sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Samuel Borelli: Cláudio Castro (o cínico e hipócrita necropolítico bolsonarista) vai rodar (vídeo)

 

 

Do Canal de Samuel Borelli:




Extrema-direita de Cláudio Castro, Ronaldo Caiado, Flávio Bolsonaro, Romeu Zema e outros impõe sua agenda: sai soberania, entra sangue no ventilador, por Gilberto Maringoni

 

(...) Sem lideranças nacionais viáveis e momentaneamente desarticulado, o extremismo reacionário de direita jogou sangue no ventilador. Apesar disso, essa gente conta com capilaridade social, maioria parlamentar, sólidos apoios externos, e representantes no próprio governo.




Extrema-direita impõe sua agenda: sai soberania, entra sangue no ventilador, por Gilberto Maringoni

Castro mata e o governo federal fala em endurecer a legislação, sancionando proposta de Moro aprovada no Congresso. Consenso nacional, enfim!




A CHACINA PATROCINADA POR CLAUDIO CASTRO destroçou a conjuntura e embaralhou a agenda nacional. Senão vejamos. Até o final de semana, Lula reinava absoluto nas redes e mídias, a partir da reunião com Donald Trump, na Malásia. Nada se sabia de concreto acerca das negociações e o jogo sequer começara, mas o campo gravitacional petista já cantava vitória a plenos pulmões. As exaltações se davam em torno da postura corporal e da maneira de sentar do presidente brasileiro diante do líder do Império. A “química” entre ambos foi depositada na conta de Lula e de seu inegável talento negociador. Mensagem implícita: depois dessa, as eleições presidenciais do ano que vem seriam um passeio.

NA TERÇA-FEIRA, A CARRUAGEM começou a virar abóbora. Sem lideranças nacionais viáveis e momentaneamente desarticulado, o extremismo reacionário jogou sangue no ventilador. Apesar disso, essa gente conta com capilaridade social, maioria parlamentar, sólidos apoios externos, e representantes no próprio governo.

O BESTIAL MASSACRE, impulsionado pela métrica de “narcoterrorismo” e animado pela vitória eleitoral de Milei no domingo, implodiu o esquema petista. Narcoterrorismo é termo utilizado pelo trumpismo para justificar a ofensiva militar contra Venezuela e Colômbia, provocação sobre a qual Lula pouco se pronuncia.

A FRÁGIL HEGEMONIA de uma vaga ideia de soberania dá lugar à mais do que concreta matança, com direito a sinais de tortura e cabeças cortadas. Uma ação alucinante, mal planejada e letal enquadra parte da grande mídia, várias alas do PT (Quaquá, Rui Costa e outros governadores e lideranças regionais) e a base aliada no Congresso (Alcolumbre puxa a fila).

O PRESIDENTE LULA, que não entra em bolas divididas, decidiu se calar e colocou seu ministro da Justiça à frente das trincheiras. Ricardo Lewandovsky, apesar do sólido currículo acadêmico e de sua experiência como ministro do STF, não é homem da política, nada tem a ver com esquerda e carece de habilidade de articulação. Apesar da PEC da Segurança Pública tramitar no Congresso e propor integrar as políticas de segurança pública dos estados e municípios com a União, o governo revela-se incapaz de lidar com situações de emergência que não sejam aprofundar o ajuste fiscal. De olho em sondagens nas redes, que mostram ligeira maioria da opinião pública favorável à matança, a administração federal se rende ao senso comum. Notas do presidente da República e da ministra de Direitos Humanos parecem saídas da pena de Rolando-Lero. Nada dizem e não defendem ou se contrapõem a nada ou a ninguém. A extrema-direita percebe a deixa e vai para o embate: nove governadores declaram apoio ao celerado do Palácio Guanabara.

DESLOCADO PARA O RIO DE JANEIRO, o ministro da Justiça é a personalização do recuo ao conceder entrevista ao lado de Claudio Castro, anunciando ações conjuntas. A cena entrará para a história como uma perfeita tradução de capitulação política (é sintomático que no mesmo momento o governo aprovava na Câmara um pacote com cortes de R$ 15 bilhões em programas sociais). Se já não existe polarização nos pressupostos dos projetos econômicos de governo e oposição – com graus e intensidades distintos ambos advogam o binômio austeridade & privatização -, uma frente ampla se completa na mal-denominada política de segurança. Castro mata e o governo federal fala em endurecer a legislação, sancionando proposta de Sergio Moro (!) aprovada no Congresso. Consenso nacional, enfim!

DISPUTA DE HEGEMONIA a quente é isso: o fascismo consegue fazer a opinião pública crer que sua sede de sangue representa a defesa dos interesses gerais da sociedade. “Paz e porrada”, na admirável síntese de Washington Quaquá, prefeito de Maricá e vicepresidente nacional do Partido dos Trabalhadores, é o que o Brasil precisa. A extrema-direita desloca a barbárie para o centro da agenda eleitoral. Levará a faixa quem se mostrar mais troglodita contra pobres, pretos e periféricos, em ações tão espetaculares quanto inúteis para a segurança pública.

NA TERÇA (28), O MINISTRO Lewandovsky produziu uma inesquecível pérola em coletiva no Ceará: “O problema do crime organizado é que ele é organizado”. Poderia completar com “Enquanto isso, nós batemos cabeça”. Daqui até outubro de 2026, o fascismo, empoderado internacionalmente, seguirá tumultuando o processo eleitoral. A pior maneira de encarar esse caminho será ir à luta de salto alto.

Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para dicasdepautaggn@gmail.com. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: https://www.catarse.me/JORNALGGN “


Reinaldo Azevedo sobre a romaria macabra dos governadores bolsonaristas de extrema-direita que calculadamente querem surfar eleitoralmente utilizando-se necropoliticamente da chacina provocada por Cláudio Castro no Rio de Janeiro

 


Da Rádio BandNews FM:

Reinaldo: Romaria macabra da extrema direita ao Rio prova a matança político-eleitoreira




quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Necropolítica e Populismo Penal da direita brasileira em artigo de Ricardo Lodi Ribeiro, ex-reitor da da UERJ (2020-2022), onde é professor associado de Direito Financeiro

 

Do Brasil 247:

Necropolítica e Populismo Penal

Populismo punitivista transforma a ausência de políticas sociais em espetáculo de guerra e consolida o domínio do crime organizado

Operação policial na favela da Penha, no Rio de Janeiro - 28 de outubro de 2025 (Foto: REUTERS/Aline Massuca)

As cenas brutais da megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, a mais letal da história do Rio de Janeiro, são o retrato do colapso de uma política de segurança pública que insiste em confundir eficácia com violação ao Estado Democrático de Direito. O que se vende como “combate ao crime” é, na prática, um projeto político de poder sustentado pela violência e pela morte: a necropolítica.

Essas operações não têm planejamento, inteligência nem resultados. São encenações trágicas que buscam transformar o medo coletivo em apoio eleitoral. É o populismo punitivista em sua forma mais cruel: o Estado que aparece nas favelas não para garantir direitos, mas para exibir cadáveres como troféus.

A cada incursão, o crime organizado volta mais forte. Os “chefes” de morro, facilmente substituídos, não são o elo mais forte de uma cadeia que termina nos gabinetes refrigerados da elite econômica e política — os verdadeiros donos do crime, blindados pela impunidade e por conexões com o poder. Enquanto isso, os corpos que tombam são, quase sempre, de jovens negros e pobres.

Não há política de segurança pública possível sem a observância dos direitos fundamentais da população. A favela continua sendo território abandonado: sem escola decente, sem saneamento, sem oportunidades. O Estado que deveria garantir serviços e dignidade chega apenas de fuzil em punho.

Ao deixar um vazio de cidadania, o poder público abre espaço para que o crime organizado se torne o “Estado paralelo” — oferecendo transporte, gás, lazer e até crédito. Nas comunidades, o tráfico preenche o vácuo deixado por décadas de omissão estatal. Cada caveirão que entra destrói pontes, sem construir nada em seu lugar.

Enquanto as forças locais seguem no ciclo da bala, a recente Operação Carbono Oculto, conduzida pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público de São Paulo, mostrou o que é resultado efetivo: desarticulou a máfia dos combustíveis e as fintechs usadas pelo PCC para lavar bilhões de reais — sem disparar um único tiro.  E vale observar que a operação não foi na favela, mas na Faria Lima.

É por esse caminho que o país precisa seguir: rastrear o dinheiro, atingir o topo da pirâmide criminal e enfraquecer suas estruturas econômicas. O verdadeiro combate ao crime se faz com investigação, cooperação institucional e investimento em inteligência, não com tanques em vielas e helicópteros atirando sobre escolas e casas.

Isso não significa que mais cedo ou mais tarde, algum enfrentamento territorial não seja necessário. Mas ele deve ser  precedido pela fragilização econômica das facções e pela articulação entre as forças de segurança, sob coordenação da União, uma vez que o crime organizado já ultrapassou há muito as fronteiras estaduais.

Nesse sentido, é fundamental a aprovação da PEC da Segurança Pública, que busca integrar forças e priorizar a inteligência, é um passo importante, mas insuficiente se não vier acompanhada de políticas de inclusão.

A violência cotidiana é o sintoma de um Estado que trocou o social pelo policial.

O que falta não é mais bala — é mais Estado. Um Estado presente, que garanta educação, emprego e cultura. Que dispute corações e mentes com o crime organizado oferecendo dignidade, emprego e renda, e não caveirões, balas e mortes.

Enquanto o poder público continuar ausente e a pobreza for tratada como inimiga, o ciclo da barbárie seguirá se repetindo — aplaudido por quem confunde vingança com justiça e sangue com poder.

Reinaldo Azevedo alerta sobre o perigo real do fanatismo da extrema direita fascistóide e sua necropolítica maquiada de populismo penal assassino em busca de votos e tentando envolver os EUA no Brasil e emparedar Lula

 

Da Rádio BandNews FM:






quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Bob Fernandes: Cláudio Castro, bolsonarista necropolítico e populista penal, por razões eleitorais comanda desastrosa caça ao CV, operação mais letal na história do RJ mata ao menos 64

 (...) Depois de planejar e pôr sua contenção nas ruas e posta a trágica contabilidade, o governador do Rio, Cláudio Castro, buscou culpar quem não foi chamado para esta operação. Disse: "O Rio está sozinho" e confessou como o governo federal não aceitou pedidos anteriores para operações de garantia da lei e da ordem, as GL, em outras ocasiões, abre aspas para o governador. "Desta vez não foram pedidas forças federais", fecha aspas. Portanto, sem solicitar ajuda federal.

O governador Cláudio Castro lançou 2.500 policiais civis e militares numa caçada humana com inevitável resultado, trágico, catastrófico. (...)

