segunda-feira, 22 de maio de 2017

Igrejas cristãs se manifestam por eleições diretas para a Presidência e o Congresso




Além do voto popular, religiosos querem a suspensão das reformas trabalhista e da Previdência, a taxação de grandes fortunas e o fim da violência contra populações e movimentos sociais

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), que representa a Igreja Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida, declarou apoio à realização de eleições diretas para a Presidência da República, para o Câmara e para o Senado como instrumento para restaurar a legitimidade da representação popular.

Em documento divulgado nesta sexta-feira (19), a entidade conclama as igrejas-membro e seus fieis para a oração, intercessão e resistência em favor da democracia que garanta o acesso universal à saúde, à educação, à previdência social e ao emprego.

“Queremos uma democracia que garanta a distribuição de riquezas, garantia de direitos aos povos indígenas, taxação sobre grandes fortunas e que nos permita sonhar por novo céu e nova terra. Nenhum direito a menos!"

No documento, os religiosos denunciam o avanço das forças políticas conservadoras por meio da desestabilização do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff com a suposta bandeira do combate à corrupção com vistas ao impeachment e a posse de Michel Temer. "Este processo passou para a história como um golpe parlamentar perpetrado em nome da moralização da política brasileira e concretizou a ruptura democrática."

Eles criticam ainda o fechamento do acesso popular ao Poder Legislativo, o cerco de policiais fortemente armados contra trabalhadores, estudantes e indígenas, criminalizando movimentos sociais.

"As discussões são realizadas a portas fechadas, sem a participação da sociedade civil. E que os patrocinadores do golpe levaram ao Executivo e ao Congresso uma pauta de retrocessos, que incluem o corte de programas sociais, o sucateamento dos serviços públicos, venda de terras para estrangeiros, até chegar à reforma trabalhista e à reforma previdenciária e na defesa do interesse de ruralistas, como no caso da CPI do Incra/Funai."

Para a entidade, as revelações de corrupção envolvendo Temer, em pleno exercício do mandato, e empresários do grupo JBS, são "as provas de que falta a esse governo a legitimidade para conduzir os destinos da nação, especialmente, quando se discutem propostas que afetam a vida de toda a população nos próximos cinquenta anos."

No RBA

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