Jornal GGN – Uma carta aberta em defesa da democracia, contra Jair Bolsonaro e a postura do governo na pandemia, assinada por mais de 2.500 pessoas, entre personalidades, cientistas sociais, acadêmicos e lideranças políticas, será entregue nesta segunda-feira (30) às entidades OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Chico Buarque, Frei Beto, Eduardo Suplicy, Laerte Coutinho, Leci Brandão, Dilma Rousseff, Luiza Erundina, Marilena Chauí, Bete Mendes, Fernando Morais, Luis Nassif, entre outros, assinam a carta e integram a Geração 68, grupo que representa a luta contra a ditadura do regime militar no país e organiza manifestações pela saída de Jair Bolsonaro da Presidência.
No documento, eles manifestam a ameaça à democracia representada pelo presidente, com má conduta no enfrentamento da pandemia, aprofundamento do desemprego, da miséria e da estagnação da economia e o risco de ameaça às eleições 2022, desestabilizando a democracia brasileira. Entre as petições levantadas, estão o auxílio emergencial de R$ 600, o fim do genocídio do governo Bolsonaro e a defesa da democracia.
Também convidam movimentos sociais e a população a irem às ruas no dia 26 de junho, “com toda a segurança sanitária necessária frente à pandemia”, quando será comemorada a passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro. “Se, então, gritávamos ‘Abaixo a Ditadura!’, hoje gritaremos em alto e bom som que ‘Ditadura Nunca Mais!’”, afirmam.
Para a entrega da carta, foram organizadas comissões junto às três entidades: às 11h desta segunda à OAB, às 13h30 à ABI, ambos no Rio de Janeiro, e às 15h à CNBB, em Brasília.
Leia a Carta Aberta da Geração 68:
Às brasileiras e aos brasileiros, aos movimentos sociais, partidos, sindicatos, centrais, ONG’s, organizações da sociedade civil, redes e a todas(os) que estejam dispostas(os) a lutar pelo Direito à Vida e pela Democracia.
Somos parte da Geração 68, uma das gerações que ao longo do tempo participaram de inúmeras passeatas e lutaram contra a Ditadura Militar e por um Brasil mais justo e igualitário.
Nesse momento, no ano de 2021, estamos agregando forças para lutar pelo Direito à Vida, contra o genocídio em curso, pela interdição do governo do presidente que intencionalmente tem induzido a morte de milhares de brasileiros, pelo direito do povo de viver e de ter esperança.
Nosso país já tem mais de 400 mil mortos em fins de abril. Em maio poderá chegar a meio milhão de óbitos [e são quase 580 mil mortos na última semana de agosto]. Conjugada à pandemia, pela inépcia governamental, se abateu sobre os segmentos mais fragilizados a miséria e a fome. Quantos ainda terão de morrer pelo negacionismo do governo federal?
Assinar esta carta não representa apenas um desejo de viver, mas de lutar para proteger as pessoas que amamos, a economia local e nacional, um futuro melhor sem o risco mortal de uma doença que assola todo o planeta.
Todos sabemos que o epicentro da pandemia, o maior aliado da propagação do vírus, é o atual presidente da república e seu governo, sendo o único dirigente do mundo a sabotar a política de vacinação, deixando de adquirir vacinas quando elas estavam disponíveis. Tornou o Brasil em berçário de variantes do coronavírus e uma ameaça não apenas para a nossa população como para o mundo inteiro.
Assinar esta carta representa igualmente lutar pela democracia que tem sido cotidianamente ameaçada pelo atual governo desde que tomou posse. Significa, ainda, lutar contra a violência que está presente no país aniquilando jovens pobres, pretos e os povos originários
Deste modo, participamos e convidamos todos os movimentos organizados e a população em geral a se unirem nesta luta, pela vida e pela democracia, que é de todo o povo.
Iremos, em princípio, realizar uma manifestação pública – com toda a segurança sanitária necessária frente à pandemia – em diversas cidades do país no dia 26 de junho1. Nesta data serão comemorados os 53 anos da gigantesca passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro. Se, então, gritávamos ‘Abaixo a Ditadura!’, hoje gritaremos em alto e bom som que ‘Ditadura Nunca Mais!’
[os atos marcados para 26 de junho aconteceram em diversos estados, com destaque para o de São Paulo, do qual participaram cerca de mil pessoas. O Movimento Geração 68 Sempre na Luta tem atualmente representação em 16 dos 27 estados da Federação e esteve também presente em todas as manifestações organizadas desde 19 de maio pelo Movimento Fora Bolsonaro].
Estamos dispostos a participar de qualquer outra manifestação, em qualquer outra data, que tenha os mesmos objetivos que expusemos acima.
Esperamos encontrá-la(o) na manifestação, ou através das redes sociais, unindo forças pelo direito à vida e democracia.
POR UM AUXÍLIO EMERGENCIAL DE R$ 600
PELA DEMOCRACIA SEMPRE! DITADURA NUNCA MAIS! BASTA DE GENOCÍDIO! FORA BOLSONARO!
Assinam:
Afonsinho (ex-jogador de futebol)
André Singer
Bete Mendes
Carlos Minc
Celso Amorim
Chico Alencar
Chico Buarque
Cristovam Buarque
Dalmo Dallari
Dilma Rousseff
Djalma Bom
Eduardo Jorge
Eduardo Suplicy
Emir Sader
Ermínia Maricato
Fábio Konder Comparato
Fernando Gabeira
Fernando Morais
Fernando Pimentel
Flávio Tavares
Franklin Martins
Frei Beto
Hildegard Angel
Humberto Costa
Idibal Pivetta
Ivan Valente
Jean Marc von der Weid
João Alberto Capiberibe
José Álvaro Moisés
José Aníbal Peres de Pontes
José Dirceu
José Genoíno
José Miguel Wisnik
José Trajano
Juca Ferreira
Juca Kfouri
Laerte Coutinho
Leci Brandão
Leonardo Boff
Lucélia Santos
Lucia Murat
Luiz Carlos Barreto
Luiz Gonzaga Belluzzo
Luiz Nassif
Luiza Erundina
Manoel Conceição
Maria Rita Kehl
Maria Victoria Benevides
Marieta Severo
Marilena Chaui
Marina Silva
Max Mauro
Olívio Dutra
Paulo Sérgio Pinheiro
Renan Calheiros
Renato Janine Ribeiro
Roberto Amaral
Roberto Freire
Roberto Requião
Sebastião Salgado
Sérgio Mamberti
Silvio Tendler
Sueli Carneiro
Tânia Bacelar
Tarso Genro
Vitor Buaiz
Vladimir Palmeira
Walter Lima Jr.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá... Aqui há um espaço para seus comentários, se assim o desejar. Postagens com agressões gratuitas ou infundados ataques não serão mais aceitas.