Pronto. Apareceu o que faltava para apressar o fim do golpe: o povo nas ruas.
O governo Temer não tem a menor condição de enfrentar as ruas.
A mensagem delas é clara: primeiro, não às reformas, feitas para beneficiar os ricos à custa dos pobres. (Parece uma simplificação, mas é assim mesmo.)
Depois, e sobretudo, não ao regime que se instalou com o golpe.
Como tudo na vida, golpes pegam ou não pegam. Este não pegou. Foi rapidamente desmascarado como mais uma manobra da plutocracia para manter ou ampliar seus privilégios.
Os golpes clássicos do passado tinham tanques e bombas para neutralizar os insurgentes.
Os golpes modernos têm, para sustentá-los, o jornalismo de guerra, juízes e parlamentares.
Convenhamos: é muito mais difícil derrotar tanques do que jornais, por mais poderosos que estes sejam.
O povo nas ruas é mais forte que a mais forte organização de mídia.
O brasileiro parece farto de tudo. Farto de Temer. Farto da Globo. Farto de uma Justiça que não se empenha sequer em simular imparcialidade. Farto de uma plutocracia corrupta que fez do país um dos campeões mundiais em desigualdade.
É improvável — extremamente improvável — que Temer chegue até 2018.
Não restará saída senão convocar eleições diretas para quanto antes. É complicado, mas muito mais complicado é o país seguir sob um governo morto em vida.
A única coisa que prolongaria a agonia do regime seria o povo arrefecer e sair das ruas.
Mas é uma hipótese remota, quase impensável, visto o triunfo inspirador das manifestações desta quarta.
Temer talvez deva preparar as malas para mais uma mudança de endereço em breve. Agora, não por medo de fantasma, mas pela realidade áspera da rejeição maciça a um golpe que, repito, não pegou.
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