados favoreceram ao capital financeiro e não ao desenvolvimento nacional, como reza este parágrafo primeiro.

A moeda está a serviço do país ou dos rentistas?

O câmbio deve estar regulado para possibilitar exportações sem encarecer as importações necessárias ao desenvolvimento do Brasil.

Qual o método? Disputar com o mercado o valor do dólar ou ter bandas, inferior e superior, que manterão o equilíbrio, e no intervalo entre elas ficar a disputa com o mercado.

Art. 11. O Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior.

Os senadores deveriam marcar o quanto antes essa arguição pública a que a lei se refere.

Art. 8º Em até 90 (noventa) dias após a entrada em vigor desta Lei Complementar, deverão ser nomeados o Presidente e 8 (oito) Diretores do Banco Central do Brasil, cujos mandatos atenderão à seguinte escala, dispensando-se nova aprovação pelo Senado Federal para os indicados que, na ocasião, já estejam no exercício do cargo:

– o Presidente e 2 (dois) Diretores terão mandatos até o dia 31 de dezembro de 2024

II – 2 (dois) Diretores terão mandatos até o dia 31 de dezembro de 2023; 

III – 2 (dois) Diretores terão mandatos até o dia 28 de fevereiro de 2023; 

IV – 2 (dois) Diretores terão mandatos até o dia 31 de dezembro de 2021. 

Qual a lógica que informa essa escala?

Neste ano de 2023 seis diretores serão trocados; dois já deveriam ter sido, dois na próxima semana, e os demais no último dia do corrente ano, salvo o presidente e mais dois que encerrarão seus mandatos no final do próximo ano.

Essa escala deve ter sido feita com algum objetivo não transparente, pois não segue a boa recomendação da teoria de desenvolvimento organizacional.

Esses partidos ilegais mas reais, são golpistas por natureza e devem ser enfrentados diuturnamente no campo político-ideológico e comunicacional.

Os partidos legais e os movimentos sociais deveriam estabelecer uma estratégia comum de enfrentamento à direita golpista, inimiga estrutural da democracia.

À exceção da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, os demais presidentes dos partidos de esquerda estão murchos, bem como os movimentos sindicais e sociais.

A retórica comum de que só o povo nas ruas garante a pauta progressista do governo Lula, não saiu ainda do uatizap.

Às ruas, povo de luta!

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Um Banco Central "autônomo" que não comanda: é comandado por bilionários banqueiros e especuladores do mercado financeiro que mais se enriquecem quanto mais alto são os juros, por Luis Nassif

 

A consolidação de teorias econômicas depende de alguns fatores. O primeiro deles é a quem serve a teoria, já que a economia é um exercício de escolha de vencedores e perdedores. O segundo é o contingente de economistas e jornalistas econômicos que fazem nome em torno dos princípios da teoria em vigor.


Do Jornal GGN:


A única maneira de compatibilizar inflação e crescimento é o controle de capitais


A consolidação de teorias econômicas depende de alguns fatores. O primeiro deles é a quem serve a teoria, já que a economia é um exercício de escolha de vencedores e perdedores. O segundo é o contingente de economistas e jornalistas econômicos que fazem nome em torno dos princípios da teoria em vigor.

É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um economista rever a teoria que o consagrou, ainda que a realidade desminta diariamente suas conclusões. 

No caso das metas inflacionárias e das teorias monetárias, criou-se um caso concreto de realidade paralela, uma teoria complexa, cheia de fórmulas, conclusões taxativas e nenhum vínculo com a realidade. Não há capacidade de observação empírica. Ou até existe, mas ignora-se tudo que pode desmontar as teorias defendidas. Afinal, foi graças a elas que economistas de mercado fizeram sua reputação, acertaram os resultados da planilha do Banco Central – embora raramente ambas as planilhas, a do BC e do mercado, acerte o resultado da inflação.

Todo esse aparato teórico, todas as equações, baseiam-se em uma ferramenta de controle da inflação tão antiga quanto as sanguessugas contra a febre: a âncora cambial. É uma mecanismo rústico, primário, mas revestido do creme de leite de fetiches, chamados de “taxa neutra de juros”, “PIB potencial” e outras planilhices.

