quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Ser espírita laico é chocante? Por Ana Cláudia Laurindo

 

"O laicismo espírita não significa ausência de crença, porque isto é circunscrito às individualidades e suas relações intimistas com Deus. Se refere a uma vivência espírita liberta de ritual e cartilha religiosista."


Do site Repórter Nordeste:


Ser espírita laico é chocante?

Por Ana Cláudia Laurindo

Obviamente que a pergunta exposta no título, é para você leitor ou leitora, que se interessa por Espiritismo.

Acha absurdo que alguém seja espírita, e ao mesmo tempo, não comungue de uma prática religiosa?

O laicismo espírita não significa ausência de crença, porque isto é circunscrito às individualidades e suas relações intimistas com Deus. Se refere a uma vivência espírita liberta de ritual e cartilha religiosista. Neste caso, o Espiritismo não é uma religião, não tem sacramentos nem qualquer outro aparato resgatado de referências advindas de práticas orientais ou ocidentais de fé.

No segundo capítulo do livro autoral (R)evolução Política dos Espíritos, que estará trafegando na materialidade literária a partir do dia 12 de dezembro deste ano, tratamos sobre “livre pensamento e laicismo espírita”, como parte de uma jornada de descoberta e exercício de autonomia intelectual, elementos aos quais valorizamos na condição real de aprendizado.

Ser espírita laico não é uma distopia. É uma vertente que permite a imersão no amor pela busca do conhecimento, sem negociar resultados transcendentais, sentidos e aceitação das questões inerentes à vida planetária. A condição mais livre de ser espírita, talvez seja esta. Mas existem inúmeras formas de ser, viver, acreditar e materializar experiências corpóreas com vistas à evolução. Não nos parece atrativo selecionar certo e errado onde a liberdade de escolha orienta adesões formais, mas consideramos importante falar um pouco sobre o não-religiosismo e a perspectiva evolutiva contida em processos político/existenciais.

Eis a delícia de pensar e experimentar o diálogo para além dos grilhões formais, com outros e outras, que também estejam interessados em dialogar assim.

O meio espírita tradicional preenche muitas vidas com a divulgação da ação caridosa, em processos que podem levar toda uma existência sem questionar desigualdades e injustiças, sempre alimentando a compreensão de que fazem parte de um carma coletivo ou pessoal, adquirido pelas pessoas necessitadas. Com o pensamento crítico, que é por certo uma característica de beleza espiritual, buscamos aprimorar a compreensão da caridade, agregando um senso de justiça social, que derruba estas convicções sobre a culpa pregressa do sofredor, principalmente quando o mal resulta da pobreza, miséria e ampla ignorância, como resultado histórico de políticas excludentes.”

Sensibilizar sem desqualificar, sem afastar mas respeitando os que preferem a distância, abrimos estes caminhos de amor, para trabalharmos a dialética gerada pelas crenças cristalizadas que professam o religiosismo espírita como única forma de manifestar adesão ao kardecismo.

“Quando a percepção da geopolítica e manuseios do mercado se apresentam como responsáveis pelo sofrimento corporal e mental a transtornar tantas vidas, é possível seguir justificando a dor como resultado do passado pessoal de cada ser, simplesmente? A crença na punição do pobre e miserável como resultado do seu passado encarnatório, não nos torna coniventes com as políticas de desigualdades deste mundo, na última hora? A visão espírita laica libera um potencial interessante de análise crítica e revela que o saber é feito de dialética, não de servilismos e, principalmente, instiga buscas por mais conhecimento, sob outras perspectivas, inclusive.”

O cerne do livro em questão é a postura político/existencial como condutora de evolução espiritual.

O capítulo voltado ao laicismo está conectado a outros vieses de análises e debates que consideramos importantes.

Por certo não conhecemos tudo, mas também não somos pessoas tímidas. Buscar saber mais sobre nosso devir é um estímulo renovador. Já que o grande desconhecido está entre nós, em nós, feito saga infinda a encantar os que percebem a dinâmica do tempo como ampliação da vida através do desbravar da inteligência em benefício da evolução. O fenômeno existencial humano/espiritual é bonito em sua originalidade, e mesmo as variáveis que o marcam pela dor e pelo egoísmo não conseguem ser maiores do que a esperança de superação da fraqueza e do erro, quando a evolução desponta em todas as direções guiando para o amanhã inevitável.”

