segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O Drama não Noticiado de Mariana, em Minas Gerais.... Resultado, em parte, do engodo da Privatizações

Thiago Nepomuceno é morador da região de Mariana, onde romperam as barragens da Samarco, e enviou áudios para que pudessem ser conhecidas, não as razões do desastre, mas a situação da população da área. São relatos fortes, que evidenciam um descaso grande das empresas envolvidas, incluindo a Vale, usado pelo PSDB  como exemplo de "sucesso" nas privatizações, e um apuro maior pela enormidade do problema.




Foto de Bruno Bou - mar de lama
Jornal GGNAs duas barragens que se romperam no dia 5, última quinta-feira, são de responsabilidade da empresa Samarco, coligada da Vale. Até agora, os números oficiais de mortos beira a casa de 30. As causas do rompimentos das duas barragens ainda não foram divulgadas, ou esclarecidas, mas muita coisa não está indo bem no local.
Thiago Nepomuceno é morador da região de Mariana, onde romperam as barragens da Samarco, e enviou áudios para que pudessem ser conhecidas, não as razões do desastre, mas a situação da população da área. São relatos fortes, que evidenciam um descaso grande das empresas envolvidas e um apuro maior pela enormidade do problema.
A primeira coisa que Thiago destaca é que o acidente, no noticiário das TVs Globo e Bandeirantes, não parecia ter uma proporção tão grande. Parecia um caso sério, mas não tão caótico. Quando voltou à região, que estava ausente resolvendo questões pessoais, se deparou com coisa muito diferente. O acidente representava um impacto ambiental e social muito grande, com muito mais mortes do que TVs falam, uma cidade em choque. 
Se é certo que as doações estão mais do que suficientes para atender aos desabrigados, é certo também que a situação é muito triste com relação aos desaparecidos. "Só o pessoal do resgate pode entrar na região, a Samarco não deixa ninguém entrar, uma pessoa viu vários corpos boiando e não está tendo resgate por terra, somente por ar". 
Thiago, que já trabalhou para as mineradoras da região, explica que a lama é muito densa. "Estamos falando de rejeitos, não é água, é aquilo que sobra depois da lavagem do minério", e por ser muito densa, é capaz que muitos dos corpos não boiem, "vão ficar perdidos", diz ele. "Rejeito de minério é uma lama impossível de nada, não se nada num tanque de lama", explica ele, "e nem barco consegue navegar por aquela lama, pois o motor do barco não dá conta da matéria espessa".
Segundo ele, a prefeitura está dando um grande apoio aos atingidos, mas o apoio social, conseguindo lugar para ficar e distribuindo alimentos e colchões.  E está agindo dentro das possibilidades. Já o resgate está por conta da Samarco, mesmo porque é responsabilidade dela.
Por relatos na região, Thiago diz que um outro distrito afastado estava ilhado até ontem e ele não tinha ainda notícias do resgate ter sido feito.
Ouça os áudios enviados.

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