Objetivo é ouvir Alexandre Saraiva para desnudar Ricardo Salles, relator da CPI. Saraiva acusou o ex-ministro de favorecer madeireiros e enviou notícia-crime ao STF
247 - A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ), que faz parte da CPI do MST como suplente, pretende apresentar um pedido para convocar o ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, a prestar depoimento perante a comissão, informa Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
O objetivo é obter detalhes da sua experiência no combate à grilagem, garimpo, desmatamento e corrupção de agentes públicos na região amazônica. No entanto, o foco principal é o ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que é relator da CPI.
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o delegado Saraiva entrou em conflito com o então ministro devido à maior apreensão de madeira ilegal na história do Brasil. Salles afirmava que se tratava de produto legal, enquanto Saraiva acusou o ministro de favorecer madeireiros com cargas apreendidas e enviou uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal). Esse embate resultou na perda dos cargos tanto de Saraiva quanto de Salles.
O requerimento de convocação, que também conta com a assinatura da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), titular da comissão, está previsto para ser votado na próxima quinta-feira (25).
"Não é razoável que o relator da CPI do MST seja o pior ministro do Meio Ambiente que o Brasil já teve. Ricardo Salles coleciona diversas denúncias contra ele, envolvendo medidas que atacam o meio ambiente e que atendem aos interesses de madeireiros, garimpeiros e do agronegócio. Acusado, inclusive, de criar obstáculos a uma investigação federal. (...) Queremos ouvir do delegado Alexandre Saraiva detalhes sobre essas ações ilegais de grilagem, desmatamento e corrupção, que contaram com a conivência de Salles e de outros agentes públicos que compunham o governo Bolsonaro. Estamos nessa CPI reafirmando nosso apoio ao maior movimento social da América Latina e à luta por reforma agrária e por comida sem veneno", afirma Talíria Petrone.
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