quarta-feira, 24 de julho de 2013

A elitista Máfia de Branco e o seu juramento dos hipócritas


Antes de ler o texto abaixo, veja este vídeo e as charges críticas posteriores:

vídeo de médico que vê paciente morrendo e não levanta da cadeira








A medicina vem se tornando mais e mais um clube exclusivista e fechado de parte da classe média... É mais um espaço de status e poder que profissão de gente dedicada ao humanismo, à cumprir o juramento de Hipócrates... Isto fica explicitamente claro no corporativismo da elite de branco e na mentalidade exclusivista, economicista e mecanicista de seus representantes... 

Carlos Antonio Fragoso Guimarães






A Folha de São Paulo e o médico que teria "desistido" do Mais Médicos

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-folha-e-o-medico-que-teria-desistido-do-mais-medicos

No Facebook do Página Dois
A incrível história do médico do Sírio Libanês que ~teria~ se inscrito no programa “Mais Médicos” fica melhor a cada lance.
Como definiu Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundo, “Cesar Camara cobra 450 reais por consulta, é assistente de um dos urologistas mais caros do Brasil e apareceu na Folha como um candidato desencantado de um programa cujo alvo são médicos no início da carreira”.
Camara foi retratado numa matéria da repórter Claudia Colucci como um dos médicos que teriam desistido de entrar no programa “Mais Médicos” por não concordar com os termos do contrato. "Não há direito algum. Fica complicado aceitar um trabalho nessas condições".
É o personagem perfeito. O sonho de um repórter. O cara que, além de confirmar a pauta ainda dá uma aspa que não precisa de edição.
O problema é que tudo não passou de uma alegoria inventada por Colucci.
Trabalhei com Colucci na Folha. Ela é uma das mais experientes repórteres de Saúde do país. Realmente entende do assunto, tem ótimas fontes médicas e trânsito em hospitais como Einstein e Sírio Libanês.
Afinal, como perguntou Paulo Nogueira, qual o motivo de um médico que ganha 450 paus por consulta iria se internar no Brasil profundo, largar tudo, para trabalhar no SUS?
Paulo explica: “Diante do flagrante de mau jornalismo, eis a resposta da jornalista responsável pela reportagem: “Em nenhum momento da entrevista, Cesar Camara se identificou como assistente do urologista Miguel Srougi no HC ou no Sírio-Libanês. Disse, sim, que era médico de uma clínica particular em Heliópolis.”
Camara não disse nada sobre ser do HC-USP e do Sírio porque Colucci sabia. Camara atende pacientes de Heliópolis usando um jaleco do Sírio. Além disso seu perfil no LinkedIn dá a capivara completa do médico urologista. Estranhamente o perfil no LinkedIn foi apagado recentemente, mas o Google mantém uma cópia (http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache%3AlAqdA_IyT0AJ%3Abr.linkedin.com%2Fin%2Fcesarcamara+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br)
Além disso, Camara é doutor pela USP, um título público que pode ser conferido na Plataforma Lattes.
É preciso entender como se dá a dinâmica de um jornal para entender como Colucci chegou a Camara.
No dia 16, o chefe de Camara, Miguel Srougi escreveu um artigo para Folha em que ataca o programa “Mais Médico”. “Esse estágio coercitivo é compatível com a prerrogativa de liberdade, direito inegociável da existência humana?”, pergunta o urologista. “Instrutores e professores qualificados aceitarão migrar com suas famílias para os grotões remotos do país, amparando os estagiários?”, continuou no artigo. (http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1311622-miguel-srougi-mais-medicos-ou-menos-indecencias.shtml)
Para a suíte da cobertura sobre o “Mais Médico”, Colucci setorista de Saúde da Folha, foi acionada. Era preciso correr atrás de médicos que teriam recusado o “Mais Médico”, confirmando os argumentos de Srougi.
(No jornalismo corporativo, não existe a possibilidade de derrubar a pauta. Um médico é o suficiente para justificar uma matéria contra o programa, mesmo que o universo de inscritos beire os 12 mil médicos)
Mas onde achar um médico disposto a defender os argumentos de Srougi? Talvez ele próprio tenha alguém para indicar. No mesmo dia da publicação do artigo, o assistente de Srougi publicou um chamado em seu Facebook. Procurava alguém que teria desistido do programa “Mais Médicos”. “Alguém desistiu de se increver ou não cogitou se inscrever (sic) por causa da falta de direitos trabalhistas”, perguntou Camara.
(https://pbs.twimg.com/media/BPi1CEGCcAAi3y1.jpg)
A pauta de um jornal diário está sempre atrasada um dia. Como dia 16 a noite o jornal do dia 17 já estava na gráfica, a matéria de Colucci saiu no dia 18.
Nela, Colucci afirma que Camara “fez a inscrição e desistiu de efetiva-la”.
Mais tarde, Camara disse a própria Folha que agiu de boa-fé para tentar atuar como médico tutor no programa Mais Médicos. “Meu recuo (não confirmei a inscrição no programa) baseou-se apenas na falta de explicações sobre um programa de tutores e na questão da falta de garantias de estabilidade do programa.”
Ok. Se é o que ele diz a gente acredite. Ao menos que ele mude de idéia.
Para justificar “boa-fé”, Camara se apegou numa questão mal resolvida no “Mais Médico”: como ficará a situação dos professores. Ou “tutores” como ele chama que vai supervisionar os residentes.
Não há novidade, no entanto. Srougi, no artigo do dia 16, cantou a bola.
Mesmo assim, Camara confirma que se inscreveu mas não “confirmou” a inscrição. Ou como Colucci definiu “desistiu de efetivá-la”
Em uma terceira versão, publicada no Facebook, Camara diz que “não aderiu ao programa (não se inscrevendo) (http://twitter.yfrog.com/obz4cxoj)
Pode parecer preciosismo, mas há uma diferença entre se inscrever e não confirma e não se increver.
Diante de três versões, é importante perguntar: a) o médico Cesar Camara mentiu ao dizer que tinha se inscrito? b) A repórter sabia da mentira? c) Foi a repórter da Folha que contatou Camara ou ele pediu ajuda no Facebook a pedido do chefe? d) A matéria de Colucci falou com dois médico: Camara e um psiquiatra que atende na Prefeitura de Barretos. Ninguém estranhou a estranha relação de 2/12000? E, por fim, e) uma repórter experiente não lembrou que Camara ficou conhecido o ano passado após uma matéria do Estadão mostrar a iniciativa de abrir uma clínica particular na favela de Heliópolis?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá... Aqui há um espaço para seus comentários, se assim o desejar. Postagens com agressões gratuitas ou infundados ataques não serão mais aceitas.