quinta-feira, 25 de maio de 2017

Há provas científicas da existência dos Espíritos? Partes III, IV e V, por Marcos Villas-Boas




Parte III

 (para ler as partes I e II, clique aqui)

GGN.- Nos dois últimos textos, procuramos nos posicionar entre os crédulos e incrédulos, buscando construir uma perspectiva científica, crítica da literatura sobre manifestações de Espíritos. Isso já foi feito por inúmeros outros estudiosos bem mais célebres, como os citados Camile Flammarion, Carl Gustav Jung, Charles Richet, Pierre Curie, Marie Curie e muitos outros. Continuaremos com eles e acrescentaremos as visões de Gabriel Delanne e William Crookes.  
Richet, vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia (ou Medicina) em 1913, criou o que se chama de Metapsíquica, precursora da Parapsicologia, que uns chamam de ciência e outros de pseudociência, como normalmente acontece com temas que “incomodam” as pessoas.
No seu Tratado de Metapsíquica, Richet registrou diversas experiências que realizou com médiuns, que levaram a uma melhor compreensão sobre, por exemplo: a) a telecinesia, ação mecânica sem contato sobre pessoas ou objetos, como a levitação; b) ectoplasmia, emissão de fluidos pelo corpo humano que dão origem a materializações de Espíritos; c) fenômenos psíquicos chamados de “subjetivos”, como telepatia, clarividência, clariaudiência, xenoglossia, psicografia e outros.
Fato curioso é que Chico Xavier recebeu, em 21 de janeiro de 1936, uma comunicação assinada pelo Espírito Humberto de Campos que trata do desencarne de Charles Richet, acontecido em 4 de dezembro de 1935. No relato, conta-se um diálogo entre aquele chamado de “Senhor” e o “Anjo da Morte”. Este advoga pela permanência de Richet na Terra, enquanto que aquele diz ser chegada a sua hora, pois, após 85 anos, ele não teria dado como certa a imortalidade, devendo retornar ao mundo espiritual para receber, como recompensa pelos seus trabalhos, a centelha divina da crença.
Chico Xavier morava em Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais, quando realizou a referida psicografia, tinha 25 anos e não havia concluído o ensino primário. Naquele tempo de comunicação muito mais difícil, obviamente, até aquele momento, Chico nem sequer sabia quem era Charles Richet, muito menos como teria sido sua vida, seus estudos, sua descrença e sua morte, acontecida apenas 48 dias antes da psicografia.  
Se a psicografia está assinada por Humberto de Campos, com a mesma assinatura que ele tinha em vida, tendo, inclusive, a viúva dele ajuizado ação judicial para receber direitos autorais pelas obras publicadas por Chico, os incrédulos precisam explicar qual outra razão existiria para os dados psicografados, senão a de ter havido, de fato, comunicação com o Espírito Humberto de Campos.  
Richet era um homem da ciência, preocupado com a sua imagem no seio científico e muito pautado nos experimentos. É interessante notar que, para muitos, se tornou um maluco voltado para assuntos metafísicos, enquanto que, para “os céus”, ainda era um descrente. Ele inicia o livro assim:
“Não verão os seus propósitos realizados aqueles que neste livro esperarem encontrar considerações nebulosas acerca dos destinos do homem, da magia e da teosofia. Tudo fiz por escrever um livro de ciência e não de devaneios. [...] Não obstante, os fatos existem: são numerosos, autênticos, brilhantes. Achar-se-ão, no decorrer das páginas dessa obra, exemplos tão abundantes, tão preciosos, tão demonstrativos, que não percebo como um sábio de boa-fé, consentindo na verificação deles, possa ousar por todos em dúvida. [...] Escrevendo este livro à maneira dos tratados clássicos das outras ciências, tais como a física, a botânica, a patologia, quisemos tirar aos fatos, aos quais chamam ocultos, e dos quais muito indiscutivelmente são reais, a aparência sobrenatural e mística que lhes emprestaram as pessoas que nada sabem sobre eles” (Antelóquio do Tratado da Metapsíquica, p. 9-10).
Richet passou boa parte da vida dedicado a fenômenos espíritas, mas não os reconhecia como tal, apesar de ter convicção a respeito de uma força desconhecida agindo ali. Ele buscava explicações “metapsíquicas” (anímicas) para as manifestações, mas nem sempre encontrava. Foi um grande colaborador da Ciência Espírita, apesar de ser tido pelos espíritas como uma espécie de adversário, conforme ele mesmo relata:
“Os espíritas receberam o meu Tratado de Metapsíquica com grande frieza. Compreendo o seu estado de espírito. Em vez de aceitar a sua teoria ingênua e frágil, propus aguardar, para se constituir qualquer teoria defensável, que os fatos fossem classificados, codificados, marcados, acompanhando-os das necessárias exigências do método experimental. Ao contrário, os espíritas julgam possuir já uma explicação adequada para todos os fenômenos. Disse-lhes que a sua explicação era hipotética, mas não hesitei em reconhecer que em certos casos, raros, a hipótese espírita, simplista, parecia ser preferível. Creio bem que isso não é senão uma aparência. Portanto a aparência continua nela.
Se os espíritas fossem justos, reconheceriam que a minha tentativa de fazer entrar na ordem dos fatos científicos todos os fenômenos que constituem a base de sua fé, mereceria eu verdadeiramente alguma indulgência.
