sábado, 3 de junho de 2017

Bob Fernandes: Para os golpistas e o Mercado que os financia, a "Diretas Já" é invisível...





No final de uma semana marcada por conflitos uma multidão dominical se manifestou em paz.

Em Copacabana sob forte nevoeiro, movimentos sociais, partidos de esquerda, e dezenas de milhares de manifestantes.

Ampla Coalizão.

Cantoria de Caetano Veloso, Criolo, Maria Gadu, Milton Nascimento, Oto, depoimentos de atores, atrizes, cantoras, cantores.

Sem o chamariz da cobertura midiática na véspera, sem imagens aéreas ou transmissão direta. E com a seguinte manchete no registro televisivo do evento:

-Manifestação (...) pela saída de Temer e contra reformas trabalhista e da Previdência...

...Não. A manifestação foi pelas "Diretas já" e pelo "Fora Temer". Convocação essa vista por milhões nas redes sociais ao longo da semana.

Fingem não ver e ouvir "Diretas Já" os que buscam fazer o sucessor. Do Temer antes tornado presidente e agora tornado Zumbi.

Manifestação sem tropas e a sempre invocada "baderna". Sem aqueles fortões infiltrados que, estranhamente, Serviços de Inteligência nunca identificam e prendem.

Manifestação sem tiros, em Copacabana. Tiros que sobraram em Pau d'Arco, sudeste do Pará.

Assassinados 10 sem-terra, 7 da mesma família. Nas manchetes, o de sempre: "Sem-Terra mortos em confronto com a Polícia".

Como "Confronto"?

Vinte e quatro policiais dizem ter sido recebidos a tiros. Todos estão vivos, e bem. Dez sem-terra foram mortos, além dos feridos.

Conclusão: Tex Willer, Kit Carson e Durango Kid deviam estar ao lado da polícia enquanto ninguém entre os sem-terra sabia atirar.

Policiais retiraram os corpos antes de feita a perícia. Por quê?

Porque assim se contamina a cena do crime e se dificulta a investigação. A ONU condenou o que chamou de "chacina".

A ONU condenou também o "uso excessivo da força" pelas PMs...Isso na manifestação em Brasília e na desocupação da Cracolândia, em São Paulo.

O vício do crack é dificílimo de ser enfrentado.

Décadas de experiência mundo afora e a ONU recomendam: somente ações planejadas e integradas, de médio e longo prazo, conseguem reduzir danos.

Em resumo, só existem duas escolhas na tragédia do crack: tratar ou matar. Respeito mínimo aos que já são doentes, ou a barbárie.

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