sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Alvo da megaoperação ação contra Refit é elo entre Ciro Nogueira, Lira, Cunha e Ricardo Magro. Reportagem de Luis Costa Pinto

 


 Jonathas Assunção, ex-secretário da Casa Civil de Nogueira e Braga Neto, testemunhou pró Bolsonaro no STF: prisão pedida por operar esquema bilionário de sonegação


Do ICL:

Alvo da ação contra Refit é elo entre Ciro Nogueira, Lira, Cunha e Ricardo Magro



O engenheiro Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro foi um dos alvos centrais da Operação Poço Lobato deflagrada nesta 5ª feira, 27 de novembro, e que tem como objetivo desmantelar um esquema bilionário (estimados R$ 26 bilhões) de sonegação fiscal.

Jonathas Assunção desempenha o papel de executivo encarregado de “relações governamentais e institucionais” do emaranhado de empresas reais e fictícias lideradas pelo advogado Ricardo Magro, dono da Refit (outrora “Refinaria Manguinhos”). Os dois, Magro e Jonathas, conheceram-se há cerca de 15 anos quando ambos trabalhavam sob ordens e determinações do então deputado Eduardo Cunha.

O engenheiro Jonathas Assunção foi chefe-de-gabinete no Ministério da Casa Civil nos tempos em que o apenado Walter Braga Neto, general preso por tentativa de golpe de Estado, ocupou o posto de ministro. Assunção virou secretário-executivo da Casa Civil quando o senador Ciro Nogueira foi nomeado para o posto. A partir de então, turbinou seu poder no Palácio do Planalto e também no Congresso Nacional.

“Tudo era com ele no governo Bolsonaro: liberação de emendas, nomeação de aliados para cargos públicos, colocação de emendas no Orçamento”, diz um deputado do PP, amigo-irmão do Ciro Nogueira. E completa: “o Jonathas era o operador real de poder do Arthur e do Ciro no Palácio. Ele surgiu como resolvedor de problemas para a bancada do PP nos tempos do Eduardo Cunha”. Atualmente, Cunha e Jonathas estão brigados. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, que também puxou cana por corrupção, também foi operador político de Ricardo Magro. Os dois não se falam mais, estão negocialmente rompidos, e Jonathas obviamente segue a linha de lealdade ao chefe de momento.

Como era o método da Orcrim de Magro

Ricardo Magro começou a atuar fortemente em Brasília como advogado de Eduardo Cunha quando o ex-deputado era líder do PMDB na Câmara — por volta de 2013, 2014. Uma das teses de Cunha, no Parlamento, era a quebra do monopólio de fornecimento de combustíveis para os postos de abastecimento apenas pela BR Distribuidora (empresa estatal privatizada no período em que Michel Temer ocupou a presidência da República) e por grandes empresas multinacionais que tinham sistema próprio de refino e distribuição. Eram os tempos da briga pela instituição das “bandeiras brancas” nos postos de combustíveis, sistema que terminou por vingar: os estabelecimentos de venda de combustíveis no varejo não precisam mais ter adesão a bandeira única de uma fornecedora.

Ricardo Magro deixou a equipe de defesa jurídica de Cunha para assumir, então, a liderança da Refinaria Manguinhos, no Rio de Janeiro, e transformou-a depois em Refit. A Refit é conhecida por ser uma “refinaria fake”, ou seja, nunca fez passar uma gota de combustível refinado em sua torre de operação – usa a planta exclusivamente para lavar combustível importado que entra no país ilegalmente e é distribuído para postos de “bandeira branca” sem pagamento de impostos nem nos portos, nem nos postos. Nos bastidores da investigação da Operação Poço Lobato diz-se que Eduardo Cunha está na origem da montagem desse esquema, junto com Magro.

