O
Espiritismo
Apresentação Geral
Carlos Antonio Fragoso Guimarães
Etimologia.
- A palavra Espiritismo - em inglês, Spiritism; Spiritisme em
francês - se origina do substantivo espírito, que, por sua vez, advém do
vocábulo latino Spiritus, cujo significado
seria o de causa ou princípio vital, ou seja, essência anímica, espírito.
O termo espiritismo foi usado
amplamente a partir do século XIX para designar um corpo de doutrina ou um
conjunto de princípios teóricos de cunho lógico, baseado em observações
empíricas dos chamados fenômenos mediúnicos e outros cujas conclusões que
postulam a sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico, concepção
esta, porém, já encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão
e Plotino, assim como no Cristianismo (já que havia várias vertentes cristãs
para além daquela que constituiria o corpo tradicional após Constantino e
Teodósio, já nos século IV e V. Antigos pais da Igreja falavam sobre a
possibilidade de vidas sucessivas como meio de aperfeiçoamento da alma, como
São Clemente e Orígenes de Alexandria, doutrina que seria perseguida
posteriormente por motivos políticos) e no pensamento da Filosofia Oriental.
Características.
- Por seu postulado básico de que o homem é formado de algo mais que a
mera matéria física (matéria entendida no sentido clássico do termo), o
Espiritismo é uma escola espiritualista. Mas enquanto existem várias escolas
espiritualistas - e nem todas acreditam na sobrevivência da individualidade após
a morte, embora acreditem que o homem seja formado com algo mais que a mera
matéria -, o espiritismo possui algumas características distintivas, entre
elas, a da idéia da sobrevivência da individualidade consciente, humana,
chamada espírito, ao processo da morte biológica, mantendo suas faculdades
psicológicas intelectuais e morais.
Seus princípios teóricos foram elaborados - em suas linhas mais conhecidas - no século XIX, inicialmente na América (onde ficou conhecida como Modern Spiritualism), mas mais amplamente na Europa, particularmente na França, a partir de um conjunto de observações recolhidas por inúmeros pesquisadores independentes (Emanuel Swedenborg, Andrew Jackson Davis, Alfred Russel Wallace, William Crookes, etc.). Contudo seu melhor desenvolvimento teórico ou codificação ( ou seja, tendo seus principais pontos característicos sido sistematizados a partir de material recolhido sobre os fenômenos espíritas ) pelo educador francês Hippolite Léon Denizard Rivail (1804-1869), sob o pseudônimo de Allan Kardec. Portanto, em seu início, o espiritismo tinha um forte caráter empírico dedutivo, o que atraiu a atenção de vários cientistas - alguns famosos, como veremos mais adiante.
Seus princípios teóricos foram elaborados - em suas linhas mais conhecidas - no século XIX, inicialmente na América (onde ficou conhecida como Modern Spiritualism), mas mais amplamente na Europa, particularmente na França, a partir de um conjunto de observações recolhidas por inúmeros pesquisadores independentes (Emanuel Swedenborg, Andrew Jackson Davis, Alfred Russel Wallace, William Crookes, etc.). Contudo seu melhor desenvolvimento teórico ou codificação ( ou seja, tendo seus principais pontos característicos sido sistematizados a partir de material recolhido sobre os fenômenos espíritas ) pelo educador francês Hippolite Léon Denizard Rivail (1804-1869), sob o pseudônimo de Allan Kardec. Portanto, em seu início, o espiritismo tinha um forte caráter empírico dedutivo, o que atraiu a atenção de vários cientistas - alguns famosos, como veremos mais adiante.
Posteriormente, à medida que se difundia e se popularizava,
esta doutrina passou a receber o impacto cultural e tradicional dos países em
que adentrava, vindo a apresentar, além de suas caraterísticas empíricas com
desdobramentos filosóficos, igualmente, uma característica religiosa. Esta
última acabaria por se destacar mais em alguns países, principalmente no
Brasil. Esta característica era, porém, estranha ao movimento em outras
culturas, como a Inglaterra e a Alemanha, por exemplo. O próprio Allan Kardec
enfatizou em seus escritos (O que é o
Espiritismo, O Livro dos
Espíritos e em alguns artigos da Revue Spirite) que o espiritismo - por se basear em observações e
deduções pela comparação do material de comunicações espíritas - era um
doutrina de pesquisa, científica e filosófica, com conseqüências morais,
devido ao alcance psicológico que possuía ao modificar a visão de mundo das
pessoas que o adotavam, mas reconhecia que poderia haver uma fase religiosa no
movimento, que deveria ser, porém, passageira (Kardec, Revue Spirite, 1963, pp. 377-379).
