Ofundamentalismo sempre existiu nas tradições religiosas. Ele consiste em interpretar literalmente o texto sagrado, sem contextualizá-lo, extraindo deduções alegóricas e subjetivas como a única verdade universalmente válida. Para o fundamentalista, a letra da lei vale mais que o Espírito de Deus. E a doutrina religiosa está acima do amor.
Escolas do Sul dos EUA, e também no Estado do Rio de Janeiro, rejeitam os avanços científicos resultantes das pesquisas de Darwin e ensinam que o homem e a mulher foram criados diretamente por Deus. Tal visão fundamentalista nem sequer reconhece que Adão, em hebraico, significa “terra”, e Eva, “vida”. Como os autores hebreus do Antigo Testamento não raciocinavam com categorias abstratas, à semelhança da gente simples do povo, o conceito ganhou plasticidade mítica no “causo” de Adão e Eva.
Todo fundamentalista é, a ferro e fogo, um “altruísta”. Está tão convencido de que só ele enxerga a verdade que trata de forçar os demais a aceitar o seu ponto de vista... para o bem deles!
Há muitos fundamentalismos em voga, desde o religioso, que confessionaliza a política, ao líder político que se considera revestido de missão divina. Eles geram fanáticos e intolerantes. O mais próximo de nós, brasileiros, é o que vigorou no governo dos EUA na era de George W. Bush, convencido que estava de que promove o bem contra as forças do mal, utilizando armas letais no extermínio do povo iraquiano e tratando os homossexuais como doentia aberração da natureza. Obama, mais lúcido, ainda tem de lidar com os vestígios nefastos desta herança fundamentalista.
Uma das melhores conquistas da modernidade é a separação entre a Igreja e o Estado. Nada de papas coroando reis, como na Idade Média, ou de presidentes consagrando a nação ao Sagrado Coração de Jesus, como há poucas décadas ocorria na Colômbia.
Certa vez perguntei a Fidel por que em Cuba o Estado e o Partido eram confessionais. Ele estranhou: “Como confessionais?” “Sim, expliquei, pois são oficialmente ateus. E negar a existência de Deus é tão confessional como afirmá-la.” Mais tarde, o Estado e o Partido Comunista cubanos tornaram-se laicos, assim como todos os estados e partidos modernos.
Reger a vida política a partir de preceitos religiosos é um desrespeito a quem professa outra religião ou nenhuma. Isso não significa que um cristão deva abrir mão de suas convicções e dos valores evangélicos. Mas ele não deve esperar que todos reconheçam a natureza religiosa de sua ética. E nem queira impor a sua fé como paradigma político.
Há que cuidar também para evitar o fundamentalismo laicista, de quem julga que religião é uma questão privada, sem dimensão social e política. Afinal, todos os cristãos são discípulos de um prisioneiro político... O fundamentalismo laicista, que sempre relegou a religião à esfera da superstição, é danoso por estimular o preconceito e não reconhecer que milhões de pessoas têm em sua fé o paradigma de suas convicções e práticas. Corre-se o risco de repetir o erro dos antigos partidos comunistas, que exigiam dos novos militantes profissão de fé no ateísmo.
Reforçam o fundamentalismo cristão todos os que são indiferentes ao diálogo inter-religioso e consideram a sua igreja como a única verdadeira intérprete dos mandamentos e da vontade divinos e, por isso, deve quase que ser imposta aos demais. Por isso, é importante estabelecer os critérios éticos que propiciam a base sobre a qual as diferentes igrejas e religiões devem dialogar e somar esforços. São eles: a ética da libertação num mundo dominado por múltiplas opressões; a ética da justiça nessa realidade estruturalmente injusta; a ética da gratuidade nessa cultura mercantilista onde imperam o interesse e o negócio; a ética da compaixão num mundo marcado pela dor de tantas vítimas; a ética da acolhida, já que há tantas exclusões à nossa volta; a ética da solidariedade numa sociedade fortemente competitiva; a ética da vida num mundo ameaçado pelos sinais de morte na natureza e nos pobres.
O fundamentalismo é irmão gêmeo do moralismo. E o moralista de superfície e é capaz de ver o mosquito no olho alheio, como observou Jesus, sem atinar para a enorme trave no próprio olho. No caso de certos políticos imperiais, quem sabe a solução para a paz seja considerar a guerra um atentado ao pudor...
Hoje em dia
Não precisamos pensar
Não somos educados para isso
Mas para repetir, competir, comprar e produzir
A escola atual apenas informa
Ou quando muito adestra para um Mercado de Trabalho
Que nos consome, nos mecaniza, nos impessoaliza
E nos idiotiza
Se tivermos algum problema
Não pense, não reflita:
Pague sempre a um especialista
Aquele ser que sabe muito de muitíssimo pouco
E não percebe que, outras tantas vezes,
O problema é causado por causas outras que não as conhecidas por ele.
Pensar para quê?
Para quê refletir sobre a vida
Se temos a TV e, desta, temos o artista
Que - dizem - tem uma para ser seguida?
Pensar para quê, se o Pastor decide o certo e o errado
E então, que se pague a ele para continuar a apontar as falhas de todos
Pouco falando do perdão, para o bem destes (e de sua conta bancária)
Ler, então, para quê?
Para quê se cultivar?
Cultura, saber, pensar, nada disso dá dinheiro...
Aprender a roubar, a jogar e aparentar, isso sim
Traz fama, poder, dinheiro e festim
Deve ser por isso
Que quem pensa e expressa o pensando
É sempre agredido: ser diferente assusta... Se for diferente pensado, mais ainda....
Já foi dito, com verdade, que o ser humano é devorado por duas fomes: de pão e de espiritualidade. A fome de pão é saciável. A fome de espiritualidade, no entanto, é insaciável. É feita de valores intangíveis e não materiais como a comunhão, a solidariedade, o amor, a compaixão, a beleza, a arte, a abertura a tudo o que é digno e sagrado, o diálogo e a prece ao Criador.
Esses valores, secretamente ansiados pelos seres humanos, não conhecem limites em seu crescimento. Há um apelo infinito que lateja dentro de nós. Somente a abertura a um infinito que se compartilha e que se torna mais real pode nos fazer repousar. A excessiva centralização na acumulação e no desfrute de bens materiais acaba por produzir grande vazio e decepção. Foi o que concluíram analistas da universidade Lausanne. Algo em nós grita por algo maior e mais humanizador.
É nesta dimensão que se coloca a questão do sentido da vida. É uma necessidade humana encontrar um sentido coerente. O vazio e o absurdo produzem angústia e sentimento de estar só e desenraizado. Ora, a sociedade industrialista e consumista, montada sobre a razão funcional, colocou no centro o indivíduo e seus interesses particulares. Com isso, fragmentou a realidade, dissolveu qualquer cânon social, carnavalizou as coisas mais sagradas e ironizou ancestrais convicções, chamadas de “grandes narrativas”, consideradas metafísicas essencialistas, próprias de sociedades de outro tempo. Agora funciona o “anything goes”, o vale tudo dos vários tipos de racionalidade, de posturas e de leituras da realidade. Criou-se o relativismo que afirma que nada conta definitivamente.
