quarta-feira, 20 de abril de 2011

O significado da Páscoa para o Capitalismo



Carlos Antonio Fragoso Guimarães

 Tanto quanto o Papai Noel, estranho personagem fruto de uma deturpação da imagem de São Nicolau e que foi popularizado pela Coca-Cola e encampado pelo "mercado" que tanto fez para encobrir o significado do Natal, também a Páscoa há muito deixou de ter qualquer sentido de reflexão espiritual. O mais irônico é que boa parte desta perda de sentido foi promovida por "cristãos" atrelados a uma forma de religião bastante ligado ao espírito do capitalismo...

 A atual Páscoa deixou de ser um momento de reflexão/meditação sobre o significado de uma vida exemplar e do sacrifício por uma ideia, por uma visão de sociedade e humanidade igualitária, de uma esperança de vida para além da vida para se tornar puramente festa (para supermercados, agências de viagens e lojas)...

 Então, dentro do espírito do capitalismo (tão associado com a ética calvinista que tanta influencia exerce nas seitas midiáticas pentecostais e mercantis de hoje), nada melhor que retirar o sentido espiritual em prol de um comercial... Mais uma tática mercadológica dentre tantas outras...

 E um Coelho aparece "pondo ovos", que na verdade é uma imbecilização mercadológica, já que são comprados a preços absurdos (pelos que podem) para ajudar no aumento do colesterol, assim como os vinhos importados vendidos no período podem igualmente ajudar nosso trânsito tão harmonioso...

 E, afinal, onde fica Cristo para os cristãos, ou a libertação do Egito, para os judeus? Bem, não se deve pensar neles nem nesta época, e melhor ainda se não se pensar sempre... vai que pensar e refletir em seu exemplo humano e espiritual faça questionar a febre de consumo vazio, não é verdade?

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