segunda-feira, 18 de março de 2019

O fundamentalismo religioso tem muitas faces, explica Lucia Helena Issa


Fundamentalistas são de vários matizes, não podemos simplificar ao ponto da ignorância. Veja o vídeo em que a jornalista Lucia Helena Issa explica e exemplifica a questão

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Jornal GGN O massacre de muçulmanos em duas mesquitas perpetrado por um supremacista branco, na Nova Zelândia, ganhou um novo capítulo. Um senador de extrema-direita culpa muçulmanos por ataque a mesquitas que deixou 50 mortos e 50 feridos.
E ele pode perder o cargo por isso. O senador, no caso, é Fraser Anning, que afirmou que a verdadeira causa do massacre foi o programa de imigração, que permitiu a entrada de ‘fanáticos muçulmanos’ no país. Diz que o medo, dentro da comunidade, é crescente, tanto na Austrália quanto na Nova Zelândia, por conta da presença muçulmana.
Culpar a vítima é a nova saída da estupidez extrema que se apossou do mundo. Se há um atentado e o algoz é branco, o tipo de discussão que suscita vem na linha do ‘coitado, vai saber o que o levou a tal ato extremo’. Se o algoz é negro ou muçulmano ou gay, tudo muda de figura.
A primeira-ministra neozelandesa não gostou. No dia anterior garantiu que as leis de armas seriam revistas, e a compra e posse dificultadas no país. Mas é preciso conseguir um culpado fora da zona de conforto, e um muçulmano é mais fácil e foi o que o senador de ultra-direita fez.
Mas o que entra na pauta, contra os muçulmanos, é o tal do fundamentalismo religioso. Toda e qualquer referência ao tema vem coalhado de exemplos muçulmanos. Mas se existem fundamentalistas muçulmanos, existem também os cristãos, os hindus. Como explica a jornalista e pesquisadora Lucia Helena Issa, em vídeo de 2017, um hindu matou Gandhi porque ele lutava pela paz e pelo diálogo com os muçulmanos indianos; um fundamentalista cristão, o pastor Jim Jones, foi responsável pela morte de mais de 900 pessoas. Na Noruega, um extremista católico cometeu um atentado em que morreram mais de 90 pessoas.
Fundamentalistas são de vários matizes, não podemos simplificar ao ponto da ignorância. Veja o vídeo em que a jornalista Lucia Helena Issa explica e exemplifica a questão.


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