Do Canal do analista político Bob Fernandes




Chacina no Rio expõe farsa de Cláudio Castro, por Luís Nassif

 

Do Jornal GGN:

Ofensiva da ultra-direita tenta classificar facções como terroristas para justificar ações extraconstitucionais e cooperação com EUA.

Chacina no Rio expõe farsa de Cláudio Castro, por Luís Nassif




Foi a operação mais desastrada da história de uma polícia historicamente violenta. Na última contagem 64 mortos, dos quais quatro agentes de segurança, mais de 80 presos e um governador perdido.

No início, Cláudio Castro quis passar a impressão de uma ação preparada durante meses. 

A operação mobilizou 2.500 agentes, tendo como alvo líderes do Comando Vermelho. Segundo ele, a ação foi planejada para ocorrer majoritariamente em áreas de mata, para minimizar riscos aos moradores das comunidades. 

Castro declarou que o estado está “sozinho nessa guerra” e que o governo federal teria negado apoio ou participação nas operações, incluindo o uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), instrumento constitucional para participação das Forças Armadas.

No decorrer do dia, uma a uma, suas declarações foram sendo desmentidas pelos fatos. Nunca houve pedido de GLO (Operação de Garantia da Lei e da Ordem).

O que ocorreu foi a morte da médica da Marinha Gisele Mendes, em dezembro de 2024, atingida por uma bala perdida dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio. Na ocasião, a Marinha colocou blindados cercando o hospital, para proteger a área, dentro do limite legal de 1.400 metros em torno de instalações militares.

Em janeiro de 2025, Castro formalizou pedido ao Ministério da Defesa, solicitando blindados da Marinha. Mas a Advocacia Geral da União indicou que o uso de blindados só poderia ocorrer no contexto de uma GLO.

Intervenção estrangeira

O que está por trás dessa chacina é algo mais grave. Trata-se de uma ofensiva dos governadores de ultra-direita, tentando caracterizar uma situação de caos para enquadrar as organizações criminosas em organizações terroristas.

A designação abre caminho para que as agências de segurança norte-americana tratem a organização como “ameaça à segurança nacional” e utilizem instrumentos de contraterrorismo, como interceptações, ligações com iniciativa militar ou forças especiais.

Também dá legitimidade política para que o Estado invoque quadro de “emergência nacional” em que ações extraordinárias podem ser justificadas.

Veja o que diz a Rand Corporation, um think tankl especializado em pesquisa aplicada em temas de segurança nacional, política internacional, defesa:

“Designar esses grupos como terroristas disponibiliza novas ferramentas legais e políticas que podem ser a chave para deter as ambições de expansão global das organizações criminosas transnacionais (…).

“A nova designação de terrorismo confere ao governo dos EUA autoridade legal para processar indivíduos que auxiliam ou trabalham para essas organizações, mesmo que esses indivíduos estejam localizados fora das fronteiras dos EUA”

E o que diz a Casa Branca?

“As atividades dos cartéis ameaçam a segurança do povo americano, a segurança dos Estados Unidos e a estabilidade da ordem internacional no Hemisfério Ocidental. Suas atividades, proximidade e incursões no território físico dos Estados Unidos representam um risco inaceitável à segurança nacional dos Estados Unidos (…)

É política dos Estados Unidos garantir a eliminação total da presença dessas organizações nos Estados Unidos e sua capacidade de ameaçar o território, a segurança e a proteção dos Estados Unidos por meio de suas estruturas extraterritoriais de comando e controle, protegendo assim o povo americano e a integridade territorial dos Estados Unidos”.

Portanto não é coincidência que, no momento em que a aproximação de Donald Trump com Lula desarma o discurso bolsonarista, Flávio Bolsonaro sugerindo aos EUA bombardear a baía da Guanabara.

Governadores de perfil conservador estão tentando reclassificar facções como grupos terroristas, o que teria implicações jurídicas e diplomáticas:

Cláudio Castro usou o termo “narcoterrorismo”.

Romeu Zema (MG) e Tarcísio de Freitas (SP) apoiam a equiparação legal.

O deputado Danilo Forte (União Brasil) apresentou projeto de lei para classificar facções como terroristas.

O governo do Rio enviou relatórios aos EUA tentando incluir o CV como grupo terrorista.

Nos próximos dias, o Rio de Janeiro viverá uma guerra civil, com a polícia e o CV procurando vingar seus mortos. E com a constatação óbvia de que a maioria das vítimas não tinha relação com o Comando Vermelho.

Leia também:

Cláudio Castro, o necropolítico de extrema-direita, enviou relatório sobre CV ao governo Trump seguindo planos bolsonaristas esperando intervenção contra Lula e salvar a extrema-direita; entenda

 

Cláudio Castro, o bolsonarista necropolítico, e a tentativa de salvar a extrema direita por meio de chacinas no Rio de Janeiro

Do Diário do Centro do Mundo:


Cláudio Castro enviou relatório sobre CV ao governo Trump; entenda

 Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 6:26


Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias (MDB), preso pela Polícia Civil por tráfico de armas e ligação direta com o Comando Vermelho, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Foto: Reprodução

O governo do estado do Rio de Janeiro enviou, há cerca de oito meses, ao governo de Donald Trump um relatório que, segundo fontes ligadas ao governador Cláudio Castro (PL), aponta o Comando Vermelho (CV) como uma organização terrorista com ramificações e atividades nos Estados Unidos. De acordo com informações da CNN Brasil, o documento foi elaborado pela área de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e entregue diretamente ao Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro.