Atuação conjunta no Congresso

“O dinheiro os unia. A briga por dinheiro os separou nos tempos de desgraça”, segue explicando o deputado PP que se mantém próximo de Ciro Nogueira e um pouco distante de Arthur Lira e de Eduardo Cunha. A relação de Lira com Jonathas, chancelada por Nogueira, deu-se justamente no período do governo Jair Bolsonaro, quando a dupla de pepistas era a toda-poderosa dona da “sacralidade” do Orçamento Secreto. Arthur Lira, como presidente da Câmara, cuidava do verniz legal e regular das emendas dos deputados. Ciro Nogueira assinava as liberações pelo Executivo. Mas, no Palácio do Planalto, quem organizava o esquema de liberações era Jonathas Assunção. Isso o tornou extremamente popular entre deputados e senadores. Um dos grandes amigos de Assunção no Congresso terminou sendo Hugo Motta, à época um obscuro deputado do PMDB e agora presidente da Câmara apadrinhado por Lira.

“Quando acabou o governo Bolsonaro, precisando seguir alinhado com alguém que conhecesse o Congresso e a alma dos deputados para evitar que passasse o projeto que caça os devedores contumazes, o Ricardo Magro pescou o Jonathas para ser o lobista dele em Brasília”, explica o deputado do PP, deixando claro como funcionam as catracas de Brasília onde ora se está dentro do Planalto ou na Esplanada dos Ministérios com a caneta na mão, ora se está prestando serviços e comprando facilidades nos porões da capital da República.

Jonathas Assunção estava presente naquela famigerada “Reunião do Golpe” de 5 de julho de 2022, no Palácio do Planalto, quando o então presidente Jair Bolsonaro chamou seus ministros para pedir ideias que lhe permitissem vencer “de qualquer jeito” a campanha eleitoral de reeleição. Foi na reunião que se expôs toda a dinâmica golpista enfim deflagrada no 8 de janeiro de 2023. Assunção foi uma das testemunhas que depuseram no Supremo Tribunal Federal a favor do agora apenado Jair Bolsonaro, ex-presidente da República e preso por tentativa de golpe de Estado cumprindo pena na carceragem a Polícia Federal em Brasília.


Luís Costa Pinto
Luís Costa Pinto

Jornalista, nasceu no Recife em 1968. Formou-se na Universidade Federal de Pernambuco em 1990. Entre 1988 e 2002, atuou nas principais redações de jornais e revistas do Brasil, destacando-se em Veja, O Globo e Época. Vencedor dos prêmios Esso e Líbero Badaró de Jornalismo e o Jabuti de Livro-Reportagem, é autor de Os Fantasmas da Casa da Dinda (1992, Ed. Contexto), As Duas Mortes de PC Farias (1995, Ed. Best Seller) além de Trapaça – Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro (vol. 1, 2019, vol. 2, 2020, vol. 3, 2022), O Vendedor de Futuros (2021) e O Procurador (2024), estes cinco últimos livros pela Geração Editorial. É também roteirista e produtor de podcasts.




Banco Master: O esquema bilionário do banqueiro do Centrão inimigo do povo e amigo de Lira, Ibanes, Rueda, Ciro Nogueira e outros que agem contra o Brasil

 Como Daniel Vorcaro, o Banco Master, o BRB e a engrenagem política de Arthur Lira, Ciro Nogueira, Rueda e Ibaneis montaram o maior escândalo financeiro

Do Jornal GGN:

O esquema bilionário do banqueiro do Centrão


por Gustavo Tapioca



A prisão cinematográfica de Daniel Vorcaro, em um jatinho privado, abriu a caixa-preta de um esquema bilionário que misturava fraude financeira, influência política e tentativas de empurrar um banco podre para dentro de um banco público com o respaldo do governador Ibaneis.

A engenharia da fraude: títulos falsos, CDBs milagrosos

A operação da PF começa em 2024, quando o Banco Central identifica irregularidades graves: emissão de títulos de crédito falsos — ou “insubsistentes” — vendidos como se fossem ativos legítimos. Esses papéis eram usados para lastrear operações de crédito e “embelezar” balanços, gerando a aparência de um banco robusto que, na verdade, estava podre por dentro.

O Master também se especializou em CDBs com remuneração “fora da curva”: 135%, 140% e até 150% do CDI para investidores pessoa física — uma taxa incompatível com qualquer operação saudável. Para entregar esse rendimento artificial, o banco montou uma carteira tóxica baseada em consignados sem lastro real; duplicatas infladas; títulos falsificados; operações cruzadas entre empresas do próprio grupo; e manobras contábeis para mascarar a insolvência iminente.