Reconhecem eles que o passo dado para trás é largo, já que desde agora a metapsíquica (criptestesia) parece estar definitivamente classificada como um fato científico confirmado.
A ciência é, acima de tudo, a soberana mestra do futuro. Não será por meio de preces, nem por atos de fé nem por convicções irrefletidas, que ela irá tomar corpo: é unicamente por meio de investigações exatas, multiplicadas” (Tratado da Metapsíquica, p. 19-20).   
As pessoas deveriam aprender com os fatos do passado, mas isso leva, às vezes, muito tempo para acontecer. Ainda que Richet não fosse reconhecedor dos Espíritos, ele terminou por comprovar a sua existência via experimentos que realizou, mas que não conseguia explicar inteiramente por causas anímicas.
Como acontece na política, os indivíduos - e não é diferente com alguns espíritas - se irritam quando o outro não concorda perfeitamente com eles, mesmo que suas ideias endossem as crenças deles próprios. Por seguirem uma filosofia que prega mais humildade e caridade, deveriam ter mais cuidado.
Richet foi um gênio, inspiradíssimo pelos Espíritos, como explicou a comunicação de Humberto de Campos. As suas conclusões ajudaram a explicar muito do que já havia sido dito pelos Espíritos a Allan Kardec algum tempo antes.  
É preciso ter em mente que o conhecimento transmitido a Kardec pelos Espíritos era avançado demais para a época e boa parte dele não poderia ser explicado com tranquilidade a partir de experimentos, ainda que outra parte pudesse. Deste modo, alguns dos cientistas mais críticos e menos crédulos, é de se compreender perfeitamente, viam Kardec como uma figura séria, porém crédula demais, que exagerou na crença em torno das comunicações que fazia.
A questão é que as psicografias, os experimentos científicos (espíritas ou não) e a prática mediúnica que vieram após Kardec, e continuam crescendo até hoje, apenas confirmaram o que está nos seus livros.
Se, mesmo apesar de ter confirmado muito do que estava no Livro dos Médiuns, de Kardec, Richet era descrente na existência de Espíritos; o seu amigo e companheiro em pesquisas, Gabriel Delanne, era o contrário dele. Com pai espírita e mãe médium, Delanne era convicto:
“Força é que se convençam de que muitos milhões de homens não são vítimas de uma loucura contagiosa; que, se creem, é porque a doutrina lhes oferece os mais dignos ensinos, porque abre ao espírito os mais vastos horizontes. Convém, enfim, que se deixem de lado as fáceis zombarias empregadas há vinte e cinco anos nos jornalecos, e que nem mesmo fazem rir os que editam. A nova ciência que ensinamos não consiste, somente, no movimento de uma mesa, porque, tão grande é a distância que vai destes modestos ensaios as suas consequências, quão a maçã de Newton à gravitação universal.
Convidamos o homem de boa fé a fazerem pesquisas sérias, pedimos-lhes que meditem nos ensinamentos de nossa filosofia e eles se convencerão de que nas nossas explicações nunca intervém o sobrenatural.
O Espiritismo repele o milagre com todas as forças. Faz de Deus o ideal da justiça e da ciência; diz que o Criador do Mundo, tendo estabelecido leis que exprimem seu pensamento, não pode derrogá-las, pois que elas são a obra da razão suprema e é impossível qualquer infração a essas leis. Os fatos espíritas podem ser todos, senão explicados, pelo menos compreendidos com os dados da ciência atual, o que demonstraremos no fim desta obra.
A parte espiritual do homem foi desprezada pelos sábios; seus trabalhos versavam tão-só sobre o corpo e eis que os Espíritos invadem a Ciência que os havia desenhado” (O Espiritismo perante a Ciência, p. 94-95).
Nesse mesmo livro, Delanne faz um ótimo histórico das manifestações espíritas e das experimentações científicas sobre elas. Destaque-se a menção a William Crookes, cientista nomeado cavaleiro em 1897, condecorado com a medalha de Ordem ao Mérito pelo Rei Eduardo VII em 1910 e muito renomado por descobrir o tubo de imagem, que deu ensejo à TV e aos primeiros monitores (de computadores etc.); o elemento químico Tálio, de número atômico 81, em 1861; o radiômetro em 1873; e obter a primeira amostra conhecida de Hélio em 1895; até que decidiu enveredar pelos estudos científicos espíritas, como explica Delanne:
“O ilustre inventor do radiômetro penetra num domínio até então completamente desconhecido, e que, marcando o limite das coisas que se sabem, toca nas que se ignoram e que, talvez, nunca se venham saber.
Esse químico ilustre, esse físico de gênio, Crookes, submeteu a estudo as manifestações espíritas, não com ideias preconcebidas, mas com o desejo firme de instruir-se e de só apoiar o seu julgamento na evidência. Diz ele:
‘Em presença de semelhantes fenômenos, os passos do observador devem ser guiados por uma inteligência tão fria e pouco apaixonada, quanto os instrumentos de que faz uso. Tendo a satisfação de compreender que está na trilha de uma verdade nova, esse único objetivo deve animá-lo a prosseguir, sem considerar se os fatos que se lhe apresentam são naturalmente possíveis ou não.
Com tais ideias, começou ele seus estudos sobre o Espiritismo; duraram perto de 10 anos e foram publicados com o título – Recherches sur le phénomènes du Spiritualisme, traduzido do inglês por J. Alidel’” (O Espiritismo perante a Ciência, p. 100).
