quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A tática da Direita do assassinato de reputação e, contra essa ala do mal, a luta brilhante do jurista Alysson Mascaro, em artigo Ana Cláudia Laurindo

 

"Mascaro abriu uma Nota Pública manifesta em um vídeo, no qual explica as razões para ter denunciado uma perseguição “horrenda” a sua pessoa e imagem, através da rede de contatos próximos e até distantes, via perfis perseguidores na internet ..."


Do Repórter Nordeste:




O professor e jurista brasileiro de renome, Alysson Mascaro, abriu uma importante página para o debate sobre o “assassinato de reputação” que segundo ele mesmo, é  uma forma padrão que se manifesta no capitalismo contemporâneo através das redes sociais, podendo, no entanto, esborrar para a vida real em consequências as mais diversas.

Mascaro abriu uma Nota Pública manifesta em um vídeo, no qual explica as razões para ter denunciado uma perseguição “horrenda” a sua pessoa e imagem, através da rede de contatos próximos e até distantes, via perfis perseguidores na internet, abastecidos de teor difamatório, que tomou vulto com envio de e-mails e até mesmo intimidação material, seguindo uma pessoa com a qual teve rápido contato em seu ambiente de trabalho.

Após uma entrevista a Hildegard Angel, em meados do ano 2023, afirma ter sido confrontado por haters que seguiram expandindo ódio nas entrevistas subsequentes. No ano de 2024, esta forma de perseguição evoluiu para outras, afetando as pessoas que estavam no seu entorno através de mensagens difamatórias, que chegavam através de um processo oculto que não permitia rastreamento; fato intensificado quando uma de suas redes sociais alcançou cem mil seguidores.

O teórico marxista disse que a partir desse fenômeno se instalar, onde quer que falasse, se manifestasse publicamente, os perfis perseguidores atuavam e escolhiam pessoas para enviar mensagens insidiosas no intuito de destruir sua imagem pública.

Estes inimigos invisíveis, passaram a destilar agressividade e ironia para com as pessoas do seu entorno, causando com isso um estranho sofrimento, por não saber de onde as mensagens vinham. Pois os e-mails anônimos tinham registro no exterior.

Consideramos importante em sua fala a constatação da existência de “profissionais da perseguição” a serviço da indústria do cancelamento. Ele considera que esta é uma forma de ação de sujeitos na sociedade capitalista, que não tendo horizonte de vida, passam a ter por horizonte a destruição do outro; o gozo pela morte alheia, ainda que seja a morte simbólica.

E fecha com precisão a análise quando afirma que  “a indústria do assassinato de reputação é uma forma padrão do capitalismo contemporâneo”.

“Os profissionais da perseguição só podem dedicar tanto tempo a um conjunto de atos persecutórios se houver uma cadeia, uma rede de interesse por trás”.

Este tipo de crime chega a centenas de pessoas sugerindo que ressignifiquem a interpretação que possuem sobre a vítima, de modo a lhes retirar credibilidade e lhes enviar ódio e violência.

De modo particular, ao assistir o vídeo, confesso que muito mais do que um arroubo de solidariedade ao professor Alysson Mascaro, que é um profissional admirável e raro na história brasileira contemporânea, senti uma emoção muito distinta ao ter contato com sua verdade, principalmente quando afirmou sua ênfase na defesa da própria história: “Décadas de luta de um homem de esquerda, na luta pela transformação social”.

Entre um arrepio emocionado e a indignação que nos desafia a sanidade mental e emocional a cada evento persecutório promovido pela internet ou levado a cabo na vida material contra pessoas livres, de pensamento autônomo e voltadas ao bem comum nesta pátria ferida, nesta América golpeada, neste globo ameaçado, abrimos nossas mãos para encontrar outras também abertas no intuito de fortalecer a corrente de sobrevivência democrática, humanitária e ética, que nos assegura direitos essenciais na vida em sociedade.

Que a denúncia de Alysson Mascaro seja exitosa e sua verdade honrada cresça a cada dia, como exemplo e referência, para estimular outras vítimas a não desistirem de si mesmas e de suas histórias.

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