Banqueiro do Centrão

Esses papéis, vendidos como ativos seguros, foram despejados em fundos de previdência estaduais e municipais, como o RioPrevidência, fundos do Amazonas, prefeituras do União Brasil e do PP, além de investidores de varejo atraídos pelo rendimento surreal.

O vídeo “O Banqueiro do Centrão”, divulgado pelo YouTube, expõe um ponto decisivo: o verdadeiro risco não era apenas o banco quebrar, mas arrastar consigo o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Há estimativas de que até 60% da capacidade do FGC poderia ser consumida se o Master implodisse de forma descontrolada. Se isso ocorresse, milhões de pequenos investidores ficariam expostos.

O “outsider” da Faria Lima que virou banqueiro do poder

Daniel Bueno Vorcaro não era um banqueiro tradicional.
Em 2016, comprou o antigo Banco Máxima, rebatizou para Banco Master e passou a operar de forma agressiva no mercado — expandindo carteiras, fazendo aquisições arriscadas e tentando ocupar espaços deixados por bancos médios tradicionais.

Seu estilo incomodava a elite financeira: mansões em Miami e Trancoso, jatinhos particulares, estas de altíssimo luxo, presença constante em camarotes VIP, proximidade com celebridades, e uma rede de influenciadores digitais pagos para ampliar sua imagem.

Além disso, Vorcaro articulou a compra ou influência sobre veículos de mídia como: IstoÉBrazil Journal, PlatôBR, Portal Leo Dias, e tentativas de aquisição do Correio Braziliense e do Estado de Minas.

Um banqueiro sob suspeita não compra mídia por vaidade — compra para influenciar narrativas, blindar investigações e acumular poder político.

A engrenagem política: Ciro, Lira e Rueda — o tripé do Centrão

O vídeo “O Banqueiro do Centrão” revela que Daniel Vorcaro tinha suporte direto da tríade mais poderosa do centrão contemporâneo:

1. Ciro Nogueira (PP)

Apontado como o principal articulador político do Master,
Ciro teria aberto portas para o banco dentro de governos estaduais e, principalmente, dentro do governo do Distrito Federal.

2. Arthur Lira (PP)

O presidente da Câmara é descrito como figura crucial para proteger o banco no Congresso, influenciar pautas e impedir que investigações prosperassem no ritmo natural.

3. Antônio Rueda (União Brasil)

Presidente do partido, articulador de prefeituras e fundos municipais — muitos deles expostos aos ativos fraudulentos do Master.

Esse tripé oferecia a Vorcaro poder político, acesso a fundos públicos, influência institucional e blindagem parlamentar.

Sem essa engrenagem, o Master jamais teria alcançado o tamanho que teve — nem teria avançado tanto sobre órgãos públicos.

O capítulo Ibaneis Rocha: como um banco podre foi empurrado dentro do BRB

O episódio mais grave envolve o governador do Distrito Federal. Em março de 2025, Ibaneis Rocha (MDB) anuncia, em tom de triunfo, que o BRB iria comprar o Banco Master. O discurso oficial prometia expansão, fortalecimento e crescimento.
A realidade era outra: um banco estatal seria usado para salvar um banco privado quebrado. O Banco Central percebeu a manobra e barrou a operação. Mas Ibaneis insistiu.

A segunda tentativa foi ainda mais perigosa: se o BRB não podia comprar o Master inteiro, então compraria apenas as carteiras de consignado — justamente o núcleo da fraude.

Quando a PF deflagrou a Operação Compliance Zero, tudo ruiu: o Master é liquidado, o BRB recua, o presidente do BRB é afastado, Ibaneis vira alvo de CPI, e a relação entre o Master, o BRB e o governo do DF passa a ser investigada.

O vídeo resume com precisão:
“Foi a mais descarada tentativa de usar dinheiro público para salvar o banqueiro do Centrão.”