Ao contrário dos demais livro citados, a obra de Crookes, tão ou mais fenomenal, é encontrada apenas em inglês ou francês, sendo ainda maior a razão para transcrevermos trechos neste e em outros textos, em inglês e depois com tradução livre em português, comentando-os em seguida. Comecemos apenas com um aperitivo e deixemos o restante para os posts que virão logo em seguida:
“Twelve months ago in this journal I wrote an article, in which, after expressing in the most emphatic manner my belief in the occurrence, under certain circumstances, of phenomena inexplicable by any known natural laws, I indicated several tests which men of science  had a right to demand  before giving credence to the genuineness of these phenomena. Among the tests pointed out were, that a ‘delicately poised balance should be moved under test conditions;’ and that some exhibition of power equivalente to so many ‘foot-pounds’ should be ‘manifested in his laboratory, where the experimentalist could weigh, measure, and submit it to proper tests’. I said, too, that I could not promise to enter fully into this subject, owing to the difficulties of obtaining opportunities, and the numerous failures attending the enquiry; moreover, that ‘the persons in whose presence these phenomena take place are few in number, and opportunities for experimenting with previously arranged apparatus are rarer still’.
Opportunities having since offered for pursuing the investigation, I have gladly availed myself of them for applying to these phenomena careful scientific testing experiments, and I have thus arrived at certain definite results which I think it right should be published. These experiments appear conclusively to establish the existence of a new force, in some unknown manner connected with the human organisation, which for convenience may be called the Psychic Force.
Of all the persons endowed with a powerful development of this Pschic Force, and who have been termed ‘mediums’ upon quite another theory of its origin, Mr. Daniel Dunglas Home is the most remarkable, and it is mainly owing to the many opportunities I have had of carrying on my investigation in his presence that I am enabled to affirm so conclusively the existence of this Force. The experiments I have tried have been very numerous, but owing to our imperfect knowledge of the conditions which favour or oppose the manifestations of this force, it has but seldom happened that a result obtained on one occasion could be subsenquently confirmed and tested with apparatus specially contrived for the purpose” (Researchers in the Phenomena of Spiritualism, p. 9-10).
Crookes explica quão científicos e sérios foram seus experimentos, e, em suma, afirma que chegou a resultados inexplicáveis pelas leis naturais, conforme tradução livre abaixo:
“Doze meses atrás, eu publiquei um artigo neste jornal, no qual, após expressar da maneira mais enfática minha crença na ocorrência, sob certas circunstâncias, de fenômenos inexplicáveis por quaisquer leis naturais conhecidas, eu indiquei vários testes os quais homens da ciência tinham o direito de demandar antes de dar credencial de genuinidade a tais fenômenos. Entre os testes referidos estava o de que ‘uma delicada balança deveria ser usada em condições de testes’ e que alguma exibição de poder equivalente a tantas ‘libras’ deveria ser ‘manifestada no seu laboratório, onde o experimentalista poderia pesar, medir e submetê-la aos testes apropriados’. Eu disse, também, que eu não poderia prometer entrar totalmente nesse assunto, devido às dificuldades de obter oportunidades e às inúmeras faltas de me comprometer com a averiguação; ademais, que ‘as pessoas nas presenças das quais esses fenômenos tomam lugar são poucas em número e oportunidades para experimentação com aparato previamente preparado são ainda mais raras’.
Oportunidades tendo, desde então, aparecido para realizar a investigação, eu tenho prazerosamente me servido delas para aplicar a esses fenômenos cuidadosos experimentos científicos de teste e eu, então, cheguei a certos resultados definidos os quais eu acho que deveriam ser publicados. Esses experimentos parecem conclusivamente estabelecer a existência de uma nova força, em alguma maneira desconhecida conectada com a organização humana, que, por conveniência, pode ser chamada a Força Psíquica.
De todas as pessoas dotadas de poderoso desenvolvimento dessa Força Psíquica, e que têm sido chamadas de ‘médiuns’ por outra teoria acerca da sua origem, o Sr. Daniel Dunglas Home é a mais marcante, e é, sobretudo, devido às muitas oportunidades que eu tive de realizar a minha investigação na sua presença que eu estou permitido afirmar tão conclusivamente a existência dessa Força. Os experimentos que eu tenho testado são muito numerosos, mas, devido ao nosso imperfeito conhecimento das condições que favorecem ou opõem manifestações dessa força, até a caprichosa maneira pelas quais são exercidas, e ao fato que o próprio Sr. Home está sujeito a incontáveis fluxos e refluxos de força, apenas raramente um resultado obtido numa ocasião poderia ser subsequentemente confirmado e testado com aparato especialmente idealizado para o fim.”
Os detalhes dos experimentos de Crookes serão apresentados nos próximos textos.   

Parte IV

No texto anterior, terminamos tratando de Gabriel Delanne e William Crookes. O livro deste último é emblemático, pois é uma coletânea de artigos que vai demonstrando, ao longo dos meses, a evolução do pensamento do autor sobre o tema dos Espíritos. Ele inicia admitindo que não conhece quase nada sobre o assunto, mas que, por estarem todos interessados, entende ser importante submetê-los a experimentos científicos cuidadosos:
“Some weeks ago the fact that I was engaged investigating Spiritualism, so called, was announced in a contemporary: and in consequence of the many communications I have since received, I think it desirable to say a little concerning the investigation which I have commenced. Views or opinions I cannot be said to possess on a subject which I do not pretend to understand. I consider it the duty of scientific men who have learnt exact modes of working, to examine phenomena which attract the attention of the public, in order to confirm their genuineness, or to explain, if possible, the delusions of the honest and to expose the tricks of deceivers. But I think it a pitty that any public announcement of a man’s investigation should be made until he has shown himself willing to speak out.
