segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Bob Fernandes discute a "vitória" de Cunha, desejos de impeachment e a amnésia sugestiva da mídia



 Segue o vídeo e a transcrição do comentário do analista político da TV Gazeta Bob Fernandes sobre Eduardo Cunha, os desejos da direita golpista e a amnésia do povo brasileiro sugestionado pela grande mídia comprometida:


A vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a derrota do governo Dilma têm várias etapas de construção e consequências. Algumas visíveis, e até já vocalizadas.

Note-se: ao topar embarcar no noticiário como se tivesse chance real de vitória, ao alardear que acreditava na vitória, o governo amplificou ainda mais o tamanho da derrota.

E isso em meio às graves crises que se somam: a da economia e a do escândalo na Petrobras, para citar apenas duas já concretas.

Vitória e derrota não devem ser vistas só como reflexo de erros do governo, ou da competência do novo presidente da Câmara em seus movimentos no baixíssimo e no altíssimo clero.

A vitória e a derrota -querendo-se ou não- se inserem em um jogo de encaixes, de lego. De intenções.
Ilimar Franco, de O Globo, conta que em conversa recente com tucanos Serra disse: "Dilma não irá concluir seu segundo mandato".

Fernando Henrique, em artigo para o Estadão no domingo,1, indicou:
-No passado, seriam golpes militares. Não é o caso, não é desejável nem se veem sinais. Resta, portanto, a Justiça.
(Se dê o desconto de ter sido apenas uma infelicidade no fraseado, ou, não tendo sido, pergunte-se: e qual seria "o caso" aceitável para um golpe militar?)
Disse ainda o ex-presidente: "Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas".

Vale lembrar: boa parte da cúpula do PT foi investigada, condenada e presa no chamado "mensalão do PT"... enquanto o chamado "mensalão do PSDB" segue impune.

A investigação em curso na Petrobras não poupa partidos DO e NO governo.

Quem roubou que pague. Ponto.

E, a propósito de profecias e desejos, e em nome do futuro, nunca é demais recordar o passado recente.

Ao menos dois fatos, entre muitos outros: a compra de votos para a reeleição do próprio Fernando Henrique não teve CPI, não foi investigada pra valer.

Muito menos, os escandalosos grampos e as denúncias de negociatas na bilionária privatização do sistema telefônico.

Uma coisa é pedir: "Esqueçam o que eu escrevi". Outra, enquanto aponta o dedo para os males do presente, que estão ai, inegáveis, é esperar que todos esqueçam o que fizeram nos verões passados.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá... Aqui há um espaço para seus comentários, se assim o desejar. Postagens com agressões gratuitas ou infundados ataques não serão mais aceitas.