O Fanático religioso se considera superior ao próprio Deus, que faz brilhar o sol sobre todos
Para reflexão de todos sobre os perigos do fundamentalismo religioso, especialmente pentecostal, segue artigo do educador e escrito, Prof. Doutor Gabriel Perissé (com adaptações) e, posteriormente, um video que ilustra as reflexões do texto, demonstrando o resultado nocivo do fundamentalismo e sua ignorância extrema (até confundido espiritismo com religões afro-brasileiras, que são diferentes, e taxando-os a todos de servos do diabo que devem ser combatidos pela detentres da "verdade"):
O fanatismo religioso é um ateísmo
Existem ateus tolerantes e ateus fanatizados e sectários, mas sobre eles quero escrever em outra ocasião.
O que agora me interessa investigar brevemente é o ateísmo que reside, disfarçado, em atitude secreta mas ativa, no cerne de todo fanatismo/fundamentalismo religioso.
No céu não existem muros. Nem no inferno. (Talvez, quem sabe, no purgatório...) Mas neste nosso mundo, humano e histórico, os muros se multiplicam.
As religiões produzem santos e fanáticos. É difícil distinguir estes daqueles. Brilha no olhar fanatizado uma luz de santidade capaz de enganar o próprio advogado do diabo!
Também no santo percebem-se falsos lampejos similares ao do fanatismo: desprezo pela opinião alheia, êxtases um tanto esquisitos, ações que chocam o senso comum, idéias meio malucas, mas que se provam úteis na prática, especialmente se estimulam a união e o amor.
Contudo, há algo que os fanáticos não podem dissimular por muito tempo: o seu ateísmo crítico.
Todo fanático religioso termina recriminando maquiadamente a Deus. Impaciente com a bondade divina, chateado com a misericórdia de um Deus não-fanático, o fanático gostaria de criar um novo Deus, exlusivista e à sua imagem e semelhança. Um Deus mais engajado, mais atento, mais preocupado com os desmandos do mundo, segundo seu ponto de vista.
O fanático religioso acredita num Deus que não existe, ou que aparentemente existiu faz uma eternidade! Porque o Deus que ele quer é um Deus como ele: vingativo e partidário, exlusivista e ciumento.
E assim, quando o Deus que existe contraria a sua vontade e os seus planos, o fanático começa a pensar que o demônio está disfarçado de divindade, e veio destruir a obra que ele, fanático, construiu com tanto zelo em nome de Deus (mas sem que Ele lhe tenha passado procuração para tanto).
A obra fanática sonha recriar o mundo. Não entende como Deus pode ter sido tão descuidado, deixando tantas heresias proliferarem como moscas. Os fanáticos, reunidos semanalmente, olham para as estatísticas, planejam eventos de propaganda e planejam dar umas férias para Deus tão incompetente.
Já tentaram conversar com Deus. Numa boa. Rezaram longamente, implorando que Deus abrisse os olhos DOS OUTROS, colocasse um ponto final neste caos transformando todos no que eles são. Inutilmente. Deus parece estar brincando de Deus. Não se leva a sério nem leva a sério os seus fiéis servidores que detêm a verdade.
Por isso, a obra fanática tomou uma decisão histórica. A partir de agora, queira Deus ou não, vamos assumir tudo por aqui. Sem grandes alardes, mas com profissionalismo e insistência. Chegou o momento de pôr ordem no barraco.
Se Deus perdeu a compostura, cabe aos homens de bem assumir o comando. Cabe à obra fanática, a última coisa coerente e bela neste mundo sem rumo, recolocar a humanidade nos trilhos, destruindo o que, para eles, é o diferente e o pecaminoso. Se Deus quiser aproveitar a oportunidade, ótimo. Se preferir continuar fingindo que está tudo bem... problema dEle!
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