Não tardou muito para que os arautos dos interesses exclusivistas das elites brasileiras, como Rodrigo Constantino, viessem a criticar o Papa Francisco por suas críticas ao perverso sistema do capitalismo. O que esperar de uma das revistas mais sórdidas existentes? Mas a crítica ao Papa não vem só dos papagaios dos interesses do capital no Brasil. Também nos EUA o posicionamento de Francisco despertou o ódio dos neocons ultra conservadores, Sarah Palin à frente. Criticar o capitalismo é o mesmo que criticar a galinha dos ovos de ouro que os sustentam. Veja-se o artigo de Raul Juste Lores, correspondente da Folha de São Paulo em Wahington, publicado em 11 de dezembro:
Papa vira ‘vilão’ nos EUA após críticas ao capitalismo
Raul Juste Lores
“O papa Francisco se tornou o mais novo vilão entre os conservadores americanos, depois de ter criticado a ganância e as desigualdades do capitalismo.
Na semana passada, o radialista Rush Limbaugh, ícone do movimento Tea Party, chamou-o de marxista.
“Ele tritura o capitalismo e a América, e o Obama tem orgasmos só de ouvi-lo”, afirmou. O presidente havia citado o papa no dia anterior, dizendo que concordava com sua crítica contra a “distribuição de renda mais desigual”.
Adam Shaw, editor da conservadora rede Fox News, disse que o papa é “o Obama do catolicismo”. “Assim como a América se decepcionou com Obama, esse papa será um desastre para a igreja”.
Sarah Palin, candidata republicana a vice-presidente em 2008, disse que o papa “parece marxista”. Ela acaba de lançar um livro sobre “a guerra contra o Natal” provocada por “uma sociedade cada vez mais antirreligiosa”.
USANDO A BÍBLIA
O editor-chefe do blog The Dish, Andrew Sullivan, disse à Folha que “os evangélicos estiveram usando a Bíblia contra gays e contra o aborto. Agora, estão sofrendo do mesmo remédio, afinal a Bíblia do papa é a mesma, e ela prega a justiça social”.
“Só quem não acompanha a igreja se surpreende com a fala do papa. João Paulo 2º já falava de ganância no capitalismo”, diz.
A popularidade do papa ainda é alta no país: 78% dos católicos e 58% da população em geral têm visão positiva de Francisco, segundo pesquisa do instituto Pew. O comparecimento às missas, porém, continua o mesmo desde que ele se tornou papa, em março –39% dos católicos americanos vão semanalmente à missa.
A Igreja Católica americana brigou com o presidente Barack Obama por conta do plano universal de saúde aprovado por ele. Funcionárias de hospitais e colégios católicos terão direito à cobertura de tratamentos anticoncepcionais, como prevê o plano –a igreja pedia isenção dessa obrigação.
Nem capitalistas nem socialistas entendem as palavras do Papa Francisco. Nem podem. São materialistas. Tanto que o Papa atrai até hoje críticas tanto dos liberalistas econômicos como da esquerda militante do anticatolicismo. Esta normalmente vê qualquer Papa como inimigo, seja lá quem for. Os esquerdistas da Argentina até ficaram constrangidos quando dona Cristina Kirchner foi beber mate com o Papa lá no Vaticano logo após o conclave!
ResponderExcluirÉ bem lamentável que alguém ainda ache que a Igreja seja pura e angelical. Como não ver o absurdo do capitalismo neoliberal? Pena que gente assim seja tão pouco dada aos estudos, não conheça a teologia da libertação... Quanto à esquerda, é muito fácil repetir feito papagaio os aspectos apresentados como negativos, esquecendo-se dos positivos, sempre escondidos, como os foram os da teologia da libertação, do mesmo jeito que a Santa Inquisação na figura recente do Cardel Ratiznger encobriu os pontos positivos de um Leonardo Boff e um Hans Kung para condená-los a silencios obsequiosos. Portanto, caro Marcelo, vou desconsiderar sua mensagem pela o que ela é: uma tolice vazia.
ExcluirDiga-se de passagem: um grande entusiasta do pontificado do Papa Francisco é ninguém menos que Leonardo Boff. O que atrai ainda mais a raiva da militância materialista capitalista. Que haja mais gente espiritualizada para contesta-los, sejam de esquerda ou não.
ExcluirO blogue é bom e traz uma abordagem diferente para os temas que se propõe a discutir. Linquei ele com o meu. Digo isso apesar da desconsideração à minha mensagem.