Governador do Maranhão critica a criação de uma fundação privada para administrar um fundo patrimonial de R$ 2,5 bilhões, provenientes de penalidade imposta à Petrobras em acordo com os EUA. Procuradores de Curitiba participam da elaboração da instituição e ainda terão assento no conselho
Jornal GGN – O governador Flávio Dino (PCdoB) publicou uma série de mensagens nas redes sociais questionando o caráter privado da fundação que a Lava Jato pretende erguer com R$ 2,5 bilhões que são provenientes de uma penalidade imposta pela Petrobras em acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o DOJ.
Dino questionou o “tamanho da estrutura para gerir a fortuna de R$ 2,5 bilhões. Sede, despesas de manutenção, funcionários para receber projetos e avaliar, outros tantos para auditar e para examinar prestação de contas, assessoria jurídica e contábil, jornalistas, engenheiros, etc, etc. Todas essas pessoas certamente serão remuneradas, assim como palestrantes, consultores, etc. Haverá concurso público na tal fundação ‘privada’?”
E mais: “Em sendo dinheiro público, como escapar dos artigos 70 e 71 da Constituição, que tratam sobre a competência do Tribunal de Contas da União?”, lembrou o governador, que tem passagem como juiz de Direito.
Para Dino, “são tantos absurdos jurídicos e de gestão que não há dúvida quanto ao certo: não privatizem o dinheiro público. Devolvam imediatamente a fortuna de R$ 2,5 BILHÕES ao patrimônio público”, apelou.
Ao final, ele ainda apontou mais “um esoterismo jurídico”: “a tal multa aplicada à Petrobras por órgãos dos Estados Unidos não tem natureza criminal. Então como o inusitado ‘acordo internacional’ foi parar nas mãos de uma juíza criminal em Curitiba ? Meu Deus, que Direito é esse que inventaram?”
O acordo entre Petrobras e SEC, assinado em setembro de 2018, prevê expressamente a destinação dos recursos bilionários para “o Brasil” ou às “autoridades brasileiras”, não para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Apesar disso, em janeiro de 2019, a turma de Deltan Dallagnol acertou outro contrato com a Petrobras para estabelecer as diretrizes da fundação que será financiada com os R$ 2,5 bilhões.
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