O relatório detalha como a facção teria expandido suas operações para a América do Norte, descrevendo também a estrutura de comando e o uso sistemático da violência no território brasileiro. O objetivo, de acordo com interlocutores próximos ao governador, é reforçar a cooperação com autoridades estadunidenses no combate à facção e pleitear sanções econômicas contra as lideranças do Comando Vermelho.

Essas punições seriam aplicadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), vinculado ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, responsável por congelar bens e restringir transações financeiras de pessoas ou grupos considerados ameaças à segurança nacional.

Caso a medida fosse aprovada, bancos e empresas que mantivessem qualquer tipo de vínculo financeiro com integrantes do CV também poderiam ser alvo de penalidades internacionais.

O envio do relatório coincide com a política adotada por Trump desde o início de seu mandato atual, que prevê o enquadramento de cartéis e organizações ligadas ao tráfico internacional de drogas como Organizações Terroristas Estrangeiras (FTOs, na sigla em inglês).

Essa diretriz é a mesma que embasa as recentes operações militares estadunidenses contra grupos narcotraficantes na Venezuela e na Colômbia.

Em paralelo, o governo brasileiro mantém uma posição diferente. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhece o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações criminosas de alta periculosidade, mas rejeita classificá-las como terroristas.

A avaliação do Planalto é de que os crimes cometidos por essas facções não têm motivação ideológica, religiosa ou política, requisitos previstos na legislação brasileira para enquadramento no crime de terrorismo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, abordou o tema na semana passada e destacou que a classificação de grupos terroristas é complexa e frequentemente subjetiva. “Normalmente, a classificação de um grupo ou de uma pessoa como terrorista envolve certo grau de subjetividade”, afirmou.

Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça. Foto: reprodução

Para o ministro, a lei brasileira estabelece critérios específicos que diferenciam o terrorismo do crime organizado.

“Para evitar esse subjetivismo, a nossa legislação estabeleceu que grupos terroristas são aqueles que causam grave perturbação social ou política e que têm uma motivação ideológica, entre outros critérios. Isso é diferente das organizações criminosas. Elas são mais fáceis de identificar, porque praticam crimes previstos no Código Penal e em outras legislações específicas. Não têm relação com o terrorismo. São organizações de outra natureza. Não há, portanto, qualquer intenção de confundir esses dois conceitos”, declarou.

Além do impacto político e diplomático, especialistas alertam que a eventual inclusão do Brasil na lista de países com organizações terroristas reconhecidas oficialmente poderia gerar sérios efeitos econômicos. Isso colocaria o país sob maior vigilância financeira internacional, dificultando investimentos e operações bancárias externas.

O governo estadual do Rio não comentou oficialmente o teor do relatório enviado aos Estados Unidos, mas aliados de Cláudio Castro afirmam que o movimento faz parte de uma tentativa de ampliar o intercâmbio de informações e ações conjuntas com órgãos estrangeiros, diante da crescente atuação transnacional das facções brasileiras.

Portal do José: INSANO DA DIREITA - E APOIADOR DE BOLSONARO - PROVOCA BANHO DE SANGUE NO RIO DE JANEIRO! REVISÃO: O SONHO INÚTIL BOLSONARISTA!

  Sobre o necropolítico bolsonarista Cláudio Castro e a tática do caos da extrema-direita:

Do Portal do José:




Reinaldo Azevedo – Mortos de guerra no Rio expõem tara dos reaças por mortes e incompetência fascistoide

 

 Reinaldo Azevedo  sobre Fascistas bolsonaristas da extrema direita e a necropolítica aplicada no Rio de Janeiro de Cláudio Castro


 Reinaldo Azevedo  sobre Fascistas bolsonaristas da extrema direita e a necropolítica aplicada no Rio de Janeiro de Cláudio Castro

Da Rádio BandNews FM:




Reinaldo Azevedo: Cláudio Castro, os extremistas de direita bolsonaristas e a tara pela violência, a morte, a necropolítica e o caos

 

Da Rádio BandNews FM:




quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Canada Diário: Psiquiatra britânico explica a mentalidade nazifascistóide fanática dos seguidores de Donald Trump /Jair Bolsonaro

 

Do Canal Canadá Diário:

O psiquiatra explica que o contrato entre Trump e seus seguidores não tem nada a ver com melhorar suas vidas. Tem a ver com algo muito mais sombrio e perigoso: validação emocional dos instintos mais obscuros. Trump não governa para o povo, ele emociona pelo povo. Ele canaliza o ódio que seus apoiadores precisam esconder na sociedade.

Enquanto 7 milhões de americanos marchavam contra o autoritarismo de Trump, ele respondeu com um vídeo de inteligência artificial onde aparece com coroa defecando sobre manifestantes. Não foi montagem de opositores. Foi ele mesmo quem postou. Neste vídeo reagimos à análise devastadora do psiquiatra britânico Dr. Russell Razzaque sobre o apelo psicológico de Trump à base MAGA e conectamos com as últimas notícias que comprovam sua tese.

Conectamos a análise psiquiátrica com a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado no Brasil. O Supremo Tribunal Federal brasileiro funcionou enquanto nos Estados Unidos as instituições colapsaram diante do culto à personalidade.

Explicamos por que a base MAGA mantém devoção inabalável mesmo com aprovação presidencial em queda e governo federal paralisado há 21 dias. A conexão não é racional, é visceral. É sobre validação dos impulsos mais sombrios, não sobre políticas que funcionem.

