Carlos Antonio Fragoso Guimarães
Não faz muito tempo, os dezembros no Brasil eram diferentes.... Menos Shjoppings (que não faziam falta) davam lugar a mais sorrisos, mas carinho, mais tempo com amigos e vizinhos, mas espaço para a reflexão espiritual. Progamações especiais nas tvs e rádios eram voltados para crianças e para a família, com os clássicos contos, filmes e concertos que falavam de esperança, de Deus, de Jesus. A chegada de dezembro, com suas luzes, trazia para muitos uma espécie de magia que retemperava os ânimos. As pessoas pintavam casas, armavam e enfeitavam árvores e a televisão passava desenhos e filmes que falavam da época, focando em imagens de presépios e na história do nascimento de Jesus...
Hoje, o Brasil e o mundo estão bem diferentes. Dezembro chega e as pessoas ficam mais estressadas. Uma nova religião dominante exige tributos pesados, a serem depositadas em novos templos de consumo. Pessoas devem continuar a trabalhar duro para receber pouco e a televisão vive a passar reportagens sobre o mercado, as vendas, os shoppings. Você "tem" de comprar, "deve" consumir, agir em função do mercado, aquecer as vendas. Também se promovem "festinhas" intra-empresas onde corre solto a hipocrisas: o chefe que passou o ano vociferando para se produzir mais deve receber presentes e felicitações, do mesmo modo que o colega dedo-duro. Em casa, quando não estão cada um vendo sua próprio TV, as pessoas participam de um almoço ou jantar "em família", mas fica aquele clima pesado de que isso é agora algo artificial. Quanto ao aniversariante, pouco ou quase nunca é lembrado na mídia e no meio das conversas entre as pessoas. Quando muito, virou mais uma mercadoria apossada por novas e estranhas religiões tele-evangélicas pentecostais que se dizem detentoras Dele...
Esse é o nosso mundo neoliberal e de mercado, que deixa o Cristo e sua mensagem de tolerância, amor e fraternidade entre todos ("ao bem que fizeres a cada um destes pequeninos é a mim que o fazeis") do lado de fora de nossos corações.... Foi substituído por um representante comercial que se veste de vermelho e branco (as cores da Coca-Cola que o divulgou pelo mundo), usado para ampliar as vendas e hoje, só muito levemente, possuindo os traços originais baseado na figura de São Nicolau, o bispo que jogou um saquinho de moedas de ouro na casa de uma família pobre, no Natal, para ajudar o casamento da filha da família em meados da Idade Média e que juntava moedas e presentes para dar algo às crianças de um orfanato durante o inverno. Mas o atual Papai Noel foi construido e pensado para estimular o consumismo e nada tem a ver com o signifcado real de amor e magia que antes estava atrelada à figura meiga e tolerante de Jesus de Nazaré (e não o Senhor Jesus ciumento e julgador dos evangélicos)... Não é mais Jesus, nos traços de um menino, quem entra no coração das crianças nas noites de Natal....
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