Na Europa havia necessidade de tropas para ocupação da zona ocidental da Alemanha, vasto território, mas havia ainda a Áustria. Não havia força disponível para ocupação, os americanos queriam retirar toda sua tropa na Europa e transferi-la para o Pacífico. Pediram então ao Brasil para usar os 10.000 soldados “descansados” como tropa de ocupação da Áustria e, com isso, o Brasil se igualaria aos EUA, que ocupava a Baviera, a Grã-Bretanha que ocupava Hamburgo e o norte báltico e a França, que ocupava a Renânia. Por paridade o Brasil teria então um assento no Conselho de Segurança da ONU, que se formava. Seria então o Brasil um dos seis Aliados vencedores.
A narrativa acima, da Deutsche Welle, mostra que a oportunidade não foi aproveitada pelo Brasil, pela mediocridade do Comando Militar brasileiro na Europa, por falta de visão global e falta de ambição política.
Duas ocasiões perdidas na geopolítica brasileira
por Andre Motta Araujo
UM PAPEL DECISIVO NO PÓS GUERRA
Finda a guerra no teatro europeu, em 8 de maio de 1945, o Brasil tinha na Itália uma Divisão de Infantaria completa, com artilharia e aviação, 25.000 homens, dos quais 15.000 participaram de batalhas e 10.000 estavam em treinamento, tropa descansada. Os EUA tinham seu maior teatro de guerra no Pacífico, o Japão NÃO dava nenhum sinal de rendição e os americanos temiam ter ainda que combater numa frente mortífera sem horizonte de vitória.
Na Europa havia necessidade de tropas para ocupação da zona ocidental da Alemanha, vasto território, mas havia ainda a Áustria. Não havia força disponível para ocupação, os americanos queriam retirar toda sua tropa na Europa e transferi-la para o Pacífico. Pediram então ao Brasil para usar os 10.000 soldados “descansados” como tropa de ocupação da Áustria e, com isso, o Brasil se igualaria aos EUA, que ocupava a Baviera, a Grã-Bretanha que ocupava Hamburgo e o norte báltico e a França, que ocupava a Renânia. Por paridade o Brasil teria então um assento no Conselho de Segurança da ONU, que se formava. Seria então o Brasil um dos seis Aliados vencedores.
A narrativa acima, da Deutsche Welle, mostra que a oportunidade não foi aproveitada pelo Brasil, pela mediocridade do Comando Militar brasileiro na Europa, por falta de visão global e falta de ambição política.
Foi uma OCASIÃO ÚNICA, perdida por pobreza das lideranças brasileiras, muito abaixo do nível exigido para aquele momento crucial que não se repetiria.
Não aceitando o Brasil ser ocupante da Áustria, os Aliados ocidentais não tiveram outra solução que, muito a contragosto, pedir que a União Soviética desempenhasse esse papel, o que Stalin aceitou com grande satisfação, mais um território para sua zona de controle. A URSS ocupou a Áustria até 1955, expropriando 450 fabricas austríacas e deixou a ocupação por acordo com os Aliados ocidentais em 1955. A Áustria NÃO estava acertada como zona sob controle soviético nos Acordos de Yalta e Potsdam, a ocupação da URSS foi pedido de última hora dos EUA e Grã-Bretanha, por falta de outra solução.
MAIOR POTÊNCIA AMBIENTAL DO PLANETA
Em 2020 o mundo está vendo alterações climáticas de impacto extraordinário, CHUVAS TORRENCIAIS na Espanha, tufões e maremotos nas Filipinas, derretimento de geleiras na Groenlândia e no Ártico, no Brasil chuvas muito acima do normal. Há uma consciência altíssima no mundo sobre mudanças climáticas, sobre necessidade de políticas ambientais sólidas, sobre uma fundamental solidariedade entre países decisivos no campo ecológico.
É A HORA DO BRASIL, maior potência ecológica planetária, com trunfos e contas a apresentar ao mundo sob risco. INVÉS DISSO, o Brasil perde toda sua relevância, torna-se PAÍS PÁRIA AMBIENTAL, não capitaliza seu extraordinário potencial ecológico, irrita e contesta a ciência e o mundo, dando mostras de uma ignorância, de um descaso, de um deboche anti-civilizatório que vai não só impedir ganhos, MAS CAUSAR PERDAS ECONÔMICAS REAIS.
Muito mais que perdas, O BRASIL DEIXA DE GANHAR. O Brasil poderia ter, a partir deste ano, UMA LIDERANÇA MUNDIAL no tema ambiental, com ganhos incalculáveis econômicos e financeiros ao se credenciar a uma compensação pela preservação da Floresta Amazônica, ideia já aceita pelos países centrais, MAS dentro de uma lógica de contrato por metas e controle de desmatamento, preservação e fiscalização do bioma.
Uma compensação PRESSUPÕE PROJETOS E COMPROMISSOS definidos que o Brasil poderia cumprir sem muito esforço, porque também é do interesse do Brasil, é o nosso patrimônio a preservar e, nesse processo, podemos ainda ganhar com a preservação e ganhar muito, seria a chave de nosso crescimento.
UMA VELHA E GASTA VISÃO DE DESENVOLVIMENTO
Pretender tirar minério da Amazônia é de uma pobreza única. MINÉRIO É PASSADO, vale cada vez menos. O que vai valer é BIODIVERSIDADE, maior capital da Amazônia, capital do futuro, minério é cada vez mais lixo. A extração mineral DEIXA UM IMENSO PASSIVO DE DESTRUIÇÃO, deixa buracos físicos e humanos, traz degradação e prostituição, destrói riqueza vegetal, polui rios e mares, é o PIOR TIPO DE DESENVOLVIMENTO, está ai Brumadinho.
Para a agricultura e pecuária a Amazônia é inservível, não é seu destino, o solo é frágil e se degradaria em poucos anos, a floresta iria virar deserto.
O Brasil tem enorme estoque de terras degradadas que podem ser recuperadas para nova expansão agrícola, há sobra de terras disponíveis para a agricultura e pecuária, sem se tocar na Floresta Amazônica. Ao oferecer a Amazônia para a pecuária e mineração o Governo leva o Brasil ao abismo e faz o País perder mais uma vez o TREM DA HISÓORIA COMO LIDERANÇA MUNDIAL, mais uma ocasião desperdiçada com extraordinário impacto geopolítico.
AMA
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