A isso se chamou de pós-modernidade que para mim representa a fase mais avançada e decadente da burguesia rica mundial. Não satisfeita de destruir o presente, quer destruir também o futuro. Ela se caracteriza por um completo descompromisso de transformação e de um professado desinteresse por uma humanidade melhor. Tal postura se traduz por uma ausência declarada de solidariedade para com o destino trágico de milhões que lutam por terem uma vida minimamente digna, de poderem morar melhor do que os animais, de terem acesso aos bens culturais que lhes enriqueçam a visão do mundo. Nenhuma cultura sobrevive sem uma narrativa coletiva que confira dignidade, coesão, ânimo e sentido à caminhada coletiva de um povo. A pós-modernidade nega irracionalmente esta dado originário.
No entanto, por todas as partes do mundo, as pessoas estão elaborando significados para suas vidas e padecimentos, buscando estrelas-guias que lhes dêem um norte e lhes abram um porvir esperançador. Podemos viver sem fé, mas não sem esperança. Sem ela se esta está a um passo da violência, da banalização da morte e, no limite, do suicídio.
Ora as instâncias que historicamente representavam a construção permanente do sentido, entraram modernamente em erosão. Ninguém, nem o Papa, nem Sua Santidade o Dalai Lama podem dizer seguramente o que é bom ou mau para esta quadra planetária da história humana.
As filosofias e outros caminhos espirituais respondiam por esta demanda fundamental do humano. Mas elas, em grande parte, se fossilizaram e perderam o impulso criador. Sofisticam-se cada vez mais sobre o já conhecido, sempre de novo repensado e redito mas desfibradas de coragem para projetar novas visões, sonhos promissores e utopias mobilizadoras. Vivemos um “mal-estar da civilização”, semelhante àquele do ocaso do império romano, descrito por Santo Agostinho em “A Cidade de Deus”. Nossos “deuses” como os deles já não são mais críveis. Os novos “deuses” que estão despontando não são vigorosos o bastante para serem reconhecidos, venerados e lentamente ganharem os altares.
Estas crises só são superadas quando se fizer uma nova experiência do Ser essencial de onde se deriva uma espiritualidade viva. Vejamos alguns lugares onde os “novos deuses” se anunciam e uma nova percepção do Ser aparece.
Por mais críticas que lhe devemos fazer no seu aspecto econômico e político, a globalização é, antes de tudo, um fenômeno antropológico que se expressaria melhor por planetização: a humanidade se descobre uma espécie, habitando uma única Casa Comum, o planeta Terra, com um destino comum. Tal fenômeno vai exigir uma governança global para gestionar os problemas coletivos. É algo novo.
Os Fórums Sociais Mundiais que a partir do ano 2000 começaram a se realizar a partir de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, revelam uma particularíssima irrupção de sentido. Pela primeira vez na história moderna, os pobres do mundo inteiro, fazendo contraponto às reuniões dos super-ricos na cidade suiça de Davos, conseguiram acumular tanta força e capacidade de articulação que acabaram aos milhares se encontrando primeiro em Porto Alegre, depois em outras cidades do mundo, para apresentar suas experiência de resistência e de libertação, para trocar experiências de como criam microalternativas ao sistema de dominação imperante, como alimentam um sonho coletivo para gritar:um outro mundo é possível, um outro mundo é necessário. É algo novo.
Nas várias edições dos Fóruns Sociais Mundiais, em níveis regional e internacional, se notam os brotos do novo paradigma de humanidade, capaz de organizar de forma diferente a produção, o consumo, a preservação da natureza e a inclusão de toda a humanidade num projeto coletivo que garanta um futuro de vida e de esperança para todos. Dai a sua importância: do fundo do desamparo humano está emergindo uma fumaça que remete a um fogo interior do lixo ao qual foram condenadas as grandes maiorias da humandiade. Esse fogo é inapagável. Ele se transformará numa brasa e num clarão a iluminar um novo sentido para humanidade. Oxalá.
Leonardo Boff teólogo e filósofo é autor de Tempo de transcendência, Vozes 2010.
A cantora Paula Fernandes expressou publicamente que é Espírita. Isso foi o suficiente para ser hostilizada por "ex-fãs" de certas linhas evangélicas. Estas, agora, fazem campanha acirrada contra a cantora. Vamos analisar os fatos e pensar sobre eles.
Segundo a matéria da Folha de São Paulo Online, do dia 20 de fevereiro,
"Paula Fernandes, 28, declarou que segue o espiritismo em entrevista para o "Show Business", da Band e acabou gerando protesto nas redes sociais.
"Tenho comigo que só a doutrina espírita ou algo ligado a isso justifica muitas coisas que eu sinto, meu dom. Eu acho que a gente nunca está sozinho, eu não componho sozinha", disse ao apresentador João Doria Jr., no programa que foi ao ar no dia 21 de janeiro.
Um grupo de fiéis da Testemunha de Jeová se revoltou no Facebook e pediu o boicote do trabalho dela. "Agora descobri a porta que eu mesma tinha aberto para satanás, destruí prontamente o DVD que tinha dela", afirmou um usuário.
Através de sua perfil no Twitter, a cantora se manifestou na terça-feira (19): "O que a bíblia prega? Respeito ou preconceito? Viva a liberdade de expressão!"
Para começar, ninguém é obrigado a gostar deste ou daquele tipo de música, nem deste ou daquele artista, mas isso não dá direito a pretensos moralistas de destratar um ou outro, muito menos de os condenar por não se adequarem aos "modelos" ou premissas do julgador que, ao menos, deveria estar em um patamar de exemplificação impecável. Além do mais, este ou aquele artista tem todo o direito de ter sua própria liberdade e autonomia de pensamento, sem pedir licença a quem se julga superior. Em segundo lugar, o motivo da polêmica é o mais infantil possível: a contrariedade por alguém não pensar como eles acham que se deveria pensar ou crer. A perseguição e o exclusivismo de certas seitas a tudo o que eles consideram "errado" raia ao ridículo e ao fanatismo (intercambiáveis entre si). Isso é especialmente verdadeiros entre os agressivos Testemunhas de Jeová e os pentecostalistas de um Malafaia e de um Edir Macedo, entre outros. Portanto, o problema, quando muito, é deles, Paulinha, deles e de suas lideranças néscias e verborrágicas e de conteúdo questionável, que projetam fora, nos outros, seus demônios internos.... Aliás, a citação contante, quase obsessiva, do demônio, de "Satanás" e coisas assim são uma marca da pregação e ataques destas seitas, mostrando que a tática do medo é mais forte que a do amor, do perdão e da compreensão. Na verdade, onde mais se fala tanta nesta negativa figura arquetípica do quem em certos cultos evangélicos? Já termos positivos como o de tolerância, então, e gratuidade, respeito e fraternidade com os de fora, nem pensar. Quanto as ações de preconceito, ignorância e, por vezes, ódio gratuito pelo mero ato da falta de reflexão, de estudo, de conhecer o outro, de imposição massiva de uma interpretação tendenciosa do que não conhecem, são exuberantes nos programas de televisão das "igrejas midiáticas" pentecostais. A própria intolerância em si parece ser um tipo de jogada para confinar o rebanho pelo mendo, e ter uma massa de manobra e poder - sobre isto, confira o excelente artigo do pastor e doutor em Ciências das Religiões, Ed René Kivitz, intitulado "O Evangelho dos Evangélicos". Apesar das tentativas mais retrógradas, dos "Planos de Poder", ainda vivemos, graças ao Bom Deus generoso e amoroso, que faz o Sol nascer sobre todos, em um democracia laica e não em uma fanática teocracia fundamentalista.
