domingo, 12 de maio de 2019

Jânio de Freitas: Vida pública de Bolsonaro é caracterizada pela ideia fixa da morte aos "inimigos"



A violência não basta a Jair Bolsonaro. Esse ir além é o traço só seu na conturbação que, por genética maldosa e incorreção educativa, assemelha o pai e os três filhos maiores.

Os desvios de dinheiro público verificados nos gabinetes parlamentares de Jair, Flávio e agora Carlos (as verbas de Eduardo ainda não foram examinadas) expõem sua íntima interação, por exemplo, na improbidade que em outros casos deu, e voltaria a dar, grandes escândalos de imprensa. Jair tem algo particular, porém, e apenas seu — que se saiba.

A vida pública de Jair Bolsonaro é demarcada por uma ideia persistente: a morte. Alheia. Provocada. Não importa de quem. Iniciante na carreira militar, sua estreia no noticiário se deu pela maneira como pensou em elevar os vencimentos dos tenentes. Não com um manifesto, greve, um movimento de solidariedade civil. Sua atitude foi ameaçar de explosão o abastecimento de água do Rio e de explodir quartéis, caso não saísse o aumento.

Empossado, Bolsonaro orgulhou-se de fazer a primeira amputação do Estatuto do Desarmamento como ato inicial de “governo”. Mais armas, mais assassinatos. O segundo ato da política de mortes visou à impunidade do proprietário de terra que mate ou mande matar invasores. É o inovador direito de ser assassino.

A nova amputação, já quase extinção, do Estatuto do Desarmamento veio, agora, acrescentando à função liberatória aberrações não esperáveis nem de Bolsonaro. Porte de arma para repórter de assuntos policiais é atrair tiros sobre jornalistas, o que poderia dar aos Bolsonaros alguma sensação de justiça à sua maneira, mas demonstra ignorar também o que são jornalismo, repórter e imprensa.

Liberar para menores de idade o uso de armas em clubes de tiro, pendente só de autorização paterna ou do responsável, é um incentivo combinado à criminalidade e à deseducação. É perto do inacreditável. Uma indústria de vocacionados para a violência, de recorrentes a armas, de maníacos da morte. Tudo isso em uma só pessoa — do que temos exemplo.

Cá em minha vida longa, desconfio muito dessa liberação de posse e porte de armas, e estoque de munição, para “dar direito à defesa pessoal”.

Janio de Freitas

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