Talvez o problema sociológico do
espiritismo enquanto religião seja causado pela confusão entre os conceitos
de religião e de religiosidade, uma, expressando um conjunto de
regras e comportamentos estereotipados que se ligam às instituições religiosas hierarquizadas
e tradicionais, e a outra, expressando um sentimento individual que é
independente de se estar ou não vinculado a um movimento religioso. Como no
espiritismo em sua essência não encontramos altares, sacerdotes, pastores,
dogmas rígidos a serem seguidos sem contestação ou rituais, não se poderia
designar o espiritismo propriamente como uma religião - pelo menos não no
sentido convencional do termo -, a não ser em se admitindo um dos significados
originais do termo religião, que seria o de religar o homem ao aspecto
transcendente do universo, ou a Deus.
Allan Kardec, baseado nas
comunicações espirituais que recebia de diversos pontos e as comparando, chegou
mesmo a colocar que o Cristianismo - que paira acima das Igrejas
tradicionais, que são vertentes interpretativas da mensagem do Cristo, mas
válidas todas, no sentido de estimular o homem à reflexão espiritual - já era,
pela profundidade de sua mensagem, suficiente para apontar os caminhos morais
da humanidade, sendo os espíritas, portanto, cristãos que deveriam possuir uma
visão de mundo independente do que foi implantado na mensagem de amor do Cristo
pelos dogmas dos credos estabelecidos, cultivando uma visão humanista e
espiritual que amadureceria e se desenvolveria sempre mais a partir da razão e
da reflexão íntima de cada um.
Princípios Gerais
A doutrina espírita está
baseada em alguns pontos ou princípios fundamentais, tais como:
- Existência de uma Causa
Primária ou Potência Primária acima da
compreensão humana, origem e fundamento da existência de tudo o que há no
universo, qualquer que seja o nome que Lhe seja dada; Inteligência Suprema que
escapa a qualquer tentativa humana de definição precisa (qualquer definição é
apenas aproximada, projetiva e imperfeita, atendendo à necessidade de abstração
e busca de compreensão humanas); Deus, enfim (o Motor Imóvel de
Aristóteles);
- Existência de
um Princípio inteligente, imaterial, dotado de personalidade, criado
por Deus e cujas individualidades povoam o universo e que está sujeito às leias
da evolução. De natureza espiritual, está, contudo, intimamente ligado ao mundo
material, mas é independente e sobrevivente a este; é
o espírito propriamente dito;
- Aperfeiçoamento progressivo e
interrelacional dos espíritos e, por conseguinte, das diversas espécies de seres
da natureza, através de experiências sucessivas e, idealmente, progressivas em
níveis de complexidade orgânico-intelectual crescente, de acordo com o grau de
aperfeiçoamento atingido por cada espírito, assumindo-se responsabilidades
causais à medida que cresce seu grau de autoconsciência, e a responsabilidade
de escolhas advinda do livre-arbítrio conquistado, e que se expressam nos
eventos mais significativos de sua existência corpórea, tendências e gostos;
- Pluraridade dos mundos habitados, em
vários planos de existência, possibilitando o desenvolvimento integral das
aptidões e capacidades do espírito;
- Possibilidade de comunicação entre
os homens "vivos" e os homens "mortos", através de uma
aptidão mais ou menos específica, chamada de mediunidade.
Este conjunto de princípios gerais,
que apresentam características variadas, estabelece, por conseqüência lógica,
uma filosofia de vida baseada numa visão de mundo que é bem característica dos
que se professam espíritas, especialmente no que diz respeito à responsabilidade
pessoal pelo próprio comportamento ético e intelectual.
Esta filosofia acaba por delinear, na
vivência prática, uma estrutura moral e uma ética coerente muito próxima da
visão de mundo que a Ecologia Profunda de nossos dias vem construindo:
a responsabilidade pessoal e coletiva para o aperfeiçoamento pessoal e do
próximo; o reconhecimento do próximo como seu semelhante e, portanto, de sua
aceitação mesmo em suas diferenças; o reconhecimento da responsabilidade pelas
próprias atitudes conscientes frente às pessoas e à natureza; a forte ligação
afetiva e cármica, que se constrói pelos séculos, e que ligam pessoas e povos.
Todos estes princípio se encontram mais ou menos explicitados na filosofia e no
Cristianismo.