A agressão proselitista por parte de fanáticos, em especial os do televangelismo midiático de estilo pentecostalista espetaculoso, é tudo o que podem fazer para ampliar seu império, buscando impressionar o povo simples, já que não têm talento, não têm maturidade, muito menos moral para consolidarem-se de forma mais espiritual e elevada... Se dizem cristãos, mas a prática da caridade, do amor, da tolerância e da bondade, para não falar da exemplificação, foge de suas atitudes. Sobre as relações e implicações negativas do fundamentalismo (qualquer que seja sua vertente religiosa, política ou econômica), veja as excelentes reflexões do historiador e filósofo Leando Karnal no vídeo logo abaixo deste artigo. Não admitem o diferente, e muito menos o pensar diferente - veja-se sobre isso, uma entrevista do teólogo e historiador Bart D. Ehrman sobre o fundamentalismo cristão evangélico clicando aqui. E se precisam de um pastor para dizer o que pensar, já se vê que são mais gado do que gente com maturidade para uma madura autonomia pensante. Ademais, os espíritas não vivem enchendo a paciência de ninguém e são conhecidos pela caridade anônima que este povo, na sua linha fundamentalista, e seus pastores, que não as praticam. Em terceiro lugar, é surreal o fato de que certos evangélicos (porque existem os bons e esclarecidos e que nada têm a ver com os fanáticos que denigrem sua causa) só aceitam e gritam a liberdade de expressão quando é para eles mesmos, para difamarem, como diria Caetano, narcisicamente os outros por não serem seus espelhos. Mas se os outros, os atingidos, apontarem seus inúmeros erros, eles se fingem de vítimas de perseguição... Pura hipocrisia entre tantas outras de que são especialistas...
Ah, outra coisa, não menos importante: o IBGE demonstrou (e a Folha de São Paulo Online confirmou em editorial. Clique aqui para confirmar) que, dentre os grupos brasileiros, os dos espíritas é o que tem mais gente esclarecida, com maior tempo de estudos, quase todos com nível superior e pós, enquanto o dos pentecostais e radicais da ala evangélica é o que tem o menor. Então, Paulinha, fique sempre com a qualidade e não com a imbecilidade. Você não precisa pedir permissão a eles para ser você.
Carlos Antonio Fragoso Guimarães
Veja-se, agora, o discurso do filósofo e historiador Leandro Karnal sobre Religião e Fundamentalismo:
Segue a entrevista de Caio Fábio a Danilo Gentili sobre o vazio e exploração neopentecostal fundamentalista atual:
Não sou evangélico e vários de meus posts neste blog apresentam sérias críticas ao tipo de evangélico-midiático de estilo pentecostal fundamentalista, mas sempre reconheci que no meio protestante (especialmente os protestantes históricos) existem pessoas com grande inteligência e sensibilidade e que não compactuam com as atuais aberrações, verdadeiros mercadores da fé que se baseiam no espetáculo midiático, passando pela deturpação da mensagem de Cristo, para criarem impérios e empresas multinacionais bem materialistas. Tudo isso ligado ao terrível paradigma neoliberal e ao fim do estado de bem-estar social, levam as pessoas a se deixarem seduzir pelos primeiros picaretas que prometem ganhos e salvação fácil, montando uma falsa estrutura de apoio social em seitas chamadas de igrejas... Mas apoio e concordo com o pensamento de alguns lideres evangélicos que apresentam uma atitude equilibrada e crítica dentro deste movimento, como Caio Fábio de Araújo de Filho, Ed René Kivtz e o saudoso Nehemias Marien...
Agora, um dos maiores representantes destas seitas-empresas polêmicas, Silas Malafaia, vem sendo alvo de críticas crescente por vários setores da sociedade, inclusive por outras denominações evangélicas. No último dia 16 de fevereiro, o citado pastor, demonstrando que toda a sua base discursiva se funda na chamada "teologia da prosperidade" (especialmente a dele), durante mais uma inauguração de um dos templos de sua igreja "Vitória em Cristo", voltou a irritar até mesmos os evangélicos pela sua preferência por Mamom (o deus do dinheiro) ai afirmar que "quem não der a oferta, não sairá daqui abençoado" A foto abaixo apresenta o link para a petição destes evangélicos contra as sandices e imbecilidades que este "pastor" divulga como sendo a representação do pensamento evangélico nacional. Mais abaixo da foto, a resposta de um Doutor em Psicologia sobre os "psicologismos" deturpados do "pastor" Malafaia. Depois, um vídeo de uma Jurista - especialista em Direito -, desembargadora aposentada, também respondendo, na ótica jurídica, aos absurdos malafaianos... Após o último vídeo, um texto bastante lúcido de uma evangélica equilibrada sobre Malafaia. No final uma charge crítica aos modernos "mercadores da fé" que se pintam de cristãos.
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. " (Gálatas 5:22) Leia esse versículo e tente dar pelo menos uma dessas qualidades ao Malafaia. Simplesmente não dá. São inexistentes. Eu não preciso "pregar" um sermão altamente elaborado para chegar no óbvio do que é ser cristão, mas essas qualidades de personalidade e temperamento se somam com isso:
"A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo." (Tiago 1:27)
Eu poderia citar alguns versículos que dizem que os cristãos devem dividir suas riquezas, não acumular tesouros na Terra, blablablá, mas acho que isso qualquer pessoa sabe, mesmo que não tenha sido evangélica como eu fui.
O caso é: O Malafaia chama o Eli Vieira de "pseudodoutor" (de onde ele tirou isso é o mistério), mas ele que é o pseudopastor. Ele não se enquadra na parábola do bom pastor, não tem os frutos do espírito, não cuida dos órfãos e viúvas, não cuida dos pobres... ele apenas dedica sua vida a perseguir homossexuais.
Qualquer crente de vergonha não o considera um líder cristão digno de nada além de pesar. Se você está levando a sério QUALQUER coisa que esse homem diz, por favor dê uma repensada. Principalmente se você for cristão, porque o Malafaia é o exato tipo de líder religioso que Jesus advertiu que apareceria "no fim dos tempos".
Sei que todos os meus amigos católicos e evangélicos são pessoas lindas, inteligentes e que não se misturam com o joio, mas se ainda tiver alguém no meu perfil que não é desse jeito, releia as 3 passagens citadas aqui e reflita sobre o seu Cristianismo. "A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo." (Tiago 1:27) Eu poderia citar alguns versículos que dizem que os cristãos devem dividir suas riquezas, não acumular tesouros na Terra, blablablá, mas acho que isso qualquer pessoa sabe, mesmo que não tenha sido evangélica como eu fui.