Inflação é um fenômeno com vários ingredientes: choques de demanda, choques de oferta, choques externos, quebra de safras, crises setoriais. Há um conjunto grande de instrumentos para combatê-la, como estoques reguladores, importações especiais, políticas setoriais. Para cada causa, um remédio, de tal maneira que as taxas de juros servem exclusivamente para combater a inflação de demanda, quando a economia está aquecida e a alta de preços espraia-se por todos os produtos.

A política monetária em vigor joga tudo nas costas dos juros. Infecção? Juros. Lumbago? Juros. E a razão é óbvia.

Na inflação, há perdas e ganhos. Mas, em circunstâncias normais, o capital financeiro perde, assim como os credores, devido à perda de valor da moeda. Qual o grande arranjo da política monetária, especialmente das metas inflacionárias.

Primeiro, permitindo ao mercado definir as expectativas de inflação e da taxa de juros longa. Em países civilizados, o Banco Central atua nos mercados de juros, impedindo sua manipulação pelos grandes players. Aqui, eles chegam à vontade. O mercado define o que espera da inflação, define a taxa de juros longa, e o BC vai atrás, sancionando todos os movimentos especulativos.

O segundo passo é trabalhar com o conceito da tal taxa de juros neutra – aquela que impediria a alta da inflação. Hoje em dia, o BC considera a taxa de juros neutra em 4% – isto é, seja qual for a inflação, a taxa Selic tem que ser, no mínimo, quatro pontos acima da inflação. Ou seja, as expectativas de inflação, de taxa de juros longa e de taxa de juros neutra fica nas mãos do mercado. Quanto maior a taxa, maior o ganho, maior a dívida pública, menor o crescimento econômico, menor o emprego, menor a receita fiscal.

No Valor de ontem, André Lara Rezende expõe de maneira crua o terrorismo fiscal, utilizado pelo mercado e pelo BC para garantir o seu poder.

Não tem a menor lógica a manutenção desse modelo que deixa totalmente em mãos do mercado o controle de variáveis que impactam diretamente o orçamento público.

Vai levar algum tempo para cair a ficha de que a única maneira de compatibilizar inflação e crescimento é o controle de capitais, o fim da dança de capitais gafanhoto.

Leia também:

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

A conta fascista de Bolsonaro segue matando. Por Ana Cláudia Laurindo

 

Que tipo de ardência interior leva alguém a tocar fogo em si mesmo como forma de protesto político?

O desarrumado cognitivo que as fake news geram?

As falsas noções de história trazidas pelas tentativas de revisionismo?

O fundamentalismo classista/religiosista?

A incapacidade de lidar com a perda em um processo democrático?

A retirada de sentido existencial embutida na perspectiva fascista?


Segue o texto integral de Ana Cláudia Laurindo, cientista social, publicado no Repórter Nordeste:

A conta de Bolsonaro segue matando

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.

Na sequência de protestos contra o STF e o ministro chamado de Xandão, um homem ateou fogo no próprio corpo no último dia 31, em Brasília. Saído de Botucatu, interior paulista, com o intuito de colocar em si a chama do que entendia como manifestação, e acabou lhe devorando a vida corporal, tornou-se vítima da ilusão golpista que afeta milhares, e nos desperta questionamentos.

Que tipo de ardência interior leva alguém a tocar fogo em si mesmo como forma de protesto político?

O desarrumado cognitivo que as fake news geram?

As falsas noções de história trazidas pelas tentativas de revisionismo?

O fundamentalismo classista/religiosista?

A incapacidade de lidar com a perda em um processo democrático?

A retirada de sentido existencial embutida na perspectiva fascista?

Muito antes de enveredar pelas explicações meramente psicológicas, as lentes da análise precisam considerar o alimento massivo da ideologia bolsonarista, que ainda que seja negada em sua etimologia por esperançosos linguistas, se mostra forte ponto de coalizão de anti-valores com capacidade de mobilizar pessoas.

Um homem jovem, padrão de modelo bolsonarista infligiu a si mesmo as ardências das chamas, mas não o fez de qualquer modo.

Ao ato que julgamos insano, agregou suas interpretações de ditaduras e justiçamentos, anexando nomes plenos de simbologias para ambos os lados das forças que oprimiam seu psiquismo, por interpretar o ministro Alexandre de Moraes como o ditador brasileiro.

