Reflexões sobre a série Westworld,
por
Carlos Antonio Fragoso Guimarães
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Carlos Antonio Fragoso Guimarães
"Deve ter algo errado com este mundo, algo escondido..."
Baseado em um filme homônimo da década de 70, com o fantástico Yul Brynner (veja um dos cartazes originais, com este ator, ao lado), a versão atual da HBO foi concebida por Jonathan Nolan e Lisa Joy e tem entre seus diretores executivos, J. J. Abrams, que ficou famoso pela série Lost.
E com Lost e outras séries Westworld tem vários pontos em comum, mas com uma vantagem: a HBO garantiu o investimento no enredo e já tem claro a estrutura da série, que deverá ter de cinco a seis temporadas, com um final já estabelecido que serve de norteador ao desenvolvimento dos episódios. E agora, com o sucesso confirmado da produção, é bem difícil que a série tenha mesma mazela de Lost, que perdeu fundos da produtora CBS e ficou sem poder amarrar direito o fio da história de modo coerente.
Em Westworld - que até agora tem se superado em cada um de seus episódios - percebemos uma construção bem amarrada e sempre surpreendente do roteiro e é quase certo que o fôlego se manterá bom um bom tempo, ainda que, de certa forma, a história venha a se estabilizar com o tempo. Não sem razão, Westwolrd também mantém pontos de contato com Game of Trones, que, alíás, já está em sua reta final e precisava de um substituto à altura - A HBO parece que coseguiu descobrir a fórmula de misturar história, mistério e uma grande pitada sutil de reflexões apropriadas em um momento histórico onde a imbecilidade, a superficialidade e a mesmíce de produções cinematográficas e televisvas estimulam e ao mesmo tempo reflete a mediocridade galopante e alienada do tipo coxinha que se apresenta para além do Brasil...
E com Lost e outras séries Westworld tem vários pontos em comum, mas com uma vantagem: a HBO garantiu o investimento no enredo e já tem claro a estrutura da série, que deverá ter de cinco a seis temporadas, com um final já estabelecido que serve de norteador ao desenvolvimento dos episódios. E agora, com o sucesso confirmado da produção, é bem difícil que a série tenha mesma mazela de Lost, que perdeu fundos da produtora CBS e ficou sem poder amarrar direito o fio da história de modo coerente.
Em Westworld - que até agora tem se superado em cada um de seus episódios - percebemos uma construção bem amarrada e sempre surpreendente do roteiro e é quase certo que o fôlego se manterá bom um bom tempo, ainda que, de certa forma, a história venha a se estabilizar com o tempo. Não sem razão, Westwolrd também mantém pontos de contato com Game of Trones, que, alíás, já está em sua reta final e precisava de um substituto à altura - A HBO parece que coseguiu descobrir a fórmula de misturar história, mistério e uma grande pitada sutil de reflexões apropriadas em um momento histórico onde a imbecilidade, a superficialidade e a mesmíce de produções cinematográficas e televisvas estimulam e ao mesmo tempo reflete a mediocridade galopante e alienada do tipo coxinha que se apresenta para além do Brasil...
A historia se constrói sobre um parque temático, Westworld, onde o velho oeste americano é reconstruído para que ricos e burgueses venham "encontrar um sentido para suas vidas vazias" e alguns outros mais equilibrados entrarem em um "processo de auto-decoberta" (termos utilizados pelos funcionários que controlam o parque, incluindo um de seus dois sócios fundadores e cientista-chefe, Robert Ford, interpretado pelo fantástico Anthony Hopkins)..
Este público pagante (e muitas vezes visivelmente cruel e desequilibado, apesar de sua orgiem e discursos "racionais"), ou "clientes", também chamados de "visitantes" ou "convidados", interage com seres artificiais, robôs ultrasofisticados ( que são inteligentes, sensiveis, mas que não tem consciência de sua natureza "fabricada"), chamados de "anfitriões". Estes, sem o saberem, são "programados" em uma série de enredos gerais nos quais, a partir de sua interação com os "clientes", acabam por se tornarem objetos de exploração e abuso por parte destes.
