O papa Francisco continuou a aprofundar sua visão da inserção da Igreja e do cristianismo no mundo, nesta quinta (24), em sua homilia na missa matinal na Casa Santa Marta. Os cristãos católicos rezam desde o início da última semana o Livro do Apocalipse, na etapa final de seu Ano Litúrgico, uma grande reflexão sobre a promessa de Cristo da chegada do Reino de Deus que abolirá todas as formas de exploração e dos homens e decretará o fim dos impérios . [Veja aqui a cobertura da Rádio Vaticano e aqui a do site católico espanhol Religion Digital].
A homilia do Papa insere-se no contexto da agudização da luta interna na Igreja entre os que defendem a restauração às origens do cristianismo e aos princípios do Vaticano II e os que advogam a restauração do Concílio de Trento -a conflito foi qualificado como verdadeira “guerra civil” em reportagem do vaticanista Marco Politi, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano (leia aqui no original ou em português na tradução do Instituto Humanitas Unisinos clicando aqui).
No artigo, Politi escreve que há um “movimento sistemático de contestação, ao qual a frente reformadora opôs apenas timidez” e que a oposição ao Papa é muito mais ampla que apenas os quatro cardeais que o contestaram recentemente, aos quais Francisco respondeu assertivamente (leia aqui). Para o vaticanista, há “uma guerra civil em curso na Igreja” cujo objetivo final seria garantir uma sucessão conservadora de Francisco. O que Politi não escreveu é que o Papa tem realizado movimentos exatamente para mudar a relação de forças no colégio eleitoral dos cardeais que, pela primeira vez, deixou de ser majoritariamente europeu (leia aqui).
[por Mauro Lopes]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá... Aqui há um espaço para seus comentários, se assim o desejar. Postagens com agressões gratuitas ou infundados ataques não serão mais aceitas.