Sua maneira de afirmar a crença em dor suicida é um alerta para aqueles que ainda desejam acreditar que o mal desse tempo acabou.

Enquanto a justiça brasileira seguir frouxa com o líder nazi-fascista modelo século XXI, por considerá-lo ex-presidente, a insanidade inflamada não encontrará leito para repousar.

Por enquanto seguem as perguntas.

Mas estamos aguardando respostas.

Portal do José: Lula enfrenta fascistas golpistas, garimpeiros ilegais e seus financiadores e a máfia dos banqueiros que dominam o Banco Central

 

Do Portal do José:

LULA EM MENOS DE 40 DIAS ENFRENTA SITUAÇÕES NEVRÁUGICAS PARA O DESTINO DE SEU GOVERNO E DO BRASIL. TERCEIRO GRANDE CONFLITO SE APROXIMA. Recados de Lula na posse de Mercadante no BNDES irão sofrer ataques em várias frentes. Aguardemos os telejornais e colunistas mas já sabemos o que dirão sobre a autonomia do BC. Eles são contra o governo ditar normas monetárias, afinal, os bancos nunca querem perder NADA! Sigamos.



Lula tem razão e o Banco Central "autônomo" pró-banqueiros e contra o desenvolvimento nacional é a causa do desequilíbrio fiscal. Artiogo do professor de economia José Luis Oreiro

 


"O desequilíbrio fiscal é o resultado da política de juros adotada pelo Banco Central do Brasil nos últimos anos", diz o economista José Luis Oreiro


www.brasil247.com - José Luis Oreiro e Roberto Campos Neto
José Luis Oreiro e Roberto Campos Neto (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado | Geraldo Magela/Agência Senado | Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Do 247:

Onze entre cada dez economistas ligados direta ou indiretamente ao mercado financeiro atribuem o elevado patamar da taxa de juros selic observado no Brasil ao desequilíbrio fiscal do governo central (governo federal + Banco Central). Segundo o seu seu, por assim dizer, raciocínio, como o governo gasta mais do que arrecada então ele precisa pedir muito dinheiro emprestado no mercado, aumentando a demanda por crédito e, dada a baixa taxa de poupança existente no Brasil, produzindo uma elevada taxa de juros. A solução é reduzir a despesa primária do governo geral, cortando despesas desnecessárias e/ou ineficientes (quais?), para então conseguir reduzir a taxa de juros. Dessa forma, o desequilíbrio fiscal brasileiro teria sua origem no excesso de despesa primária do governo geral, razão pela qual o teto de gastos deveria ser mantido a forceps pela equipe econômica do novo governo Lula.

Na posse do novo presidente do BNDES Aloisio Mercadante, o Presidente Lula mais uma vez se pronunciou contra a decisão do Copom do Banco Central de manter a taxa selic em 13,75% a.a. Com uma inflação acumulada em 12 meses de 5,79% temos que a taxa real de juros (ex-post) é de 7,52% a.a, a mais elevada do mundo. O Presidente Lula afirmou hoje que “Não tem explicação para a taxa de juros a 13,5 [13,75]%. Faz anos que a gente briga pela taxa de juros no Brasil”.

Não existe efeito sem causa. Claro que existe uma explicação para o elevado patamar da taxa de juros no Brasil, mas essa explicação não é o desequilíbrio fiscal. Pelo contrário, o desequilíbrio fiscal é o resultado da política de juros adotada pelo Banco Central do Brasil nos últimos anos.