Mostramos como tanto Trump quanto Bolsonaro usaram as mesmas táticas: contestaram resultados eleitorais sem provas, incitaram insurreições violentas contra o Congresso, construíram cultos de personalidade baseados em validação emocional dos piores instintos. Incluímos depoimentos de apoiadores trumpistas e análise crítica sobre o fenômeno psicológico que transforma política em catarse emocional coletiva dos piores impulsos humanos. Trump e Bolsonaro não são aberrações, são espelhos que refletem o que parte da população sempre quis fazer: desumanizar o diferente, destruir instituições, celebrar crueldade como virtude.

Análise profunda sobre autoritarismo, psicologia política, culto à personalidade, fascismo moderno, populismo de extrema direita e manipulação emocional de massas. Entenda os mecanismos psicológicos por trás da devoção cega a líderes autoritários. Vídeo original do Dr. Russell Razzaque analisado: A Psychiatrist Explains What's At The Heart Of Trump's Appeal To The Core MAGA Base (20 de outubro de 2025) Fontes: New York Times, Reuters, BBC Brasil, Agência Brasil, USA Today, Euronews, Axios, Los Angeles Times, Silver Bulletin, Morning Consult, Financial Times, CNN Brasil, Al Jazeera, The Hill, Newsweek.

Por quê o Socialismo, por Albert Einstein, Prêmio Nobel de Física de 1921

 


Por que o Socialismo?

Texto de

Albert Einstein

   Publicado em

Maio 1949


Primeira Edição deste  artigo escrito especialmente para o primeiro número da revista estadunidense (ainda existente) Monthly Review, lançada em maio de 1949, e está disponível em http://monthlyreview.org/2009/05/01/why-socialism/
Fonte da Transcrição: Blog do Ralf e do Pluralismo Radical. Também disponível em apresentação bilíngue em https://tr.im/EinsteinSocialismoPDF


Será aconselhável que um não especialista em assuntos econômicos e sociais manifeste pontos de vista sobre o tema “socialismo”? Por várias razões, eu acredito que sim.

Comecemos considerando a questão pelo ponto de vista epistemológico [isto é, que analisa o próprio conhecimento científico]. Poderia parecer que não houvesse diferenças metodológicas essenciais entre a Astronomia e a Ciência da Economia: nos dois campos, os cientistas tentam descobrir leis que sejam aceitáveis de modo generalizado para um determinado grupo de fenômenos, com a finalidade de tornar compreensível a interconexão desses fenômenos do modo mais claro possível.

Na realidade, diferenças metodológicas existem. No campo da Economia, a descoberta de leis gerais é dificultada pela circunstância de que os fenômenos econômicos observáveis são com frequência afetados por muitos fatores que é muito difícil avaliar separadamente.

Além disso, como é bem sabido, a experiência acumulada desde o início do assim chamado período civilizado da história humana tem sido grandemente influenciada e limitada por fatores cuja natureza de nenhum modo é exclusivamente econômica.

Por exemplo, a maioria dos grandes Estados da história deveu sua existência à conquista. Os povos conquistadores estabeleceram a si mesmos, legal e economicamente, como a classe privilegiada do território conquistado; apossaram-se do monopólio da propriedade da terra e designaram uma classe sacerdotal a partir de suas próprias fileiras. Os sacerdotes, no controle da educação, fizeram da divisão da sociedade em classes uma instituição permanente, criando um sistema de valores pelo qual o comportamento social das pessoas passou a ser guiado desde então, em grande medida em nível inconsciente.

Mas a tradição histórica começou ontem, por assim dizer. Em nenhum lugar nós superamos de fato o que Thorstein Veblen chamou de “fase predatória” do desenvolvimento humano. Os fatos econômicos observáveis pertencem a essa fase, e as leis que podemos derivar deles não são aplicáveis a outras fases. Como o verdadeiro propósito do socialismo é precisamente superar a fase predatória do desenvolvimento humano e avançar para além dela, a Ciência Econômica em seu estado atual pode esclarecer bem pouco sobre a sociedade socialista do futuro.

Em segundo lugar, o socialismo se direciona para uma finalidade socioética. A ciência, no entanto, não tem o poder de criar finalidades, e muito menos de instilá-las nos seres humanos; a ciência pode, no máximo, fornecer os meios com que atingir certas finalidades. As finalidades são concebidas por personalidades com ideais éticos elevados – ideais esses que, quando não são natimortos e sim cheios de vida e vigor – são adotados e levados adiante por aquela multitude de seres humanos que, de modo parcialmente inconsciente, terminam por determinar a evolução da sociedade.

Por essas razões, deveríamos nos precaver no sentido de não superestimar a ciência e os métodos científicos quando o que está em questão são problemas humanos - e não deveríamos presumir que somente especialistas têm direito a se manifestar sobre as questões que afetam a organização da sociedade.

Incontáveis vozes vêm afirmando, já desde há algum tempo, que a sociedade humana está passando por uma crise; que sua estabilidade foi gravemente abalada. É característico dessa situação que os indivíduos se sintam indiferentes ou até mesmo hostis ao grupo a que pertencem, seja o pequeno grupo ou ao grupo de maior escala. Permitam-me recordar aqui uma experiência pessoal para ilustrar o que quero dizer: não faz muito, eu debatia com um homem inteligente e de boa disposição sobre a ameaça de mais uma guerra – o que, na minha opinião, poria em sério perigo a existência da humanidade – e observei que somente uma organização supranacional ofereceria proteção contra esse perigo. Nesse ponto o meu visitante me disse, com toda calma e indiferença: “Mas por que você se opõe tão profundamente ao desaparecimento da raça humana?”