O comportamento destes "clientes" - pessoas quase bestiais e em sua maioria de mentalidade torpe, frutos de uma sociedade alienante e mecanicista, e até mesmo mais artifiicial que a dos "anfitriões" andróides - acaba por despertar em alguns destes últimos lembranças de outras "programações", o que os levam a um paulatino "despertar" de consciência, especialmente a de de que são objetos de uso e exploração, mesmo que projetados para se integrarem como engrenagens desta "sociedade planejada". Ao mesmo tempo, a própria mudança de aspecto visual entre o mundo "real" (quase sempre representado em um laboratório subterrâneo com cores frias, salas de ângulos retos com vidros, metais e excesso de tecnolocia, um mundo encharcado de "razão instrumental" e seus técnicos. A única exceção é o mirante da central de controle, que se abre em cima de uma montanha que esconde o complexo de escritórios e oficinas do parque para Westworld e onde os funcionários tem uma "licença" para se distrairem um pouco) contrasta com as cores naturais e vivas do parque Westorld, com "pessoas" que choram, riem e, apesar de "não serem humanas", sangram e sonham. Este é o contexto para a crítica da vaidade e imbecilidade humanas. Os "anfitriões", depois de serem mortos ou sofrerem algum dano, são levados às oficinas acima descritas e expostos quase sempre nus aos funcionários - uma forma bem direta de mostrar a "objetividade positivista" que reduz tudo, até mesmo o aparentemente humano, a coisas, mercadorias, objetos de uso. É o gatilho para o questionamento da realidade, de seus destinos, da falsa superioridade dos "pagantes" e, à medida que vão descobrindo o jogo em que foram lançados, dos construtoress, da equipe técnica e de todo o Stablishment que impôs uma realidade social altamente hipócrita, calculada, mas maquiada, em Westwolrd.... Alguma semelhança com nossa realidade ou tudo não passa de uma mera coincidência?
Este público pagante (e muitas vezes visivelmente cruel e desequilibado, apesar de sua orgiem e discursos "racionais"), ou "clientes", também chamados de "visitantes" ou "convidados", interage com seres artificiais, robôs ultrasofisticados ( que são inteligentes, sensiveis, mas que não tem consciência de sua natureza "fabricada"), chamados de "anfitriões". Estes, sem o saberem, são "programados" em uma série de enredos gerais nos quais, a partir de sua interação com os "clientes", acabam por se tornarem objetos de exploração e abuso por parte destes.
O comportamento destes "clientes" - pessoas quase bestiais e em sua maioria de mentalidade torpe, frutos de uma sociedade alienante e mecanicista, e até mesmo mais artifiicial que a dos "anfitriões" andróides - acaba por despertar em alguns destes últimos lembranças de outras "programações", o que os levam a um paulatino "despertar" de consciência, especialmente a de de que são objetos de uso e exploração, mesmo que projetados para se integrarem como engrenagens desta "sociedade planejada". Ao mesmo tempo, a própria mudança de aspecto visual entre o mundo "real" (quase sempre representado em um laboratório subterrâneo com cores frias, salas de ângulos retos com vidros, metais e excesso de tecnolocia, um mundo encharcado de "razão instrumental" e seus técnicos. A única exceção é o mirante da central de controle, que se abre em cima de uma montanha que esconde o complexo de escritórios e oficinas do parque para Westworld e onde os funcionários tem uma "licença" para se distrairem um pouco) contrasta com as cores naturais e vivas do parque Westorld, com "pessoas" que choram, riem e, apesar de "não serem humanas", sangram e sonham. Este é o contexto para a crítica da vaidade e imbecilidade humanas. Os "anfitriões", depois de serem mortos ou sofrerem algum dano, são levados às oficinas acima descritas e expostos quase sempre nus aos funcionários - uma forma bem direta de mostrar a "objetividade positivista" que reduz tudo, até mesmo o aparentemente humano, a coisas, mercadorias, objetos de uso. É o gatilho para o questionamento da realidade, de seus destinos, da falsa superioridade dos "pagantes" e, à medida que vão descobrindo o jogo em que foram lançados, dos construtoress, da equipe técnica e de todo o Stablishment que impôs uma realidade social altamente hipócrita, calculada, mas maquiada, em Westwolrd.... Alguma semelhança com nossa realidade ou tudo não passa de uma mera coincidência?
Assistam, reflitam e tirem suas próprias conclusões e desenvolvam suas próprias teorias.... Para quem ainda não conhece a série, veja o trailler acima.
Rapaz, sem querer topei com esta análise, e parece que é a série que eu estava procurando.
ResponderExcluirSó faltou dar maiores detalhes sobre, por exemplo, quantos episódios já passaram, que horas que passa no Brasil, etc.
Mas eu vou procurar saber.
Grande abraço.
Parece uma boa idéia para escolher uma idéia que agora parece mais realista, pelo momento histórico em que nos encontramos, para quem não sabe Westworld
ResponderExcluirdá um peso para uma produção de qualidade faz com que seja mais ambicioso e como sempre um sucesso de JJ Abrams. Ele nos faz refletir sobre conceitos como realidade que temos é criado por alguém, e se somos o parque de alguém superior?