A arquitetura do colapso e o risco sistêmico

Com a liquidação extrajudicial decretada em 18 de novembro de 2025, o Banco Central precisou agir com rapidez para: proteger o FGC, garantir pagamento aos investidores, segurar corridas bancárias em bancos médios, impedir contaminação financeira entre fundos de previdência e evitar que o caso se transformasse em uma crise sistêmica.

A fraude do Master não era apenas contábil — era estrutural. E poderia ter desencadeado um efeito dominó sem precedentes desde o caso Banco Santos.

Mídia comprada e narrativa controlada

Poucos brasileiros sabiam, até então, que Vorcaro vinha montando, com investidores e intermediários, um mini conglomerado de mídia.
Isso incluía: influenciar matérias, evitar reportagens críticas, construir imagem positiva, pressionar órgãos reguladores de forma indireta.

Vários veículos comprados ou influenciados suavizaram as notícias sobre o rombo — enquanto a PF, o BC e a mídia independente traziam os fatos.


 A PF de Bolsonaro volta a ser polícia de Estado

Há um contraste essencial para entender por que o caso Master veio à tona agora. Com Bolsonaro (2019–2022), a PF era uma polícia de família. Sofria interferências diretas do presidente, blindagem a filhos e amigos investigados, perseguição a governadores e opositores, trocas constantes de superintendentes, declarações explícitas de que a PF deveria “proteger” aliados.

A corporação estava amordaçada politicamente. Não tinha autonomia para investigar bancões e banqueiros nem liberdade para atingir figuras poderosas. Agora, as investigações são técnicas e o foco é na estrutura da fraude, não na conveniência política.

A prisão de Daniel Vorcaro — um banqueiro bilionário ligado ao Centrão — seria impossível em 2021. Desde 2023, ocorreu com normalidade institucional.

Foi a PF livre que abriu a caixa-preta do Master, prendeu o banqueiro em fuga para o exterior, mirou políticos influentes, salvou um BRB, banco estatal do DF, conduziu o inquérito livre e sem interferência do Planalto.

Esse contraste não é detalhe — é o coração do caso.

A era dos mega inquéritos financeiros começou

O caso Banco Master é, sim, o maior escândalo financeiro recente do Brasil.
E é um marco por três razões:

  1. Escala da fraude: bilhões de reais em ativos falsos.
  2. Penetração política: Centrão, governadores, prefeituras e fundos públicos.
  3. Autonomia institucional: PF e BC atuando sem interferência.

E abre uma porta inédita: a responsabilização de banqueiros grandes — algo historicamente raro no Brasil. Os próximos meses trarão novas revelações. E, para os “Vorcaros” ainda em operação, o recado está dado:

No Brasil de Lula, a PF não persegue opositores — persegue criminosos. E, dessa vez, chegou antes de jatinho decolar para Dubai.

Gustavo Tapioca é jornalista formado pela UFBa e MA pela Universidade de Wisconsin. Ex-diretor de Redação do Jornal da Bahia. Assessor de Comunicação da Telebrás, Oficial de Comunicação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do IICA/OEA. Autor de Meninos do Rio Vermelho, publicado pela Fundação Jorge Amado.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para dicasdepautaggn@gmail.com. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.

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Megaoperação expõe rombo de R$ 26 bilhões e encurrala Refit e sua máfia envolvendo políticos do centrão e do PL bolsonarista

 

Ação Poço de Lobato cumpre mandados em cinco estados e no DF contra 190 alvos ligados ao Grupo Refit, maior devedor de ICMS de SP

Do Jornal GGN:



Uma megaoperação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (27) contra o Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e considerado o maior devedor de ICMS do estado de São Paulo e o segundo do Rio. O objetivo é desarticular um esquema de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem econômica e tributária que teria causado um prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres públicos estaduais e federal.

A operação, batizada de Poço de Lobato, mobiliza 621 agentes e tem 190 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas ligadas ao conglomerado, comandado pelo empresário Ricardo Magro.

A estrutura da fraude e o prejuízo bilionário

As investigações apontam que o Grupo Refit utilizava uma rede sofisticada para sonegar impostos e ocultar patrimônio. O esquema envolvia holdings, offshores, fundos de investimento e fintechs, dificultando o rastreamento dos recursos e a responsabilização dos verdadeiros beneficiários.

