sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Malafaia e mais uma de suas pérolas: "Não há intolerância na igreja evangélica por termos origem nos EUA..."



O impagável e verborrágico Silas Malafaia afirmou no programa "Na Moral", do Pedro Bial, na última quinta-feira, dia 01, que, entre outras pérolas,  "não existe intolerância na Igreja evangélica (em especial a dele) porque temos origem na igreja evangélica dos Estados Unidos, que é a maior nação democrática do mundo". 

Pois bem.... isso parece explicar toda a empáfia e arrogância malafáica e evangélico-pentecostal, pois a maior "democracia" dá muitas mostras de (in)tolerância: contra a divulgação da espionagem mundial, perseguindo Edward Sonowden; financiando golpes de estado, invasões de países; criando aberrações como a Ku-Klux Klan, o machatismo; a dissolução dos direitos trabalhistas em seu próprio país e, mais ainda, nos outros...

É fato que os Estados Unidos são uma grande nação. Em seu solo, centenas de grandes homens e mulheres deixaram sua marca na história humana. Mas se é verdade que este país nos deu um Thomas Jefferson, um Lincoln e um Franklin Roosevelt, nos últimos tempos também deu nascimento a um Nixon, a um Reagan, aos Bushes e a uma série de fundamentalistas político-religiosos com a ajuda da mídia...  Nos últimos cinquenta anos ficou cada vez mais claro que muitos dos fundamentos humanistas, próprio do pensamento de seus fundadores, da constituição americana vem enfrentado a força de interesses escusos de setores poderosos da economia e da religião com a primeira ligada,  a fim de fortalecer, implantar e exportar um pensamento economicista neoliberal conservador tanto nos Estados Unidos quanto no mundo.

Ah, sim, também exigem eles, na fachada, os direitos humanos nos outros, encobrindo Guantánamo  as prisões do Iraque, no Afeganistão, nas aulas de como se torturar nas ditaduras militares da América Latina, financiadas pelo Tio Sam...  Se é desta excelente cultura que surgem as "igrejas pentecostais midiáticas", maior deve ser nosso cuidado aos difusores destas ideologias norte-americanófilas, muitas das quais fascistas na tendência direitista conservadora, várias teocráticas, que pastores como este senhor representam... E se é verdade que no meio do evangelismo americano surgiram vozes nobres como a de um Martin Luther King Jr, houveram também a de monstros como Jim Jones, David Koresh, etc.

O mesmo discurso-ação (mais por verborragia vazia do que por riqueza de argumentos) de projetar nos outros seus próprios quefazeres pouco nobres é adotado por Malafaia, que diz que os "ateus" foram os que mais ódio e mortes provocaram no mundo... Esquece-se ele não apenas das inquisições (e as houveram protestantes também) e de Salém, mas também das invasões do império americano, muitas vezes com um discurso proto-religioso, como o ridículo Bush filho tanto fazia, da bomba atômica (as únicas lançadas sobre civis na história o foram por ordem e mãos de protestantes americanos), da agressão aos cultos não ocidentais, etc....

E quanto aos desinformados e mal formados pela Globo e pela Veja, que acreditam na "pobre" Yoani Sanchés que pode sair e voltar de Cuba falando mal do governo de lá, ou eles têm memória curta ela, a memória, foi condicionada a ser bem seletiva ao ponto de desconhecer a perseguição do governo americano a Julian Assange e a Edward Snowden pelo "crime" de revelar a espionagem americana contra sue próprio povo e contra outros governos, ou os incentivos para desestabilizar democracias ou outros tipos de governo pelo só afã de preservar seus próprios interesses nestas terras. Dai que o pentecostalismo fundamentalista  yankee tem tudo a ver com o fascismo golpista da extrema direita....

Carlos Antonio Fragoso Guimarães




Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto muito bem argumentado.
    O que a maioria das igrejas evangélicas assimilaram dos EUA com maestria foi o
    capitalismo exacerbado dos americanos. No brasil se tornou o culto a "Mamon".
    Salvo as congregações honestas, a maioria chegam a praticar autênticos estelionatos e lavagem cerebral em pessoas ignorantes e carentes.
    Sou repórter cinematográfico e como curiosidade profissional visitei uma congregação e me assustei com a argumentação do pregador que induzia os dizimistas a doarem o equivalente
    ao salário que eles pretendiam ganhar. Comentei o golpe psicológico com um amigo policial e ele me disse que sem denúncia não tinha investigação.
    Como jornalista fiz uma pesquisa em programas desse gênero, inclusive tabulando os verbetes mais utilizados pelos pregadores (não os considero pastores):
    Primeiro Dinheiro, depois diabo e por último Deus.
    Conheci um ator em SP que por ética recusou representar em programas de uma igreja.
    Considerando que vivemos num País onde prevalece o "DNA" da corrupção, muitos desses espertalhões utilizam a liberdade religiosa para ascensão política ou como ferramenta de seus golpes tornando o Brasil um paraíso nessa prática.

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