Tenho certeza que apenas um século atrás ninguém teria declarado algo desse tipo com toda essa despreocupação. Temos aí uma declaração de um homem que lutou em vão para alcançar um equilíbrio interior e mais ou menos perdeu a esperança de alcançá-lo. É expressão de uma dolorosa solidão e isolamento, de que tanta gente sofre hoje em dia. Qual é a causa? Existe saída?

É fácil levantar essas perguntas, mas é difícil respondê-las com qualquer grau de segurança. No entanto eu preciso tentar, o melhor que puder, embora esteja bem consciente de que nossos sentimentos e aspirações são muitas vezes contraditórios e obscuros, e não podem ser expressos em nenhuma fórmula simples e fácil.

O homem é ao mesmo tempo um ser solitário e um ser social. Como ser solitário, ele tenta proteger sua própria existência e a dos que lhe são mais próximos, satisfazer seus desejos pessoais, desenvolver suas habilidades inatas. Como ser social, busca conquistar o reconhecimento e afeição dos seus companheiros de humanidade, compartilhar de seus prazeres, confortá-los em seus sofrimentos, melhorar suas condições de vida. Somente a existência dessas diferentes aspirações, muitas vezes conflitantes, já responde pelo caráter especial de uma pessoa, e sua combinação específica determina a medida em que o indivíduo consegue, por um lado, alcançar um equilíbrio interior e, por outro lado, consegue contribuir para o bem-estar da sociedade.

É bem possível que a intensidade relativa desses dois impulsos seja, em seu principal, determinada pela hereditariedade – mas a personalidade que termina emergindo é formada em ampla medida pelo ambiente em que acontece de a pessoa se encontrar durante o seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que ela cresce, pela tradição daquela sociedade, e pelo valor que a sociedade atribui a este ou àquele tipo de comportamento.

Para o indivíduo humano, o conceito abstrato “sociedade” significa a soma de suas relações diretas e indiretas com os seus contemporâneos e com todas as pessoas das gerações anteriores. O indivíduo é capaz de pensar, sentir, aspirar e trabalhar por si mesmo; mas [ao mesmo tempo] ele depende tanto da sociedade – em sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensá-lo ou entendê-lo fora da moldura que é o contexto social. É “a sociedade” o que lhe proporciona comida, roupas, um lar, a ferramentas do seu trabalho, a linguagem, as formas de pensar, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida se faz possível mediante o trabalho e realizações dos muitos milhões, passados e presentes, que estão escondidos por trás da pequena palavra “sociedade”.

É evidente, portanto, que a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um fato da natureza que não pode ser abolido – tanto quanto o é no caso das formigas e abelhas. No entanto, enquanto o inteiro processo de vida das formigas e abelhas é determinado nos mínimos detalhes por instintos hereditários rígidos, o padrão social e os inter-relacionamentos dos seres humanos são altamente variáveis e suscetíveis de mudanças. A memória, a capacidade de realizar novas combinações e o dom da comunicação verbal possibilitaram desenvolvimentos, entre os seres humanos, que não são ditados por necessidades biológicas. Tais desenvolvimentos se manifestam em tradições, instituições e organizações; em literatura; em realizações científicas e técnicas; em obras de arte. Isso explica como acontece de o ser humano ser capaz de, em certo sentido, influir em sua vida mediante a sua própria conduta, e de que nesse processo o pensamento e a vontade conscientes consigam desempenhar um papel.

O ser humano adquire ao nascer, através da hereditariedade, uma constituição biológica que precisamos considerar determinada e inalterável, inclusive os impulsos naturais que são característicos da espécie humana. Em acréscimo, ao longo de sua vida ele adquire uma constituição cultural que ele adota da sociedade por meio da comunicação e de muitos outros tipos de influências. É a sua constituição cultural que está sujeita a mudanças com a passagem do tempo, e que determina em vasta medida a relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna nos ensinou, através da investigação comparativa das culturas chamadas de primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode diferir grandemente, dependendo dos padrões culturais e dos tipos de organização que predominam na sociedade. Os que se empenham em melhorar a condição humana podem fundamentar suas esperanças nisso: seres humanos não estão condenados por sua constituição biológica a aniquilarem uns aos outros, nem a estar à mercê de um destino cruel autoinfligido.

Se nos perguntarmos de que modo a estrutura da sociedade e a atitude cultural do ser humano deveriam ser mudados para tornar a vida humana tão satisfatória quanto possível, deveríamos estar sempre conscientes de que há certas condições que somos incapazes de modificar. Como já foi mencionado, para todos os efeitos práticos a natureza biológica do ser humano não é modificável. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos e demográficos dos últimos séculos criaram condições que estão aqui para ficar. Em populações assentadas com considerável densidade, levando em conta os bens que são indispensáveis para a continuidade de sua existência, tornam-se absolutamente indispensáveis uma extrema divisão de trabalho e um aparato produtivo altamente centralizado. Foi-se para sempre o tempo – que, olhando-se para trás, parece tão idílico – em que indivíduos ou grupos relativamente pequenos podiam ser completamente autossuficientes. Há pouco exagero em dizer que a humanidade já constitui uma comunidade planetária de produção e consumo.