Segundo a Receita Federal, o modelo recorrente de descumprimento fiscal incluía a simulação de operações interestaduais e a criação de múltiplas camadas societárias para blindar os envolvidos. Empresas de fachada eram criadas para assumir as operações do setor de combustíveis e evitar o pagamento do ICMS, mesmo após o fisco paulista impor sucessivos regimes especiais para tentar coibir as irregularidades.

O fluxo financeiro do grupo é estimado em mais de R$ 72 bilhões apenas entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025. O dinheiro ilícito era reintroduzido na economia por meio de pelo menos 17 fundos de investimento, a maioria fechados e com um único cotista, com um patrimônio líquido que soma R$ 8 bilhões.

Conexões com o crime organizado e ação Integrada

As apurações do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira-SP), que lidera a operação, indicam que o grupo investigado mantém relações financeiras com empresas e pessoas ligadas à Operação Carbono Oculto. Esta operação, deflagrada em 2025, revelou a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) na cadeia de combustíveis por meio de fraudes financeiras.

Os mandados de busca e apreensão são cumpridos em seis unidades da federação: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal.

A ação Poço de Lobato, nome que faz referência ao local da primeira descoberta de petróleo no Brasil, na Bahia, mobiliza promotores de Justiça, auditores fiscais da Receita Federal e das secretarias da Fazenda, estadual e municipal de SP, além de policiais civis e militares.

Paralelamente à ação, a Justiça já determinou o bloqueio de bens dos envolvidos que totalizam cerca de R$ 10,2 bilhões, sendo R$ 8,9 bilhões em decisão da Justiça paulista e R$ 1,2 bilhão em ações na Justiça Federal.

Em setembro, o grupo já havia sido alvo de uma ação conjunta da Receita Federal e da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no âmbito da Operação Carbono Oculto, que resultou na interdição da refinaria Refit e na apreensão de navios com combustível importado de forma irregular.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 9 anos. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Congresso inimigo da natureza e do povo, dominado pela direita e extrema direita bolsonarista, ataca o meio-ambiente ao derrubar os vetos de Lula e liberando a devastação ecológica à favor dos ricos do agronegócio

 

Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira (27) 56 dos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do chamado PL da Devastação. 


Do Brasil de Fato (também retransmitido pelo ICL):

CONGRESSO LIBERA DEVASTAÇÃO

Parlamentares derrubam 56 vetos de Lula a Projeto de Lei que facilita destruição do meio ambiente


Por Lorenzo Santiago – Brasil de Fato

Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira (27) 56 dos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do chamado PL da Devastação. Na Câmara o placar ficou 295 a 167 pela derrubada dos vetos. Já no Senado o placar foi 52 a 15.

Entre os principais tópicos que voltam a valer está a simplificação para o licenciamento de atividades de médio potencial poluidor e a ampliação da LAC (Licença por Adesão e Compromisso), vista como uma das mais perigosas, já que dispensa análise prévia caso haja compromisso do empreendedor.

Segundo o governo federal, o veto impede que empreendimentos de risco significativo, como barragens de rejeitos, sejam submetidos a licenciamento simplificado sem a devida análise técnica.

Outros pontos que voltam são as regras mais restritas para as exigências de estudo de impacto e a diminuição da importância dos pareceres de órgãos responsáveis por territórios indígenas, quilombolas e unidades de conservação.

A derrubada dos vetos já era esperada pelo governo, que tentou negociar a manutenção de alguns tópicos. Ao todo, os congressistas do governo tentaram manter 31 vetos por meio de acordo, mas só conseguiram manter 11.

Em agosto, o governo vetou 63 dos quase 400 dispositivos do projeto de lei 2159/2021, que altera as diretrizes do licenciamento ambiental no Brasil, flexibilizando normas e permitindo que diversas atividades, sobretudo no setor agropecuário, fiquem isentas de licença.

De acordo com a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, os vetos buscam garantir segurança jurídica e proteção ambiental ao país. O PL foi aprovado pelo Congresso em julho deste ano.

