terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A tradicional "família militar" e sua marcha de uma nota só: o autogolpe é coisa nossa – II, por João Cezar de Castro Rocha, Professor Titular de Literatura Comparada (UERJ) e Cientista do Nosso Estado (FAPERJ).,

 

Do site iclnotícias:


Marcha de uma nota só: o autogolpe é coisa nossa – I

“O golpe dentro do golpe”, longe de ser uma “tese fantasiosa e absurda”, constituiu tradição do militarismo



Máxima filosófica perfeitamente adaptável ao caos nosso de cada dia; afinal de contas:

“O que vai, vai

mas o que vai, vem”.

Lição tautológica das coisas negada por militares golpistas e por seu líder de delírios autoritários, Jair Messias Bolsonaro. Walter Braga Netto, endossando a pilantragem da letra da canção — “A cafonice / é coisa nossa” –, lançou uma nota sonsa.

(Você reparou que escrevi assim, Walter, sem o título militar? Sigo o modelo da senadora Eliziane Gama, que, em seu corajoso relatório da CPMI do 8 de janeiro, despiu a farda do general com a supressão da palavra. General golpista perde a honra da distinção; torna-se somente golpista. Criminoso — portanto.)

Na verdade, “o golpe dentro do golpe”, longe de ser uma “tese fantasiosa e absurda”, constituiu a tradição propriamente brasileira do militarismo nos tristes trópicos. E Braga Netto tem até razão: deixando a criatividade de lado, basta recuperar a linha cronológica do poder militar na República.

Golpes e autogolpes à mancheia

A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi uma quartelada e não são poucos os que não hesitam em considerá-la um golpe de Estado — o pecado original do novo regime. Relevemos a questão, por um minuto que seja, pois agora trato de caracterizar o autogolpe como a essência mesma do exercício político por parte dos militares.

E isso desde os primórdios da República, ou seja, a tomada do poder e a constituição do autogolpe são praticamente simultâneas.

Vejamos.

Em novembro de 1891 o marechal Deodoro da Fonseca enfrentava impasses de difícil resolução: crise institucional associada a uma séria crise econômica; óbices agravados pela virtual ausência de diálogo com a oposição.

(Eis o X da questão: militares são treinados para “neutralizar” adversários, sempre reduzidos ao papel monocromático de inimigos. Diálogo, acordos e concessões não fazem parte de seu repertório existencial.)

Emparedado pelas circunstâncias, Deodoro da Fonseca inaugurou o atalho trilhado com regozijo pelos seus sucessores: fechou o Congresso e decretou Estado de Sítio.

(Mas, claro, o recurso constava na primeira Constituição republicana de 1891 — dentro das 4 linhas. Jogo que segue. O cachimbo deixou torta a boca gulosa de Bolsonaro.)

O marechal, contudo, não antecipou a reação da Marinha. No cabo de guerra entre as duas forças, havia uma clara percepção do autoritarismo crescente do Exército, que já ocupava o centro do poder. Em resposta, unidades da Armada, comandadas pelo almirante Custódio de Melo, ameaçaram bombardear a capital da República, a cidade do Rio de Janeiro. Deodoro da Fonseca, que, após o governo provisório (1889-1891), mal completou dez meses como presidente, renunciou no dia 23 de novembro de 1891.

A primeira tentativa de autogolpe fracassou redondamente, muito embora a terra costume ser plana na visão do mundo de golpistas.

Mas água mole em pedra ainda em formação…

Bolsonarismo no século 19?

Travestido de jurista de porta da Papuda, lógico de contrabando, Bolsonaro insiste na tese do cúmplice.

(Ora, ora, se eu já estava no poder, sentado na cadeira, que só Deus me tira de cima dela, como daria em golpe em si mesmo, tá ok?)

O problema do arrazoado do Jair e do Walter reside na história republicana em sua totalidade.

Não exagero: voltemos a 1891.

O vice-presidente Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro, assumiu a presidência; aliás, como rezava a Constituição. E, obedecendo ao preceito constitucional, deveria ter convocado eleições, uma vez que Deodoro da Fonseca deixou o posto antes de completar dois anos de mandato, circunstância indispensável para que o vice-presidente assumisse o cargo de direito, caso fosse vitorioso no pleito.

Filigranas jurídicas nunca foram o forte do Marechal de Ferro que se apossou de fato do poder político. Em termos diretos: decidiu não abrir mão da boquinha da Presidência da República. Ou seja, o segundo autogolpe no segundo ano da República.