Cheguei agora ao ponto em que posso indicar brevemente o que, para mim, constitui a essência da crise do nosso tempo: refere-se à relação do indivíduo com a sociedade. O indivíduo se tornou mais consciente do que nunca de sua dependência da sociedade - mas sua experiência dessa dependência não é a de um bem positivo, um laço orgânico, uma força protetora, e sim a de uma ameaça aos seus direitos naturais, ou até mesmo à sua existência econômica. Além disso, o indivíduo está posicionado na sociedade de modo tal, que os impulsos egoístas da sua constituição recebem reforço constante, enquanto que os seus impulsos sociais, que por natureza já são mais fracos, se deterioram progressivamente. Todos os seres humanos, qualquer que seja sua posição na sociedade, vêm sofrendo esse processo de deterioração. Prisioneiros de seu próprio egoísmo sem saber disso, sentem-se inseguros, sozinhos e privados de todo desfrute da vida que seja inocente, simples, não sofisticado. O ser humano somente pode encontrar sentido na vida, curta e arriscada como é, mediante sua dedicação à sociedade.

A anarquia econômica da sociedade capitalista como existe hoje é, na minha opinião, a verdadeira fonte do mal. Vemos diante de nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros se empenham sem cessar em privar uns aos outros dos frutos de seu trabalho coletivo – não por força, mas em inteiro e fiel cumprimento de regras estabelecidas legalmente. A respeito disso, é importante dar-se conta [do papel do fato] de que os meios de produção – quer dizer, tudo o que dá capacidade de produzir bens para os consumidores, bem como bens de capital adicionais – possam ser propriedade privada de indivíduos (e de fato o sejam, em sua maior parte).

Pelo bem da simplicidade, na discussão a seguir chamarei de “trabalhadores” todos os que não têm parte na propriedade dos meios de produção – embora isso não corresponda com exatidão ao uso costumeiro do termo. O proprietário dos meios de produção está em posição de comprar a força de trabalho do trabalhador. Usando os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. O ponto essencial deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e aquilo que lhe pagam, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que a contratação do trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe não é determinado pelo valor real dos bens que ele produz, e sim por quais são suas necessidade mínimas, bem como pela relação entre a demanda por força de trabalho por parte dos capitalistas e o número de trabalhadores que competem por empregos. É importante entender que nem mesmo na teoria o pagamento do trabalhador é determinado pelo valor do seu produto.

Capital privado tende a se concentrar em poucas mãos, em parte devido à competição entre os capitalistas, em parte porque o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da divisão do trabalho estimulam a formação de unidades de produção maiores, em prejuízo das menores. O resultado desses desenvolvimentos é uma oligarquia do capital privado, cujo enorme poder não pode ser efetivamente controlado sequer por uma sociedade política democraticamente organizada.

Isso é assim porque os membros dos corpos legislativos são selecionados por partidos políticos, que são amplamente financiados, ou influenciados de algum outro modo, por capitalistas privados que, para todos os propósitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem de fato e de modo suficiente os interesses dos setores menos privilegiados da população. Além disso, nas condições atuais os capitalistas privados inevitavelmente controlam, direta ou indiretamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). Torna-se assim extremamente difícil para o cidadão individual, e de fato impossível na maioria dos casos, chegar a conclusões objetivas e fazer uso inteligente dos seus direitos políticos.

A situação predominante em uma economia baseada na propriedade privada de capital caracteriza-se então por dois princípios centrais: primeiro, os meios de produção (capital) são possuídos privadamente, e os proprietários dispõem deles como acham melhor; segundo, a contratação de trabalho é livre [isto é, não regulada]. É claro que não há sociedade capitalista pura nesse sentido. Em especial, é preciso registar que os trabalhadores, através de longas e amargas lutas políticas, conseguiram assegurar uma forma um tanto melhorada de “livre contrato de trabalho” para algumas categorias de trabalhadores. Mas, tomada em seu conjunto, a economia atual não difere muito de um capitalismo “puro”.

A produção é realizada com a finalidade do lucro, não com a do uso. Não existem disposições para garantir que todas as pessoas capazes e dispostas a trabalhar sempre consigam achar emprego; quase sempre existe um “exército de desempregados”. O trabalhador está perpetuamente com medo de perder seu emprego. Devido ao fato de que desempregados e trabalhadores mal pagos não formam um mercado rendoso, a produção de bens de consumo é restrita, o que resulta em grandes privações. O progresso tecnológico resulta com frequência em mais desemprego, em lugar de aliviar a carga de trabalho para todos. O lucro como motivação, em conjunto com a concorrência entre os capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital, a qual leva a crises cada vez mais graves. A competição irrestrita leva a um gigantesco desperdício de força de trabalho, e também àquela deformação da consciência social dos indivíduos, que eu mencionei anteriormente.

Essa deformação dos indivíduos, eu a considero o pior dos males do capitalismo. Nosso sistema educacional inteiro sofre desse mal. Uma atitude competitiva exagerada é inculcada no estudante, que, como preparação para sua futura carreira, é treinado para idolatrar um sucesso aquisitivo.

Estou convencido de que existe apenas um caminho para eliminar esses graves males, e esse é o estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional orientado para objetivos sociais. Em uma economia tal, os meios de produção são propriedade da própria sociedade, e utilizados de modo planejado. Uma economia planejada, que ajusta a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre todos os capazes de trabalhar, e garantiria o sustento de cada homem, mulher e criança. A educação do indivíduo, além de desenvolver suas próprias habilidades inatas, se empenharia em desenvolver nele um senso de responsabilidade por seus companheiros de humanidade, em lugar da glorificação do poder e do sucesso, como temos na sociedade atual.

