terça-feira, 21 de julho de 2020

Ex-ministro Carlos Minc critica o perverso desmonte de Bolsonaro no Meio Ambiente



“Bolsonaro e Salles tiraram o verde da nossa bandeira, estão poluindo o azul com o mercúrio do garimpo clandestino; vão abrir as terras dos índios para o ouro. E se dizem nacionalistas"

Jornal GGN O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse em entrevista exclusiva a Luis Nassif, na TV GGN, que o governo Bolsonaro é responsável por implodir as ações de combate ao desmatamento de florestas, por perder verbas exorbitantes destinadas à preservação Amazônia e, consequentemente, “queimar o filme” do Brasil no exterior.
Em vez de dar continuidade ao que o Ministério do Meio Ambiente vinha construindo há mais de uma década, o governo Bolsonaro interrompeu as ações de fiscalização e expulsou ambientalistas e cientistas de áreas estratégicas.
Criado em 2008, o bilionário Fundo Amazônia, por exemplo, foi congelado quando países como Noruega e Alemanha enxergaram a negligência e o desastre nos planos de Bolsonaro para a Amazônia. O dinheiro do Fundo “era para fiscalização, monitoramento, pesquisa, apoio ao extrativismo sustentável, tudo isso que eles estão dizendo que falta dinheiro para fazer. Eles estão chorando em cima do leite que eles mesmos derramaram”, avaliou Minc.
Minc criticou especialmente o esvaziamento das ações do Ibama e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Nos governos passados, esses dois órgãos, somados ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), eram os “olhos” do Ministério do Meio Ambiente.
“A primeira coisa que o [Ricardo] Salles fez foi tirar a diretoria do ICMBio e Ibama. Do ICMBio saíram os biólogos, oceanógrafos, engenheiros florestais e colocaram quatro ex-PMs de São Paulo. A piada era que virou o IPMBio. Os ficais porretas do Ibama, todos demitidos. E os companheiros do Inpe, internacionalmente reconhecidos, demitiram porque acharam que o Inpe era controlado por ONGs.”
Bolsonaro “desacredita a ciência, desqualifica os institutos, ata as mãos da fiscalização. Foi à TV dizer que a Amazônia não queima porque é úmida e quem queima nas beiradas são os caboclos e os índios!”
“Um presidente que diz que a Fiocruz não é séria, que o Inpe não é sério… Tentaram
falsificar as estatísticas da saúde! Está tudo sendo desacreditado [lá fora].”
Minc ainda afirmou que não é nenhuma inovação trabalhar com militares na região amazônica. O que mudou, em sua visão, foi a postura dos militares, que passou de nacionalista para entreguista com a eleição de Bolsonaro.
“Sempre gostei de trabalhar com militares. A gente juntava generais e coronéis e dizia a eles que não podíamos permitir que tirassem o verde da nossa bandeira. Eles vibravam! O que Bolsonaro e Salles fizeram: além de tirar o verde da bandeira, estão poluindo o azul da bandeira com o mercúrio do garimpo clandestino nos rios; estão dizendo que vão abrir as terras dos índios para ouro, para empresas americanas, vão tirar até o amarelo da bandeira. E ainda dizem que são nacionalistas. Conta outra, conta outra”,exclamou o ex-ministro.
A entrevista foi gravada na noite de segunda (20).
Confira a íntegra:

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