Mais uma vez, a Marinha se pronunciou. Inicialmente, tentou-se convencer Floriano a cumprir a lei, convocando eleições. A única resposta foi uma repressão feroz, que somente foi intensificada após a eclosão da Segunda Revolta da Armada, em setembro de 1893. A brutalidade da reação do Marechal de Ferro foi imortalizada no clássico de Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma, publicado em 1915. No último capítulo do romance, revela-se o destino do protagonista, que será fuzilado pelas tropas florianistas. Olga, sua sobrinha, tentando salvar a vida de Policarpo, busca desesperadamente encontrar-se com Floriano Peixoto. O malogro do esforço sugere a condenação do idealista:

“Olga falou aos contínuos, pedindo ser recebida pelo marechal. Foi inútil. A muito custo conseguiu falar a um secretário ou ajudante de ordens. Quando ela lhe disse a que vinha, a fisionomia terrosa do homem tornou-se de oca e sob as suas pálpebras correu um firme e rápido lampejo de espada:

— Quem, Quaresma? — disse ele. — Um traidor! Um bandido!

Depois, arrependeu-se da veemência, fez com certa delicadeza:

— Não é possível, minha senhora. O marechal não a atenderá.

Ela nem lhe esperou o fim da frase. Ergueu-se orgulhosamente, deu-lhe as costas e teve vergonha de ter ido pedir, de ter descido do seu orgulho e ter enxovalhado a grandeza moral do padrinho com o seu pedido. Com tal gente, era melhor tê-lo deixado morrer só e heroicamente (…).”

No contexto do florianismo — incorrendo sem culpa no anacronismo deliberado, um bolsonarismo dos primórdios da República –, bandido era todo aquele que não espelhava as convicções do Marechal de Ferro; traidor, todo aquele que não apoiasse com fidelidade canina a manutenção de Bolsonaro no poder.

(Bolsonaro? Por que não?)

Plano Cohen

Um salto no tempo ou esta coluna será interminável.

(É preciso sempre ter misericórdia da eventual leitora. Sim, você: não há outra.)

Estamos agora em 1937. Getúlio Vargas completou 7 longos anos no poder desde outubro de 1930. Se levasse em conta a Constituição de 1934, deveria convocar eleições presidenciais para 1938. Um nome despontava como um forte candidato: o líder da Ação Integralista Brasileira (AIB), Plínio Salgado. Aliás, foi o chefe do integralismo o responsável involuntário pela elaboração de um relatório que propiciou o muito bem-sucedido autogolpe do Estado Novo.

(Não se esqueça nunca: O autogolpe, é coisa nossa.)

Explico.

Em novembro de 1935, ocorreu o Levante Comunista, liderado por Luís Carlos Prestes, à época presidente de honra da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Pois bem, Plínio Salgado teve a ideia de solicitar ao capitão Olímpio Mourão Filho, à frente do setor de inteligência da AIB, que preparasse um texto, a fim de alinhavar hipóteses sobre uma possível tomada do poder pelos comunistas.

Tarefa dada é tarefa redigida. O jovem militar, leitor da Revue des Deux Mondes, adaptou um artigo que descrevia a ascensão do Partido Comunista ao poder na Hungria sob a liderança de Béla Kun. Experiência efêmera, de março a agosto de 1919, ele foi o fundador e dirigente máximo da República Soviética Húngara.

(Nesse fugaz período de poder comunista, György Lukács foi Comissário do Povo. Olímpio Mourão Filho não parece ter dado importância à informação.)

Deslizes ortográficos à parte, o Kun brasileiro, esclarecendo o antissemitismo muito presente na gestão Vargas, teve evidenciada sua origem judaica no batismo icônico, e o Plano Cohen tornou-se o principal instrumento que assegurou o êxito do autogolpe de Getúlio.

Aos fatos.

Em setembro de 1937, a peça fictícia caiu nas mãos do governo. Plínio Salgado não se interessou pelas conjecturas do capitão integralista, pois o todo lhe pareceu tão fantasioso que até dispensava o esforço de refutações. Contudo, discordaram do autor de “Geografia sentimental” (1937), o ministro de Guerra de Getúlio, o general Eurico Gaspar Dutra, o chefe do Estado-Maior do Exército, o general Góis Monteiro, e o chefe da Polícia do Distrito Federal, o tenente-coronel Filinto Müller, um dos mais abjetos torturadores da História brasileira. Na iminência de convocação das eleições presidenciais e o consequente risco de deixar o poder em caso de derrota, Getúlio Vargas e os membros do governo viram no Plano Cohen um presente inesperado, e quanto mais dramática e irreal parecesse a tentativa de tomada do poder, mais adequada seria para o desejo de estabelecer um estado de exceção. Nesses casos, a regra é não perder tempo!

(Mas, dentro das 4 linhas, a política é um ringue do UFC: vale tudo.)

De imediato, a ardilosa trama foi difundida como uma grave ameaça à Nação — gravíssima, na verdade. Pelas ondas da Rádio Nacional, estrategicamente inaugurada em setembro de 1936, os detalhes do Plano passaram a fazer parte do dia a dia brasileiro. No dia 1 de outubro de 1937 a terceira página do Correio da Manhã estampou a notícia que deveria parar o país.