Vamos aos números. A Figura 1 abaixo mostra a evolução no acumulado em 12 meses do resultado primário do governo central e dos juros nominais que o governo central paga sobre o estoque de sua dívida. Observem que até março de 2020 (mês em que as primeiras medidas de distanciamento social são adotadas no Brasil) o governo central incorria num déficit primário em torno de 1,5% do PIB e pagava juros nominais ligeiramente superiores a 4% do PIB. Com os gastos primários realizados para o enfrentamento das consequências econômicas, sociais e sanitárias da pandemia do Covid-19, o déficit primário do setor público aumenta para quase 10% do PIB em dezembro de 2020, mas o pagamento de juros nominais cai para 3,5% do PIB nesse mês, continuando sua trajetória de queda até junho de 2021 quando chega a 2,93% do PIB. Observem, caros leitores, que um aumento espectacular nas despesas primárias do governo central (como % do PIB) foi obtido com uma redução da conta de juros nominais paga pelo governo central, ou seja, um resultado OPOSTO ao esperado com base na (sic) teoria econômica usada pelos analistas do mercado financeiro. Qual a razão disso? Muito simples: a taxa de juros não é o preço dos “fundos emprestáveis” mas o preço do dinheiro, o qual é fixado pelo Banco Central nas reuniões do Copom. Como o Banco Central reduziu a taxa de juros para 2% a.a ao longo do ano de 2022, o custo de carregamento da dívida pública (fortemente atrelado a selic devido as Letras Financeiras do Tesouro e as operações compromissadas) diminui em quase 25% entre março de 2020 e junho de 2021.

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Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração do autor(Photo: Reprodução)Reprodução

Em março de 2021 o Banco Central do Brasil começou um ciclo de elevação da taxa de juros que levou a taxa selic a 13,75% a.a no final de 2022. Essa elevação da taxa selic fez com que os juros nominais passassem de 2,93% do PIB em junho de 2021 para 5,12% do PIB em dezembro de 2022, ficando acima do patamar observado no período anterior a pandemia. Nesse mesmo período, o resultado primário do governo geral passou de um déficit de 4,61% do PIB para um superávit 0,56% do PIB. Ou seja, uma melhoria do resultado primário de 5,17% do PIB foi seguido por um aumento da despesa com juros nominais de 2,19% do PIB. Parte significativa (42%) da melhoria do resultado primário foi dissipada em aumento das despesas com juros da dívida pública.

A figura 2 abaixo mostra o percentual do resultado nominal do governo geral (sem desvalorização cambial) que pode ser atribuído a despesa com pagamento de juros da dívida pública.

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Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração do Autor(Photo: Reprodução)Reprodução

O leitor pode verificar que a despesa con juros respondia por aproximadamente 80% do déficit nominal do governo geral (sem desvalorização cambial) até o início da pandemia do covid-19. Esse percentual cai para pouco mais de 20% até dezembro de 2020 devido ao aumento do déficit primário e a redução da despesa com juros. A partir de março de 2021, o percentual volta a aumentar ultrapassando 100% no início de 2022. Em dezembro do ano passado os gastos com o pagamento de juros respondiam por 112% do déficit nominal do governo geral.

Esses números não permitem outra interpretação de que o desequilíbrio fiscal no Brasil é de natureza financeira. Nesse contexto, reduzir as despesas primárias não é apenas uma crueldade do ponto de vista social, mas uma estupidez do ponto de vista econômico. O reequilíbrio das contas públicas no Brasil passa pela solução do problema da “despesa ausente” no debate público no Brasil, ou seja, o gasto excessivo com o pagamento de juros da dívida pública. Sua solução se encontra numa reforma monetária no Brasil e na institucionalidade do regime de metas de inflação, de maneira a permitir que a obtenção de uma taxa de inflação estável e razoável (algo como 4% a.a.) seja possível com uma taxa de juros estruturalmente mais baixa.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Portal do José: A aberração do casal Bolsonaro e as hipocrisias arrogantes de Michelle. Clã sacou e saqueou. O Banco central dos banqueiros contra Lula e o povo brasileiro

 

Do Portal do José:

CLÃ BOLSONARO AVILTOU ATÉ O CRIME! Nem os criminosos mais descarados chegariam aos pés dessa caterva que tomou conta da administração pública do Brasil. Inacreditável o desaparecimento das CARPAS! Fomos governados por peixes carnívoros conhecidos como PIRANHAS? COBRAS se elegeram contando mentiras e usando da boa fé dos brasileiros. No final, um peixe que é classificado com um ROBALO também se materializou em forma de gente. Esse no entanto olhou para o povo e decidiu ROBÁ-LO! LULA, QUE TAMBÉM SERIA DO REINO ANIMAL AQUÁTICO mas é o nosso Presidente, terá problemas para administrar o Brasil. O BC está no seu caminho! Sigamos!