Também foram vetados os dispositivos que previam a transferência aos entes federados da responsabilidade por estabelecer critérios e procedimentos de licenciamento, como porte, potencial poluidor, tipologias sujeitas a licenciamento, modalidades específicas de licenças e atividades passíveis de LAC.

A derrubada dos vetos foi uma derrota para o governo, que entende que esse conjunto de leis amplia a exploração ambiental.

Os vetos de Lula seguiram quatro critérios: garantir que o processo de licenciamento seja feito de forma correta, garantir os direitos dos povos indígenas e quilombolas, dar segurança jurídica a investidores e oferecer inovações sem colocar em risco a qualidade da análise ambiental.

Mesmo com a derrota expressiva, o governo conseguiu adiar os vetos relativos à Licença Ambiental Especial (LAE) a partir de um acordo com o Congresso. O tema é discutido em uma Medida Provisória (MP) apresentada pelo Executivo. Por isso, esse trecho ficou de fora da votação.

O objetivo da LAE é acelerar o licenciamento de obras consideradas estratégicas. O governo vetou principalmente pelo formato em que isso foi disposto no Congresso, com licença em fase única. O Executivo defende que se mantenha o modelo trifásico, no qual há uma licença prévia –para verificar se o projeto atende os requisitos ambientais– e uma licença de instalação, autorizando o início das obras. A terceira fase seria a licença de operação.

Além da LAE, outros seis tópicos serão discutidos em outro momento pelo Congresso.

Outro dispositivo criticado por movimentos ambientalistas é a emissão de licença para empreendedores com Cadastro Ambiental Rural (CAR). O PL ainda derruba trechos da Lei da Mata Atlântica e favorecem a criação de empreendimentos na região Norte.

Agora, a lei passa a valer de forma integral. O governo ainda estuda saídas. Uma delas é a edição de normas complementares. As outras opções estudadas poderiam aumentar a tensão com o Congresso, como a judicialização no Supremo Tribunal Federal (STF) e a convocação de mobilizações.

Senador Davi Alcolumbre preside sessão que derrubou vetos de Lula ao PL da Devastação. Foto: Agência Senado

Governo tentou barrar

A votação foi realizada um dia depois de um apelo feito pelo governo para a manutenção dos vetos. Em uma nota, o Executivo pediu que os vetos não fossem derrubados para “evitar um retrocesso ambiental, social e institucional”, que teriam impacto na vida das pessoas e na capacidade do Estado de orientar o desenvolvimento de forma “sustentável e juridicamente segura”.

Ainda de acordo com o Planalto, os vetos foram feitos a partir de avaliações técnicas e jurídicas “criteriosas” e reuniu debates da comunidade científica e de diversos setores da sociedade.

O governo agiu dessa forma considerando o preocupante cenário de desastres climáticos extremos, que impõem riscos às famílias, à economia e ao meio ambiente. A eventual derrubada dos vetos pode trazer efeitos imediatos e de difícil reversão, especialmente em um momento em que a sociedade sente os efeitos dos desastres de Mariana e Brumadinho e de catástrofes climáticas como as recentemente vividas no Paraná e no Rio Grande do Sul”, diz o texto.

A votação dos vetos já tinha sido adiada duas vezes a pedido do governo. Em novembro, o Planalto solicitou a mudança da data pela proximidade com a COP30. Já prevendo uma derrota, governistas entenderam que a imagem do Brasil seria “manchada” com a aprovação de uma lei que reduz a proteção ao meio ambiente em meio a um evento tão importante para discutir justamente o combate à crise climática.

Tensão com o Congresso

A votação do PL da Devastação colocou à prova, mais uma vez, a relação entre governo e Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou durante a semana o rompimento com a liderança do PT na Casa Baixa, Lindbergh Farias (RJ), depois das discussões sobre o PL Antifacção.

Segundo Motta, o deputado petista não respeitou os debates e se “exaltou”. A atitude foi minimizada pelo próprio Lindbergh, que afirmou que ficaria preocupado se a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não respondesse mais ele (os dois são namorados).

