domingo, 13 de junho de 2010

As elites e os banqueiros contra os aposentados




Pois é... Bem-estar social, Previdência Social, qualidade de vida... Palavras que não combinam com lucro exacerbado, exploração, previdência privada, neoliberalismo, capitalismo...

Então, nada mais justo que a máquina publicitária tentar modelar a mentalidade e a realidade e criar a mentira de que aposentados pelo sistema de Prividência Social dão prejuízos... E o neoliberal "sociólogo" FHC, títere dos interesses de Washington e de bancos e outros setores do capitalismo selvagem, decidiu sair da teoria de chamar os aposentados de "vagabundos" para a prática de tratá-los como tais criando o tal Fator Previdenciário com o intuito de nivelá-los a todos por baixo, forçando a população a correr para os planos de previdência privada dos Bancos, uma verdadeir mina de ouro, enquanto tira o dinheiro do Social para salvar ou agradar os vampiros do bem público

Com a palavra o jornalista Carlos Chagas, em trecho de artigo publicado em 13 de junho de 2010 no blog do jornal Tribuna da Imprensa do Rio de Janeiro:

O segredo da popularidade do presidente Lula talvez repouse em suas contradições. De um lado, volta-se desde a posse para as questões sociais, o que é uma qualidade sua, beneficiando os menos favorecidos com inúmeras iniciativas. De outro, satisfaz os interesses das elites, não raro agindo contra os direitos sociais, o que é um grave ponto negativo.

Tome-se o anunciado veto à lei que extinguiu o famigerado fator previdenciário, uma entre montes de ações do governo Fernando Henrique contrárias ao trabalhador. Pelo fator previdenciário vigente desde os tempos do sociólogo, o cidadão vê todos os anos reduzidos os reajustes de sua aposentadoria, até que dentro de alguns anos todos os inativos estarão todos recebendo apenas o salário mínimo.

Nada mais natural de que o Congresso, mesmo com doze anos de atraso, viesse a corrigir a flagrante injustiça. Deputados e senadores fizeram o seu papel. Pois vem agora o presidente Lula e veta o dispositivo, sob o argumento de que desse jeito a Previdência Social irá à falência.

Não é verdade o que a equipe econômica e as elites contaram ao presidente. A Previdência Social não vai quebrar, pelo simples fato de que sua receita aumenta a olhos vistos, através da bem executada política do governo de criar empregos. E mesmo que suas contas ficassem no vermelho, bastaria lembrar do sistema de vasos comunicantes que a gente aprendia nas aulas de Ciências, séculos atrás. Se falta dinheiro de um lado, sobra de outro, com esses intermináveis impostos que a gente paga. A começar pelo trabalhador, precisamente a eterna vítima das elites e da equipe econômica.


É pena que Lula dê mais ouvidos aos banqueiros e à Mídia da elite atrelada ao banqueiros que aos trabalhadores e antigos trabalhadores brasileiros... Mais uma vez, a Globo, a Bandeirantes, os "investidores" e os vampiros de sempre comemoram em sugar o sangue, suor e lágrimas do povo brasileiro...

Nas palavras do sociólog Léo Lince em artigo para o Correio da Cidadania:

Rádios, revistas, televisões e, principalmente, os jornalões de circulação nacional cerram fileiras em torno de uma campanha feroz. Editoriais, articulistas adestrados, economistas de banco, matérias e pesquisas ideologicamente orientadas, sempre batendo na mesma tecla. ‘Não pode, é febre de gastança’. ‘Projeto demagógico, poderoso fator de desequilíbrio’. ‘Ruinoso para a contabilidade pública, uma hemorragia de gastos’. ‘Populismo anacrônico, fora de contexto, tumultua a gestão fiscal’. São alguns dos petardos da guerra ideológica contra os aposentados.

Querem o veto ao reajuste dos aposentados e apresentam tal decisão como resultante de um suposto "clamor técnico". Mentira. Não há "clamor técnico" algum, nem sangria desatada. A diferença entre a proposta original do Executivo e o que resultou da votação no Parlamento, como despesa orçamentária, equivale a R$ 1,1 bilhão anual. Quantia bem menor do que os R$ 13,8 bilhões anuais resultantes do aumento de 0.75% na taxa Selic, decretado na mesma época pelo Banco Central. E não se ouviu falar em "clamor técnico" ou "poderoso fator de desequilíbrio".

Em 2009, os juros e amortizações da dívida pública consumiram 36% do orçamento federal. Um absurdo. Nenhum jornal, no entanto, os chamou de estorvo. Um sumidouro de recursos que não merece campanha na mídia grande e nem parece preocupar os titulares da República. Os que se declaram estarrecidos com o aumento de 7,7% dos aposentados não se incomodam o mais mínimo com os inacreditáveis R$ 2,2 trilhões da dívida pública.

Dilma Rousseff, candidata oficial do sistema, forneceu explicações muito esclarecedoras sobre a aceleração vertiginosa do endividamento. Em entrevista recente na rádio CBN, ela afirmou que a dívida cresceu porque, na crise, o governo teve que liberar US$ 100 bilhões do compulsório para os banqueiros. Cresceu também porque o governo teve que injetar US$ 180 bilhões no BNDES para que se pudessem garantir empréstimos e patrocinar fusões e incorporações de grandes empresas em dificuldades. Além de, para tranqüilizar os investidores estrangeiros, bancar reservas internacionais da ordem de US$ 250 bilhões. Tudo muito claro.

A campanha cerrada contra o reajuste dos aposentados, neste quadro, faz sentido. Ela é uma contrapartida lógica do vergonhoso tributo ao grande capital, que trata com naturalidade a dívida monstruosa. São elementos de uma ideologia dominante que faz do Brasil o que ele é hoje: inferno dos aposentados e paraíso dos rentistas.

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