O subtítulo da reportagem foi escolhido a dedo: “O tenebroso plano foi apreendido pelo Estado-Maior do Exército”.

O Plano Cohen era mesmo mirabolante, como se alguém tivesse composto um samba-enredo distópico e sinistro. Pouco importa: o propósito era gerar pânico. Casas de famílias seriam incendiadas; estudantes e operários seriam manipulados para gerar caos; a Maçonaria seria mobilizada (!); as candidaturas presidenciais favoreceriam a agitação. Bingo! O problema gerava a solução: suspenda-se a eleição prevista para 1938 e se decrete o Estado Novo, ditadura estabelecida por lei (!) no dia 10 de novembro de 1937 e que durou até 1945.

É isso mesmo: uma terrível ditadura, que prendeu, torturou, assassinou e ocultou cadáveres.

(1937! Espere um pouco e na próxima coluna chegamos a 1964, uma terrível ditadura, que prendeu, torturou, assassinou e ocultou cadáveres.)

E uma ditadura estabelecida constitucionalmente, por assim dizer.

(Dentro das 4 linhas do terraplanismo de Ives Gandra Martins? Viva o anacronismo deliberado.)

No dia 10 de novembro de 1937, tropas cercaram “democraticamente” o Congresso Nacional. Getúlio Vargas outorgou uma nova Constituição no mesmo ato. Portanto, o Estado Novo começou como uma ditadura legalizada pelo autogolpe que o estabeleceu.

(Roda mundo, roda-gigante, rodamoinho, roda pião…)

Mas e o que aconteceu com o jovem capitão, responsável pela redação do Plano Cohen? Foi punido? Preciso responder? Em 1964, comandante de tropas em Juiz de Fora, na madrugada de 1 de abril, o general Olímpio Mourão Filho baixou as tropas para o Rio de Janeiro e deu a largada para o golpe militar que inaugurou a longa noite de 21 anos da sangrenta ditadura militar.

Aliás, o maior período de autogolpes da História brasileira.

(Claro: tema da próxima coluna.)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

A emergência da espiritualidade natural, por Leonardo Boff

 

O que importa é reconhecer que mundialmente há uma demanda por valores não materiais

Do site Icl Notícias:


Leonardo Boff
Leonardo Boff

Leonardo Boff escreveu: A busca da justa medida (I e II), Vozes 2023; A oração de São Francisco: uma mensagem de paz para o mundo atual, Vozes 2014; Fundamentalismo, terrorismo, religião e paz, Vozes 2009.

COLUNISTAS ICL

A emergência da espiritualidade natural

Há muitos que estão fartos de bens materiais e do consumismo de nossa cultura. Como contraponto a esta situação estamos captando a emergência do mundo espiritual, da assim chamada espiritualidade natural e verificamos sua premente atualidade face às muitas crises que assolam a humanidade inteira.

Em momentos assim críticos, o ser humano mergulha em seu Profundo e se coloca questões básicas: o que estamos fazendo nesse mundo? Qual é o nosso lugar no conjunto dos seres? Como agir para garantirmos um futuro que seja esperançador para todos e para nossa Casa Comum?

Essa preocupação pelo mundo espiritual não é monopólio das religiões. Ele se dá também no âmbito das buscas humanas tanto dos jovens, quanto dos intelectuais, de famosos cientistas e – para surpresa nossa –, de grandes empresários que se mostraram interessados acerca do tema.

O fato de eles mostrarem interesse acerca do mundo espiritual, vale dizer, à espiritualidade, atesta as dimensões da crise que nos acomete. Significa que os bens materiais que eles produzem, as lógicas produtivistas e concorrenciais que praticam, o universo de valores comerciais (tudo virou mercadoria e ganha o seu preço) que inspira suas práticas não dão conta das interrogações sérias da vida humana. Há um vazio profundo, um buraco imenso dentro do seu ser. Estou convencido de que o mundo espiritual, ou a espiritualidade natural, inerente à nossa natureza, tem a capacidade de preenchê-lo.

É importante, no entanto, sermos críticos, porque há verdadeiras empresas que manejam os discursos da espiritualidade que, não raro, falam mais aos bolsos do que aos corações. Há líderes religiosos que são expressão do mercado com sua pregação do evangelho da prosperidade material e, recentemente, do domínio. Conquistam muitos fiéis de boa fé, para os interesses monetários de si próprios como pastores.

Entretanto, os portadores permanentes do mundo espiritual são geralmente pessoas comuns que vivem a retidão da vida, o sentido da solidariedade e cultivam o espaço do Sagrado, seja em suas religiões e igrejas, seja no modo como pensam, agem, interpretam a vida e cuidam no meio ambiente.