Já com o Senado a relação tensionou depois da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União-AP), queria que o indicado fosse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e começou a responder o governo com a votação de uma pauta-bomba e declarações por meio de interlocutores.

Durante a votação, Alcolumbre fez questão de reforçar que o PL da Devastação não se tratava de uma disputa política entre o Congresso e o governo.

“Deliberar sobre vetos presidenciais é parte essencial do processo legislativo. Qualquer tentativa de transformar isso em disputa política desconsidera o papel institucional do Congresso Nacional. A votação desse veto não é um gesto político isolado, é uma necessidade institucional”, afirmou.

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), ainda fez questão de tentar amenizar o clima e agradeceu, durante a votação, a postura de Alcolumbre de adiar a votação dos vetos como um gesto de “cordialidade”.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

A visão internacional sobre a prisão do inelegível golpista Jair Bolsonaro

 

Do Canal Canadá Diário:

Bolsonaro PRESO! A imprensa internacional comenta a prisão do ex-presidente brasileiro por plano de fuga. Veja o que BBC, CNN, The New York Times, Le Monde, Reuters e outras grandes agências dizem sobre a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe militar. No sábado 22 de novembro de 2025, o ex-presidente foi detido pela polícia federal após ser flagrado tentando destruir sua tornozeleira eletrônica com um ferro de soldar. Confira como a imprensa mundial analisa a tentativa de escape, a condenação de 27 anos e a democracia brasileira. 


Neste vídeo compilamos as principais reações internacionais sobre a prisão preventiva de Bolsonaro. Você verá análises de correspondentes da imprensa internacional, comentários sobre a justificativa da Justiça brasileira, a falha no plano de escapar via embaixada dos EUA na Argentina, e como o mundo inteiro está discutindo se a prisão foi justa ou não. Bolsonaro havia sido condenado por conspiração para executar um golpe militar, com planos para assassinar o presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o juiz Alexandre de Moraes.


A comunidade internacional de direitos humanos, jornalistas políticos, correspondentes estrangeiros e especialistas em democracia comentam este caso histórico para o Brasil. Descubra o que pensam sobre a resiliência democrática brasileira, a força das instituições e como o Brasil conseguiu fazer o que os EUA não conseguiu fazer: levar um ex-presidente golpista à Justiça. Neste vídeo você encontrará análises de confiança sobre o processo, evidências do plano de fuga, tentativa de asilo na Argentina e Hungria, e reações de Donald Trump e seu governo. Confira também os números: 27 anos de condenação, uma tornozeleira queimada, um ferro de soldar como prova, e uma democracia que funciona.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Nova possibilidade explicativa teórica da Ciência e da Matemática sobre o universal fenômeno de relatos sobre fantasmas

 

Do Canal Matematizei:

Em praticamente todas as culturas, existem relatos de aparições: figuras que surgem do nada, atravessam paredes ou movem objetos sem contato. Para alguns, isso é sobrenatural. Para outros, apenas imaginação. Mas, neste vídeo, exploramos a terceira e mais inquietante possibilidade : e se esses fenômenos fossem, na verdade, efeitos geométricos de dimensões que não conseguimos perceber? Usamos a matemática e a física para responder a uma pergunta surpreendente: O que aconteceria se um ser de QUATRO dimensões espaciais aparecesse no nosso universo 3D? A resposta geométrica é: ele agiria exatamente como um fantasma.

Assista e descubra:

Por que somos tão limitados quanto o "Quadrado" de Flatland.
Como a Esfera 3D parecia um fantasma para os seres 2D (e como isso se aplica a nós).
A Teoria Kaluza-Klein: o primeiro sinal científico de que o universo pode ter dimensões extras.
Como um ser 4D conseguiria atravessar paredes e mover objetos sem tocar.
Por que a física moderna (Relatividade e Teoria das Cordas) proíbe a existência de "fantasmas interdimensionais".


Desmascarando o fascismo bolsonarista: CARREIRA DE CRIMES TERMINA DE FORMA MELANCÓLICA COM SOLDA NA TORNOZELEIRA: FLÁVIO E EDUARDO DESABAM

 

Do Canal Desmascarando: