quarta-feira, 13 de março de 2019

Ascensão de pré-candidatos progressistas assusta ala democrata moderada nos EUA



Bernie Sanders, pré-candidato democrata à presidência dos EUA em 2020 – Scott Eisen/Getty Images/AFP
New York Times informa que a forte guinada à esquerda do Partido Democrata e a ascensão de pré-candidatos presidenciais progressistas assustam democratas moderados, que, cada vez mais, receiam que o partido possa cair de um penhasco liberal e desperdiçar suas chances de derrotar o presidente Donald Trump em 2020. Dois meses depois de o início da campanha presidencial, a maioria dos principais candidatos democratas já rompeu com a política de consensos e abraçou ideias de esquerda sobre saúde, impostos, meio ambiente e a política dos EUA no Oriente Médio, ideias que modificariam fundamentalmente a economia e elementos da política externa americana, em última análise reformando a vida do país.
De acordo com a publicação, liderados pelo senador Bernie Sanders, do Vermont, socialista democrático que é o pré-candidato democrata mais bem cotado nesta etapa inicial da corrida, muitos líderes do partido estão optando por tirar lições das vitórias liberais do partido em 2018, em vez de os avanços conquistados pela legenda nas áreas suburbanas moderadas que acabaram devolvendo o controle da Câmara aos democratas. Esses democratas progressistas correm o risco de acabar beneficiando Trump, que os tachou diversas vezes de “socialistas”. Mas eles argumentam que sua agenda ambiciosa pode inspirar uma revolta de eleitores em 2020 que leve à eleição de um presidente de esquerda.
Retornando ao Iowa pela primeira vez como pré-candidato para 2020, Bernie Sanders se gabou na quinta-feira (7): “Vocês se lembram das ideias das quais conversamos aqui em Iowa quatro anos atrás e que pareceram tão radicais na época? Surpresa: hoje essas mesmas ideias são apoiadas não apenas por candidatos democratas à Presidência, mas por candidatos democratas a todos os cargos, de conselhos escolares para cima”. A corrida rumo ao populismo equivale à rejeição do tipo de política incremental e frequentemente defensiva que há 40 anos caracteriza a abordagem do partido a questões altamente contenciosas. No entanto, enquanto quase metade dos eleitores indicam em sondagens de opinião que não querem ver o presidente reeleito, muitos moderados dizem que a estratégia cautelosa seguida em 2018 que ajudou o partido a conquistar 21 vagas na Câmara que tinham sido dadas a candidatos de Trump dois anos antes deveria servir de diretriz para 2020, completa o NYT.

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