O que importa, porém, é reconhecer que mundialmente há uma demanda por valores não materiais, porque os materiais se mostram insuficientes para apaziguar a ânsia do ser humano por algo mais alto e melhor. Em toda parte encontramos pessoas, especialmente jovens, indignados com o destino previamente definido em termos de economia, quando se diz que “não há outra alternativa” (TINA= There is no Alternative). Eles se recusam a aceitar os caminhos que os poderosos definem para a humanidade trilhar. Esses jovens dizem: “Não permitiremos que nos roubem o futuro. Merecemos um destino melhor, precisamos beber de outras fontes para encontrar um novo caminho”.

Por isso, resulta importante, desde o início, introduzir uma distinção – sem separar, mas distinguir – entre o mundo religioso e o mundo espiritual, entre a espiritualidade natural e a religião. Aliás, o Dalai Lama o fez de forma brilhante no livro Uma ética para o novo milênio (Sextante, 2000). Permito-me citar um tópico do livro de cuja compreensão participo e faço minha.

“Julgo que religião (mundo religioso) esteja relacionada com a crença no direito à salvação pregada por qualquer tradição de fé, crença esta que tem como um de seus principais aspectos a aceitação de alguma forma de realidade metafísica ou sobrenatural, incluindo possivelmente uma ideia de paraíso ou nirvana. Associados a isso estão ensinamentos ou dogmas religiosos, rituais, orações e assim por diante”.

“Considero que espiritualidade (mundo espiritual) esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano – tais como amor e compaixão, paciência e tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros”.

“Ritual e oração, junto com as questões de nirvana e salvação, estão diretamente ligados à fé religiosa, mas essas qualidades interiores não precisam ser. Não existe portanto nenhuma razão pela qual um indivíduo não possa desenvolvê-las, até mesmo em alto grau, sem recorrer a qualquer sistema religioso ou metafísico” (p. 32-33).

Como se depreende, alguém pode ser religioso sem necessariamente ser espiritual. Bem como pode ser espiritual sem ser religioso. O ideal seria ser religioso e simultaneamente espiritual. Mas não necessariamente.

Há toda uma pesquisa, feita especialmente nos EUA, que envolve psicólogos, educadores e a new science que tem aprofundado a espiritualidade natural, vale dizer, a espiritualidade como um dado objetivo da natureza humana. Famoso ficou o Manual de psicologia e de espiritualidade” do Prof. Miller no qual reúne os principais estudos sobre a psicologia e a espiritualidade natural. Aí se enfatiza que, independente da religião, “cada criança nasce com a capacidade inata para um desenvolvimento espiritual, capacidade que deve ser entendida como uma dimensão natural, da integralidade do ser humano; ela garante um suporte importante e vital para a resiliência, provê significado e propósito para o desenvolvimento da cognição emocional, social e moral da pessoa; essa capacidade inata pode madurar tanto dentro quanto fora da religião institucional”. À base destes estudos, Steven Rockefeller, filósofo e um dos principais redatores da Carta da Terra, propõe uma “democracia espiritual”, portanto um dado originário que deveria estar presente na democracia, desde a mais tenra infância e no currículo escolar (Spiritual Democracy, Nova York, 2022).

Viver a espiritualidade natural, dado de nossa natureza humana, com os valores referidos acima que são também os mesmos do Jesus histórico, poderão sinalizar caminhos que nos apontam para uma eventual saída bem sucedida das muitas crises dos tempos atuais. O invisível do espírito faz parte do visível.

Do UOL: Braga Netto é visto como traidor entre os militares; ainda assim, sua prisão os assustam (em sua arrogância). Por Tales Faria

 Do UOL:

O colunista do UOL Tales Faria analisa a reação de militares à prisão do general Braga Netto.



sábado, 14 de dezembro de 2024

Justiça sendo feita contra o fascismo. PF prende Braga Netto, general, por envolvimento na tentativa de Golpe. Leia o artigo de Juliana Dal Piva

 

"(...) O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que o general entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” em uma embalagem para guardar vinhos. A prisão de Braga Netto ocorreu no apartamento dele em Copacabana, na zona sul, do Rio de Janeiro."

Do ICL Notícias:


Colunistas ICL

PF prende general Braga Netto por envolvimento na tentativa de golpe de Estado

STF decidiu pela prisão de Braga Netto após depoimento de Mauro Cid



O  ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente, neste sábado (14). O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que o general entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” em uma embalagem para guardar vinhos. A prisão de Braga Netto ocorreu no apartamento dele em Copacabana, na zona sul, do Rio de Janeiro.

A coluna apurou ainda que o dinheiro foi destinado por Braga Netto ao grupo conhecido como Kids Pretos, os militares com curso de operações especiais, durante um encontro em uma das residências oficiais da Presidência da República.Os dados foram confirmados para a coluna com duas fontes ligadas à investigação.