A escrita da esperança, abre um caloroso abraço para receber sua leitura!

Amar sob o viés de uma experiência de vida laica talvez seja o desafio incompreendido pelas teologias, filosofias e teorias ligadas ao melhoramento do ser. Obviamente que isto sugere um território de ação vasto, desafiador, principalmente para nós humanos deste século, ávidos por nos associarmos a algum tipo de referência protetora, que seja aceita pelos aglomerados sociais que traduzem visibilidade e reconhecimento, validando pertenças.

O exercício constante do livre pensamento é caminho de diálogo entre espíritas e não-espíritas sobre questões inerentes aos interesses da vida, presentes na sociedade e, também de cada pessoa. Assim pode superar as designações de gueto, que são redutoras do envolvimento comum. A percepção política das relações próximas e distantes, promove intercâmbios interessantes.

Eis a partilha do capítulo, e a leitura do livro é uma indicação para os pensadores e pensadoras que acatem este exercício de libertação paradigmática.

Podcast do Sindicado dos Psicólogos com o neurocientista Sidarta Ribeiro: O capitalismo é a máquina de destruição da humanidade

 

Do Sindicado dos Psicólogos:


Neste episódio de PODSIN - Diálogos da Psicologia com a sociedade conversamos com Sidarta Ribeiro, neurocientista, biólogo, professor, fundador do Instituto do Cérebro, da Universidade Federal do Rio do Norte e pesquisador da Fiocruz. A conversa foi gravada em junho de 2023 e estava disponível em áudio pelo Spotify do PodSin; agora, colocamos a íntegra da entrevista também no canal do Youtube. Sidarta é autor de diversos livros, entre eles O oráculo da noite - a história e a ciência do sonho e Sonho Manifesto, ambos publicados pela Cia das Letras. Nesta conversa ele fala sobre como o capitalismo produz doença mental, o paradoxo de a humanidade nunca ter tido tantos recursos e ao mesmo tempo estar tão próxima da extinção e de seu otimismo apocalíptico. Para ele devemos repensar as formas de acumulação e distribuição e adotar uma renda universal básica para garantir a sobrevivência com dignidade. Sidarta aborda, ainda, o uso dos psicodélicos na medicina, sonhos, e como podemos com mudanças de paradigmas sermos uma sociedade e indivíduos mais plenos. PodSin, Diálogos da Psicologia com a sociedade é um projeto do Sindicato das Psicólogas e Psicólogos de São Paulo, que busca refletir sobre temas do contemporâneo ligados, direta ou indiretamente, à Psicologia e aos processos transformadores. PodSin é produzido e apresentado pelo jornalista Norian Segatto.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Documentário da BBC: Profetas do bolsonarismo: Como religião foi usada para adoração de Bolsonaro e no "8 de janeiro"

 

Da BBC News Brasil:



Pastores mobilizaram multidões nas redes sociais com supostas profecias e revelações sobre intervenção militar, ataque aos Poderes e retorno de Bolsonaro à Presidência. Neste documentário, nosso repórter João Fellet explica como religião e política se mesclaram e como isso influenciou os atos de 8 de janeiro, quando os prédios dos três Poderes foram invadidos e depredados em Brasília. Confira. Ouça também o podcast Brasil Partido, que também aborda esse tema:    • Brasil Partido: Pastores bolsonarista...  

Razões para o pessimismo esperançoso, por Leonardo Boff

 Do iclnotícias:



São Francisco de Assis, “o homem sempre alegre” como foi chamado por seus biógrafos, dizia a seus confrades que não deviam considerar demasiadamente os males do mundo para não terem razões de se queixar a Deus. Atualmente, o acúmulo de males que afetam a natureza, tão amada pelo Francisco de Assis e defendida pelo Francisco de Roma e a humanidade, especialmente os milhões e milhões de pobres e marginalizados, dificulta seguir o ensinamento do “Sol de Assis” como o designa Dante Alignieri na Divina Comédia.

Temos o nosso momento de Jó, o inconformado, e nos colocamos diante de Deus com dolorosas indagações: onde estava Deus quando milhares de crianças inocentes da Faixa de Gaza eram assassinadas pelas bombas de um insano Primeiro Ministro israelense, exatamente um representante do povo da Aliança? Por que se calou nesses momentos tão trágicos? Não é ele cheio de amorosidade, “o apaixonado amante da vida” como diz o livro da Sabedoria? Apesar de sofrermos com o silêncio de Deus, continuamos, como Jó, a crer nele, pois ele pode ser aquilo que nossa inteligência limitada não alcança.

