Brasil é denunciado por violação de direitos humanos e aumento da violência; além de não ouvir o discurso, governo brasileiro insinua componente político em argumentação
Bachelet fala à ONU aquilo que Bolsonaro se recusa a ouvir
Jornal GGN – A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, não só denunciou a violação dos direitos humanos no Brasil, como colocou o país entre os cerca de 30 locais no mundo onde existem preocupações.
“No Brasil, ataques contra defensores dos direitos humanos, incluindo assassinatos – muitos deles dirigidos a líderes indígenas – estão ocorrendo em um contexto de retrocessos significativos das políticas de proteção ao meio ambiente e aos direitos dos povos indígenas”, alertou Bachelet. “Também estão aumentando as tomadas de terras indígenas e afrodescendentes”, disse.
A representante da ONU também abordou o trabalho dos movimentos sociais e dos ataques sofridos por ONGs. Para Michelle Bachelet, estão aumentando os “esforços para deslegitimar o trabalho da sociedade civil e do movimento social”.
O governo brasileiro voltou a ser abordado a respeito durante a semana, em reunião que ocorreu em Genebra a portas fechadas entre a representante da ONU e a ministra Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos), onde Damares apresentou dados que supostamente indicavam avanços no setor de direitos humanos.
E como era de esperar, o discurso de Bachelet não foi acompanhado pela embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo – que, horas depois, fez um discurso duro contra Bachelet onde não só disse que a ex-presidente chilena estava sendo erroneamente aconselhada, como insinuou que parte da crítica tinha motivação política.
Em seu artigo no portal UOL, o jornalista Jamil Chade explicou que Bachelet já havia alertado a respeito do espaço cívico no Brasil no ano passado, o que gerou duras retaliações por parte do governo de Jair Bolsonaro.
Na ocasião, Bachelet criticou a violência policial no Brasil, e a resposta de Jair Bolsonaro foi com uma apologia ao general Augusto Pinochet, cujo regime matou o pai da ex-presidente do Chile, e a colocou em prisão e a torturou.
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