Nos depoimentos recentes, Cid também afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) recebia informes de Braga Netto todos os dias sobre o andamento do plano organizado pelos “Kids Pretos”. O plano pretendia evitar a posse do presidente Lula após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 e ainda tinha o planejamento para assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, a coluna apurou que Cid afirma que não tinha conhecimento de que o plano previa os assassinatos.

O plano dos militares seria consumado no dia 15 de dezembro de 2022. O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, afirmou, em entrevista ao programa Estúdio I, da TV Globo, que Bolsonaro tinha conhecimento de tudo. “Sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização”, disse Bitencourt. A coluna adiantou que Cid tinha mencionado que Bolsonaro sabia do plano. No entanto, o advogado depois voltou atrás nas declarações.

Após o depoimento para Moraes, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro conseguiu manter os benefícios do acordo de colaboração premiada com a PF. A Polícia Federal havia pedido a rescisão do acordo de colaboração premiada de Cid após descobrir que ele havia omitido informações sobre a trama para os assassinatos.

Ao depor para a PF, durante a Operação Contragolpe, no dia 19 de novembro, Cid não informou o que sabia sobre o dinheiro que Braga Netto entregou para financiar o golpe. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro só fez menção à informação dois dias depois, no dia 21 de novembro, no STF. Por isso, a PF manteve o pedido de rescisão.

A PF já havia descoberto que a reunião para dar início ao plano dos assassinatos havia sido realizada na casa de Braga Netto, em novembro de 2022. Cid participou do encontro.

Também estiveram presentes parte dos militares com formação em Operações Especiais, conhecidos como Kids Pretos. Eles foram os responsáveis por colocar em prática o plano. A PF constatou que um grupo de ao menos seis militares chegou a se posicionar em diversos pontos de Brasília para capturar Moraes em 15 de dezembro de 2022.

Depois da audiência, Alexandre de Moraes decidiu contrariar o pedido da Polícia Federal e manteve os benefícios da colaboração premiada de Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso duas vezes em inquéritos da PF, mas está em liberdade desde maio.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Ser espírita laico é chocante? Por Ana Cláudia Laurindo

 

"O laicismo espírita não significa ausência de crença, porque isto é circunscrito às individualidades e suas relações intimistas com Deus. Se refere a uma vivência espírita liberta de ritual e cartilha religiosista."


Do site Repórter Nordeste:


Ser espírita laico é chocante?

Por Ana Cláudia Laurindo

Obviamente que a pergunta exposta no título, é para você leitor ou leitora, que se interessa por Espiritismo.

Acha absurdo que alguém seja espírita, e ao mesmo tempo, não comungue de uma prática religiosa?

O laicismo espírita não significa ausência de crença, porque isto é circunscrito às individualidades e suas relações intimistas com Deus. Se refere a uma vivência espírita liberta de ritual e cartilha religiosista. Neste caso, o Espiritismo não é uma religião, não tem sacramentos nem qualquer outro aparato resgatado de referências advindas de práticas orientais ou ocidentais de fé.

No segundo capítulo do livro autoral (R)evolução Política dos Espíritos, que estará trafegando na materialidade literária a partir do dia 12 de dezembro deste ano, tratamos sobre “livre pensamento e laicismo espírita”, como parte de uma jornada de descoberta e exercício de autonomia intelectual, elementos aos quais valorizamos na condição real de aprendizado.

Ser espírita laico não é uma distopia. É uma vertente que permite a imersão no amor pela busca do conhecimento, sem negociar resultados transcendentais, sentidos e aceitação das questões inerentes à vida planetária. A condição mais livre de ser espírita, talvez seja esta. Mas existem inúmeras formas de ser, viver, acreditar e materializar experiências corpóreas com vistas à evolução. Não nos parece atrativo selecionar certo e errado onde a liberdade de escolha orienta adesões formais, mas consideramos importante falar um pouco sobre o não-religiosismo e a perspectiva evolutiva contida em processos político/existenciais.

Eis a delícia de pensar e experimentar o diálogo para além dos grilhões formais, com outros e outras, que também estejam interessados em dialogar assim.

O meio espírita tradicional preenche muitas vidas com a divulgação da ação caridosa, em processos que podem levar toda uma existência sem questionar desigualdades e injustiças, sempre alimentando a compreensão de que fazem parte de um carma coletivo ou pessoal, adquirido pelas pessoas necessitadas. Com o pensamento crítico, que é por certo uma característica de beleza espiritual, buscamos aprimorar a compreensão da caridade, agregando um senso de justiça social, que derruba estas convicções sobre a culpa pregressa do sofredor, principalmente quando o mal resulta da pobreza, miséria e ampla ignorância, como resultado histórico de políticas excludentes.”

Sensibilizar sem desqualificar, sem afastar mas respeitando os que preferem a distância, abrimos estes caminhos de amor, para trabalharmos a dialética gerada pelas crenças cristalizadas que professam o religiosismo espírita como única forma de manifestar adesão ao kardecismo.

