sexta-feira, 19 de maio de 2017

A explosão da bolha maniqueísta: o fim do Governo Temer, por Alexandre Tambelli




Este episódio da derrocada final do Golpe de Temer & Cia. via depoimento direto da JBS na Procuradoria Geral da República e confirmadas as provas junto ao STF é nada mais nada menos do que o coroamento final de uma realidade paralela que explodiu: a da bolha maniqueísta! Esta, hoje, fugiu do controle dos seus participantes.
O jogo da inimizade coletiva, produtor da bolha, dividindo o país entre homens de bem: mercadistas, pró-americanos, moristas, aecistas, bolsonaristas e os homens maus: petistas, lulistas, dilmistas, esquerdistas, bolivarianos, comunistas, progressistas saiu do controle e ruiu.
A narrativa dos meios de comunicação hegemônicos capitaneados pela Rede Globo & velha mídia não pode mais conter o dique que transbordou e alagou as terras protegidas dos noticiários seletivos, das denúncias pela cor da camisa, das omissões pelo partido e Ideologia e do ódio produzido para defesa de interesses particulares de um grupo de pessoas contra todo um País.
Vivemos por muitos anos dentro de uma bolha maniqueísta, onde, aos habitantes de dentro da bolha (Presidente, Governador, Prefeito, políticos, ministros e secretários de Governo, magistrados, etc.) tudo foi possível fazer e com louvação, porque não os impunham limites a Justiça e o oligopólio midiático e os habitantes de fora da bolha (defensores de Ideologia e ideias outras), qualquer coisa, mesmo positiva que fizessem em mandatos, era encontrado pelo em ovo, a velha mídia os colocava em situação complicada e sempre como fazedores de coisas administrativamente erradas e supostamente ilegais, e que a Justiça, ainda, se movia para ajudar a destruí-los, mesmo sem motivos ou provas.
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Cada habitante da bolha esteve com um Poder particular de fazer o que quisesse, porque não era incomodado pela Rede Globo & Cia e pelo Judiciário, era “comprado” seus passos via defesa da Ideologia do oligopólio midiático formado pela velha mídia e seus parceiros: Mercado e Imperialismo Norte-Americano.  
Cada habitante da bolha pôde ser “comprado” para defender quem lhes propunha pedidos de benefícios privados, estatais e fiscais em troca de ganhar dinheiro, fama e Poder. 
E nessa troca, o silêncio da Rede Globo & velha mídia se fazia presente e comandava a realidade paralela, porque todos, no final das contas, estavam dentro de uma bolha maniqueísta que tinha alguns pontos básicos, todos os pontos associados de uma única Ideologia:
1) A defesa intransigente do Mercado e do Neoliberalismo;
2) O alinhamento sem nenhuma contrapartida aos interesses do Imperialismo Norte-Americano;
3) A defesa intransigente do Estado Mínimo e do Livre Mercado;
4) Privatizações sem freios de todas as empresas públicas, dos recursos naturais em território brasileiro e dos serviços básicos do Estado, todos que fossem possíveis terceirizados.
Defender estes pontos básicos era a senha da certeza de impunidade e do respaldo midiático do silêncio, de uma mídia familiar brasileira de não mais que 10 famílias, que nos coloca como o País, certamente, onde, a concentração oligopólica dos meios de comunicação é a maior.
Hoje ruiu a bolha maniqueísta, porque ela não mediu as consequências de seus atos, ela foi aceitando toda a ausência de limites, até chegar ao ponto de destruição do empresariado nacional globalizado em detrimento dos interesses do Império e das grandes corporações capitalistas estrangeiras via Operação Lava-Jato e assemelhadas, como a Operação Carne Fraca.
Um dos empresários globais brasileiros destruiu a bolha maniqueísta, deu o grito de alforria da classe empresarial nascida no Brasil, furou a bolha com um alfinete pontudo, tirou o protagonismo da Lava-Jato e assemelhadas de destruir tudo o que é nacional e competitivo no cenário Capitalista mundial. Joseley não se sujeitou ao Juiz Moro e assemelhados, se antecipou  ao já enfadonho movimento de destruição do Capital Nacional globalizado da República dos procuradores, delatando via PGR, aconselhado a delatar por Rodrigo Janot. 