Olhando o cenário nacional, especialmente o internacional e a sorte trágica de tantas vítimas, nos vem à mente as palavras do salmo 44: ”Tu nos enviaste ao lugar dos chacais e estendeste sobre nós a sombra morte; somos tratados como gado de corte; levanta-te, por que dormes, Senhor? Venha em nosso socorro e resgata-nos por tua misericórdia (44, 20-27).

Diante de tais tragédias irrompe em nós a iracúndia sagrada dos profetas. Por que os chefes de Estado de países cristãos europeus, por que um Presidente católico como o dos EUA apoiam e continuam a apoiar essa guerra de extermínio que se transformou num genocídio? Sentimo-nos impotentes face a esta guerra com relações totalmente desproporcionais, e com outros lugares de guerra como na Ucrânia e de genocídio como no Sudão.

Se tomarmos em conta ainda o alarme ecológico, o crescente aquecimento global, a devastação impiedosa da natureza e a degradação ética e moral da maioria das sociedades mundiais, somos tomados por desalento. Tornamo-nos pessimistas, não sem razões, mas porque a realidade é péssima, na expressão do escritor José Saramago.

Como enfrentar esse pessimismo objetivo? Vejo, entre outros, dois caminhos estando ainda dentro do sistema imperante: aproveitar todas as legislações ambientais conseguidas pelas lutas sociais e ecológicas e consignadas em lei. Cobrar do estado e de todas as instituições a sua observância. Elas são sempre referências oficiais pelas quais podemos pressionar aqueles que as violam.

Em segundo lugar, buscar sempre utopias mínimas e viáveis, quer dizer, melhoras dentro do sistema. Nenhum é de tal forma cerrado que não apresente brechas pelas quais, como cunhas, podemos apresentar melhorias como o salário acima da inflação, a destinação dos produtos da agricultura familiar e da agro-ecológica para merenda escolar, o acesso de estudantes de baixa renda e de afrodescendentes ao ensino superior, a disponibilidade das mídias virtuais às escolas e aos pobres, entre tantas.

Tais medidas, ainda dentro do sistema iníquo, podem fazer suportar o pessimismo e permitir pelo menos uma restiazinha de esperança.

Agora vamos ao “esperançoso” O que nos dá ainda esperança é o “princípio esperança” aquele impulso interior, própria à natureza humana, que nos faz projetar um paradigma

alternativo ao atual sistema e acreditar nas possibilidades presentes em nós. Somos um projeto infinito, um ser de virtualidades sem limites, nem o céu é limite porque também o desejamos.Molhar nossas raízes nessa fonte inexaurível, nos confere esperança. Por isso rejeitamos o mantra do sistema imperante “não há outra alternativa”(There is no Alternative:Tina). Respondemos: ”há novas alternativas”, há um paradigma alternativo, capaz de outro mundo.

A experiência mundial tem mostrado que trabalhando o território, o que se chama de bioregionalismo, pode-se criar sociedades viáveis e sustentáveis. O grande sistema mundializado não possui sustentabilidade, pois seguindo sua lógica de acumulação ilimitada, nos conduz a um precipício coletivo. Assume-se a região, não aquela artificialmente circunscrita pelos municípios, mas aquela desenhada pela própria natureza.

Na região estão os rios, as florestas, as montanhas, as terras agricultáveis, a fauna e a flora, as populações que aí habitam com sua história, sua cultura, suas tradições, suas figuras notáveis. Nesse espaço pode-se criar sociedades integradas, democracias participativas, um desenvolvimento regional com pequenas e médias empresas que produzem em conformidade com os ritmos da natureza, primeiro para a subsistência e só depois para o mercado, uma verdadeira justiça social e ecológica. Pode-se imaginar que vastas regiões, quem sabe, o planeta inteiro como um imenso tapete de bio-regiões autônomas e, ao mesmo tempo, relacionadas com as outras. Isso está contido dentro das possibilidades humanas e seu efeito é fazer com que o “pessimismo” seja “esperançoso”.

