GGN. - Para uma mulher que tinha como traço de personalidade ser uma mulher comum, para uma mulher que teve como missão de vida cuidar do marido e da família, para uma mulher da qual pouco se conhece de declarações públicas, impressiona a presença que Dona Marisa teve na vida política nacional.
A repercussão de sua morte esteve à altura dessa presença.
Não teria muito o que falar dessa mulher. Mas é interessante o que sua morte e seu funeral trouxeram a público.
Quantas vezes o poder político e popular de Lula será reafirmado?
Pois bem, este momento de dor foi mais uma dessas vezes.
Quando Temer, na condição de “presidente da República” julga importante estar presente e, para tanto, busca permissão para fazê-lo, pode se avaliar o poder político de Lula.
Milhares de pessoas comparecendo ao Sindicato dos Metalúrgicos ABC para as despedidas e para abraçar Lula.
Dona Marisa apoiando a luta de Lula do início ao seu último momento. Bem disse a sensibilidade de Mino Carta: Lula nasceu da costela de Marisa.
Os baixos são apenas os baixos.
Não quero perder meu tempo com Noblat ou Janaina Paschoal - dois sem-noções. Cometeram as baixarias que estavam às suas alturas. Sujaram de merda as canelas das formiguinhas que, por infelicidade, as atravessaram.
E as pessoas comuns? Que as baixarias viriam era sabido.
Mas o interessante foi como foram recebidas. Há algum tempo que o branco de classe média busca se diferenciar através de se apresentar o mais baixo e grosseiro que consiga ser. Julga valorizar-se.
Poucos se esmeraram tanto nessa “arte” como a classe médica. Ainda que alguns procuradores da Justiça não ficassem atrás.
Não vou aqui repetir suas torpezas e monstruosidades. Pois bem, as que tiveram repercussão pública foram de tal modo rechaçadas que levaram à perda sumária dos empregos, quando na iniciativa privada, ou a processos por parte das corregedorias, quando no serviço público.
Seus autores não devem ter entendido nada. Seus empregadores preferiram se desassociar de suas imagens. Menos de um ano atrás, uma pediatra causou frisson ao se recusar a atender o filho de uma petista. Foi saudada como uma digna representante da classe.
Dolorosamente interessante que a morte de Dona Marisa tenha nos proporcionado, se não uma viragem nesse comportamento bestial que já se apresentava como “normal”, pelo menos, um breve momento de reflexão ética.
Ainda que, em muitos casos, hipócrita. A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude.
Interessante que tenha sido Dona Marisa.
Para uma mulher que tinha como traço de personalidade ser uma mulher comum, impressiona a presença que Dona Marisa teve na vida política nacional.
PS: caro Lula, meu presidente e companheiro operário do ABC, ainda que este Oficial de Plantão não nutra ilusões metafísicas, sei que as pessoas continuam vivas enquanto nos lembrarmos delas, enquanto as celebrarmos. Elas só se vão realmente quando nós também nos formos. Celebremos até lá a memória de Dona Marisa.
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