“Quando a percepção da geopolítica e manuseios do mercado se apresentam como responsáveis pelo sofrimento corporal e mental a transtornar tantas vidas, é possível seguir justificando a dor como resultado do passado pessoal de cada ser, simplesmente? A crença na punição do pobre e miserável como resultado do seu passado encarnatório, não nos torna coniventes com as políticas de desigualdades deste mundo, na última hora? A visão espírita laica libera um potencial interessante de análise crítica e revela que o saber é feito de dialética, não de servilismos e, principalmente, instiga buscas por mais conhecimento, sob outras perspectivas, inclusive.”

O cerne do livro em questão é a postura político/existencial como condutora de evolução espiritual.

O capítulo voltado ao laicismo está conectado a outros vieses de análises e debates que consideramos importantes.

Por certo não conhecemos tudo, mas também não somos pessoas tímidas. Buscar saber mais sobre nosso devir é um estímulo renovador. Já que o grande desconhecido está entre nós, em nós, feito saga infinda a encantar os que percebem a dinâmica do tempo como ampliação da vida através do desbravar da inteligência em benefício da evolução. O fenômeno existencial humano/espiritual é bonito em sua originalidade, e mesmo as variáveis que o marcam pela dor e pelo egoísmo não conseguem ser maiores do que a esperança de superação da fraqueza e do erro, quando a evolução desponta em todas as direções guiando para o amanhã inevitável.”

A escrita da esperança, abre um caloroso abraço para receber sua leitura!

Amar sob o viés de uma experiência de vida laica talvez seja o desafio incompreendido pelas teologias, filosofias e teorias ligadas ao melhoramento do ser. Obviamente que isto sugere um território de ação vasto, desafiador, principalmente para nós humanos deste século, ávidos por nos associarmos a algum tipo de referência protetora, que seja aceita pelos aglomerados sociais que traduzem visibilidade e reconhecimento, validando pertenças.

O exercício constante do livre pensamento é caminho de diálogo entre espíritas e não-espíritas sobre questões inerentes aos interesses da vida, presentes na sociedade e, também de cada pessoa. Assim pode superar as designações de gueto, que são redutoras do envolvimento comum. A percepção política das relações próximas e distantes, promove intercâmbios interessantes.

Eis a partilha do capítulo, e a leitura do livro é uma indicação para os pensadores e pensadoras que acatem este exercício de libertação paradigmática.

Podcast do Sindicado dos Psicólogos com o neurocientista Sidarta Ribeiro: O capitalismo é a máquina de destruição da humanidade

 

Do Sindicado dos Psicólogos:


Neste episódio de PODSIN - Diálogos da Psicologia com a sociedade conversamos com Sidarta Ribeiro, neurocientista, biólogo, professor, fundador do Instituto do Cérebro, da Universidade Federal do Rio do Norte e pesquisador da Fiocruz. A conversa foi gravada em junho de 2023 e estava disponível em áudio pelo Spotify do PodSin; agora, colocamos a íntegra da entrevista também no canal do Youtube. Sidarta é autor de diversos livros, entre eles O oráculo da noite - a história e a ciência do sonho e Sonho Manifesto, ambos publicados pela Cia das Letras. Nesta conversa ele fala sobre como o capitalismo produz doença mental, o paradoxo de a humanidade nunca ter tido tantos recursos e ao mesmo tempo estar tão próxima da extinção e de seu otimismo apocalíptico. Para ele devemos repensar as formas de acumulação e distribuição e adotar uma renda universal básica para garantir a sobrevivência com dignidade. Sidarta aborda, ainda, o uso dos psicodélicos na medicina, sonhos, e como podemos com mudanças de paradigmas sermos uma sociedade e indivíduos mais plenos. PodSin, Diálogos da Psicologia com a sociedade é um projeto do Sindicato das Psicólogas e Psicólogos de São Paulo, que busca refletir sobre temas do contemporâneo ligados, direta ou indiretamente, à Psicologia e aos processos transformadores. PodSin é produzido e apresentado pelo jornalista Norian Segatto.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Documentário da BBC: Profetas do bolsonarismo: Como religião foi usada para adoração de Bolsonaro e no "8 de janeiro"

 

Da BBC News Brasil:



Pastores mobilizaram multidões nas redes sociais com supostas profecias e revelações sobre intervenção militar, ataque aos Poderes e retorno de Bolsonaro à Presidência. Neste documentário, nosso repórter João Fellet explica como religião e política se mesclaram e como isso influenciou os atos de 8 de janeiro, quando os prédios dos três Poderes foram invadidos e depredados em Brasília. Confira. Ouça também o podcast Brasil Partido, que também aborda esse tema:    • Brasil Partido: Pastores bolsonarista...  