A man may be a true scientific man, and yet agree with Professor De Morgan, when he says – ‘I have both seen and heard, in a manner which would make unbelief impossible, things called spiritual, which cannot be taken by a rational being to be capable of explanation by imposture, coincidence, or mistake. So far I feel the ground firm under me; but when it comes to what is the cause of these phenomena, I find I cannot adopt any explanation which has yet been suggested...The physical explanation which I have seen are easy, but miserably insufficient. The spiritual hypothesis is sufficient, but ponderously difficult’” (Researches in the Phenomena of Spiritualism, p. 3).  
Em tradução livre para o português, Crookes disse:
“Algumas semanas atrás, o fato de que eu me engajei no estudo do Espiritualismo, assim chamado, foi anunciado em um jornal contemporâneo [The Athenaum]: e em consequência às muitas comunicações que eu tenho recebido desde então, acho que é apropriado dizer alguma coisa sobre a investigação que comecei. Não se pode dizer que tenho visões ou opiniões sobre um tema que eu não finjo entender. Eu considero o dever de homens científicos que aprenderam modos exatos de trabalho examinar fenômenos que atraem a atenção do público, com o objetivo de confirmar a sua genuinidade, ou para explicar, se possível, as ilusões dos honestos e expor os truques dos enganadores. Mas, eu acho uma pena qualquer anúncio público sobre a investigação de um homem sem que ele tenha se mostrado disposto a falar.
Alguém pode ser um verdadeiro homem científico e, ainda assim, concordar com o professor De Morgan quando ele diz: “Eu vi e ouvi, de uma maneira que faria a descrença impossível, coisas chamadas de espirituais, que não podem ser tomadas por um ser racional capazes de explicação de impostura, coincidência ou erro. Até então, eu sinto o chão firme sob mim; mas, quando se trata da causa desses fenômenos, eu descubro que não posso adotar nenhuma explicação que já foi sugerida...As explicações físicas que eu vi são fáceis, mas miseravelmente insuficientes. A hipótese espiritual é suficiente, mas ponderadamente difícil” (Pesquisas nos Fenômenos do Espiritualismo, p. 3).  
Com postura típica do gênio que era, Crookes se deixa aberto a estudar o que se chama à época dele de Espiritualismo e verificar se, de fato, eram os Espíritos que estavam ajudando a promover aqueles acontecimentos estranhíssimos e inexplicáveis pelas leis conhecidas da Física até então. Em trecho posterior, ele afirma serem necessárias, para concluir pela existência de algo “espiritual”, a “exatidão da observação” e uma prova cabal, convincente:
“My whole scientific education has been one long lesson in exactness of observation, and I wish it to be distinctly understood that this firm conviction is the result of the most careful investigation. But I cannot, at present, hazard even the most vague hypothesis as to the cause of the phenomena. Hitherto I have seen nothing to convince me of the truth of the ‘spiritual’ theory. In such an inquiry the intellect demands that the spiritual proof must be absolutely incapable of being explained away; it must be so strikingly and convincingly true that we cannot, dare not deny it.
Faraday says: ‘Before we proceed to consider any question involving physical principles, we should set out with clear ideas of the naturally possible and impossible’. But this appears like reasoning in a circle: we are to investigate nothing till we know it to be possible, whilst we cannot say what is impossible, outside pure mathematics, till we know everything” (Researches in the Phenomena of Spiritualism, p. 4).  
Em tradução livre:
“Toda a minha educação científica tem sido uma longa lição em exatidão da observação e eu desejo que seja nitidamente entendido que essa firme convicção é resultado da mais cuidadosa investigação. Mas, eu não posso, no momento, arriscar até a mais vaga hipótese relativa à causa dos fenômenos. Até aqui, eu não vi nada que me convença da verdade da teoria ‘espiritual’. Numa questão como essa, o intelecto demanda que a prova espiritual deva ser absolutamente incapaz de ser afastada; ela deve ser tão contundentemente e convincentemente verdadeira que nós não possamos nos atrever a negá-la.
Faraday diz: ‘Antes de procedermos a considerar qualquer questão envolvendo princípios físicos, nós deveríamos fixar ideias claras sobre o possível e o impossível’. Mas, isso parece argumentar em círculos: nós não iremos investigar nada até saber que é possível, enquanto que nós não podemos dizer o que é impossível, fora da matemática pura, até que nós conheçamos tudo” (Pesquisas nos Fenômenos do Espiritualismo, p. 4).  
Como um excelente cientista que era, Crookes demonstra postura bem cética em relação a Espíritos estarem por trás dos fenômenos, porém não se fecha para a possibilidade, percebendo que, se quisermos aprender mais, precisamos compreender primeiro que não sabemos de quase nada, que o nosso campo do “possível” hoje ainda é muito limitado e que só descobriremos que o supostamente impossível é possível quando pesquisarmos sobre ele com cuidado.
