Nas ânsias de busca de sentido à existência, a presença da busca da transcendência de toda a humanidade, ânsia que existe mesmo entre os céticos, como nesta oração do filósofo espanhol Miguel de Unamuno:
Ouve meus rogos Tu, Deus que não existes,
e em Teu nada recolhe estes meus lamentos!
Tu, que aos pobres homens nunca deixas
sem consolo de engano. Não resistes
ao nosso rogo, e o nosso anelo viste.
Quando mais Te afastas de minha mente;
mas recordo os doces conselhos
com que minh’alma acalentou certa vez noites tão tristes.
Quão grande és, meu Deus! Tu és tão grande,
que não és mais senão Idéia; é muito estreita
a realidade por muito que se expande
para abarcar-Te.
Sofro eu por Tua causa,
Deus não existente, pois se tu fosses de fato realidade,
também eu existiria de verdade.
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