O caso é: O Malafaia chama o Eli Vieira de "pseudodoutor" (de onde ele tirou isso é o mistério), mas ele que é o pseudopastor. Ele não se enquadra na parábola do bom pastor, não tem os frutos do espírito, não cuida dos órfãos e viúvas, não cuida dos pobres... ele apenas dedica sua vida a perseguir homossexuais. Qualquer crente de vergonha não o considera um líder cristão digno de nada além de pesar. Se você está levando a sério QUALQUER coisa que esse homem diz, por favor dê uma repensada. Principalmente se você for cristão, porque o Malafaia é o exato tipo de líder religioso que Jesus advertiu que apareceria "no fim dos tempos". Sei que todos os meus amigos católicos e evangélicos são pessoas lindas, inteligentes e que não se misturam com o joio, mas se ainda tiver alguém no meu perfil que não é desse jeito, releia as 3 passagens citadas aqui e reflita sobre o seu Cristianismo.
Quando o escritor francês Victor Hugo (1802-1885) publicou se clássico livro Les Misérables em 1865, simultaneamente na Europa e no Brasil, seu nome já era considerado como um dos maiores romancistas do século XIX, sendo um dos máximos expoentes do romantismo. Contudo, muito mais que um novelista, Hugo foi um pensador sensível da dor da vida, da dor humana, retratando em seus enredos toda a miséria e potencial capacidade de superação, amor e redenção de que os seres humanos são capazes além da exploração e exclusão social que eles mesmos provocam. Victor Hugo transformava em romance aquilo que Paulo Freire transformava em reflexão epistemológica em seus escritos sobre a Pedagogia do Oprimido e da Autonomia...
Em Les Misérables, Hugo faz da história do condenado Jean Valjean e Cosette, Javert e outros, um hino sofrido mas sensível ao poder humano de sonhar e lutar pela justiça social, de transcender as mais duras e cruéis situações a que as criaturas podem ser lançadas pela ação do próprio homem bastando, para isso, muitas vezes tão somente uma mão amiga para se transformar o modo de ver a vida. E esta mensagem belíssima foi captada e adaptada com perfeição pelo musical - na verdade, uma ópera modernizada - Les Misérables, composto por Claude-Michel Schöenberg e estreada em Paris em 1980. A partir de então, este musical rodou o mundo, sempre com casa cheia. Agora, a beleza da obra de Hugo e a sensibilidade musical de Schöenberg são novamente harmonizadas na linguagem do cinema, resultando em um dos filmes mais sublimes dos últimos anos: The Miserables - Os Miseráveis, dirigido por Tom Hooper, de 2012.
A clássica história de Victor Hugo, nas palavras bem apropriadas de Mirza Porto, explora as dualidades entre dor e alegria, amor sagrado e profano, a necessidade de lutas por mudanças em um mundo cruel, desumano, egoísta que esmaga revoluções, mas que, ainda assim, estas devem ser tentadas, refeitas, sem nunca perdermos o foco do ideal mesmo - e principalmente - em situações desesperadoras. O final mostra a esperança mesmo no que não parece ter sentido (mas tendo, de fato) e é apresentado a transitoriedade da vida que se renova em outro estágio de existência: um moribundo Jean Valjean (Hug Jackman) diz que quer voltar para casa.... e é acolhido pelo espírito agradecido de Fantine (Anne Hathaway) e todos os heróis se juntam para cantar o amor pela evolução (e revolução) ante todas as misérias humanas...
No elenco, temos um Hugh Jackman maduro, perfeitamente sintonizado com o trágico e heróico papel de Jean Valjean, bem como uma convicente Anne Hathaway no papel de uma tocante e delicada Fantine. O mesmo se pode dizer dos demais atores e atrizes da trama: Samantha Barks, no papel de uma sensível Eponine; Amanda Seyfried, no papel de Cosette, Eddie Redemayne, com uma bela voz de tenor, no papel de Marius. O humorista Sacha Baron Cohen. o Borat, também está à vontade no papel do vigarista Thenadier e Russel Crowe, o eterno Gladiador, embora com uma voz não muito favorável ao canto, traz humanidade à figura às vezes infame, às vezes patética, mas extremamente lúcido da metáfora do homem que se deixa endurecer ao se transformar em um burocrata do sistema explorador, no papel do policial Javert.
Com uma fotografia belíssima e uma montagem visual impressionante, a mensagem final de espiritualidade e luta pela transformação de uma realidade opressora dentro das capacidades das pessoas humanas, sujeitos que são de sua própria história, se faz um belo contraponto e um estímulo de esperança à mudança nestes nossos dias de crueldade neoliberal e imbecilidade midiática galopante...
Os Miseráveis, enfim, é um filme que merece ser visto no cimena e revisto em casa... Deve ser sentido, pensado, refletido... É uma dessas obras que tocam fundo em várias das várias dimensões que compõem o ser humano...
Em Campina Grande, na Paraíba, há 22 edições, se faz o Encontro da Nova Consciência, um contraponto ao Carnaval, onde pessoas e representantes de várias correntes filosóficas e religiosas, bem como da ciência, se encontram para debater e trocar ideias sobre temas de interesse global. Contudo, o sucesso deste evento despertou a ira e a inveja de setores conservadores de religiões tradicionais, especialmente evangélicos (mas também católicos ultra-conservadores). Eles, então, se mexeram, envolveram políticos da bancada evangélica, fizeram suas chantagens e criaram um evento paralelo, de cunho fundamentalista, chamado Encontro da Consciência Cristã. Sobre isto, a riqueza do Encontro para a Nova Consciência e a formação da reação retrógrada, veja-se o vídeo abaixo, com um dos criadores do Encontro para a Nova Consciência e pesquisador da diversidade de pensamento. Adiante, após o vídeo, traçaremos outras considerações:
O movimento dos evangélicos tradicionalistas aumentando sua influência em um estado que deveria ser laico, portanto, respeitoso mas não associado a interesses de setores religiosos, é cada vez mais percebido no avanço conservador na política. Aspectos fundamentalistas que surgiram para barrar a florescência de uma discussão ecumênia em Campina Grande para, em seu lugar, impor uma forte movimentação conservadora tem forte cunho político e é ilustração de um fenômeno próprio do neoliberalismo que se enraizou no Brasil em especial após Collor e FHC: o crescimento de uma espécie de fascismo de direita que tem sua própria expressão religiosa nos chamdos NEOCONS, neo conservadores. Internacionalmente, os governos Reagan e Teacher, nos EUA e Reino Unido, e, mais recentemente, o governo de George W. Bush disto foram exemplos, e a reação conservadora dos republicamos, com sua ala ultra-reacionária chamada de Tea Party, a tentativas de implantação de políticas de bem-estar social no governo de Barak Obama também o é.