Todo o primeiro capítulo do livro de Crookes corresponde a um primeiro artigo que ele publicou sobre o tema, como visto, por conta de um periódico ter exposto o fato de que ele estaria investigando sobre o Espiritualismo, o que era – e ainda é, em regra – muito mal visto no meio científico. Mesmo que hoje ainda exista muito preconceito, naquela época o tema era incipiente e havia bem menos estudiosos interessados nele.
Como muitos outros cientistas sérios da época, a novidade dos fenômenos espirituais parecia algo muito espetaculoso a Crookes e a falta de maior postura crítico-científica dos espíritas o incomodava. Ele faz a seguinte crítica:
“The pseudo-scientific spiritualist professes to know everything: no calculations trouble his serenity, no hard experiments, no long laborious readings; no weary attempts to make clear in words that which has rejoiced the heart and elevated the mind.
[...] The spiritualist tells of flowers with the fresh dew on them, of fruit, and living objects being carried through closed windows, and even solid brick-walls. The scientific investigator naturally asks that an additional weight (if it be only  the 1000th part of a grain) be deposited on one pan of his balance when the case is locked. And the chemist asks for the 1000th of a grain of arsenic to be carried through the sides of a glass tube in which pure water is hermetically sealed.
The spiritualist tells of manifestations of power, which would be equivalente to many thousands of ‘foot-pounds’, taking place without known agency. The man of science, believing firmly in the conversation of force, and that it is never produced without a corresponding exhaustion of something to replace it, asks for some exhibitions of power to be manifested in his laboratory, where he can weigh, measure, and submit it to proper tests” (Researches in the Phenomena of Spiritualism, p. 6-7). 
Em tradução livre:
“O espiritualista pseudocientífico professa saber de tudo: nenhum cálculo perturba sua serenidade, nenhum experimento difícil, sem longas leituras laboriosas; sem cansativas tentativas de deixar claro em palavras que regozijem o coração e elevem a mente.
[...] Os espiritualistas falam de flores com o orvalho fresco sobre eles, de frutas e objetos vivos sendo carregados por janelas fechadas e até por paredes sólidas. O investigador científico naturalmente pede que um peso adicional (mesmo que seja a milésima parte de um grão) seja depositado num prato da sua balança quando a caixa estiver fechada. E o químico pede que o milésimo grão de arsênico seja carregado pelos lados de um tubo de vidro no qual água pura está hermeticamente selada.
Os espiritualistas falam de manifestações de poder que seriam equivalentes a muitos milhares de “libras” acontecendo sem agência conhecida. O homem da ciência, acreditando firmemente na conservação da força, e que ela nunca é produzida sem uma correspondente exaustão de algo para substituí-la, pede que algumas exibições de poder sejam manifestadas em seu laboratório, onde ele pode pesar, medir e submetê-la a testes próprios” (Pesquisas nos Fenômenos do Espiritualismo, p. 6-7).     
Crookes revelou uma postura de cético, crítico e iniciante na matéria. Colocava no seu pensamento a sua experiência de cientista natural, provavelmente não conhecia a fundo as pesquisas de Kardec e claramente não considerava científico outro método, senão o materialista, ou seja, o de pesar, medir e movimentar objetos dentro de um laboratório físico-químico.
Como Kardec, apesar de ter se graduado em Ciências e Letras, e feito doutorado em Medicina, tinha uma perspectiva mais pautada em Letras, Educação, Pedagogia, Metodologia e Filosofia, seus métodos não agradavam, em regra, os físicos e químicos da época, que apenas consideravam ciência aquilo que saía de dentro dos laboratórios com tubos de ensaio e balanças.
Essa visão materialista, para a época, era ainda perfeitamente compreensível; no entanto, nos dias atuais, mostra profunda ignorância científica, pois a diversificação das ciências e o avanço nos estudos de Metodologia e Epistemologia mostraram que há muitos variados métodos científicos e formas de conhecimento aceitas pela ciência.
Neste texto, não haverá espaço para aprofundar na incrível evolução das investigações de Crookes, que mereciam ser retratadas em um filme, mas, no próximo, trataremos delas com detalhes. De um dos cientistas mais respeitados do mundo à época, de um gênio descobridor, ele passou a ser motivo de chacota simplesmente porque expôs fenômenos reais, físicos, porém desconhecidos e temidos pela maioria dos cientistas.
O seu livro conta pequenos detalhes dos múltiplos experimentos que realizou, trazendo, dentre outras informações, desenhos e relatos de testemunhas. Chegaremos lá. Por enquanto, fiquemos com o seguinte relato:
“Among the remarkable phenomena which occur under Mr. Home’s influence, the most striking, as well as the most easily tested with scientific accuracy, are - (1) the alteration in the weight of bodies, and (2) the playing of tunes upon musical instruments (generally an accordion, for convenience of portability) without direct human intervention, under conditions rendering contact or connection with the keys impossible. Not until I had witnessed these facts some half-dozen times, and scrutinized them with all the critical acumen I possess, did I become convinced of their objective reality. Still, desiring to place the matter beyond the shaddow of doubt, I invited Mr. Home on several ocasions to come to my own house, where, in the presence of a few scientific enquirers, these phenomena could be submitted to crucial experiments.       
[...] I confess I am surprised and pained at the timidity or apathy shown by scientific men in reference to this subject [...], but I soon found that to obtain a scientific committe for the investigation of this class of facts was out of question, and that I must be content to rely on my own endeavours, aided by the co-operation from time to time of a few scientific and learned friends who were willing to join in the inquiry.
