Congresso aprovou urgência do marco temporal e comissão votou medida provisória que tira forças do Meio Ambiente e Povos indígenas em um dia
Marco temporal e desmonte de ministérios: Congresso esvazia meio ambiente
Os defensores do meio ambiente e de Marina Silva no comando da pasta se preparam para dias de muita luta na Esplanada, como um todo, e no Congresso Nacional, especificamente. A certeza vem depois de uma quarta-feira (24/5) de derrotas para a área na Casa, com a aprovação de uma medida provisória que tira força dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas e dá urgência à tramitação do marco temporal.
Conforme adiantou o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, ainda na tarde dessa quarta, tudo se dirigia para esse golpe duplo do Congresso Nacional em Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. Ele veio primeiro na comissão mista composta por deputados e senadores, que aprovou a Medida Provisória nº 1.154/23, referente à estrutura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A proposta desagradou ambientalistas e indígenas com mudanças significativas nos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
O texto ainda precisa passar pelo plenário, onde os insatisfeitos pretendem reverter o quadro. Porém, dois pontos foram suficientes para assustar os ambientalistas. A proposta retira atribuições importantes do ministério comandado por Marina – entre as quais, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Agência Nacional de Águas (ANA).
Outra mudança importante apresentada pelo texto do relator, Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), transfere a atribuição para a demarcação das terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), comandado por Sônia Guajajara (PSol-SP), para o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), chefiado por Flávio Dino (PSB-MA).
A resposta veio rapidamente por meio das redes sociais, com críticas de entidades, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o Greenpeace Brasil e o Instituto Socioambiental (Isa), entre outras. Inclusive, da própria Guajajara. “Tirar essa atribuição da demarcação das terras indígenas, da portaria declaratória do nosso Ministério é arrancar deste ministério o coração dos povos indígenas”, assinalou a ministra.
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