247. - Novo relatório da Anistia Internacional, "Os Estados dos Direitos Humanos no Mundo", publicado nesta quarta-feira (22), alerta para as altas taxas de homicídio no Brasil, principalmente cometidos por violência policial, ressaltando casos ocorridos entre 2015 e 2016; além disso, chama a atenção para a perda de direitos de algumas minorias, especialmente jovens negros, desde a posse do governo Temer, em 2016; "O que vimos em 2016 foi o desmantelamento de estruturas institucionais e programas que garantiam a proteção a direitos previamente conquistados e a omissão do Estado em relação a temas críticos, como a segurança pública. Nenhuma crise -política, econômica ou institucional, pode ser usada como justificativa para a perda de direitos", declarou a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck
Da Rádio França internacional - O novo relatório da Anistia Internacional, "Os Estados dos Direitos Humanos no Mundo", publicado nesta quarta-feira (22), alerta para as altas taxas de homicídio no Brasil e faz duras críticas à postura do presidente Donald Trump em relação aos refugiados e imigrantes.
O Brasil ganhou um capítulo à parte no relatório. A organização internacional cita as taxas de homicídio, principalmente cometidos por violência policial, ressaltando casos ocorridos entre 2015 e 2016. Além disso, chama a atenção para a perda de direitos de algumas minorias, especialmente jovens negros, desde a posse do governo Temer, em 2016.
Os dados do documento mostram que o número de pessoas mortas pela polícia no Rio antes das Olimpíadas, entre abril e junho, foi 103% maior do que em 2015, o que testemunha a desvalorização do jovem negro, favelado, e lideranças rurais. Pelo menos 47 representantes foram mortos de janeiro a setembro de 2016. Segundo o comunicado da Anistia, "o Estado brasileiro tem falhado duplamente em seu papel de garantir o direito à vida de todas as pessoas".
De acordo com Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, "o que vimos em 2016 foi o desmantelamento de estruturas institucionais e programas que garantiam a proteção a direitos previamente conquistados e a omissão do Estado em relação a temas críticos, como a segurança pública. Nenhuma crise -política, econômica ou institucional, pode ser usada como justificativa para a perda de direitos", declarou.
Retórica do ódio
Segundo o relatório, que também dedica uma boa parte aos Estados Unidos, o novo presidente americano, Donald Trump, põe em prática uma "retórica do ódio", utilizando a trágica situação de refugiados e imigrantes. Essa postura atinge uma "escala global" que não era vista desde os anos 30.
Segundo a organização, a eleição do novo presidente americano, em novembro, aconteceu depois de uma "campanha que provocou consternação pelo seu discurso discriminatório, misógino e xenófobo", que "ilustra a tendência global mais violenta e divisiva de fazer política".
O relatório cita principalmente a construção do muro na fronteira com o México e a expulsão de imigrantes ilegais. O secretário-geral da AI, Salil Shetty, alertou contra o "risco de efeito dominó", quando países poderosos, como os Estados Unidos, "retrocedem em seus compromissos com os direitos humanos".
Filipinas, Turquia e Hungria
Além de Trump, a Anistia criticou o presidente filipino, Rodrigo Duterte, o turco Recep Tayyip Erdogan e o premiê húngaro, Viktor Orban, que "têm uma agenda tóxica que persegue, transforma em bodes expiatórios e desumaniza grupos inteiros de pessoas".
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