Em tradução livre:
“Dentre os fenômenos marcantes que ocorrem sob a influência do Sr. Home, os mais arrebatadores, como também os mais facilmente testados cientificamente com precisão, são: (1) a alteração no peso de corpos e (2) tocar notas em instrumentos musicais (geralmente um acordeon, por conveniência de portabilidade) sem intervenção humana direta, sob condições que tornam impossível o contato ou a conexão com as notas. Não antes de testemunhar esses fatos ao menos meia dúzia de vezes e de os ter escrutinizado com toda a perspicácia que eu possuo, eu fiquei convencido da sua realidade objetiva. Ainda, desejando colocar o assunto fora de dúvida, eu convidei o Sr. Home em várias ocasiões para vir a minha casa, onde, na presença de alguns investigadores científicos, esses fenômenos poderiam ser submetidos a experimentos cruciais.
[...] Eu confesso que estou surpreso e dolorido pela timidez e apatia mostrada pelos homens científicos em referência ao assunto [...], mas eu logo descobri que obter um comitê científico para a investigação dessa classe de fatos estava fora de questão e que eu devo estar contente de contar com os meus próprios esforços, adicionados pela cooperação, de tempo em tempo, de alguns amigos científicos e preparados que estavam dispostos a se juntar à pesquisa”.
A leitura dos artigos de Crookes revelam um cientista crítico, cético, perspicaz, que envidou seus esforços para realizar experimentos repetidos sobre os fenômenos e que, somente a partir daí, passou a acreditar neles.
Alguns leitores do blog perguntavam porque os Espíritos apenas levantavam mesas, e não tocavam instrumentos, por exemplo. Bom, está aí a resposta: eles tocam instrumentos e podem fazer mais uma porção de coisas, que ficaram comprovadas na investigação de Crookes.
Se não houve larga repetição dos experimentos, apesar de que, como visto e como veremos, testes semelhantes foram feitos por Flammarion, Richet, Delanne e outros, é porque muitos cientistas não se interessam pelo tema. Alguns têm medo; outros acham preconcebidamente tudo fantasioso demais, mesmo antes de investigarem; muitos têm receio de “sujar” sua carreira científica e apenas estão preocupados com pesquisas que lhes darão retorno financeiro em curto a médio prazo; etc.
Como temos dito aqui, a existência de Espíritos está cientificamente comprovada há mais de 100 anos, porém, certamente, com o enorme avanço tecnológico das últimas décadas, ficará ainda mais fácil realizar essa comprovação nos próximos anos. 

Parte V
Como visto em textos anteriores, cientistas renomados como Camille Flammarion, Charles Richet e William Crookes realizaram sérios experimentos com médiuns para que fossem testados os fenômenos chamados, do final do século XIX para o início do século XX, de “espirituais”.
Todos os três concluíram pela veracidade dos fenômenos, mas Richet era o único a negar a influência espiritual, apesar de ter atestado a existência de médiuns com “forças psíquicas” capazes de produzir efeitos não explicados pelas leis científicas da época, o que deu surgimento à metapsíquica.  
No prefácio à segunda edição do tratado, Richet lembra crítica de Ernesto Bozzano a sua separação entre metapsíquica objetiva e subjetiva, mas defende seu ponto de vista afirmando que os inúmeros médiuns estudados apresentavam apenas faculdades que diziam respeito a um dos tópicos separados, segundo ele mesmo, para efeitos didáticos:
“Demais, a especialização, entre os diversos médiuns, é quase sempre completa. Eusapia Palladino, por exemplo, ou Marthe Béraud, são médiuns de efeitos físicos, exclusivamente. E não me consta que a Senhora Piper tenha jamais produzido fenômenos físicos materiais.
Algumas vezes, é verdade, certos médiuns, como Home, como Kluski, como Stainton Moses, como a Senhora d’Espérance, são dotados de duas mediunidades reunidas; mas cometer-se-ia erro grave considerá-las como ligadas fatalmente uma à outra” (Tratado da Metapsíquica, p. 12).
Richet era um gênio, vencedor do Prêmio Nobel de Medicina em 1913 por descobrir a soroterapia e a anafilaxia. Foi no mesmo período, bem no início do século XX, que ele realizou suas pesquisas com médiuns, afastando espúrias acusações, normalmente realizadas pelos mais incrédulos, sobre um gênio cientista ter se tornado um ingênuo ou um louco exatamente no momento em que começou a estudar fenômenos espirituais.
Os experimentos de William Crookes, descobridor do tubo de imagem, do radiômetro e do Tálio, foram, contudo, tão ou mais esclarecedores do que aqueles de Richet. Vamos a eles:
“The meetings took place in the evening, in a large room lighted by gas. The apparatus prepared for the purpose of testing the movements of the accordion, consisted of a cage, formed of two wooden hoops, respectively 1 foot 10 inches and 2 feet diameter, connected together by 12 narrow laths, each 1 foot 10 inches long, so as to form a drum-shaped frame, open at the top and bottom; round this 50 yard of insulated cooper wire were them netted together firmly with string, so as to form meshes rather less than 2 inches long and 1 inch high. The height of this cage was such that it would just slip under my dining table, but be to close to the top to allow of the hand being introduced into the interior, or to admit of a foot being pushed underneath it. In another room were two Grove’s cells, wires being led from them into the dining-room for connection, if desirable, with the wire surrounding the cage.   
The accordion was a new one, having being purchased by myself for the purpose of these experiments at Wheatstone’s, in Conduit Street. Mr. Home had neither handled nor seen the instrument before the commencement of the test experiments”.
