sexta-feira, 1 de maio de 2020

Papa Francisco: que haja trabalho para todos. E que seja trabalho digno, não de escravo



Durante missa no Vaticano, o chefe da Igreja Católica diz que toda injustiça contra quem trabalha fere a dignidade humana
Reprodução
São Paulo – Ao rezar missa no Vaticano, na manhã desta sexta-feira, 1º), o Papa Francisco destacou a importância do trabalho como fator de dignidade humano e citou as várias modalidades de exploração, como o trabalho escravo e a má remuneração. “Que haja trabalho para todos, e trabalho digno, não de escravo.”
“Hoje, que é festa de São José operário, também Dia dos Trabalhadores, rezemos por todos os trabalhadores. Por todos. Para que não falte trabalho a nenhuma pessoa e todos sejam justamente retribuídos e possam gozar da dignidade do trabalho e da beleza do repouso”, afirmou Francisco.
Segundo o líder da Igreja Católica, o trabalho humano é vocação recebida e torna o homem semelhante a Deus, porque passa a ser capaz de criar. “O trabalho dá a dignidade. Dignidade tão espezinhada na história”, lamentou o papa.

Liberdade e proteção

“Também hoje há muitos escravos, escravos do trabalho para sobreviver: trabalhadores forçados, mal pagos, com a dignidade espezinhada. Tira-se a dignidade das pessoas”, acrescentou Francisco, citando os empregados diaristas, a trabalhadora doméstica a quem não se paga o que seria justo e não tem proteção social. “Toda injustiça que se faz ao trabalhador é espezinhar a dignidade humana.”
O papa citou o exemplo do trabalhador que certa vez disse a funcionário da Cáritas que receber pão não era suficiente, que ele queria trabalhar para ganhar o pão. E contou ter conversado há poucos dias com um empresário que não queria fazer dispensar porque “demitir apenas um seria como demitir a mim”.
Ele lembrou que ainda hoje muitos homens e mulheres que não são livres para trabalhar: “São obrigados a trabalhar, para sobreviver, nada mais. São escravos. São trabalhos forçados, injustos, mal pagos e que levam o homem a viver com a dignidade espezinhada. São muitos, muitos no mundo. A escravidão de hoje é a nossa indignidade.”

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