A expressão Neocon agrassa no Brasil de forma bastante clara nos chamados movimentos neopentecoistas, ligados a segmentos políticos ultra-consercadores, de direita. A chamada Teologia da Prosperidade, a mais prsente nos cultos midiáticos, caracterizada pelas promessas de vantagens e ganhos relativamente fáceis das "Igrejas Midiáticas", lideradas por gente como Malafaia, Macedo, Soares e Valdemiro, que buscam o proselitismo a todo custo, fazendo da religião um comércio e deturpando a mensagem original de Cristo, com seus aspectos egoistas, imediatistas e exclusivistas contra o aspeco da fraternidade, solidariedade e partilha, fica em bem claro nesta charge abaixo:
Para compreender as origens, objetivos e modo de ação do chamado "fascismo cristão" ou "cristo-fascismo", segue um artigo de Chris Hedges, teólogo e jornalista norte americano (no final, um vídeo do teólogo Caio Fábio falando da contovertida entrevista de Silas Mafala a Marília Gabriela, demonstrando que não existe unanimidade sequer no meio evangélico sobre a exploração existente em certas seitas pentecostais). Obs. O que ele escreve sobre o crescimento fundamentalista-fascista nos EUA (especialmente as táticas de manipulação midiática com distorção de informações da ciência) também serve para o que ocorre atualmente no Brasil:
EUA:O fascismo cristão está cada vez mais forte
Chris Hedges (*)
Dezenas de milhões de cidadãos estadunidenses, reunidos em um movimento difuso e rebelde conhecido como a direita cristã, começam a desmantelar o rigor científico e intelectual do Iluminismo. Eles estão a criar um Estado teocrático, baseado na lei bíblica, e buscam aniquilar a todos aqueles que definem como inimigos. Esse movimento, que vai cada vez mais se aproximando ao fascismo tradicional, procura forçar um mundo recalcitrante à submissão ante uma América imperial. Ele defende a erradicação dos “desviantes sociais”, a começar pelos homossexuais, e avança sobre os imigrantes, os humanistas seculares, feministas, judeus, muçulmanos e aqueles que rejeitam como "cristãos nominais", como são denominados os fiéis que não aceitam a sua interpretação pervertida e herética da Bíblia. Os que se opõem a este movimento de massas são condenados por constituírem uma ameaça à saúde e higiene do país e da família. Todos devem ser expurgados.
Os seguidores das religiões desviantes, do judaísmo ao islamismo, deverão ser convertidos ou reprimidos. Os meios de comunicação desviantes, as escolas públicas desviantes, a desviante indústria do entretenimento, os desviantes governos e judiciários seculares e humanistas e as igrejas desviantes serão enquadradas, ou fechadas. Haverá uma promoção implacável de "valores cristãos", que já ocorre nas cadeias de rádios e televisões cristãs e nas escolas cristãs, com informações e fatos sendo substituídos por formas abertas de doutrinação. A marcha em direção a essa terrível distopia já começou. Isso está acontecendo nas ruas do Arizona, nos canais de notícias a cabo, nos comícios do Tea Party, nas escolas públicas texanas, entre membros de milícias e no interior de um Partido Republicano que está sendo açambarcado por estes lunáticos.
Elizabeth Dilling, que escreveu "The Red Network" (A Rede Vermelha) e foi simpatizante do nazismo, é leitura recomendada por apresentadores de TV trash-talk como Glenn Beck. Thomas Jefferson, que favoreceu a separação entre igreja e estado, é ignorado nas escolas cristãs e em breve será ignorado nos livros das escolas públicas do Texas. A direita cristã passou a saudar a contribuição "significativa" da Confederação sulista [que reunia os estados separatistas durante a Guerra Civil]. O senador Joseph McCarthy, que comandou a caça às bruxas anticomunista na década de 1950, foi reabilitado, e o conflito entre Israel e a Palestina é definido como parte da luta mundial contra o terror islâmico. Leis semelhantes às recém-aprovadas Jim Crow [conjunto de leis que definiam a segregação racial nos EUA] do Arizona estão em discussão em 17 outros estados do país.
A ascensão do fascismo cristão, que temos ignorado por nossa conta e risco, é alimentada por uma classe dirigente liberal[1] ineficaz e falida, que tem se mostrado incapaz de reverter o desemprego crescente, proteger-nos dos especuladores da Wall Street, ou salvar a nossa desafortunada classe trabalhadora das retomadas de casas hipotecadas, da falência pessoal e da miséria. A classe dirigente revelou-se inútil na luta contra o maior desastre ambiental da nossa história, incapaz de encerrar caras e inúteis guerras imperiais ou de parar a pilhagem do país por suas empresas. A covardia dessa classe dirigente e os valores que ela representa acabaram por se tornar injuriados e odiados.
Os democratas se recusaram a revogar as graves violações ao direito internacional e nacional transformadas em lei pela administração Bush. Isto significa que, quando o fascismo cristão ascender ao poder, terá à disposição as ferramentas legais para espionar, capturar, negar habeas corpus e torturar ou assassinar cidadãos estadunidenses, como faz o governo Obama.
As pessoas que vivem no mundo real muitas vezes imaginam que essa massa de descontentes é constituída por bufões e imbecis. Eles não levam a sério aqueles que, como Beck, cultivam seus desejos primitivos de vingança, nova glória e de renovação moral. Os críticos do movimento continuam a empregar as ferramentas da razão, da pesquisa e dos fatos para contestar os absurdos propagados pelos criacionistas, que crêem que boiarão pelados no céu quando Jesus retornar à Terra. O pensamento mágico, a interpretação flagrantemente distorcida da Bíblia, as contradições abundantes em seu conjunto de crenças e a pseudociência ridícula são, no entanto, impermeáveis à razão. Não podemos convencer aqueles que se engajam nesse movimento a despertar. Nós é que estamos a dormir.
Aqueles que abraçam este movimento veem a vida como uma batalha épica contra as forças do mal e do satanismo. O mundo é em preto-e-branco. Eles precisam ver-se, mesmo que imaginariamente, como vítimas cercadas por bandos sombrios e sinistros empenhados na sua destruição. Eles precisam crer que conhecem a vontade de Deus e podem cumpri-la, principalmente através da violência. Eles precisam santificar sua raiva, uma raiva que está no cerne da ideologia. Eles buscam a dominação cultural e política total. Eles estão usando o espaço que a sociedade lhes oferece para destruí-la. Estes movimentos trabalham dentro das regras estritas do Estado secular porque não têm escolha. A intolerância que promovem é suavizada em público por seus operadores mais sagazes. Uma vez que reúnam energia suficiente, e eles estão a trabalhar duramente para obtê-la, tal cooperação desaparecerá. Em seus templos, fica evidente a ideia de construção de uma nação cristã baseada em controle total sobre os indivíduos e na recusa a permitir que qualquer dissidência se manifeste explicitamente. Estes pastores criaram, dentro de suas igrejas, pequenos feudos despóticos, e buscam replicar essas pequenas tiranias em uma escala maior.
Muitas dessas dezenas de milhões de pessoas que hoje se encontram na direita cristã vivem no limite da pobreza. A Bíblia, interpretada por pastores cuja conexão direta com Deus os coloca à prova de questionamentos, é o seu manual para a vida diária. A rigidez e simplicidade de suas crenças são armas potentes na luta contra seus próprios demônios e no combate diário pela sobrevivência. O mundo real, no qual Satanás, os milagres, o destino, os anjos e a magia não existem, golpeia-os como a troncos de árvore em um rio. Leva seus empregos e destroi o seu futuro. Este mundo apodreceu as suas comunidades e inundou as suas vidas com álcool, drogas, violência física, privação e desespero. E então eles descobriram que Deus tem um plano para eles. Deus vai salvá-los. Deus intervirá em suas vidas para promovê-los e protegê-los. A distância emocional que separa o mundo real do mundo da fantasia cristã é imensa. E as forças seculares e racionais, aquelas que falam a língua dos fatos e dados, são odiadas e temidas, em última instância, porque puxam os fiéis de volta para a “cultura da morte” que quase os destruiu.