Em tradução livre:
“Os encontros aconteceram à noite, numa grande sala iluminada por gás. O aparato preparado para o fim de testar os movimentos do acordeon consistiam em uma gaiola, formada por dois aros de madeira, respectivamente medindo 56 centímetros e 61 centímetros de diâmetro, conectados juntos por 12 ripas estreitas, cada uma medindo 56 centímetros, de modo a tomar um formato de tambor, aberto em cima e embaixo; em volta de um arame isolado de cobre de 1 metro, estavam eles entrelaçados firmemente com uma corda, de modo a formar malhas não maiores do que 5 centímetros de comprimento e 2,5 centímetros de altura. A altura dessa gaiola era tão baixa que ela passava debaixo da minha mesa de jantar, mas sem estar bem perto do topo a ponto de permitir a introdução da mão no seu interior ou de admitir que um pé fosse empurrado em baixo dela. Em outra sala estavam duas células de Grove, com arames saindo delas para a sala de jantar por conexão, se desejado, com o arame em volta da gaiola.
O acordeon era novo, comprado por mim mesmo para o fim desses experimentos na casa de Wheatstone, na Rua Conduit. O Sr. Home não tinha pegado, nem visto o instrumento até o começo dos testes experimentais”.
Mais detalhes sobre a preparação dos experimentos estão todos no livro de Crookes. Ele explica detalhe por detalhe, com o máximo de seriedade, afastando todas as possibilidades de fraude ou de complacência. Segue o experimento:
“For the greater part of the evening, particularly when anything of importance was proceeding, the observers on each side of Mr. Home kept their feet respectively on his feet, so as to be able to detect his slightest movement.
The temperature of the room varied from 68o to 70o F.
Mr. Home took the accordion between the thumb and middle finger of one hand at the opposite end to the keys [...], (to save repetition this will be subsequently called ‘in the usual manner.’) Having previously opened the bass key myself, and the cage being drawn from under the table so as just to allow the accordion to be passed in with its keys downwards, it was pushed back as close as Mr. Home’s arm would permit, but without hiding his hand from those next to him (see Fig. 2). Very soon the accordion was seen by those on each side to be waiving about in a somewhat curious manner; then sounds came from it, and finally several notes were played in succession. Whislt this was going on, my assistant went under the table, and reported that the accordion was expanding and contracting; at the same time it was seen that the hand of Mr. Home by which it was held was quite still, his other hand resting on the table.    
Presently the accordion was seen by those on either side of Mr. Home to move about, oscillating and going round and round the cage, and playing at the same time. Dr. A. B. now looked under the table, and said that Mr. Home’s hand appeared quite still whilst the accordion was moving about emiting distinct sounds.
Mr. Home still holding the accordion in the usual manner in the cage, his feet being held by those next to him, and his other hand resting on the table, we heard distinct and separate notes sounded in succession, and then a simple air was played. As such a result could only have been produced by the various keys of the instrument being acted upon in harmonious succession, this was considered by those present to be a crucial experiment. But the sequel was still more striking, for Mr. Home then removed his hand altogether from the accordion, taking it quite out of the cage, and placed it in the hand of the person next to him. The instrument then continued to play, no person touching it and no hand being near it”.
Em tradução livre:
“Na maior parte da noite, particularmente quando algo importante estava ocorrendo, os observadores em cada lado do Sr. Home mantinham os seus pés respectivamente sobre os pés dele, estando aptos a detectarem o seu mais suave movimento.
A temperatura da sala variava entre 20 e 21 graus celcius.
O Sr. Home pegou o acordeon entre o polegar e o dedo do meio de uma mão no lado contrário ao das teclas (para poupar a repetição, isso será chamado de ‘da maneira usual’). Tendo previamente aberto a tecla grave eu mesmo e a gaiola tendo sido posta sob a mesa de modo a permitir que o acordeon fosse passado com as teclas para baixo, ele foi empurrado de volta o mais perto que o braço do Sr. Home pudesse chegar, mas sem esconder suas mãos daqueles próximos a ele (ver figura 2). Muito brevemente, o acordeon foi visto por aqueles de cada lado abrindo e fechando de uma maneira curiosa; então sons vieram dele e, finalmente, várias notas foram tocadas sucessivamente. Enquanto isso estava acontecendo, o meu assistente foi sob a mesa e reportou que o acordeon estava expandindo e contraindo; ao mesmo tempo, foi visto que a mão do Sr. Home pela qual ele estava sendo segurado foi mantida como estava, ficando sua outra mão sobre a mesa.
Presentemente, o acordeon foi visto por aqueles dos dois lados do Sr. Home se movendo, oscilando e indo em volta da gaiola, tocando ao mesmo tempo. O doutor A. B. olhou embaixo da mesa e disse que a mão do Sr. Home aparecia da mesma forma enquanto o acordeon estava tocando e emitindo sons distintos.
Enquanto o Sr. Home continuava segurando o acordeon da maneira usual dentro da gaiola, os seus pés sendo segurados por aqueles próximos a ele e sua outra mão estando em cima da mesa, nós ouvimos distintas e sucessivas notas separadas, e, então, um simples ar foi tocado. Uma vez que um resultado como esse apenas poderia ser produzido pelas várias teclas do instrumento sendo acionadas em harmonia sucessiva, esse foi considerado pelos presentes um experimento crucial. Mas, o seguinte foi ainda mais impactante, por ter o Sr. Home removido sua mão do acordeon, retirando-a da gaiola e colocando-a na mão de uma pessoa próxima a ele. O instrumento, então, continuou a soar, sem nenhuma pessoa tocando ele e nenhuma mão estando próxima a ele”.
