Carlos Antonio Fragoso Guimarães
Todos, ou ao menos quase todos, sabem das relações entre indústria, que visa ao lucro na produção e comercialização de produtos, e mídia, que visa ao lucro pela divulgação de publicidade voltada para a influenciação do comportamento que vise à compra dos produtos da indústria, o que lhe garante mais lucro, igualmente. Ambas, indústria e mídia, são irmãs siamesas, ligadas pela poderosa publicidade, não importando muito o impacto desta ligação comercial para as pessoas ou para o meio ambiente.
Pois bem, como a poderosíssima Indústria Farmacêutica é um dos filões mais rentáveis da mídia (especialmente da televisão) esta última fará de tudo para apoiar aquela, passando por cima das consequencias nocivas da automedicação e da venda de produtos farmacêuticos com pouco ou nenhum controle ao público (aliás, quanto menos controle mais publicidade e, consequentemente, mais vendas e lucros tanto para a indústria farmacêutica quanto para a mídia). Não chega, pois, a espantar (embora chegue a revoltar) a tendenciosidade da Rede Globo no Jornal Nacional do último dia 27 de janeiro em apoiar o processo contra as tentativas da ANVISA de regulamentar a propaganda de medicamentos, com vistas ao bem-estar e à saúde pública diante do incentivo da auto-medicação que é feita pela publicidade televisiva de medicamentos. A Globo visa tão somente ao lucro e o filão da propaganda de remédios é um dos mais lucrativos! Muitas vezes a mensagem das propagandas envolvem elementos outros (como força, capacidade intelectual, etc.) que não estão vinculados primariamente aos efeitos dos medicamentos publicizados e muitas informações importantes, como efeitos colaterais nocivos e princípios ativos e modo de uso, são simplesmente negligenciados.
Disso se deduz que o paradigma tanto da indústria, quanto da publicidade e da mídia, é de que o povo é simplesmente uma massa passiva de manobra a ser explorado amplamante, pouco se importando com as consequências (que podem ser graves ou mesmo fatais) de seus objetivos...
Disso se deduz que o paradigma tanto da indústria, quanto da publicidade e da mídia, é de que o povo é simplesmente uma massa passiva de manobra a ser explorado amplamante, pouco se importando com as consequências (que podem ser graves ou mesmo fatais) de seus objetivos...
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