segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Divulgado partes de um evangelho "perdido", que retoma a proposta de que Jesus e Maria Madelena eram casados


Carlos Antonio Fragoso Guimarães

  Assunto debatido nos primeiros séculos do cristianismo - que, ao contrário do que se pensa, era formado por diferentes comunidades dentro e fora do Império Romano e com diferentes tradições orais e textuais (com escritos em grego, copta e aramaico e elaborados décadas após a cruxificação de Jesus) sobre a vida de Cristo, em grande número de textos em formato de evangelhos, uma grande parte dos quais foram caçados e destruídos após o estabelecimento do cânone oficial -, a antiga associação entre Jesus e Maria Madela como um casal será mais uma vez trazido à baila para a discussão pública,  após a popularização - ou vulgarização, como querem alguns -, do assunto em livros como O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, de Michael Baigent e outros, ou de O Código Da Vinci, de Dan Brown, no que, mais uma vez, causará polêmica e se dividirá na inspiração para as pessoas que admiram o mestre galileu e no desgosto dos ortodoxos e pretensos detentores exclusivistas da verdade histórica e teológica, sejam católicos ou protestantes. 

  Sem nos atermos aos problemas técnicos e historiográficos, pensamos que o fato de Jesus ter sido ou não casado (ao menos sabemos pelos próprios evangelhos canônicos sinóticos que Pedro, considerado pelos católicos o primeiro Papa, o era, já que Jesus teria curado sua sogra, como relatado em Marcos, 1:29-31; Lucas, 4: 38-41; Mateus, 8:14-15) em nada dinimuiria sua estatura espiritual ou importância ético-moral, embora tal assunto seja motivo de discussões e mesmo brigas bem pouco "cristãs" entre os membros mais superficiais das diversas igrejas e seitas que se considerem baseadas em sua mensagem.

 Agora, um texto, que se afirma datado de mais de 1500 anos e escrito em aramaico ( a língua, derivada  do hebraico, era usada na época de Jesus ), até então esquecido na Biblioteca Britânica, será apresentado oficialmente nesta quarta-feira, dia 12 de novembro, contendo, à semelhança do evangelho gnóstico de Felipe, encontrado em fins dos anos 40 em Nag Hammadi, Egito, a informação não apenas de que Jesus e Maria Madalena eram casados (o que, aliás, seria de se esperar de um pregador ou rabi em uma comunidade judia do século I), como teriam tido ao menos dois filhos. O problema, contudo, ainda está em se estabelecer a procedência do texto e a que comunidade cristã ele pertencia, o que só iremos saber ao certo após a divulgação pública oficial no próximo dia 12.

  Some-se a isso tudo a presença polêmica de Simcha Jacobovici, um "caçador" de polêmicas bíblicas, já conhecido pela suposta "descoberta" de ossoários do século I, que teriam pertencido à família de Jesus. Jacobovici é um dos responsáveis pela tradução e divulgação deste "novo" evangelho e já deve estar em preparativos junto ao Discovery Channel para a elaboração de algum documentário sobre o caso.

  Sobre o assunto, transcrevemos o texto que foi publicado no Notícias Terra:

"Evangelho" perdido diz que Jesus se casou e teve 2 filhos


Manuscrito de mil anos conta que Maria Madalena teria sido a mulher do Messias


Jesus não morreu solteiro.  Pelo menos é o que afirma um novo “Evangelho” escrito há mil anos em aramaico e traduzido recentemente por dois estudiosos, Barrie Wilson e Simcha Jacobovici, que conta que o Messias teria se casado com Maria Madalena e tido dois filhos. As informações são do The Mirror UK. 

Os detalhes do novo livro, descoberto na Biblioteca Britânica, serão revelados em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira. Mas, segundo os especialistas, o manuscrito afirma que Jesus se casou com Maria Madalena, que aparece em todos os outros Evangelhos da Bíblia, especialmente em momentos importantes da vida de Cristo, como em sua ressurreição.

Ela teria tido dois filhos com ele. E, ao que tudo indica, o novo “Evangelho” cita o nome dos supostos descendentes.

Em alguns livros, como em Lucas, Maria Madalena é descrita como “pecadora”, sendo associada à prostituição. 


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