Após o resultado impressionante, como grande investigador científico que era, Crookes repetiu o experimento em formas diferentes, testando as possibilidades, como passando uma corrente elétrica pela gaiola, e checando se havia alguma fraude:
“The accordion was now again taken without any visible touch from Mr. Home’s hand, which he removed from it entirely and placed upon the table, where it was taken by the person next to him, and seen, as now were both his hands, by all present. I and two of the others present saw the accordion distinctly floating about inside the cage with no visible support. This was repeated a short time, after a short interval. Mr. Home presently re-inserted his hand in the cage and again took hold of the accordion. It then commenced to play, at first chords and runs, and afterwards a well-known sweet and plaintive melody, which it executed perfectly in a very beautiful manner. Whilst this tune was being played, I grasped Mr. Home’s arm, below the elbow, and gently slid my hand down it until I touched the top of the accordion. He was not moving a muscle. His other hand was on the table, visible to all, and his feet were under the feet of those next to him”.
Em tradução livre:
“O acordeon foi agora pego novamente sem nenhum toque visível da mão do Sr. Home, que ele removeu inteiramente e colocou sobre a mesa, onde foi segurada pela pessoa próxima a ele e vistas agora ambas as mãos por todos os presentes. Eu e duas outras pessoas presentes vimos o acordeon distintamente flutuando dentro da gaiola sem suporte visível. Isso foi repetido por pouco tempo, após pequeno intervalo. O Sr. Home presentemente reinseriu sua mão na gaiola e, de novo, pegou o acordeon, que começou a tocar, primeiramente acordes e carreiras, e, mais tarde, uma bem conhecida melodia doce e lamuriosa, que foi executada perfeitamente numa maneira muito bonita. Enquanto essa música era tocada, eu agarrei o braço do Sr. Home, abaixo do ombro, e gentilmente escorreguei minha mão até eu tocar o topo do acordeon. Ele não estava movendo um músculo. Sua outra mão estava sobre a mesa, visível a todos, e seus pés estavam debaixo dos pés de outros próximos a ele”.
Nota-se dos experimentos os imensos cuidados tomados por Crookes e os demais na sala. Nota-se a sua incredulidade inicial confirmada nas investigações. Não há como negar esses resultados. Não se trata mais de mesas levitando, que poderiam ser explicadas por efeitos magnéticos. Trata-se de melodias sendo tocadas harmoniosamente, o que apenas poderia ser feito por uma engenhosa máquina, que sequer existia à época e que não explicaria os movimentos e a flutuação do acordeon, ou por uma inteligência invisível, que é o mais lógico no caso, apesar de estranho para muitos e difícil de crer.      
Satisfeito o pedido de alguns leitores do blog de saberem sobre Espíritos tocando instrumentos musicais, outro desejo era o de que os fenômenos fossem pesados em balança. Lá vai:
“Having met with such striking results in the experiments with the accordion in the cage, we turned to the ballance apparatus already described. Mr. Home placed the tips of his fingers lightly on the extreme end of the mahogany board which was resting on the support, whislt Dr. A. B. and myself sat, one on each side of it, watching for any effect which might be produced. Almost immediately the pointer of the balance was seen to descend. After a few seconds it rose again. This movement was repeated several times, as if by successive waves of the Psychic Force. The end of the board was observed to oscillate slowly up and down during the experiment”.
Em tradução livre:
“Tendo se deparado com tão impactantes resultados nos experimentos com o acordeon na gaiola, nós nos voltamos para o aparato da balança já descrito. O Sr. Home colocou a ponta dos dedos levemente no extremo do prato de mogno que estava descansando no suporte, enquanto o Dr. A. B. e eu mesmo sentávamos, um de cada lado desse suporte, observando qualquer efeito que viesse a ser produzido. Quase imediatamente o ponteiro da balança foi visto descendo. Depois de poucos segundos, ele levantou de novo. O movimento foi repetido várias vezes, como se por sucessivas ondas da Força Psíquica. O fim do prato foi observado oscilar vagarosamente para cima e para baixo durante o experimento”.
Crookes explica que os dedos do Sr. Home estavam apenas encostados bem na ponta do prato da balança, de modo que não faziam praticamente nenhuma pressão. Para ele, o experimento foi ainda mais impactante do que no caso do acordeon.
Tente o leitor analisar a questão em comunhão com os fatos apresentados nos textos anteriores, lembre-se de que são vários os cientistas imensamente renomados atestando resultados semelhantes. Acrescente agora o fato de sujeitos benfeitores como Chico Xavier e Divaldo Franco psicografarem livros em línguas que não conhecem, com conteúdos que muitas vezes não conhecem e afirmarem que conversam com seus guias espirituais e outros espíritos.
Somando tudo isso aos estudos de Allan Kardec e à prática mediúnica em reuniões de desobsessão reiteradas ao longo das várias últimas décadas por milhares de pessoas em diferentes países, a razão, a racionalidade, se destituída de preconceitos bloqueadores, não permitirá que se chegue a outra conclusão, a não ser a de que existem “mundos paralelos” em outras dimensões nas quais vivem seres inteligentes.

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