Por fim, manter vivo o conhecimento de que o processo evolucionário da Terra e do universo possui uma seta do tempo que aponta para frente, superando crises sistêmicas. Ele não é linear. O caos não é apenas destrutivo, mas também generativo, pois dentro dele está maturando uma nova ordem que forceja para irromper. Ela é objetiva e também se reverbera em nossa consciência, na média em que mais e mais pessoas se dão conta de que temos que inaugurar um caminho novo. Temos duas pernas: uma dentro do sistema buscando melhorias e outra no novo por construir.

Desta forma podemos ser “pessimistas” face à realidade atual que é péssima, mas “esperançosos” porque como disse certa vez Keynes: “nunca é o inevitável o que acontece; é sempre o imprevisível”, nesse imprevisível esperamos. Somos desafiados a corajosamente rasgar tais caminhos e destarte viver uma esperança imprevisível e dar as boas razões para o pessimismo esperançoso.

Religiosidades, fé e tolerância por Ivanir dos Santos, Professor e orientador no Programa de Pós-graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

Precisamos repensar, com urgência, a dimensão e o perigo da intolerância religiosa no nosso país


Do ICL Notícias:



Santa Bárbara para uns, Iansã para outros. Senhora da Conceição para uns, Oxum para outros. Assim, abrimos o mês de dezembro com duas datas religiosas extremamente importantes para boa parte da população brasileira.

Os dias 4 e 8 de dezembro, além de remontar a um contexto da formação das culturas e das religiosidades populares no Brasil, nos proporcionam uma reflexão sobre a importância do respeito, da promoção da paz, da equidade e da tolerância.

Se por um lado abrimos o mês de dezembro saudando e louvando com atos inter-religiosos, por outro lado não podemos nos esquecer que, infelizmente, no final mês de novembro, o Brasil registrou mais um caso de intolerância religiosa.

Em novembro, mês que comemoramos a imortalidade de Zumbi dos Palmares e as nossas resistências negras, a professora Sueli Santana denunciou ter sido alvo de ataques verbais discriminatórios em razão de sua religião de matriz africana e relatou que foi apedrejada dentro da unidade escolar onde leciona.

É importante pontuar que a professora estava cumprindo a determinação da lei 10.649/03, que torna obrigatório o ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas fases de ensino. E em diversas partes do país ainda existe uma forte resistência por parte de alunos e corpo docente diante dos conteúdos que devem ser ensinados.

O caso de intolerância aconteceu na escola Municipal Rural Boa União, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, e está sendo investigado pela Polícia Civil.

É importante lembrar que no Relatório sobre intolerância Religiosa no Brasil, organizado e publicado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), a “escola” aparece como um dos principais locais de violação dos direitos religiosos.

Assim, precisamos repensar, com urgência, a dimensão e o perigo da intolerância religiosa no nosso país. Bem como a necessidade da promoção do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Para terminar, deixo aqui uma breve citação;

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta” Long Walk to Freedom, Nelson Mandela (1995).


sábado, 7 de dezembro de 2024

Do Portal do José: SABADÃ0-B0MBA! BOLSONARO DANÇA NO STF! DOEU: MALA E DESEMBARGADOR DO MUNDO CÃO! LULA: MUDANÇA VEM Aí

 

Do Portal do José:

07/12/24 - SABADÃO NADA AGRADÁVEL PARA O MUNDO CÃO! NO CAMPO CIVILIZADO, FINALMENTE LULA ESCUTOU AS CRITICAS QUE o nosso Portal do José tem feito em relação a comunicação do governo. Em encontro do PT ele inclusive citou Lopez Obrador do México como alguém que fez comunicação eficaz. Pimenta levou uma trombada. Enquanto isso, Bolsonaro vê afundar suas estratégias de defesa no STF. cenário de negócios se amplia e isso ajudará Brasil. Sigamos.



Bob Fernandes, em vídeo: Bolsonarista Tarcísio recua depois do “Tô nem aí” e matanças. Raízes da violência policial em SP e no Brasil

 

Do Canal do Analista Político Bob Fernandes:




UOL: Os planos dos militares com Bolsonaro era impor uma ditadura criminosa no Brasil

 

Do UOL:

O relatório da Polícia Federal que indiciou Jair Bolsonaro (PL) por planejar um golpe de Estado aponta que, sob o comando do general Augusto Heleno, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) arquitetou uma tática de intimidação de investigadores que, posteriormente, foi replicada contra delegados que atuam nos inquéritos ligados ao ex-presidente no STF (Supremo Tribunal Federal).