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Gilmar Mendes sobre Bolsonaro e seu desgoverno: "Estávamos lidando com gente do porão"

 

"A gente estava sendo governado por uma gente do porão. Pessoas da milícia do Rio com protagonismo na política nacional…", afirmou o decano do STF sobre o governo Bolsonaro

www.brasil247.com - Gilmar Mendes, Marcos do Val, Daniel Silveira e Jair Bolsonaro

Gilmar Mendes, Marcos do Val, Daniel Silveira e Jair Bolsonaro (Foto: Nelson Jr./SCO/STF | Marcos Oliveira/Agência Senado | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | Reuters/Joe Skipper)

Por Guilherme Levorato, 247Após as revelações da trama golpista de Jair Bolsonaro (PL) - que incluía grampear ilegalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes - feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), o decano do STF, ministro Gilmar Mendes, afirmou que toda a história mostra que "a gente estava sendo governador por uma gente do porão".

"Pessoas da milícia do Rio de Janeiro com protagonismo na política nacional… É isso que resulta quando nós vemos a nominata desses personagens, e mostra que a gente tem que ter preocupação, até com a preservação da nossa integridade física. Estávamos lidando com gente do porão", disse Gilmar Mendes a jornalistas.

>>> Destino inexorável de Bolsonaro é a cadeia, após as revelações de Marcos do Val

O ministro declarou ser necessário "aguardar desdobramentos, eventuais quebras de sigilo" resultadas das investigações "para saber qual é o grau de envolvimento" de Jair Bolsonaro. "Mas, em suma, todos esses elementos mostram que havia algo em andamento, e que não era para o bem da democracia".

Perguntado sobre Alexandre de Moraes, que segundo Marcos do Val foi comunicado por ele próprio sobre o plano golpista de Bolsonaro, Gilmar Mendes afirmou: "não vou emitir juízo sobre essa questão. É um imbróglio tão indecifrável ainda. Vamos aguardar os desdobramentos das investigações. Os depoimentos agora valem tão pouco né, porque a toda hora conta-se uma nova versão. Vamos aguardar as investigações".



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Portal do José: Derrotando Marinho e os ainda fanáticos golpistas bolsonaristas no Senado, Pacheco e Lula espremem o derrotado Bolsonaro. Moraes coloca pastor pé frio golpista na mira...

 

Do Portal do José:

02/02/23 - A VITÓRIA DE PACHECO FOI MUITO MAIS SIGNIFICATIVA DO QUE MUITOS PODEM CRER. Existem derrotados que não apareceram muito. Agiram contra a democracia e continuam a fortalecer golpismos contra a governabilidade. Alexandre de Moraes já tem farto material para incriminar algumas pessoas que ainda trafegam nas penumbras. Mas a fila está andando! Sigamos



Fim do terceiro (ou teria sido quarto?) turno: a vitória de Lula no Congresso e seu significado, por Helena Chagas

 


"Politicamente, pode-se dizer que Lula ganhou o terceiro turno", escreve a colunista Helena Chagas

www.brasil247.com - Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Rodrigo Pacheco, reeleito presidente do Senado

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Rodrigo Pacheco, reeleito presidente do Senado (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)

Politicamente, pode-se dizer que Lula ganhou o terceiro turno. O saldo das eleições para o comando do Senado e da Câmara, com Rodrigo Pacheco e Arthur Lira é muito positivo para o Planalto, que pode agora começar a negociar sua pauta no Legislativo. Diante das circunstâncias de um Congresso conservador, eram seus candidatos preferidos. Mas os números dessas vitórias deixam alertas importantes para o governo nas duas Casas — numa, pela falta de mais votos; noutra, pelo excesso. A vida não está ganha para os articuladores governistas.

Pacheco pode ter tido, sim, uma vitória confortável no Senado (49 x 32), mas teve bem menos votos do que os 57 que recebeu há dois anos. E seu adversário, o bolsonarista Rogério Marinho, não foi tão mal: superou por cinco votos o marco dos 27 senadores, mais de um terço da Casa. Esse é uma espécie de número mágico, suficiente, por exemplo, para instalar CPIs e fazer outras manobras regimentais. Não há sinais de que os 32 eleitores de Marinho, ou sequer a maioria deles, vá apoiar propostas extremistas do campo da direita como, por exemplo, o impeachment de ministros do STF. Mas o bolsonarismo tem ali uma bancada com potencial para fazer barulho e atrapalhar.

