sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Percepção íntima


Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Recebemos uma imagem de mundo de cima para baixo, pela imposição selecionada do que deve ser transmitido pela mídia e pela educação, e não a questionamos.

Somos modelados no paradigma mecanicista, competitivo, explorador, que aprendemos a tomar como "normal" - ainda que não o seja - e que se concretiza na violência para com os demais e com a natureza.

Pensamos viver em um democracia, mas, enquanto o poder for manipulado por uma minoria detentora das riquezas, será mero arremedo de real democracia ou tão somente uma fantasia, onde uma minoria é quem controla tudo, inclusive o voto, e a imensa maioria pouco tempo tem para pensar já que precisa se dedicar à luta pela sobrevivência, deixando aos "experts" da tv, sejam "especialistas" ou pastores, decidirem por ela, vomitando informações superficiais, buscando "formar opiniões" distorcidas, mas concordes aos próprios interesses, tantas vezes opostos aos dela.

A mentira, o engodo e o roubo faz parte do "trivial" e é essa aceitação banalizada da exploração, de fato, a nossa real “ética” - a do "jeitinho" que, no final, é realmente concorde com os ideais do capitalismo que incentiva a competitividade por interesse próprio.

Essa perspectiva não só nos direciona e racionaliza a hipocrisia como estimula uma conduta suicida…

A corrupção, que começa com pequenos subornos familiares, é a norma da nossa sociedade de "valores" imediatistas. O essencial passa, por uma alquimia de mercado, a ser o superficial.

Nas palavras de Leonardo Boff: "Amamos mais o lucro que a vida, estamos mais empenhados em salvar o sistema econômico-financeiro que a humanidade e a Terra."

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