O historiador comentou na TV 247 o encontro de Bolsonaro com a deputada neonazista alemã Beatrix von Storch, neta de um ministro de Hitler: “um dos últimos baluartes da extrema direita fedorenta, que fede a nazismo, é o Brasil”. Assista
247 - O historiador Michel Gherman, diretor acadêmico do Instituto Brasil-Israel e coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comentou na TV 247 o encontro fora da agenda oficial entre Jair Bolsonaro e a deputada alemã neonazista Beatrix von Storch, vice-líder do partido “Alternative für Deutschland” (AfD) e neta de um ministro de Hitler.
Gherman lembrou que a ligação entre Bolsonaro e o nazismo sempre esteve muito evidente em sua trajetória política, desde quando ainda ocupava postos como parlamentar, e se destacou ainda mais em sua campanha eleitoral em 2018. “O presidente Bolsonaro sempre teve uma proximidade ideológica muito pungente com as perspectivas nazistas. Elogiava Hitler, tinha perspectivas de negacionismo do holocausto, durante a campanha eleitoral isso ficou inclusive mais claro com a adoção de slogan que era uma imitação do slogan de Hitler: ‘Brasil acima de tudo’ versus ‘Alemanha acima de tudo’. Depois quando o presidente incorpora elementos da estética nazista de maneira muito frequente, desde a presença constante da frase ‘o trabalho liberta’ nas suas várias versões. Enfim, estava claro para quem quisesse ver e ouvir. Bolsonaro é uma perspectiva nazista, ele tem posicionamentos ideológicos vinculados à extrema direita nazista. Ela guarda a estética nazista, ele é vinculado a isso”.
A diferença, segundo o especialista, é que agora Bolsonaro dá tons mais institucionais a sua ligação com o nazismo. Tal aproximação atualmente “está mais vinculada ao posicionamento internacional do Bolsonaro. O Bolsonaro tem como sonho ser a referência da extrema direita no mundo. Beatrix von Storch consegue ser recebida por poucos líderes mundiais, é uma espécie de pária. E o que ela fez aqui no Brasil foi barba, cabelo e bigode. Ela não é recebida em lugar nenhum”.
Apesar da dificuldade em ser recebida por lideranças políticas pelo mundo, Beatrix, de acordo com Gherman, visitou o Brasil de Bolsonaro por um motivo: o chefe do governo brasileiro é um dos últimos representantes importantes da extrema direita internacional, e uma eventual derrota sua em 2022 representaria um retrocesso importante para o fascismo e nazismo. “Com esse retrocesso da extrema direita no mundo, um dos últimos baluartes da extrema direita fedorenta, que fede a nazismo, é o Brasil. Nós temos um presidente de extrema direita, fascista, temos seus filhos sonhando em ser lideranças da extrema direita em nível internacional. A derrota de Bolsonaro no Brasil é uma derrota importante da extrema direita fascista e nazista no mundo. Não é casual a visita dessa deputada, porque o Brasil é um dos poucos lugares que ainda faz sentido ela vir”.
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