terça-feira, 14 de maio de 2019

O cristianismo é a negação do capitalismo, por Mauro Lopes


 "Nestes dias que correm -desde o sábado passado (4) e depois de segunda até o próximo sábado (11), os católicos debruçam-se sobre o capítulo 6 do Evangelho de João. Seu tema é o pão, a partilha e a presença de Jesus como símbolo de um pão-mensagem e pão-partilha."


Do site Paz e Bem, de Mauro Lopes:





O Paz e Bem desta sexta (10) volta-se ao Tempo da Páscoa que cristãos de muitas denominações estão celebrando; neste ano, este Tempo dos cristãos (grosso modo de 18 de abril a 9 de junho) acontece simultaneamente ao tempo do Pessah judaico (que aconteceu de 19 de abril a 27 de abril) e do Ramadã islâmico (5 de maio a 4 de junho). Portanto, todas as religiões abrâmicas estão vivendo seus Tempos Fortes de espiritualidade no mesmo tempo cronológico -falamos de um universo que pode abranger até 3 bilhões de pessoas, quase a metade da população mundial.
A agenda da Liturgia da Palavra (os trechos da Bíblia que são lidos nas celebrações e missas) deste período é muito particular, eloquente, referida aos tempos depois da partida de Jesus -a Primeira Leitura das missas está toda concentrada no livro dos Atos dos Apóstolos, que é uma descrição da vida das primeiras comunidades cristãs- e aos temas da ressurreição e centro da mensagem de Jesus ao mundo.
Nestes dias que correm -desde o sábado passado (4) e depois de segunda até o próximo sábado (11), os católicos debruçam-se sobre o capítulo 6 do Evangelho de João. Seu tema é o pão, a partilha e a presença de Jesus como símbolo de um pão-mensagem e pão-partilha. Não é pouca coisa que por sete dias a reflexão de um sem-número de cristãos esteja pautada por este capítulo central do Evangelho de João.
No Paz e Bem de hoje, vamos meditar sobre um recorte, um aspecto deste capítulo -que comporta interpretações complexas, de múltiplos sentidos, que já ensejaram muitos artigos, teses e livros: o cristianismo é um projeto de partilha. O que equivale a dizer que é carrega em seu centro uma mensagem que, na contemporaneidade, é a negação completa do sentido do capitalismo, especialmente o dos tempos pós-modernos, que só conhece a concentração.
No cristianismo caminha-se de mão aberta; no capitalismo, de  punhos cerrados.
A imagem que é “capa” deste Paz e Bem é “Mercado na Amazônia (Itacoatiara)”, Mauro Lopes, 2010

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