É a mesma velha tática, desde 1964....
Merval Pereira, o campeão da direita elitista mais sórdida, já tinha alertado seus pares "não abandonem Aécio, pode surgir algo que derrube Marina...". E, claro, a grande mídia, nas mãos de seis famílias empresariais comprometidas com o modelo neoliberal, não ficou esperando a democracia agir contra seus interesses e foi atrás de um novo "escãndalo" maquiado sob medida, e aqui temos a Revista Veja para demonstrar isso. Dilma não vai perder votos com mais uma de milhares de campanhas da Veja contra seu governo, o objetivo velado é outro: ressuscitar Aécio Neves. Como fica claro nos dois artigos transcritos abaiso, eles tentam dar um ar de denúncia - mais uma - "contra o PT", pra fingir certa imparcialidade. Mas o principal acusado é Eduardo Camposm que, assim, respingaria em Marina... Por isso estão todos os veículos de mídia estudando o melhor jeito pra tratar do assunto Paulo Roberto Costa, demitido por Dilma Rousseff há dois anos. Menos Veja, que é Aécio Neves desde criancinha. Essa é a operação para ressuscitá-lo.
Delação em véspera de eleição tem mau cheiro. Parece desespero.
6 de setembro de 2014 | 04:46 Autor: Fernando Brito, Tijolaço.com
Segundo o que já foi divulgado pela revista Veja – porque será que 11 entre 10 policiais federais e promotores preferem a Veja para vazar informações sigilosas? – a lista de nomes apresentada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, atingiria meio mundo, ou pouco mais, da política.
Do falecido Eduardo Campos a deputados de partidos do governo e de outros, integrantes de coligações anti-Dilma, passando pelos presidentes da Câmara e do Senado, a lista de Costa tem um imenso potencial explosivo.
Por isso mesmo, deve ser encarada com muita cautela.
A começar pelo fato de que é algo que parte de um homem em situação de desespero, apanhado em um monte de negócios irregulares aqui e lá fora, que estava ameaçado de 30 anos de prisão e ao qual se acena com uma, na prática, absolvição.
É o que narra o Estadão:
“Calcula-se que Costa poderia pegar pena superior a 50 anos de cadeia se respondesse a todos os processos derivados da Lava Jato – já é réu em duas ações penais, uma sobre lavagem de dinheiro desviado da Petrobras, outra sobre ocultação e destruição de documentos e é investigado em vários outros inquéritos.
Angustiado com a possibilidade de não sair tão cedo da prisão, ele decidiu delatar como operava a rede de malfeitos na Petrobras. O acordo prevê que, em troca de suas revelações, Costa deverá sofrer uma pena tão reduzida, que se aproxima do perdão judicial”.
Agora, antes que esse acordo fosse homologado no Supremo, vaza o sigilo e, claro, mesmo que haja pouca consistência nas suas declarações, cria-se um clima político para que elas sejam aceitas como verdade absoluta.
Isso a um mês das eleições.
Uns dizem que a lista de Costa contém 39 nomes, outros dizem 42 e a “nominata” da Veja elenca, segundo divulgado no blog de Ricardo Noblat elenca 12.(Aliás, vejo que a nota foi retirada, mas pode ser conferida aqui).
Seja qual for o tamanho e sejam quais forem os integrantes, não basta a delação de um homem acuado, é preciso que haja elementos e fatos para sustentá-la.
Que empresas financiam campanhas eleitorais, todos sabem e, infelizmente, é essa a regra num modelo político de financiamento privado de eleições. Só no financiamento exclusivamente público, proposto por este governo e repelido, de forma quase unânime, pelos políticos e pela mídia, candidatos não dependem de empresários.
O que se tem de verificar, portanto, são quais destes favores empresariais foram clandestinos e, pior, quais deles foram destinados a enriquecer pessoalmente seus beneficiários.
Tudo isso cheira mal e já vinha cheirando, desde que Luís Nassif nos chamou a atenção sobre um “abraço de afogado” de Aécio Neves.
E não é apenas o cheiro dos negócios sujos de Costa, aliás afastado do cargo, contra a vontade dos políticos, pela mulher a quem se procura atingir: Dilma Rousseff.
Verdade, no Brasil, é algo que quando aparece, é só pela metade.
texto de Luis Nassif
Jornal GGN - É sempre útil ter cautela com a embalagem que Veja usa para embrulhar suas “denúncias”.
No final da tarde de sexta-feira, depois da primeira matéria da Agência Estado sobre o suposto depoimento de Paulo Roberto Costa, o comentário geral era que a revista Veja divulgaria todo o depoimento e a lista de políticos citados (que chegava a 62).
A revista estimulou o boato, antecipando para as 18h a divulgação da capa da semana. Uma capa genérica, sem nomes. O texto anunciava que eles viriam na edição impressa, junto com informações exclusivas sobre o “esquema de corrupção da Petrobras”.
Mais uma vez, Veja vendeu o que não tinha, ou muito mais do que tinha. Quanto a nomes, dois ex-governadores, a governadora Roseana, o ministro Lobão, um ex-ministro do PP, oito parlamentares e o tesoureiro do PT. Os suspeitos de sempre.
A revista não traz as prometidas informações sobre negociatas na Petrobras. O único exemplo mencionado é uma notícia requentada sobre uma operação de debêntures, que supostamente envolveria a Postalis (e que não se realizou porque os supostos autores foram presos).
Sobrou a embalagem. Sobrou? Veja não mostra papel, não mostra vídeo, não mostra um indício sequer de que botou a mão na massa. Tanto quanto o Estado e a Folha, ouviu um relato sobre o depoimento. A revista não cita fontes, reais ou fictícias. Não ousa escrever que “teve acesso ao depoimento”. Sequer recorre ao surrado “uma fonte ligada às investigações”.
