"A tragédia do incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro é a bola da vez para a consternação coletiva em torno de uma história rotineiramente reduzida a pó.
Tudo nela fede aos nossos tempos sombrios."
Do Jornal GGN:
Cinzas do Museu Nacional são metáfora do desprezo neoliberal pela memória
por Tiago Barbosa
A crônica diária de destruição do Brasil tem nos obrigado a perceber tudo como extensão simbólica da nossa falência enquanto nação.
A tragédia do incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro é a bola da vez para a consternação coletiva em torno de uma história rotineiramente reduzida a pó.
Tudo nela fede aos nossos tempos sombrios.
O esqueleto de fogo exibido ao vivo pelas TVs deu forma física ao tradicional desprezo do país por memória, cultura e educação – traço exacerbardo pela agenda neoliberal recente de cortes excessivos no orçamento e de menosprezo a pautas de relevância social.
O sumiço sob chamas do maior e mais importante acervo científico do país ocorre em meio ao congelamento, por vinte anos, dos recursos destinados à ciência, tecnologia, saúde, cultura e educação – medida endossada por uma elite cinicamente abalada, hoje, com o ocaso do museu.
O equipamento público bicentenário agonizava com verba minúscula em 2018 e problemas estruturais no edifício denunciados há poucos meses. Chegou a suspender a visitação por falta de dinheiro.
Mas a indiferença governamental torrou um patrimônio com mais de 20 milhões de itens catalogados – de Luzia, fóssil mais antigo das Américas, a coleções paleontológicas de valor inestimável para o conhecimento.
A cremação pública do passado também metaforiza a tentativa contemporânea no Brasil neoliberal de enfraquecer instituições voltadas à construção e compreensão da nossa identidade.
O governo atual tentou fundir as pastas da Cultura e da Educação para “economizar”, e um dos candidados a presidente de extrema-direita defende a extinção do Ministério da Cultura.
Isso sem falar na crimininalização constante das políticas públicas adotadas para financiar manifestações identitárias – tidas como prática perdulária na cartilha da austeridade – e na tentativa repulsiva da linguagem neofascista de dar novo significado histórico e normalizar traumas como a ditadura militar.
O incêndio no museu é mais um alerta à reflexão sobre o tratamento dado à nossa história. Ou abrimos os olhos de vez para o nosso passado ou seremos reduzidos a cinzas em um futuro próximo.
Literal ou simbolicamente.
A tragédia do incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro é a bola da vez para a consternação coletiva em torno de uma história rotineiramente reduzida a pó.
Tudo nela fede aos nossos tempos sombrios.
O esqueleto de fogo exibido ao vivo pelas TVs deu forma física ao tradicional desprezo do país por memória, cultura e educação – traço exacerbardo pela agenda neoliberal recente de cortes excessivos no orçamento e de menosprezo a pautas de relevância social.
O sumiço sob chamas do maior e mais importante acervo científico do país ocorre em meio ao congelamento, por vinte anos, dos recursos destinados à ciência, tecnologia, saúde, cultura e educação – medida endossada por uma elite cinicamente abalada, hoje, com o ocaso do museu.
O equipamento público bicentenário agonizava com verba minúscula em 2018 e problemas estruturais no edifício denunciados há poucos meses. Chegou a suspender a visitação por falta de dinheiro.
Mas a indiferença governamental torrou um patrimônio com mais de 20 milhões de itens catalogados – de Luzia, fóssil mais antigo das Américas, a coleções paleontológicas de valor inestimável para o conhecimento.
A cremação pública do passado também metaforiza a tentativa contemporânea no Brasil neoliberal de enfraquecer instituições voltadas à construção e compreensão da nossa identidade.
O governo atual tentou fundir as pastas da Cultura e da Educação para “economizar”, e um dos candidados a presidente de extrema-direita defende a extinção do Ministério da Cultura.
Isso sem falar na crimininalização constante das políticas públicas adotadas para financiar manifestações identitárias – tidas como prática perdulária na cartilha da austeridade – e na tentativa repulsiva da linguagem neofascista de dar novo significado histórico e normalizar traumas como a ditadura militar.
O incêndio no museu é mais um alerta à reflexão sobre o tratamento dado à nossa história. Ou abrimos os olhos de vez para o nosso passado ou seremos reduzidos a cinzas em um futuro próximo.
Literal ou simbolicamente.
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