Contudo é preciso lembrar que uma economia planejada ainda não é socialismo. Uma economia planejada pode ser acompanhada por uma escravização completa do indivíduo. A realização do socialismo requer a solução de alguns problemas sociopolíticos extremamente difíceis: como é possível, em face da centralização abrangente do poder político e econômico, impedir que a burocracia se torne todo-poderosa e prepotente? Como se podem proteger os direitos do indivíduo e garantir com isso um contrapeso democrático ao poder da burocracia?

A clareza quanto às metas e aos problemas do socialismo é da mais alta significação em nossa era de transição. Como, na conjuntura atual, a discussão livre e sem barreiras destes problemas se tornou um grande tabu, eu considero a fundação desta revista um relevante ato de interesse público.



quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Fake News nas Redes Sociais: Como a elite e sua grande mídia manipula os discursos na Internet

 

Do Instituto Conhecimento Liberta:

As fake news estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, influenciando opiniões e decisões. Entender como elas surgem, porque se espalham e de que maneira podemos enfrentá-las é essencial. No curso “Como identificar e combater fake news”, Laura Sabino revela os mecanismos da desinformação e mostra, em oito aulas, como identificar conteúdos falsos, compreender seu impacto nas redes sociais e aplicar estratégias práticas para combatê-los. Em tempos de manipulação digital, reconhecer e enfrentar as fake news é fundamental para fortalecer a consciência crítica e a democracia. 🧑‍🏫Professora: Laura Sabino - Graduanda em História, youtuber e militante política



Juliana Dal Piva sobre a continuidade do julgamento dos golpistas bolsonaristas - Núcleo 2 do golpe: STF julga homens de confiança de Ramagem e oficiais do Exército

 

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo atuou em operações estratégicas de desinformação sobre as urnas eletrônicas para mobilizar a população a favor da criação de um ambiente favorável ao golpe e também na produção de dossiês de adversários dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).


Do ICL Notícias:


Núcleo 2 do golpe: STF julga homens de confiança de Ramagem e oficiais do Exército

Grupo atuou em operações estratégicas de desinformação sobre as urnas eletrônicas




Por Juliana Dal Piva

A partir desta terça-feira (14), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) julga o núcleo 2 da organização criminosa que tentou um golpe de estado no Brasil após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo atuou em operações estratégicas de desinformação sobre as urnas eletrônicas para mobilizar a população a favor da criação de um ambiente favorável ao golpe e também na produção de dossiês de adversários dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Entre os sete réus que serão julgados a partir de hoje estão dois homens de confiança do deputado federal Alexandre Ramagem, que foi diretor-geral da Abin durante o governo de Bolsonaro.

Golpe

STF começa a julgar hoje o Núcleo 2 da tentativa de golpe (Foto:Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Quem são os integrantes do Núcelo 2 do golpe

 

1. Ailton Gonçalves Moraes Barros (ex-major do Exército, expulso em 2006)


É acusado de integrar o núcleo responsável por incitar a adesão de militares ao golpe e atacar comandantes das Forças Armadas que se recusassem a apoiar a ação, atuando sob ordens do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Segundo investigações, mensagens trocadas por ele com o ex-ministro Braga Netto mostram que recebia orientações para atacar os comandantes do Exército e da Aeronáutica porque ambos foram contrários ao golpe.

2. Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército)


Atuou como diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS quando Eduardo Pazuello estava à frente da pasta e teria disseminado informações falsas sobre o processo eleitoral. É acusado de editar um documento com informações falsas sobre o sistema eletrônico eleitoral, e a PGR afirma que ele coordenou a produção e distribuição de fake news nas redes sociais.

3. Marcelo Araújo Bormevet (agente da Polícia Federal)

Um dos principais homens de confiança de Ramagem, ele trabalhou na Abin do final de 2019 até meados de 2022. Segundo a PF, fazia parte da “Abin paralela”. Entre as acusações está a criação de notícias falsas sobre os ministros Luiz Fux e Luís Roberto Barroso do STF, incluindo teorias conspiratórias visando desacreditar o processo eleitoral. É considerado réu por ter usado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores.

4. Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)


É acusado de integrar a “Abin paralela” para monitorar opositores. Foi cedido à Abin na gestão de Alexandre Ramagem. Para a PGR, Rodrigues e Bormevet agiram de forma coordenada com o núcleo central da organização criminosa, organizando a produção e disseminação de informações falsas contra os alvos apontados publicamente pelo ex-presidente Bolsonaro com o objetivo de enfraquecer as instituições.

5. Carlos César Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)
Elaborou em 2022, a pedido do PL, um relatório que falava em supostas falhas nas urnas eletrônicas. Com base no documento apresentado, o PL defendeu que as supostas falhas justificariam a anulação de parte dos votos computados.

6. Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)


A acusação aponta que Guilherme Marques de Almeida tinha “papel tático na organização criminosa”. Segundo o Ministério Público, sua “proatividade na propagação da desinformação chamou a atenção das investigações”.

7. Reginaldo Vieira de Abreu (coronel da reserva)


Segundo a PGR, ele tentou interferir no Relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas para “manipular a opinião pública em favor da ruptura institucional”. É acusado de ter praticado monitoramento ilegal ao tirar e compartilhar fotos do ministro do STF Gilmar Mendes no aeroporto de Lisboa. As imagens foram enviadas por WhatsApp para o general Mário Fernandes, criador do Plano Punhal Verde Amarelo, o que caracterizou uma ação de vigilância não autorizada contra uma autoridade pública. Segundo a PF, as imagens foram capturadas em 20 de novembro de 2022. Antes disso, ele já tinha elaborado uma minuta que previa medidas como a prisão do ministro.