Uma batalha se abriu aqui, pensei comigo: o empresário globalizado nascido dentro do Brasil que apoiou financeiramente, no caso da JBS, Aécio, Temer, Cunha & Cia. X o Juiz Moro, o Governo Temer em defesa de interesses de empresários estrangeiros. Esta contradição e hierarquia fez o impensado: o empresariado nacional globalizado, que patrocinou eleitoralmente e de outras formas políticos da bolha foi pela bolha prejudicado e um deles, Joseley da JBS detonou tudo, prejudicando a si próprio e outras pessoas.
Lembremos. Primeiro os interesses do Império, depois vem o resto, para a pessoa ser preservada pela bolha. Até a Globo entrou nesta situação de prejudicar seu terceiro maior anunciante: JBS, prejudicado por uma dessas Operações midiáticas da PF, que a Globo tanto incentivou, por ser ela parceira do Imperialismo Norte-Americano e anti-petista/ anti Governo Lula/Dilma. 
Imaginemos. Eu lhe dou milhões e milhões em apoio eleitoral e presto outros favores e você não impede de existir uma Operação Carne Fraca? Um dia tinha que haver uma implosão da bolha maniqueísta por sua contradição interna.
Lava-Jato que só estava dando chance à “sobrevivência” do empresariado nascido no Brasil na base da delação mágica, que tinha por citação necessária três palavras: “Lula”, “Dilma” e “PT”, senha para um grande empresário brasileiro que foi bem-sucedido na Era Lula/Dilma não ser preso por meses e meses, isto depois, de arruinar os negócios desse grande empresário em solo brasileiro em detrimento dos interesses de empresas estrangeiras e países desenvolvidos. 
Tudo feito, também, pela Lava-Jato, para destruir o legado social, a História e a imagem da centro-esquerda capitaneada pelo PT no Poder. 
E foi de forma incontestável que a bolha maniqueísta ruiu, com investigação, autorização do Supremo, levantamento de provas e não na base da coerção, da prisão midiática, da tortura psicológica do aumento da pena se não “delatar”, e, soltura só se falasse a palavra chave: “Lula” e os clássicos: “Ele sabia” e “Mandou destruir provas”, sem nenhuma prova material anexada à “delação”.  
Moro, Maurício Moscardi, Dallagnol, Ângelo Goulart Villela, Aécio, Temer, Zezé Perrella, Eduardo Cunha, etc. são exemplos reais da bolha maniqueísta e seu individualismo do vale-tudo. Surge quem oferece um “serviço” e por motivos diversos, passando por chances de enriquecimento ou brilho midiático e ego aceitam, pois, no auge da bolha maniqueísta estavam a salvos da Justiça. Cada um era uma peça individual, livre para agir como bem queira em benefício próprio, só obedecendo a um comando principal: a defesa e ação para o Neoliberalismo e os interesses do Império Norte-Americano vingarem.
Todos os agentes desta realidade paralela estão/ estarão nus diante do povo brasileiro e tentarão se salvar, cada um ao seu modo, dentro de um jogo ainda mais suicida de individualismo e de medo de ser o próximo a ser delatado e colocado na fogueira da inquisição de si mesmos. Poderemos assistir um delatar o outro por tentativa de “sobrevivência” e quase todos caírem juntos.
O “ele sabia” ficou no passado, as masmorras da Lava-Jato não têm mais utilidade porque ninguém mais em sã consciência vai querer nela adentrar. Moro e os procuradores da Lava-Jato e a Rede Globo de televisão & velha mídia ficarão presos a uma narrativa doentia de que tudo foi culpa do “Lula”, enquanto a caravana passa e leva tudo na direção de um redemoinho em mar revolto.
Moro e procuradores da Lava-jato vão ficar segurando a tocha de fogo do Tribunal Inquisitorial, enquanto o Sol pode já estar se abrindo no horizonte.
Ocupemos as ruas e peçamos sem tréguas a renúncia de Temer, as Diretas Já e um basta para o oligopólio midiático brasileiro capitaneado pela Rede Globo de Televisão.
Não! Ao Golpe dentro do Golpe! Nosso Luta é por eleições diretas antecipadas para 2017!
A explosão da bolha maniqueísta pode nos dar um alento, uma nova fisionomia de País com nova Política, com um Judiciário imparcial e uma mídia responsável, que faça Jornalismo e não seja mais seletiva.  
E, construir um País outro, com uma ideia de Nação, de desenvolvimento soberano, de solidariedade, de coletivismo e com Justiça Social. 
Fonte do texto: Jornal GGN

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