Ele nem disfarça mais: Michel Temer esteve no Estadão para falar do “golpe paulista”
Texto de Kiko Nogueira, publicado no Diário do Centro do Mundo
No dia 23 de novembro, Michel Temer esteve na sede do Estadão para uma reunião com, entre outros, o diretor de conteúdo Ricardo Gandour. Jornalistas da empresa contaram para o repórter Pedro Zambarda o teor do encontro.
De acordo com o relato, Temer e Gandour falaram, principalmente, sobre o impeachment. O vice presidente e seus anfitriões batizaram carinhosamente a iniciativa de “golpe paulista”.
Temer conversou com Dilma Rousseff na quarta-feira (25), segundo noticiou o jornal. Foi uma “ressaca”, afirma o texto, após a prisão de Delcídio Amaral.
Cunha aceitou o pedido de impeachment no dia 2 de dezembro, mas Temer está conspirando abertamente há muito tempo. Em setembro, numa espécie de debate com Rosangela Lyra, ex-sogra de Kaká, ex-vendedora da Dior no Brasil, falou sobre Dilma: “Se continuar com 7% ou 8% de popularidade, de fato, fica difícil passar 3 anos e meio assim’’.
Temer tem sido cortejado pelo PSDB. Esteve com Alckmin num evento de João Doria Jr. e participou de um encontro reservado com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, aliado de Aécio.
O governo federal estaria “monitorando” o vice para medir sua “lealdade”. É de se perguntar o que falta o sujeito fazer. Temer está sendo sistematicamente flagrado na cama com outras pessoas. Que prova falta de que está traindo?
Ele se entrega não apenas na dubiedade de suas declarações — que podem ser resumidas assim: “Precisamos de uma coalização nacional, mas será comigo”. Se alguém não quer ser visto como golpista, basta não andar com golpistas. Simples assim.
“Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Conheço o Temer como político, como pessoa e como grande constitucionalista”, disse Dilma.
É uma espécie de puxão de orelha. Michel Temer está articulando. Ponto.
Sem voto, numa função decorativa, chamado de maneira definitiva por José Simão como “mordomo de filme de terror”, Temer havia sido retirado do anonimato, antes da crise, por causa da mulher, Marcela.
Aos 75 anos, surfando na possibilidade do impeachment, volta a ser acionado pelos ex-sócios. O maestro do “golpe paulista” não disfarça mais. O problema, agora, é o que fazer com ele.
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