Existem, também, outros preceitos
filosóficos mais amplos, com muito em comum com os das grandes tradições
espirituais universais, como o Budismo, oHinduísmo, Druidismo e o Taoísmo, por exemplo. Do mesmo modo, a visão
filosófica da doutrina é concorde com as idéas de Platão, Plotino, Orígenes e muitos outros filósofos.
Entre elas está o da existência de espíritos mais aperfeiçoados, que são
geralmente considerados bons espíritos, e a existência de espíritos
ainda imperfeitos ou atrasados na escala evolutiva, apresentando, alguns, uma
tendência à malícia e à maldade, e que, portanto, podem ser classificados
relativamente como maus espíritos (uma condição temporária), da mesma
forma como existem espíritos que atingiram níveis mais elevados no campo moral
e intelectual, como nas sociedades humanas existem pessoa das mais variadas
índoles e de diferentes qualidades e vícios. Sendo assim, por exemplo,
o Cristo é considerado um espírito de extraordinário desenvolvimento
espiritual, ou um espírito puro. Deste ponto de vista, entende-se a forte ênfase
dada pelos espíritas à instrução, à mudança de visão de mundo e à prática da caridade e da tolerância às
diferenças humanas, pois, cedo ou tarde, todos ( não necessariamente os
espíritas, em primeiro lugar, pois tudo depende unicamente do esforço pessoal
em se melhorar ) atingirão graus mais elevados de desenvolvimento intelecutal e
moral.
Histórico -. O
espiritismo, tal como se entende hoje em dia como moderno espiritismo,
teve suas sementes germinadas a partir de alguns fenômenos inexplicados que
começaram a pipocar na América e na Europa em fins da primeira metade do século
XIX. Geralmente os fenômenos de tipitologia (pancadas sem uma causa visível
definida) e efeitos físicos ocorridos na cidadezinha de Hydesville, E.U.A, em
1848, são apresentados como o marco histórico inicial do desenvolvimento
espírita contemporâneo. Contudo registro de fenômenos de pancadas, movimentação
de objetos, aparições e outros tipos de fatos paranormais são registrados nos
anais da História desde a Antiguidade.
Porém, várias outras localidades
passaram a relatar estranhos fenômenos de pancadas misteriosas e movimento de
objetos que passaram a chamar a atenção das pessoas. Concomitantemente,
surgiram outras manifestações de efeitos físicos por todo o mundo, dentre elas
o chamado fenômeno das mesas girantes, que passou a ser explorado até mesmo em
salões da sociedade.
O que de início foi encarado como
leve diversão de salão, causado por forças físicas ainda inexplicáveis, chamou
a atenção de alguns pesquisadores pelas surpreendentes manifestações de
respostas "inteligentes" dadas pelas mesas às perguntas formuladas
pelos participantes. Dentre estes pesquisadores, o professor
francês Hippolite Léon Denizard Rivail (1804-1869) foi quem mais
longe levou o estudo dos fenômenos, do que resultou a publicação de um livro de
importância capital: O Livro dos Espíritos, que veio à luz em 1857, tendo
o seu autor utilizado o pseudônimo de Allan Kardec. A partir daí, vários estudiosos e cientístas de renome se
voltaram para o estudo do espiritismo, tendo, muitos, reconhecido publicamente
a autenticidade e relevância dos fenômenos espíritas.
Dentre os mais famosos cientistas que
estudaram o espiritismo entre meados do século XIX e meados do século XX,
destacam-se, na Inglaterra, o biólogo Alfred Russel Wallace (1823-1913), o
físico William Crookes (1832-1919), o fundador da Society for Psychical
Research, William Henry Myers (1843-1901) e o físico Oliver Lodge (1851-1940);
na França, grandes filósofos como Léon Denis (1846-1927) e o grande astrônomo
Camille Flammarion (1842-1925), entre inúmeros outros, defendiam corajosa e
abertamente o espiritismo, e o fisiólogo Charles Richet (1850-1935) se debruçou
a tal ponto sobre o estudo dos fenômenos espíritas que acabou por formar uma
área de estudos chamada de Metapísiquica Humana que, posteriormente,
serviria de alicerce para o que hoje se chama de Parapsicologia. Na
itália, destacam-se os nomes do criminólogo Césare Lombroso (1836-1909), do
astrônomo Giovanni Schiaparelli (1835-1910) e, principalmente, do incansável e
profícuo pesquisador Ernesto Bozzano (1861-1943), autor de livros
extraordinários sobre Metapsíquica e Parapsicologia; na Alemanha, destacam-se
os nomes de Karl Friedrich Zöllner (1834-1882) e do médico Alfred von
Schrenck-Notzing (1832-1903), junto com o russo Alexandre Nikolaievitch Aksakov
(1832-1903).