Não foi a vitória fácil no Senado que se previa há semanas, e o Planalto foi decisivo. Nas últimas horas, diante de ameaças de aliados insatisfeitos de votar no adversário de Pacheco, o ministro Alexandre Padilha e outros interlocutores governistas atuaram fortemente, sobretudo junto a senadores do União, como Professora Dorinha (TO), Efraim Filho (PB) e Rodrigo Cunha (AL), que reclamavam estar tendo pouco espaço no governo e na Casa. 

Apesar do voto ser secreto, tudo se sabe no Senado Federal. Outros parlamentares afirmam que esses insatisfeitos, uma vez contemplados, acabaram votando em Pacheco. A necessidade de intervenção direta do Planalto, porém, apontou o grande perdedor desta quarta: o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que indicou os três ministros do partido a Lula e, agora, precisou de muita ajuda para entregar o que prometera.

Por isso, os dias seguintes à eleição no Congresso podem trazer, a possibilidade de mudanças nos nomes do União no Ministério — Valdez Goes (Integração), Daniela Ribeiro (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações). No mínimo, muita pressão  para isso, que já vem sendo feita por deputados do União, não por acaso liderados pelos presidente reeleito da Câmara, Arthur Lira.

E aí chega-se ao sujeito que, mesmo perdendo o orçamento secreto, volta a ser o mais poderoso do Congresso. Sem adversários, Lira — o principal líder do Centrão — foi reeleito com o recorde de 464 votos, e sai forte demais. Não tem mais o orçamento secreto, mas a quase unanimidade na reeleição lhe dá amplo controle da Casa. Com um discurso voltado para dentro, exibindo a força que lhe foi dada pelos deputados, fez poucos acenos ao governo. 

Segundo aliados, vai apresentar em breve a fatura — que passa por um ministério para chamar de seu. Coisa que não conseguiu quando teve a indicação do deputado Elmar Nascimento (União-BA) vetada pelo PT.

Holocausto, ditaduras militares e ignorâncias incentivadas pela direita. Artigo de Ana Cláudia Laurindo

 Inúmeros apoiadores de Bolsonaro utilizaram apetrechos e outras simbologias nazistas, ao passo em que mais de 300 células de nazismo foram localizadas no país. O que estará interligando as histórias passadas e recentes?


Texto de Ana Cláudia Laurindo, publicado originalmente no Repórter Nordeste

O que o povo brasileiro sabe sobre Holocausto e Ditadura Militar?

A impressão que temos a priori é muito desanimadora do ponto de vista humanitário.

Diásporas, holocaustos, ditaduras, parecem palavras desconexas para o brasileiro médio, que não se interessa pelas rotas coletivas, usando toda energia existencial no consumo de si e de coisas.

Essa lacuna foi de extrema utilidade ao bolsonarismo.

Povo que conhece minimamente os terrores de se derramar sangue humano pela sanha de domínio ideológico, político, econômico, não consegue apoiar narrativas anti-vida, não importando quem seja o alvo.

27 de janeiro é uma data para ser explorada, aberta em imagens e memórias, na esperança de que o holocausto não se repita.

Contudo, a distopia brasileira contabiliza 570 mortes prematuras de crianças indígenas, motivadas por desnutrição, doenças tratáveis (não tratadas) e efeitos da invasão do garimpo em terras e águas destes povos. Um holocausto nas florestas de Roraima.

Inúmeros apoiadores de Bolsonaro utilizaram apetrechos e outras simbologias nazistas, ao passo em que mais de 300 células de nazismo foram localizadas no país. O que estará interligando as histórias passadas e recentes?

A motivação sanguinária, por um poder que legitima a dizimação de grupos considerados desnecessários ao projeto econômico imposto.

No parêntese hitleriano inúmeros serviram aos seus propósitos por acreditarem na superioridade da raça ariana e no Brasil, neste hiato de obscuridade, inúmeros seguiram o bolsonarismo por sentimento de pertença aos vencedores, aos escolhidos, aos ungidos, que no resumo, coloca todos no mesmo ponto de sedução pelo poder.

Precisamos falar mais sobre estas histórias.

Ainda não saímos da zona de risco como seria desejável.