Há contradições selvagens neste sistema de crenças. A independência pessoal é exaltada ao lado de uma subserviência abjeta aos líderes que afirmam falar por Deus. O movimento diz que defende a santidade de vida e defende a pena de morte, o militarismo, a “guerra justa” e o genocídio. Ele fala de amor e promove o medo da condenação e o ódio. Há uma dissonância cognitiva aterrorizante em cada palavra que proferem.
O movimento é, para muitos, um salva-vidas emocional. É tudo o que os une. Mas a ideologia, que rege e ordena suas vidas, é impiedosa. Aqueles que dela se desviam, como "apóstatas" que deixam as organizações da igreja, são marcados como heréticos e submetidos a pequenas inquisições, que surgem como conseqüência natural de movimentos messiânicos. Se o fascismo cristão vier a conquistar os poderes republicanos, as pequenas inquisições pouco a pouco se tornarão grandes.
O culto da masculinidade permeia o movimento. Os crentes são levados a pensar que o feminismo e homossexualidade tornaram o homem estadunidense física e espiritualmente impotente. Jesus, para a direita cristã, é um vigoroso homem de ação, que expulsa demônios, luta contra o Anticristo, ataca hipócritas e castiga os corruptos. Este culto da masculinidade, com sua glorificação da violência, é profundamente atraente para aqueles que se sentem impotentes e humilhados. Ele transmite a raiva que levou muitas pessoas para os braços do movimento. Ele os incita a chicotear aqueles que, dizem, procuram destruí-los. A paranóia sobre o mundo exterior é alimentada através de bizarras teorias da conspiração, muitas delas defendidas em livros como o de Pat Robertson, “The New World Order", uma tirada xenófoba que inclui ataques contra os liberais e as instituições democráticas.
A obsessão com a violência permeia os romances populares como o escrito por Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins. Em seu apocalíptico “Glorious Appearing” (Glorioso Aparecimento), baseado na interpretação própria de LaHaye das profecias bíblicas sobre o Segundo Advento, Cristo volta e estripa a carne de milhões de não-crentes com o som de sua voz. Há descrições longas de horror e sangue, de como “as palavras do Senhor haviam superaquecido seu sangue, fazendo com que estourassem suas veias e pele. Olhos se desintegraram. Línguas derreteram. A carne se dissolveu.” A série Left Behind (Deixados para Trás), à qual pertence este romance, é a mais vendida para adultos no país.
A violência deve ser usada para purificar o mundo. Os fascistas cristãos são chamados a um permanente estado de guerra. “Qualquer ensinamento de paz antes do retorno [de Cristo] é uma heresia...” diz o televangelista James Robinson.
Os desastres naturais, ataques terroristas, a instabilidade em Israel e até mesmo as guerras no Iraque e no Afeganistão são vistos como indícios gloriosos. Os fiéis insistem que a guerra no Iraque está prevista no nono capítulo do Apocalipse, onde quatro anjos “que estão presos no grande rio Eufrates serão libertados, para matar a terça parte dos homens.” A marcha é inevitável e irreversível e exige que todos estejam prontos para lutar, matar e talvez morrer. A guerra mundial, até mesmo nuclear, não é para ser temida, mas sim celebrada como precursora do Segundo Advento. À frente dos exércitos vingadores virá um bravo e violento Messias que condenará centenas de milhões de apóstatas a uma morte terrível e horripilante.
A direita cristã, enquanto abraça o primitivismo, procura legitimar suas mitologias absurdas nos marcos do direito e da ciência. Seus membros o fazem, a despeito de suas idéias retrógradas, porque se constituem em movimento totalitário distintamente moderno. Eles tratam de cooptar os pilares do Iluminismo, a fim de aboli-lo. O criacionismo, ou o “projeto inteligente”, assim como a eugenia para os nazistas ou a “ciência” soviética de Stalin, deve ser introduzido no mainstream como uma disciplina científica válida – daí, portanto, a reescrita dos livros didáticos. A direita cristã defende-se no jargão jurídico-científico da modernidade.
Fatos e opiniões, a partir do momento em que são utilizados “cientificamente” para apoiar o irracional, tornam-se intercambiáveis. A realidade não é mais baseada na coleta de fatos e provas, e sim, baseada em ideologia. Fatos são alterados. Mentiras se tornam verdades. Hannah Arendt chamou a isso “relativismo niilista”, embora uma definição mais adequada pudesse ser “insanidade coletiva”.
A direita cristã tem, assim, o seu próprio corpo de “cientistas” criacionistas que usam a linguagem da ciência para promover a anticiência. Ela lutou, com sucesso, para ter seus livros criacionistas vendidos em livrarias como a do parque nacional do Grand Canyon e ensinados nas escolas públicas de estados como Texas, Louisiana e Arkansas. O criacionismo molda a visão de centenas de milhares de estudantes nas escolas e faculdades cristãs. Esta pseudociência alega ter provado que todas as espécies animais, ou pelo menos seus progenitores, couberam na arca de Noé. Contesta as pesquisas sobre a AIDS e a prevenção da gravidez. Ela corrompe e desacredita as disciplinas de biologia, astronomia, geologia, paleontologia e física.
No momento em que os criacionistas podem argumentar em pé de igualdade com geólogos, afirmando que o Grand Canyon não foi criado há 6.000.000.000 de anos, e sim há 6.000 pela grande enchente que ergueu a arca de Noé, estamos perdidos. A aceitação da mitologia como uma alternativa legítima à realidade é um duro golpe para o Estado racional e secular. A destruição dos sistemas de crença racional e empiricamente fundamentados é essencial para a criação de todas as ideologias totalitárias. A certeza, para aqueles que não podem lidar com as incertezas da vida, é um dos apelos mais poderosos do movimento. A desapaixonada curiosidade intelectual, com suas correções constantes e sua eterna procura de provas, é uma ameaça às certezas. Por isso, a incerteza deve ser abolida.
“O que convence as massas não são fatos”, Arendt escreveu nas “Origens do Totalitarismo”, “nem sequer a invenção dos mesmos, mas apenas a coerência do sistema de que presumivelmente fazem parte. A repetição, com sua importância um pouco exagerada devido à crença difundida na capacidade inferior das massas de compreender e lembrar, é importante porque as convence de que há uma consistência ao longo do tempo”.
Santo Agostinho definiu a graça do amor como Volo ut sis – Desejo que sejas. Há – escreveu – uma afirmação do mistério do outro nas relações baseadas no amor, uma afirmação de diferenças inexplicáveis e insondáveis. As relações baseadas no amor reconhecem que os outros têm o direito à existência. Essas relações aceitam a sacralidade da diferença. Esta aceitação significa que nenhum indivíduo ou sistema de crenças apreende ou defende uma verdade absoluta. Todos se esforçam, cada um à sua maneira, uns fora dos sistemas religiosos e outros dentro deles, para interpretar o mistério e a transcendência.