Razões para o pessimismo esperançoso, por Leonardo Boff

 Do iclnotícias:



São Francisco de Assis, “o homem sempre alegre” como foi chamado por seus biógrafos, dizia a seus confrades que não deviam considerar demasiadamente os males do mundo para não terem razões de se queixar a Deus. Atualmente, o acúmulo de males que afetam a natureza, tão amada pelo Francisco de Assis e defendida pelo Francisco de Roma e a humanidade, especialmente os milhões e milhões de pobres e marginalizados, dificulta seguir o ensinamento do “Sol de Assis” como o designa Dante Alignieri na Divina Comédia.

Temos o nosso momento de Jó, o inconformado, e nos colocamos diante de Deus com dolorosas indagações: onde estava Deus quando milhares de crianças inocentes da Faixa de Gaza eram assassinadas pelas bombas de um insano Primeiro Ministro israelense, exatamente um representante do povo da Aliança? Por que se calou nesses momentos tão trágicos? Não é ele cheio de amorosidade, “o apaixonado amante da vida” como diz o livro da Sabedoria? Apesar de sofrermos com o silêncio de Deus, continuamos, como Jó, a crer nele, pois ele pode ser aquilo que nossa inteligência limitada não alcança.

Olhando o cenário nacional, especialmente o internacional e a sorte trágica de tantas vítimas, nos vem à mente as palavras do salmo 44: ”Tu nos enviaste ao lugar dos chacais e estendeste sobre nós a sombra morte; somos tratados como gado de corte; levanta-te, por que dormes, Senhor? Venha em nosso socorro e resgata-nos por tua misericórdia (44, 20-27).

Diante de tais tragédias irrompe em nós a iracúndia sagrada dos profetas. Por que os chefes de Estado de países cristãos europeus, por que um Presidente católico como o dos EUA apoiam e continuam a apoiar essa guerra de extermínio que se transformou num genocídio? Sentimo-nos impotentes face a esta guerra com relações totalmente desproporcionais, e com outros lugares de guerra como na Ucrânia e de genocídio como no Sudão.

Se tomarmos em conta ainda o alarme ecológico, o crescente aquecimento global, a devastação impiedosa da natureza e a degradação ética e moral da maioria das sociedades mundiais, somos tomados por desalento. Tornamo-nos pessimistas, não sem razões, mas porque a realidade é péssima, na expressão do escritor José Saramago.

Como enfrentar esse pessimismo objetivo? Vejo, entre outros, dois caminhos estando ainda dentro do sistema imperante: aproveitar todas as legislações ambientais conseguidas pelas lutas sociais e ecológicas e consignadas em lei. Cobrar do estado e de todas as instituições a sua observância. Elas são sempre referências oficiais pelas quais podemos pressionar aqueles que as violam.

Em segundo lugar, buscar sempre utopias mínimas e viáveis, quer dizer, melhoras dentro do sistema. Nenhum é de tal forma cerrado que não apresente brechas pelas quais, como cunhas, podemos apresentar melhorias como o salário acima da inflação, a destinação dos produtos da agricultura familiar e da agro-ecológica para merenda escolar, o acesso de estudantes de baixa renda e de afrodescendentes ao ensino superior, a disponibilidade das mídias virtuais às escolas e aos pobres, entre tantas.

Tais medidas, ainda dentro do sistema iníquo, podem fazer suportar o pessimismo e permitir pelo menos uma restiazinha de esperança.

Agora vamos ao “esperançoso” O que nos dá ainda esperança é o “princípio esperança” aquele impulso interior, própria à natureza humana, que nos faz projetar um paradigma

alternativo ao atual sistema e acreditar nas possibilidades presentes em nós. Somos um projeto infinito, um ser de virtualidades sem limites, nem o céu é limite porque também o desejamos.Molhar nossas raízes nessa fonte inexaurível, nos confere esperança. Por isso rejeitamos o mantra do sistema imperante “não há outra alternativa”(There is no Alternative:Tina). Respondemos: ”há novas alternativas”, há um paradigma alternativo, capaz de outro mundo.

A experiência mundial tem mostrado que trabalhando o território, o que se chama de bioregionalismo, pode-se criar sociedades viáveis e sustentáveis. O grande sistema mundializado não possui sustentabilidade, pois seguindo sua lógica de acumulação ilimitada, nos conduz a um precipício coletivo. Assume-se a região, não aquela artificialmente circunscrita pelos municípios, mas aquela desenhada pela própria natureza.

Na região estão os rios, as florestas, as montanhas, as terras agricultáveis, a fauna e a flora, as populações que aí habitam com sua história, sua cultura, suas tradições, suas figuras notáveis. Nesse espaço pode-se criar sociedades integradas, democracias participativas, um desenvolvimento regional com pequenas e médias empresas que produzem em conformidade com os ritmos da natureza, primeiro para a subsistência e só depois para o mercado, uma verdadeira justiça social e ecológica. Pode-se imaginar que vastas regiões, quem sabe, o planeta inteiro como um imenso tapete de bio-regiões autônomas e, ao mesmo tempo, relacionadas com as outras. Isso está contido dentro das possibilidades humanas e seu efeito é fazer com que o “pessimismo” seja “esperançoso”.