Do Portal do José: SÁBADO SENSACIONAL! STF CONFIRMA PANCADA EM BOLSONARO! LULA MUDARÁ COMUNICAÇÃO! DIREITA DESESPERA!

 

Do Portal do José:

07/12/24 - ALELUIA! FINALMENTE LULA ESCUTOU AS CRITICAS QUE o nosso Portal do José tem feito em relação a comunicação do governo. Em encontro do PT ele inclusive citou Lopez Obrador do México como alguém que fez comunicação eficaz. Pimenta levou uma trombada. Enquanto isso, Bolsonaro vê afundar suas estratégias de defesa no STF. cenário de negócios se amplia e isso ajudará Brasil. Sigamos.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Bob Fernandes, em vídeo: Marinha ataca com vídeo, Banco Central "independente" do servo dos bancos privados e especuladores golpistas da Faria Lima, Campos Neto, assiste passivo ao ataque contra o real, e Congresso engoliu 187 bilhões

 

Do Canal do analista político Bob Fernandes




Violência policial: até onde pode chegar a crueldade de um político como o militar Tarcísio? Artigo de Gabio Pannunzio

 

Do ICL Notícias:

POLÍTICA

Violência policial: até onde pode chegar a crueldade de um político?

É tanta crueldade e tanta selvageria que até os chefes dos algozes se viram na obrigação de repudiar, ainda que para cumprir uma certa formalidade

Por Fabio Pannunzio

O empoderamento das polícias militares brasileiras fez com que a crueldade se transformasse novamente em ferramenta de controle social. As cenas que têm se repetido, esp ecialmente, mas não apenas em São Paulo, mostram que há uma voz de comando orientando o uso desmedido da força e da violência contra a parcela mais vulnerável da população – os pobres e pretos.

Não é possível que a selvageria ordenada pelo governador Tarcísio de Freitas e executada por seu secretário de segurança continue massacrando a população das periferias. A carnificina e a covardia ultrapassaram todos os limites. A violência aberrante, o assassinato de inocentes por uma tropa de cães selvagens, as agressões imotivadas e o sadismo orientador do comportamento das polícias precisam ser contidos.

É tanta crueldade e tanta selvageria que até os chefes dos algozes se viram na obrigação de repudiar, ainda que para cumprir uma certa formalidade, os atos de barbárie furtivamente registrados por câmeras da população.

A responsabilidade de Tarcísio de Freitas por esse estado é indelével. Foi ele quem, aceitando uma indicação feita pelo clã Bolsonaro, nomeou um apologista das execuções policiais para chefiar a pasta da segurança. Foi ele quem tirou o sanguinário Guilherme Derrite do Hades parlamentar e entregou a ele o controle da força policial.

O capitão, é bom não esquecer, foi expulso da ROTA porque matou gente demais. É inacreditável que os defeitos de comportamento de um assassino confesso tenham funcionado como qualificadores para a decisão do governador de nomeá-lo para o cargo que ocupa atualmente.

A culpa nem é de Derrite, um militar degenerado de baixa patente. É de Tarcísio, que se valeu dessa singular degeneração humana para impor seu estado de pavor à sociedade. E para que a sangrenta engrenagem funcionasse, o capitão das trevas, com apoio irrestrito do governador, afastou todos os oficiais graduados que se opunham ao império da violência.

Os sádicos de farda estão bem à vontade agora. Eles sabem que não precisam conter seus piores impulsos, pois os exemplos que vêm de cima lhes asseguram espaço e retaguarda para o livre exercício da crueldade. A aprovação tácita da execução sumária, do extermínio de pretos pobres nunca funcionou tanto contra o processo civilizatório.

Um pouco mais do combustível da maldade que move a máquina da violência policial e teremos de volta os empalamentos, os esquartejamentos, esfolamentos e estripamentos que um dia saciaram o desejo de sangue de outros carrascos.

Vivemos um tempo de guerra de todos contra todos (bellum omnium contra omnes), como descrito por Hobbes. A maldade intrínseca do espírito humano triunfa sem nenhum tipo de barreira ou censura, quer de natureza moral, quer de natureza política.

Se isso não for contido, estaremos de volta ao pré-Iluminismo, a um tempo sombrio em que jagunços e verdugos tinham autorização expressa para aniquilar, com requintes de dor e sofrimento extremos, todos aqueles que parecessem desafiar o império dos déspotas., todos aqueles que parecessem desafiar o império dos déspotas.