A sacralidade do outro é um anátema para os cristãos de direita, que não reconhecem a legitimidade de outras formas de ser e de pensar. Caso se reconheça que outros sistemas de crenças, inclusive o ateísmo, têm uma validade moral, a infalibilidade da doutrina do movimento, que constitui o seu principal apelo, é destruída. Não pode haver formas alternativas de pensar ou de ser. Todas as alternativas devem ser esmagadas.Debates teológicos, ideológicos e políticos são inúteis com a direita cristã. Ela não responde a um diálogo. É impermeável ao pensamento racional e à discussão.
As tentativas ingênuas de aplacar um movimento voltado à nossa destruição, através de provas de que nós, também, temos "valores", só reforça a sua legitimidade e a nossa própria fraqueza. Se não temos o direito de ser, se nossa existência não é legítima aos olhos de Deus, não pode haver diálogo. A esta altura, trata-se de uma luta pela sobrevivência.As pessoas arregimentadas para o fascismo cristão lutam desesperadamente para sobreviver em um ambiente cada vez mais hostil aos seus olhos. Nós falhamos e estamos em dívida para com eles e não o contrário: esta é sua resposta. As perdas financeiras, o enfrentamento da violência doméstica e sexual, a luta contra os vícios, a pobreza e o desespero que muitas delas têm de suportar são trágicas, dolorosas e reais. Elas têm direito à sua raiva e alienação. Mas elas também estão sendo usadas e manipuladas por forças que buscam desmantelar o que resta da nossa democracia e eliminar o pluralismo que um dia foi um marco da nossa sociedade.
A faísca que poderá atear as chamas deste movimento pode estar adormecida nas mãos de uma pequena célula terrorista islâmica. Pode estar nas mãos de gananciosos especuladores de Wall Street que jogam com dinheiro do contribuinte no elaborado sistema global do capitalismo de cassino. O próximo ataque catastrófico, ou o colapso econômico seguinte, podem ser o nosso incêndio do Reichstag[2]. Pode vir a ser a desculpa empregada por essas forças totalitárias, este fascismo cristão, para extinguir o que resta da nossa sociedade aberta.Não nos deixemos ficar humildemente aos portões da cidade, esperando que os bárbaros apareçam. Eles já estão chegando. Eles estão indo tranquilamente para sua Belém. Deitemos fora nossa complacência e nosso cinismo.
Desafiemos abertamente o establishment liberal, que não irá nos salvar, para exigir e lutar por reparações econômicas para a nossa classe trabalhadora. Vamos reintegrar esses despossuídos em nossa economia. Vamos dar-lhes uma esperança real para o futuro. O tempo está se esgotando. Se não agirmos, os fascistas estadunidenses, empunhando cruzes cristãs, agitando bandeiras nacionais e orquestrando corais do Juramento à Bandeira[3], usarão essa raiva para nos destruir a todos.
O Conselho Federal de Psicologia se posiciona contrariamente às declarações do pastor Silas Malafaia. Líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo foi entrevistado durante programa exibido pelo SBT no último domingo
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta publicamente seu repúdio às declarações do líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, feitas no último domingo (3/2), durante um programa de entrevistas exibido pelo SBT. Em sua participação, o pastor evangélico agrediu a perspectiva dos Direitos Humanos a uma cultura de paz e de uma sociedade que contemple a diversidade e o respeito à livre orientação – objetos da atuação da Psicologia, que se pauta na defesa da subjetividade das identidades.
As declarações de Malafaia, que é graduado em Psicologia, afrontam a construção das lutas da categoria ao longo dos anos pela defesa da diversidade. É lamentável que exista um profissional que defenda uma posição de retrocesso que chega a ser quase inquisitório, colocando como vertentes do seu pensamento a exclusão e o preconceito na leitura dos Direitos Humanos.
Ao alegar que a homossexualidade é uma questão de comportamento, o pastor se mostra contrário às bandeiras levantadas pela Psicologia, especialmente no que tange a Resolução CFP nº 001/99, estabelece normas de conduta profissional para o psicólogo na abordagem da orientação sexual, visando garantir um posicionamento de acordo com os preceitos éticos da profissão e a fiel observância à promoção dos direitos humanos. Considera que a homossexualidade não constitui doença, desvio ou perversão, posto que diferentes modos de exercício da sexualidade fazem parte das possibilidades de existência humana.
O dispositivo busca contribuir para o desaparecimento das discriminações em torno de práticas homoeróticas e proíbe as psicólogas (os) de proporem qualquer tratamento ou ação a favor de uma ‘cura’, ou seja, práticas de patologização da homossexualidade. Infelizmente, nada disso soa em consonância com o discurso de Silas Malafaia.
A Resolução declara, ainda, que é um princípio da (o) psicóloga (o) o respeito à livre orientação sexual dos indivíduos e o apoio à elaboração de formas de enfrentamento no lidar com as realidades sociais de maneira integrada. É dever do profissional de Psicologia fornecer subsídios que levem à felicidade e o bem-estar das pessoas considerando sua orientação sexual.
Esse tipo de manifestação da homofobia na sociedade brasileira contribui para a violação dos direitos humanos de parcela significativa da população. Vale lembrar que esses tipos de casos resultaram, no ano de 2011, em 278 assassinatos motivados por orientação sexual, de acordo com o Disque Direitos Humanos (Disque 100).
Dessa forma, podemos entender que a construção sócio-histórica da figura do homossexual como anormal que precisa ser corrigido e, por vezes, exterminado para a manutenção dos valores e do bem estar social, ainda se faz presente em nossa sociedade. Entretanto, a violência destinada a sujeitos que têm suas sexualidades consideradas como ‘desviantes’ não se resume a agressões e assassinatos. De fato, tais manifestações só se tornam possíveis a partir de uma rede de discursos que os colocam como inferiores, vítimas de sua própria existência. Esses discursos e práticas são, então, ações de extermínios de subjetividades indesejadas.
Com base nessa realidade, é também uma tarefa da Psicologia contribuir para o enfrentamento da homofobia e suas repercussões sociais. A importância dessa ação é tanta, que em novembro de 2012 o CFP assinou um termo de cooperação com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) para tratar do tema por meio de Comitês de Enfrentamento à Homofobia e da Campanha Faça do Brasil um Território Livre da Homofobia.
A atitude desrespeitosa de Malafaia com homossexuais ressalta um tipo de comportamento preconceituoso que não se insere, em hipótese alguma, no tipo de sociedade que a Psicologia vem trabalhando para construir com outros atores sociais igualmente sensíveis e defensores dos Direitos Humanos. O Brasil só será um país democrático, de fato, se incorporar valores e práticas para uma cidadania plena, sem nenhum tipo de discriminação.
CFP
Obs.: Alguns psicólogos e muitos internautas estão propondo a cassação do registro de psicólogo de Silas Malafaia junto ao Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro. Se você estiver interessado em assinar a petição, o link (com o esclarecimento dos motivos para isso) é este: Pela cassação do registro de Psicólogo do Sr. Silas Malafaia
O tema do cuidado é, nos últimos tempos, cada vez mais recorrente na reflexão cultural. Primeiramente, foi veiculado pela medicina e pela enfermagem, pois representa a ética natural destas atividades. Depois foi assumido pela educação e pela ética e feito paradigma por filósofas e teólogas feministas especialmente norteamericanas. Veem nele um dado essencial da dimensão da anima, presente no homem e na mulher. Produziu e continua produzindo uma acirrada discussão especialmente nos EUA entre a ética de base patriarcal centrada no tema da justiça e a ética de base matriarcal assentada no cuidado essencial.