Por fim, manter vivo o conhecimento de que o processo evolucionário da Terra e do universo possui uma seta do tempo que aponta para frente, superando crises sistêmicas. Ele não é linear. O caos não é apenas destrutivo, mas também generativo, pois dentro dele está maturando uma nova ordem que forceja para irromper. Ela é objetiva e também se reverbera em nossa consciência, na média em que mais e mais pessoas se dão conta de que temos que inaugurar um caminho novo. Temos duas pernas: uma dentro do sistema buscando melhorias e outra no novo por construir.

Desta forma podemos ser “pessimistas” face à realidade atual que é péssima, mas “esperançosos” porque como disse certa vez Keynes: “nunca é o inevitável o que acontece; é sempre o imprevisível”, nesse imprevisível esperamos. Somos desafiados a corajosamente rasgar tais caminhos e destarte viver uma esperança imprevisível e dar as boas razões para o pessimismo esperançoso.

Religiosidades, fé e tolerância por Ivanir dos Santos, Professor e orientador no Programa de Pós-graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

Precisamos repensar, com urgência, a dimensão e o perigo da intolerância religiosa no nosso país


Do ICL Notícias:



Santa Bárbara para uns, Iansã para outros. Senhora da Conceição para uns, Oxum para outros. Assim, abrimos o mês de dezembro com duas datas religiosas extremamente importantes para boa parte da população brasileira.

Os dias 4 e 8 de dezembro, além de remontar a um contexto da formação das culturas e das religiosidades populares no Brasil, nos proporcionam uma reflexão sobre a importância do respeito, da promoção da paz, da equidade e da tolerância.

Se por um lado abrimos o mês de dezembro saudando e louvando com atos inter-religiosos, por outro lado não podemos nos esquecer que, infelizmente, no final mês de novembro, o Brasil registrou mais um caso de intolerância religiosa.

Em novembro, mês que comemoramos a imortalidade de Zumbi dos Palmares e as nossas resistências negras, a professora Sueli Santana denunciou ter sido alvo de ataques verbais discriminatórios em razão de sua religião de matriz africana e relatou que foi apedrejada dentro da unidade escolar onde leciona.

É importante pontuar que a professora estava cumprindo a determinação da lei 10.649/03, que torna obrigatório o ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas fases de ensino. E em diversas partes do país ainda existe uma forte resistência por parte de alunos e corpo docente diante dos conteúdos que devem ser ensinados.

O caso de intolerância aconteceu na escola Municipal Rural Boa União, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, e está sendo investigado pela Polícia Civil.

É importante lembrar que no Relatório sobre intolerância Religiosa no Brasil, organizado e publicado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), a “escola” aparece como um dos principais locais de violação dos direitos religiosos.

Assim, precisamos repensar, com urgência, a dimensão e o perigo da intolerância religiosa no nosso país. Bem como a necessidade da promoção do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Para terminar, deixo aqui uma breve citação;

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta” Long Walk to Freedom, Nelson Mandela (1995).


sábado, 7 de dezembro de 2024

Do Portal do José: SABADÃ0-B0MBA! BOLSONARO DANÇA NO STF! DOEU: MALA E DESEMBARGADOR DO MUNDO CÃO! LULA: MUDANÇA VEM Aí

 

Do Portal do José:

07/12/24 - SABADÃO NADA AGRADÁVEL PARA O MUNDO CÃO! NO CAMPO CIVILIZADO, FINALMENTE LULA ESCUTOU AS CRITICAS QUE o nosso Portal do José tem feito em relação a comunicação do governo. Em encontro do PT ele inclusive citou Lopez Obrador do México como alguém que fez comunicação eficaz. Pimenta levou uma trombada. Enquanto isso, Bolsonaro vê afundar suas estratégias de defesa no STF. cenário de negócios se amplia e isso ajudará Brasil. Sigamos.



Bob Fernandes, em vídeo: Bolsonarista Tarcísio recua depois do “Tô nem aí” e matanças. Raízes da violência policial em SP e no Brasil

 

Do Canal do Analista Político Bob Fernandes:




UOL: Os planos dos militares com Bolsonaro era impor uma ditadura criminosa no Brasil

 

Do UOL:

O relatório da Polícia Federal que indiciou Jair Bolsonaro (PL) por planejar um golpe de Estado aponta que, sob o comando do general Augusto Heleno, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) arquitetou uma tática de intimidação de investigadores que, posteriormente, foi replicada contra delegados que atuam nos inquéritos ligados ao ex-presidente no STF (Supremo Tribunal Federal).