Reinaldo Azevedo: Se a economia é boa para os mais pobres, os delinquentes “duz mercáduz” acham que está tudo errado

 

Da Rádio BandNews FM:




A tática da Direita do assassinato de reputação e, contra essa ala do mal, a luta brilhante do jurista Alysson Mascaro, em artigo Ana Cláudia Laurindo

 

"Mascaro abriu uma Nota Pública manifesta em um vídeo, no qual explica as razões para ter denunciado uma perseguição “horrenda” a sua pessoa e imagem, através da rede de contatos próximos e até distantes, via perfis perseguidores na internet ..."


Do Repórter Nordeste:




O professor e jurista brasileiro de renome, Alysson Mascaro, abriu uma importante página para o debate sobre o “assassinato de reputação” que segundo ele mesmo, é  uma forma padrão que se manifesta no capitalismo contemporâneo através das redes sociais, podendo, no entanto, esborrar para a vida real em consequências as mais diversas.

Mascaro abriu uma Nota Pública manifesta em um vídeo, no qual explica as razões para ter denunciado uma perseguição “horrenda” a sua pessoa e imagem, através da rede de contatos próximos e até distantes, via perfis perseguidores na internet, abastecidos de teor difamatório, que tomou vulto com envio de e-mails e até mesmo intimidação material, seguindo uma pessoa com a qual teve rápido contato em seu ambiente de trabalho.

Após uma entrevista a Hildegard Angel, em meados do ano 2023, afirma ter sido confrontado por haters que seguiram expandindo ódio nas entrevistas subsequentes. No ano de 2024, esta forma de perseguição evoluiu para outras, afetando as pessoas que estavam no seu entorno através de mensagens difamatórias, que chegavam através de um processo oculto que não permitia rastreamento; fato intensificado quando uma de suas redes sociais alcançou cem mil seguidores.

O teórico marxista disse que a partir desse fenômeno se instalar, onde quer que falasse, se manifestasse publicamente, os perfis perseguidores atuavam e escolhiam pessoas para enviar mensagens insidiosas no intuito de destruir sua imagem pública.

Estes inimigos invisíveis, passaram a destilar agressividade e ironia para com as pessoas do seu entorno, causando com isso um estranho sofrimento, por não saber de onde as mensagens vinham. Pois os e-mails anônimos tinham registro no exterior.

Consideramos importante em sua fala a constatação da existência de “profissionais da perseguição” a serviço da indústria do cancelamento. Ele considera que esta é uma forma de ação de sujeitos na sociedade capitalista, que não tendo horizonte de vida, passam a ter por horizonte a destruição do outro; o gozo pela morte alheia, ainda que seja a morte simbólica.

E fecha com precisão a análise quando afirma que  “a indústria do assassinato de reputação é uma forma padrão do capitalismo contemporâneo”.

“Os profissionais da perseguição só podem dedicar tanto tempo a um conjunto de atos persecutórios se houver uma cadeia, uma rede de interesse por trás”.

Este tipo de crime chega a centenas de pessoas sugerindo que ressignifiquem a interpretação que possuem sobre a vítima, de modo a lhes retirar credibilidade e lhes enviar ódio e violência.

De modo particular, ao assistir o vídeo, confesso que muito mais do que um arroubo de solidariedade ao professor Alysson Mascaro, que é um profissional admirável e raro na história brasileira contemporânea, senti uma emoção muito distinta ao ter contato com sua verdade, principalmente quando afirmou sua ênfase na defesa da própria história: “Décadas de luta de um homem de esquerda, na luta pela transformação social”.

Entre um arrepio emocionado e a indignação que nos desafia a sanidade mental e emocional a cada evento persecutório promovido pela internet ou levado a cabo na vida material contra pessoas livres, de pensamento autônomo e voltadas ao bem comum nesta pátria ferida, nesta América golpeada, neste globo ameaçado, abrimos nossas mãos para encontrar outras também abertas no intuito de fortalecer a corrente de sobrevivência democrática, humanitária e ética, que nos assegura direitos essenciais na vida em sociedade.

Que a denúncia de Alysson Mascaro seja exitosa e sua verdade honrada cresça a cada dia, como exemplo e referência, para estimular outras vítimas a não desistirem de si mesmas e de suas histórias.