quarta-feira, 18 de outubro de 2023

“As investigações permitiram que chegássemos a um nome: Jair Messias Bolsonaro”, diz relatório final da CPMI dos atos golpistas

 

O documento de 1.333 páginas pede o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente e aliados

Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil


O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, lido nesta terça-feira (17) pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirma que a invasão das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro foi “obra do bolsonarismo“.

As investigações aqui realizadas, os depoimentos colhidos, os documentos recebidos permitiram que chegássemos a um nome em evidência e a várias conclusões. O nome é Jair Messias Bolsonaro. Como se verá nas páginas que se seguem, a democracia brasileira foi atacada, massas foram manipuladas com discurso de ódio, milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo“, diz trecho da introdução do documento.

O 8 de janeiro é obra do que chamamos de bolsonarismo. Diferentemente do que defendem os bolsonaristas, o 8 de janeiro não foi um movimento espontâneo ou desorganizado. Foi uma mobilização idealizada, planejada e preparada com antecedência“, continua o texto.

Mas o golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral, legitimar preventivamente a tomada do poder. É preciso tentar a destruição da democracia ‘tijolo a tijolo’, para que ninguém consiga perceber a erosão gradual“, diz.

O documento de 1.333 pede o indiciamento de 61 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, denunciadas por terem participado de forma direta ou indiretamente dos crimes. O relatório recomenda ainda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, a ser instalado na parte externa do Senado Federal.

O texto lido nesta terça só deve ser votado pela comissão amanhã (18). A oposição ainda deve apresentar nesta terça um “relatório paralelo”. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), também de oposição, também protocolou voto em separado. Contudo, esses documentos só serão votados se o relatório de Eliziane for rejeitado.

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