Veja blefa, mais uma vez. Mas alguém conversou sexta-feira com a revista e com os portais, e vendeu um prato requentado. E quase simultaneamente, o Valor informava sobre mais um advogado que deixava a defesa de Paulo Roberto. Assim, de repente, sem explicações.
Um advogado à solta, neste momento, é conveniente para ocultar e lançar pistas falsas sobre a fonte do vazamento. Fonte criminosa, posto que a delação corre em sigilo.
A bola está com a direção da PF, com o PGR e com o ministro Teori, que podem dar um basta nesses vazamentos seletivos.
Segundo o que já foi divulgado pela revista Veja – porque será que 11 entre 10 policiais federais e promotores preferem a Veja para vazar informações sigilosas? – a lista de nomes apresentada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, atingiria meio mundo, ou pouco mais, da política.
Do falecido Eduardo Campos a deputados de partidos do governo e de outros, integrantes de coligações anti-Dilma, passando pelos presidentes da Câmara e do Senado, a lista de Costa tem um imenso potencial explosivo.
Por isso mesmo, deve ser encarada com muita cautela.
A começar pelo fato de que é algo que parte de um homem em situação de desespero, apanhado em um monte de negócios irregulares aqui e lá fora, que estava ameaçado de 30 anos de prisão e ao qual se acena com uma, na prática, absolvição.
É o que narra o Estadão:
“Calcula-se que Costa poderia pegar pena superior a 50 anos de cadeia se respondesse a todos os processos derivados da Lava Jato – já é réu em duas ações penais, uma sobre lavagem de dinheiro desviado da Petrobras, outra sobre ocultação e destruição de documentos e é investigado em vários outros inquéritos.
Angustiado com a possibilidade de não sair tão cedo da prisão, ele decidiu delatar como operava a rede de malfeitos na Petrobras. O acordo prevê que, em troca de suas revelações, Costa deverá sofrer uma pena tão reduzida, que se aproxima do perdão judicial”.
Agora, antes que esse acordo fosse homologado no Supremo, vaza o sigilo e, claro, mesmo que haja pouca consistência nas suas declarações, cria-se um clima político para que elas sejam aceitas como verdade absoluta.
Isso a um mês das eleições.
Uns dizem que a lista de Costa contém 39 nomes, outros dizem 42 e a “nominata” da Veja elenca, segundo divulgado no blog de Ricardo Noblat elenca 12.(Aliás, vejo que a nota foi retirada, mas pode ser conferida aqui).
Seja qual for o tamanho e sejam quais forem os integrantes, não basta a delação de um homem acuado, é preciso que haja elementos e fatos para sustentá-la.
Que empresas financiam campanhas eleitorais, todos sabem e, infelizmente, é essa a regra num modelo político de financiamento privado de eleições. Só no financiamento exclusivamente público, proposto por este governo e repelido, de forma quase unânime, pelos políticos e pela mídia, candidatos não dependem de empresários.
O que se tem de verificar, portanto, são quais destes favores empresariais foram clandestinos e, pior, quais deles foram destinados a enriquecer pessoalmente seus beneficiários.
Tudo isso cheira mal e já vinha cheirando, desde que Luís Nassif nos chamou a atenção sobre um “abraço de afogado” de Aécio Neves.
E não é apenas o cheiro dos negócios sujos de Costa, aliás afastado do cargo, contra a vontade dos políticos, pela mulher a quem se procura atingir: Dilma Rousseff.
Verdade, no Brasil, é algo que quando aparece, é só pela metade.
Os Cuidados com as jogadas da Veja
texto de Luis Nassif
Jornal GGN - É sempre útil ter cautela com a embalagem que Veja usa para embrulhar suas “denúncias”.
No final da tarde de sexta-feira, depois da primeira matéria da Agência Estado sobre o suposto depoimento de Paulo Roberto Costa, o comentário geral era que a revista Veja divulgaria todo o depoimento e a lista de políticos citados (que chegava a 62).
A revista estimulou o boato, antecipando para as 18h a divulgação da capa da semana. Uma capa genérica, sem nomes. O texto anunciava que eles viriam na edição impressa, junto com informações exclusivas sobre o “esquema de corrupção da Petrobras”.
Mais uma vez, Veja vendeu o que não tinha, ou muito mais do que tinha. Quanto a nomes, dois ex-governadores, a governadora Roseana, o ministro Lobão, um ex-ministro do PP, oito parlamentares e o tesoureiro do PT. Os suspeitos de sempre.
A revista não traz as prometidas informações sobre negociatas na Petrobras. O único exemplo mencionado é uma notícia requentada sobre uma operação de debêntures, que supostamente envolveria a Postalis (e que não se realizou porque os supostos autores foram presos).
Sobrou a embalagem. Sobrou? Veja não mostra papel, não mostra vídeo, não mostra um indício sequer de que botou a mão na massa. Tanto quanto o Estado e a Folha, ouviu um relato sobre o depoimento. A revista não cita fontes, reais ou fictícias. Não ousa escrever que “teve acesso ao depoimento”. Sequer recorre ao surrado “uma fonte ligada às investigações”.
Veja blefa, mais uma vez. Mas alguém conversou sexta-feira com a revista e com os portais, e vendeu um prato requentado. E quase simultaneamente, o Valor informava sobre mais um advogado que deixava a defesa de Paulo Roberto. Assim, de repente, sem explicações.
Um advogado à solta, neste momento, é conveniente para ocultar e lançar pistas falsas sobre a fonte do vazamento. Fonte criminosa, posto que a delação corre em sigilo.
A bola está com a direção da PF, com o PGR e com o ministro Teori, que podem dar um basta nesses vazamentos seletivos.
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