segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A brilhante mentalidade de quem se julga "raça branca", "elite", "superior", "esclarecido"


Carlos Antonio Fragoso Guimarães

 É sempre assim que uma parcela da pretensa elite, que se julga superior e melhor que todos, age nas redes sociais, em especial a cada quatro em quatro anos: agredindo, violentando e cuspindo na Democracia, na riqueza duferencial humana do Brasil, nas pessoas entendidas, por elas, do auto de seus palácios e carros comprados com incentivo fiscal, como inferiores....

 É assim que ressurge mais fortemente, ou melhor, que se faz mais visível, em períodos de eleições, esta a expressão clássica da vileza bairrista e racista tão própria à extrema-direta mais imbecil, ainda forte e ainda enraizada nos mesmos subterrâneos atuantes que promoveram o golpe de 1964 e que, infelizmente, por várias razões (incluindo a ganância e medo das forças neoliberais interas e, ainda mais, internacionais - a mesma que provocou a Crise Financeira Mundial de 2008 e agora incentiva a eclosão de um movimento "direitista" em todo o planeta), recrudesce no Brasil, em especial em e a partir de São Paulo.....

 É nesta atmosfera de belicosidade classista que pessoas, como as acima apresentadas, msmerizadas pelo canto da sereia de um anti-democrático exclusivismo político-econômico, julgam-se a narcisicamente "superiores" a quem, utilizando-me por empréstimo da genial ideia de Caetano, não lhes seja espelho, ou seja, elas sentem-se incomodadas ou "ameaçadas" por quem é diferente, por morar em uma região diferente e/ou não compartilhem da mesma aceitação ao status quo ou, o que é para elas pior, que pareçam questionar a sua visão de mundo... ou que simplesmente estejam saindo dos posicionamentos de subalternidade que antes nossa tradição elitista e exploratória impunha e que ainda é reforçadas pela grande mídia e empresarial por eles controlada.

 O ódio elitista, assim, ressurge de modo escancarado quando uma minoria adaptada a um sistema excludente têm que lidar com o diferente, com todos nós, o povo, que aspiramos um outro Brasil mais justo e que, sem termos a grande mídia, ainda temos temos uns aos outros, mesmo uma internet livre e cabeças e corações para pensar e sentir essas atitudes mesquinhas e próprias de pessoas de qualidade espiritual questionável..... Daí o apriri de preconceitos étnicos e raciais esteriotipados e que recebem toda a carga de ódio e raiva bairrista inerentes ao reacionários, projetados por tais pessoas "esclarecidas" a partir da grande megalópoli imersa na ideologia capitalista.

Contudo, a mais surreal das manifestações preconceituosas não surgium de expressões de desconhecidos ou dos já conhecidos "Trolls", que querem apenas ver o circo pegar fogo provocando os sentimentos mais comezinhos (e aqui nem falo das tantas já expressas por pessoas como Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Lobão, Roger ou Rodrigo Constantino), mas de quem teoricamente, como fizeram muitos outros, deveria respeitar o cargo que um dia ocupou ou a imagem de "intelectual" que quer repassar ao mundo. Refiro-me aqui ao ex-presidente FHC.

 Nas palavras de Luis Nassif, após os resultados de domingo, capitaneados por uma São Paulo sem água mas que reelegeu o mesmo partido que passou vinte anos sem se preocupar com o problema, FHC aproveitou a onda direitista para acusar quem vota no PT de desinformados (o que incluiria gente do nível de um Leonardo Boff, Luis Fernando Veríssimo, Ziraldo) e pobre (o que incluiria Roberto Carlos, o próprio co-fundador do PSDB, Bresser Pereira): "é incompreensível a atitude do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, comportando-se como um troll, ao taxar os eleitores de Dilma de desinformados e moradores dos “grotões”. Tudo isto em um ambiente em que a polarização norte/nordeste-sudeste estimula atitudes bairristas agressivas de lado a lado."   E tudo isso, continua o articulista, "em nome de quê? Da vaidade insuperável de quem nunca conduziu, mas sempre foi conduzido pelos fatos e por uma visão oportunista da vida." (confira aqui o texto completo). Não é preciso dizer que as palavras do ícone do PSDB estimularam os neo-fascistas do twitter e outras redes sociais a vomitarem todo tipo de expressão de ódio, elitismo e imbecilidades explicitamente, sem medo de serem punidos (afinal, Gilmar Mendes é um dos ídolos deles). Mas náo se deeve pensar que o discurso do FHC foi um mero deslize. Um país dividido, em especial pelo ódio, é um meio eficaz para o conservadorismo retomar o poder.


 O que importa agora, pois, é termos suficiente inteligência para lidar com este tipo de eclosão bairrista, elitista e pararmos para refletir, afinal, que tipo de País e governo queremos nós: um situado mais ao lado do fascismo maquiado de democracia dominado por esta elite como esta, reacionária, racista, egocentrada ou a que permita ouvir a voz e os anseios de muitos outros, que buscam ter uma vida mais digna, com maiores oportunidades, um governo realmente escolhido pelo povo para o povo de todo o Brasil e não apenas para as besses de alguns, situados nos grandes centros capitalistas...

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