Ganhou força especial na discussão ecológica, constituindo uma peça central da Carta da Terra. Cuidar do meio-ambiente, dos recursos escassos, da natureza e da Terra se tornaram imperativos do novo discurso. Por fim, viu-se o cuidado como definição essencial do ser humano, como é abordado por Martin Heidegger em Ser e Tempo recolhendo uma tradição que remonta aos gregos, aos romanos e aos primeiros pensadores cristãos como São Paulo e Santo Agostinho.
Constata-se, outrossim, que a categoria cuidado vem ganhando força sempre que emergem situações críticas. É ele que impede que as crises se transformem em tragédias fatais.
A Primeira Grande Guerra (1914-1918), desencadeada entre países cristãos, destruirá o glamour ilusório da era vitoriana e produziu profundo desamparo metafísico. Foi quando Martin Heidegger (1889-1976) escreveu seu genial Ser e Tempo (1929), cujos parágrafos centrais (§ 39-44) são dedicados ao cuidado como ontologia do ser humano.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), despontou a figura do pediatra e psicólogo D. W. Winnicott (1896-1971) encarregado pelo governo inglês para acompanhar crianças órfãs ou vítimas dos horrores dos bombardeios nazistas sobre Londres. Desenvolveu toda uma reflexão e uma prática ao redor dos conceitos de cuidado (care), de preocupação pelo outro (concern) e de conjunto de apoios a crianças ou a pessoas vulneráveis (holding), aplicáveis também aos processos de crescimento e de educação.
Em 1972 o Clube de Roma lançou o alarme ecológico sobre o estado doentio da Terra. Identificou a causa principal: o nosso padrão de desenvolvimento, consumista, predatório, perdulário e totalmente sem cuidado para com os recursos escassos da natureza e os dejetos produzidos. Depois de vários encontros organizados pela ONU a partir dos anos 70 do século passado, chegou-se à proposta do um desenvolvimento sustentável, como expressão do cuidado humano pelo meio ambiente mas centrado especialmente no aspecto econômico.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) elaboraram em 1991 uma estratégia minuciosa para o futuro do planeta sob o signo Cuidando do Planeta Terra (Caring for the Earth 1991). Ai se diz: A ética do cuidado se aplica tanto a nível internacional como a níveis nacional e individual; nenhuma nação é autossuficiente; todos lucrarão com a sustentabilidade mundial e todos estarão ameaçados se não conseguirmos atingi-la.
Em março de 2000, recolhendo esta tradição, termina em Paris, depois de oito anos de trabalho a nível mundial, a redação da Carta da Terra. A categoria sustentabilidade, cuidado ou o modo sustentável de viver constituem os dois eixos articuladores principais do novo discurso ecológico, ético e espiritual. Em 2003 a UNESCO assumiu oficialmente a Carta da Terra e a apresentou como um substancial instrumento pedagógico para a construção responsável de nosso futuro comum.
Em 2003 os Ministros ou Secretários do meio ambiente dos países da América Latina e do Caribe elaboram notável documento Manifesto pela vida, por uma ética da sustentabilidade onde a categoria cuidado é incorporada na ideia de um desenvolvimento para que seja efetivamente sustentável e radicalmente humano.
O cuidado está especialmente presente nas duas pontas da vida: no nascimento e na morte. A criança sem o cuidado não existe. O moribundo precisa do cuidado para sair decentemente desta vida.
Quando desponta alguma crise num grupo gerando tensões e divisões, é a sabedoria do cuidado o caminho mais adequado para ouvir as partes, favorecer o diálogo e buscar convergências. O cuidado se impõe quando irrompe alguma crise de saúde que exige internação hospitalar. O cuidado é posto em ação por parte dos médicos, médicas, dos enfermeiros e enfermeiras, decidindo sobre o que melhor fazer.
O cuidado é exigido em praticamente todas as esferas da existência, desde o cuidado do corpo, da vida intelectual e espiritual, da condução geral da vida até ao se atravessar uma rua movimentada, Como já observava o poeta romano Horácio, “o cuidado é aquela sombra que nunca nos abandona porque somos feitos a partir do cuidado”.
Hoje dada a crise generalizada seja social seja ambiental, o cuidado torna-se imprescindível para preservarmos a integridade da Mãe Terra e salvaguardar a continuidade de nossa espécie e de nossa civilização.
Leonardo Boff é filósofo, ecologista, teólogo e escritor.
Segue, abaixo, o vídeo do geneticista Eli Vieira Araújo Júnior, doutorando em genética pela Universidade de Cambridge, Reino Unido, sobre as falácias, erros crassos e "cientificismos" do famoso Pastor Silas Malafaia....
Desmoralizando todas as afirmações preconceituosas e as invencionices "cientificistas" do citado pastor , a partir das colocações por este feitas na famosa entrevista (entrevista?) a Marília Gabriela, fica patente a verborragia vazia encobridora de preconceitos e posicionamentos puramente retrógrados do conhecido "religioso", representante da ignorância alienadora fundamentalista a imbecilizar, como praga, a sociedade...
Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos,disse:
2.Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés.
3.Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem.
4.Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo.
5.Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos.
6.Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos.
16.Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: Se alguém jura pelo templo, isto não é nada; mas se jura pelo tesouro do templo, é obrigado pelo seu juramento.
Obs.: Alguns pretensiosos estão discutindo que o geneticista que contestou Malafia nas afirmações cientificistas apenas quis aparecer e que dsicutir a sexualidade ao nível de genética é um reducionismo. Usam Freud, a complicada linguistica lacaniana e outros para dizer que a sexualidade tem pouco a ver com o biológico. Como se o freudismo, o lacanismo e o szekismo também não fossem reducionistas (na pansexualidade, na questão da linguagem, no culturalismo sem corpos)... não só reducionistas como tantas vezes verborrágicos.
Esquecem eles a multidimensionalidade humana (e dos seres vivos) e de que no caso em questão, foi dito absurdos preconceituosos , de cunho fundamentalista, sob a maquiagem de verdades científicas, incluindo-se a área da genética.
Não entenderam a simples reação - por sinal, necessária - de alguém de uma área científica (porque assim o é), de alguém que simplesmente estava respondendo à afirmações descabidas de um pretenso especialista que usou de pretensas pesquisas (ou falta de pesquisas) desta área, desta dimensão do complexo. Assim o fazendo, demonstrando os erros de Malafaia, o geneticista explicitou a tática usada de buscar engabelar, pela verborragia de um falastrão treinado em táticas de sugestão de massa, pessoas crédulas e com pouco senso crítico. O ato de crítica resposta poderia ter feito sociólogos, psiocólogos (e o Conselho Federal de Psicologia já repudiou formalmente Malafaia), filósofos, físicos e outro a se posicionarem ante o dito falastrão fundamentalista e seus falsos "informes" para justificar seus preconceitos, ódios e táticas de exploração.