quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Bob Fernandes sobre a comoção da diáspora rumo à Europa e a indiferença ante o genocídio no Brasil



  "Como tantas das nações, o Brasil se fez em meio a uma cultura de violência e extermínio. Que avança, aponta novo relatório da Anistia Internacional. A polícia do Brasil é que mais mata no mundo. A dos Estados Unidos é a terceira." - Bob Fernandes
‘Fazendeiros tiram nossa vida como se fossemos animais’, diz líder guarani-kaiowá (veja a reportagem clicando aqui).

Comoção com a diáspora rumo à Europa e a indiferença ante genocídio no Brasil


O Supremo Tribunal Federal investigará Aloizio Mercadante e Edinho Silva, ministros de Dilma, e do PT, e Aloysio Nunes, do PSDB e vice de Aécio na última eleição.

Se a investigação da Lava Jato chegar a toda documentação apreendida, e a recebida da Suíça, muitos perderão o sono. Inclusive atuais ou ex-governadores, prefeitos etc.

Dia da independência. A oficial do Brasil começou há 193 anos. A História, a oficial, há 515 anos.
Quando chegaram os portugueses, também franceses e espanhóis se escalando, os Tupinambás dominavam a Bahia e boa parte da costa brasileira.

Os Tupinambás haviam derrotado os Tupinaés, que haviam vencido os Tapuias.

Nas últimas semanas, um índio foi assassinado e fazendeiros encurralaram índios que lutam por demarcação e ocuparam terras pelo Mato Grosso do Sul.

Nesse mesmo Mato Grosso, na região de Dourados, cada vez mais confinados, sufocados, mais de 1.100 jovens índios se suicidaram desde meados dos anos 80.

No "Descobrimento", os índios no Brasil eram uns 5 milhões. Há 50 anos eram 100 mil. Agora são quase 900 mil.

Como tantas das nações, o Brasil se fez em meio a uma cultura de violência e extermínio. Que avança, aponta novo relatório da Anistia Internacional.

A polícia do Brasil é que mais mata no mundo. A dos Estados Unidos é a terceira.

Em 2014, segundo a Anistia, 15,6% dos 56 mil homicídios no Brasil (mesma média dos últimos anos) foram cometidos pela polícia. Em especial, as PMs.

No Rio, a Anistia detectou: entre 2010 e 2013, noventa e nove e meio por centos dos assassinados eram homens; 79% deles negros e 3 entre 4 tinham entre 15 e 29 anos... E das periferias.

...E nas manchetes, há uma década... corrupção. Ladrões de ontem, e de sempre, em busca do amanhã apontam dedos para ladrões do hoje.

Duelo hipócrita sobre quem roubou menos ou mais, debate imoral por quantificar, disputar imoralidades. Isso enquanto se deixa de lado a terrível matança.

Simbolizada na foto da trágica morte do menino Alan Kurdi, justa a comoção viral com a diáspora rumo à Europa rica.

Mas brutal, simbólica e reveladora a indiferença diante do genocídio no Brasil. Porque essa carnificina se dá no Brasil NPPI: Negro, Pobre, Periférico, Índio.


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