Na Suíça, os fenômenos atraíram a
atenção do jovem estudante Carl Gustav Jung (1875-1969), que os utilizou em sua
tese de doutoramento em medicina, e que manteve seu interesse sobre fenômenos
psíquicos por toda a vida; e, na América, outro ilustre psicólogo, e filósofo,
William James (1842-1910) escreveu e discutiu extensivamente sobro o tema.
Estudos antropológicos e de religiões comparadas mostram que a ideia ou
conceito relativos à imortalidade da alma e suas expressões, se encontram em
todas as religiões, incluindo a temática correlata da comunicação dos mortos
com os vivos e mesmo do retorno de um espírito à vida biológica, para progredir
ou resgatar dívidas ético-morais. Por exemplo, vertentes do judaismo aceitam
até hoje a idéia da reencarnação. Na Wikipédia, no verbete Reencarnação, tem-se que:
“A ideia da reencarnação, chamada gilgul, tornou-se comum na crença popular, como pode ser constatado na literatura iídiche entre os judeus ashkenazi.”
Em
nosso século, particularmente na segunda metade, o espiritismo tem recebido,
mesmo involuntariamente, profundas contribuições da ciência e de áreas sem
vínculos com o espiritismo, como a Psicologia, especialmente a Psicologia Transpessoal, e de áreas de vanguarda como a
Física Quântica, Neuropsiquiatria, e, na tecnologia, com as pesquisas em
Psicotrônica e em Transcomunicação Instrumental, que é a captação e o registro
de imagens e sons de espíritos - salientando-se que esta área está sendo
desenvolvida por engenheiros eletrônicos, cientistas e técnicos sem nenhum ou
com muito pouco contato com o espiritismo, tanto na Europa quanto nos Estados
Unidos. Nomes do meio da pesquisa científica, vários deles não espíritas,
mas que se dedicam ao estudo de fenômenos que dão suporte aos postulados
espíritas, incluem, entre outros, os de Ian Stevenson (1918-2007), chefe do departamento de estudos da consciência e
psiquiatria da Universidade de Virgínia, EUA, que estudou centenas de casos de
recordação espontânea de crianças (fenômeno que sugere a reencarnação) e seu
substituto, Dr. Jim Tucker; Dr. Sam Parnia, Dr. Raymond Moody Jr, Dra.
Elizabeth Kübler-Ross (1926-2004) e Dr. Peter Fanwyck, nos estudos de Experiências Próximas da Morte ou
Experiências de Quase Morte (EQM ou, em inglês, Near Death Experiences); Dr. Karlis Osis
(1917-1997), Hernani Guimarães Andrade (1913-2003) e Lawrence LeShan na área da
Parapsicologia.
Portanto, a perseguição feita ao
espiritismo por pessoas altamente tendenciosas, como o tristemente célebre
Padre Oscar Quevedo (Clique aqui, para ver um texto sobre os pontos
controversos de sua obra), que é um parapsicólogo teórico financiado pela
Igreja para tentar estabelecer os fenômenos ditos espíritas em bases outras que
possam desacreditar a doutrina, não se sutentam ante o desenvolvimento das
ciências atuais, especialmente em relação à Psicologia Transpessoal. E, graças
a Deus, ainda existem outros sacerdotes católicos - de reconhecimento
internacional, como o Pe. François Brune - que estudam os fenômenos de
transcomunicação instrumental e têm um ótimo contato com os espíritas.
*** Para ver o desafio científico que o Prof. Dr. Wellington
Zangari fez a um Luiz Roberto Turatti e ao Padre Quevedo (e ainda não
respondido), clique aqui emhttp://www.forumnow.com.br/vip/mensagens.asp?forum=15836&topico=2491903***
De um modo geral, os fenômenos que
comumente se caracterizam comoespíritas - comunicação entre "vivos e
mortos"; manifestações de poltergeists; curas pesirituais; lembrança de
vidas passadas, etc - são reconhecidamente encontrados em várias partes e
culturas do globo ( xamanismo, estados alterados de consciência, etc). Em nossa
tradição judáico-cristã existem inúmeros exemplos, sendo o mais antigo,
provavelmente, encontrado no Antigo Testamento, com o relato da visita de Saul
à pitonisa (ou médium, como é encontrado em algumas vesões da Bíblia) de
En-Dor, que lhe possibilitou contactar com o espírito do profeta Samuel (1 Sam
28,7-19). A história dos grandes místicos e santos católicos também é repleta
de "aparições" e "vozes" que se faziam ouvir a pessoas
especialmente dotadas (Joana D'Arc, Hildegard von Bingen, etc.) Isso sem
falarmos nas aparições póstumas de Cristo aos discípulos nos quarenta dias
após a cruxificação, onde seu espírito materializado aparecia e desaparecia de
repente:
"Finalmente, apareceu
Jesus aos onze, quando estavam à mesa..." (Marcos, 16,14);
"E aconteceu que, quando estavam à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles". (Lucas, 24, 31-32);
"Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: Paz seja convosco!" (Lucas, 24, 36).
"Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando trancada as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco!" (João, 20, 19)
"E aconteceu que, quando estavam à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles". (Lucas, 24, 31-32);
"Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: Paz seja convosco!" (Lucas, 24, 36).
"Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando trancada as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco!" (João, 20, 19)
A
argumentação "teológica" de que não existe comunicação
entre espíritos e homens, formulada pelos evangélicos e pelo Pe. Quevedo e
seguidores, por esta ser proibida em Deuteronômio 18 indica mais um ponto em
favor de sua veracidade, pois o eminente "parapsicólogo teórico"
confunde a proibição da coisa com a coisa em si. Da mesma forma como as leis
mosáicas proibiam outras coisas - devido ao grau de conscientização moral da
época -, a proibição do contanto com os espíritos foi estabelecida exatamente
por ser possível este contanto, o que traria muitos abusos. De qualquer forma,
os Evangelhos narram o encontro de Cristo com dois mortos, Elias e o próprio
Moisés, no episódio da Transfiguração - interpretado por Quevedo e seguidores
como uma alegoria e não como um fato histórico em si. Mesmo que assim fosse, o
que não pode ser afirmado por Quevedo, a imagem de Cristo entre os dois
espíritos está lá na mesma Bíblia usada por eles para condenar o fenômeno. Para
uma série de artigos científicos sobre o tema, clique aqui.
Atualmente, o espiritismo ou boa
parte de suas idéias encontra-se relativamente presente por todo o mundo,
embora tenha apresentado certo declínio na Europa depois das duas Grandes
Guerras, tendo, recentemente, voltado a crescer. No Brasil, o movimento
espírita apresenta expressivo número de participantes, sem contar os
simpatizantes, e tem como orientadora a Federação Espírita Brasileira, e nomes
de peso em suas fileiras, entre os quais o do grande médium, mudialmente
reconhecido e respeitado, Francisco Cândido Xavier; do Professor e fundador do
Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, Dr. Hernani Guimarães
Andrade, respeitadíssimo engenheiro e parapsicólogo, escritor e pesquisador
internacionalmente citado, verdadeiramente reconhecido por ser dententor de
inúmeros prêmios na área da Psicobiofísica, inventor de aparelhos eletrônicos
para a mediação de fenômenos psíquicos e autor e co-autor de inúmeros artigos
sobre parapsicologia e espiritismo publicados em todo o mundo; do grande tribuno
Divaldo Pereira Franco; do pesquisador e divulador do Espiritismo Científico,
Henrique Rodrigues - ganhador de prêmios em parapsicologia na Rússia e em
outros países; do parapsicólogo e transcomunicador Clóvis Nunes, do saudoso
comunicólogo Augusto César Vannuci, dentre inúmeros outros.
Bibliografia Sugerida
· Enciclopédia Britannica-Mirador Verbete:
Espiritismo,1991.
· Andrade, Hernani Guimarães. Morte,
Reanscimento, Evolução. Editora Cultrix/Pensamento, São Paulo, 1987.
· Andrade, Hernani Guimarães. Espírito,
Perispírito e Alma. Editora Cultrix/Pensamento, São Paulo, 1988.
· Bozzano, Ernesto. Povos Primitivos e
Manifestações Supranormais. Editora Fe, São Paulo, 1997.
· Doyle, Sir Arthur Conan. História do
Espiritismo, Editora Pensamento, São Paulo, 1994.
· Kardec, Allan O que é o Espiritismo. FEB,
São Paulo, 1986.
· Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB,
São Paulo, 1997.
· Nunes, Clóvis. Transcomunicação. Editora
Edicel, Sobradinho, DF, 1998.
· Rodrigues, Henrique. A Ciência do Espírito.
Editora O Clarim, Matão, 1992.
· Walsh,
Roger & Vaughan, Sara (orgs.) Além do Ego: Dimensões Transpessoais em Psicologia. Editora
Cultrix, São Paulo, 1992.
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